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Mostrando postagens de maio, 2007

Gas pimenta nos estudantes: é a PM de Serra

Polícia batendo em estudante é coisa de um passado tão distante que muitos brasileiros vão estranhar a notícia abaixo, do site G1. Mas é isto mesmo: o governador José Serra (PSDB) não quer permitir a aproximação dos manifestantes ao Palácio dos Bandeirantes. Serra deve estar com medo de uma nova "derrubada das grades" – a famosa manobra de provocadores para desestabilizar o governador Franco Montoro, então em início de mandato, no ocaso da ditadura militar, em 1983. Montoro deixou que as grandes caíssem, mas terminou o mandato com a popularidade lá em cima. Se Serra continuar mandando jogar gás pimenta em estudante, vai acabar saindo pela porta de trás. Veja abaixo a íntegra da matéria do G1: PM usa gás pimenta para conter estudantes Luciana Bonadio e Silvia Ribeiro Manifestantes impedidos de chegar ao Palácio dos Bandeirantes, sede do Governo de São Paulo, para protestar contra decretos do governo sobre o ensino superior e chamar a atenção para problemas das universidades es

Derrotado, Serra recua e muda decretos

O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), decidiu adotar a tática dos norte-americanos no final da guerra do Vietnam, que proclamaram a vitória e deixaram o país às pressas, para não serem definitivamente humilhados. Serra editou um decreto declaratório que reformula o teor dos dois polêmicos decretos que ferem a autonomia das universidades estaduais paulistas. O secretário José Aristodemo Pinotti, do Ensino Superior, já saiu por aí dizendo que não se trata de um recuo, pois o novo texto reafirma o que o governo quis dizer desde o início, mas não foi bem compreendido. Como diriam os americanos: bullshit. Serra foi, sim, derrotado pela pressão dos professores, estudantes e funcionários da USP, Unesp e Unicamp. Ao que parece, o tucano já percebeu a besteira que fez e decidiu recuar. Ainda é um recuo tímido – o correto seria revogar os dois decretos e acabar com a secretaria de Ensino Superior –, mas abre margem de negociação com a comunidade acadêmica. Ainda não é certo que professo

Por que O Globo não dá foto de Mônica?

Está no blog Coleguinhas, uni-vos a explicação para a ausência de fotos no jornal O Globo da jornalista Mônica Veloso, pivô do escândalo envolvendo o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e ex-apresentadora da TV Globo de Brasília. Segundo anotou o jornalista Ivson Sá, responsável pelo blog, o jornal carioca alega que não deu foto alguma de Mônica para "preservar uma mãe de criança pequena". Como dizia o Jack Palance, acredite se quiser...

FHC defende afastamento de Renan e cria ditado: "faça o que eu digo, não o que eu fiz"

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que tem um filho fora do casamento com a jornalista Míriam Dutra, da TV Globo, defendeu nesta quarta-feira que o presidente do Senado, Renan Calheiros, que, como todo mundo já sabe, tem uma filha fora do casamento com a jornalista Mônica Veloso, se afaste do cargo. " É melhor, fica mais fácil, se ele se afastar ", disse Cardoso no Rio de Janeiro. O ex-presidente certamente conhece bem o assunto e está apto a comentá-lo. Antes de qualquer comentário, porém, Cardoso poderia contar a Renan como foi que conseguiu resolver essa chateação de filho fora do casamento, pensão alimentícia por fora e, principalmente, explicar o segredo para manter o assunto fora da pauta da grande imprensa. Que Cardoso seja adepto do velho ditado "faça o que eu digo, não o que eu faço", não há problema algum, pois o país está mesmo cheio de Catões de fancaria a dar lição de moral bem no meio do bordel. O que não dá para aceitar é os jornalões

Roberto Jefferson: vasectomia na política

Não dá para não reproduzir: a nota abaixo saiu originalmente no blog do ex-deputado Roberto Jefferson e merece ser lida pela franqueza com que ele resume a situação do presidente do Senado. Pelo que diz Bob Jefferson, Renan está literalmente em maus lençóis. Mônicas clodovinianas Político tolo e vaidoso, quando chega a Brasília, acha que é o rei da cocada preta e vai logo arranjando uma "mônica clodoviniana" - que ganha a vida deitada e descansa em pé -novinha, bonita, cheirosa, que fala mal da esposa chamando-a de velha bruxa. E arma o golpe pra cima do otário. Machista alagoano, o bobo do Renan não fