Pular para o conteúdo principal

Silvio Santos faz escola

Brasileiros, morram de inveja: o governo japonês vai distribuir dinheiro para que a população volte a consumir. A reportagem abaixo, da BBC, conta a história. Por aqui, já houve quem apostasse que se o governo jogasse para o alto todo o recurso que gasta em obras superfaturadas, o efeito seria muito positivo, pois o povão gastaria cada centavo, ativando a economia, gerando empregos e, no final da cadeia, aumentando também a arrecadação de impostos. Bem, sonhar não é proibido...

Japão vai distribuir dinheiro à população para estimular consumo

Uma polêmica proposta de estímulo à economia que prevê o pagamento de distribuição de dinheiro à população foi aprovada nesta quarta-feira pelo Parlamento do Japão após semanas de debates.

A partir desta quinta-feira, algumas cidades do interior do Japão começam a pagar cerca de US$ 120 a cada morador. Pessoas com mais de 65 anos e menos de 18 terão um acréscimo de US$ 78. Todos os municípios japoneses terão seis meses para efetuar o pagamento em parcela única.

A ideia do governo é que a população use o dinheiro para fazer compras e, assim, estimular a economia e combater a recessão que afeta o país.

"Eu vou pegar o bônus", disse o primeiro-ministro Taro Aso a repórteres. "E vou usá-lo imediatamente para estimular o consumo", emendou.

No entanto, segundo pesquisas de opinião, a população japonesa não aprova a medida, que custará aos cofres do governo perto de US$ 22 bilhões.

A quantia é suficiente para que uma família de quatro pessoas pague um mês de aluguel em um apartamento simples no interior do Japão e comprar cerca de 30 quilos de arroz.

Impopularidade

Um levantamento feito pelo jornal Asahi, o maior do país, mostrou que 75% dos entrevistados são contra a distribuição de dinheiro à população.

Uma pesquisa semelhante mostrou que 80% dos ouvidos torciam para que o pacote não fosse aprovado.

Oposicionistas afirmam que a iniciativa será um desperdício de recursos, que poderiam ser aproveitados em outras áreas. O temor deles é que, ao invés de gastar, a população acabe poupando o dinheiro.

A forte oposição aos planos do governo é um dos reflexos da baixa popularidade do premiê, que amarga a menor aceitação de um chefe de Estado japonês desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

Analistas políticos dizem que o alto índice de rejeição a Taro Aso é causada pela aparente falta de controle do governo diante da crise.

Apesar das críticas, o vice-secretário de relações públicas do Gabinete, Osamu Sakashita, disse que o governo acredita que a população vai aceitar o dinheiro.

'Uma significativa parte da população vai reconhecer o esforço do governo quando tiver o dinheiro nas mãos', comentou.

A distribuição do bônus faz parte de um pacote extra que inclui ainda empréstimos para desempregados e suporte financeiro para bancos.

A aprovação do pacote estimulou a Bolsa de Valores de Tóquio, que fechou com uma pequena alta de 0,8% após dois dias de perdas.

Imigrantes

Além dos japoneses, os estrangeiros com visto de longa permanência terão direito ao bônus.

Para receber a ajuda, segundo explicou à BBC Brasil Kentaro Andou, responsável pelo departamento criado especialmente para gerenciar a ajuda governamental, os imigrantes brasileiros deveriam estar com os dados de residência na prefeitura da cidade onde moram atualizados até o dia 1º de fevereiro.

'Não terão direito as pessoas com permanência vencida, ou com visto de turista', lembrou.

Dependendo da prefeitura, a distribuição do dinheiro vai ser diferente. As cidades pequenas vão enviar o bônus pelo correio. Nas cidades maiores, os moradores receberão um cartão pelo correio, que deverá ser preenchido e devolvido. Nestes casos, o pagamento será depositado na conta bancária indicada.

"O procedimento será diferente em cada prefeitura, mas acreditamos que em locais onde a concentração brasileira for grande, a correspondência poderá ser em português", contou.

A partir da aprovação hoje do projeto, os municípios terão seis meses para efetuar o pagamento.

Comentários

  1. [fora da pauta]
    Luiz Antônio Magalhães:

    Não sei se foi só eu que percebi isso, mas na página inicial do "O globo" (http://oglobo.globo.com) onde existia as abas: "Brasil Hoje", "Rio Hoje" e "São Paulo Hoje" (em cor azul bebê) , a aba "São Paulo Hoje" foi retirada, por quê será? Será porque está ficando difícil de esconder as (más) notícias, já que são tantas.

    [/fora da pauta]

    ResponderExcluir
  2. Caro Luiz: Imagine se o governo fosse o da Venezuela ou Bolivia e até mesmo o Brasil q fizesse isso???? A imprensa ja estaria histérica falando que era o populismo barato e coisas do tipo.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

O Entrelinhas não censura comentaristas, mas não publica ofensas pessoais e comentários com uso de expressões chulas. Os comentários serão moderados, mas são sempre muito bem vindos.

Postagens mais visitadas deste blog

Abaixo o cancelamento

A internet virou o novo tribunal da inquisição — e isso é péssimo Só se fala na rapper Karol Conká, que saiu do BBB, da Rede Globo, com a maior votação da história do programa. Rejeição de 99,17% não é pouca coisa. A questão de seu comportamento ter sido odioso aos olhos do público não é o principal para mim. Sou o primeiro a reconhecer que errei muitas vezes. Tive atitudes pavorosas com amigos e relacionamentos, das quais me arrependo até hoje. Se alguma das vezes em que derrapei como ser humano tivesse ido parar na internet, o que aconteceria? Talvez tivesse de aprender russo ou mandarim para recomeçar a carreira em paragens distantes. Todos nós já fizemos algo de que não nos orgulhamos, falamos bobagem, brincadeiras de mau gosto etc… Recentemente, o ator Armie Hammer, de Me Chame pelo Seu Nome, sofreu acusações de abuso contra mulheres. Finalmente, através do print de uma conversa, acabou sendo responsabilizado também por canibalismo. Pavoroso. Tudo isso foi parar na internet. Ergue

OCDE e o erro do governo na gestão das expectativas

O assunto do dia nas redes é a tal negativa dos Estados Unidos para a entrada do Brasil na OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Enquanto os oposicionistas aproveitam para tripudiar, os governistas tentam colocar panos quentes na questão, alegando que não houve propriamente um veto à presença do Brasil no clube dos grandes, a Série A das nações. Quem trabalha com comunicação corporativa frequentemente escuta a frase "é preciso gerenciar a expectativa dos clientes". O problema todo é que o governo do presidente Bolsonaro vendeu como grande vitória a entrada com apoio de Trump - que não era líquida e certa - do país na OCDE. Ou seja, gerenciou mal a expectativa do cliente, no caso, a opinião pública brasileira. Não deixa de ser irônico que a Argentina esteja entrando na frente, logo o país vizinho cujo próximo governo provavelmente não será dos mais alinhados a Trump. A questão toda é que o Brasil não "perdeu", como o pobre Fla-Flu que impe

Rogério Andrade, o rei do bicho

No dia 23 de novembro do ano passado, o pai de Rodrigo Silva das Neves, cabo da Polícia Militar do Rio de Janeiro, foi ao batalhão da PM de Bangu, na Zona Oeste carioca, fazer um pedido. O homem, um subtenente bombeiro reformado, queria que os policiais do quartel parassem de bater na porta de sua casa à procura do filho — cuja prisão fora decretada na semana anterior, sob a acusação de ser um dos responsáveis pelo assassinato cinematográfico do bicheiro Fernando Iggnácio, executado com tiros de fuzil à luz do dia num heliporto da Barra da Tijuca. Quando soube que estava sendo procurado, o PM fugiu, virou desertor. Como morava numa das maiores favelas da região, a Vila Aliança, o pai de Neves estava preocupado com “ameaças e cobranças” de traficantes que dominam o local por causa da presença frequente de policiais. Antes de sair, no entanto, o bombeiro confidenciou aos agentes do Serviço Reservado do quartel que, “de fato, seu filho trabalhava como segurança do contraventor Rogério And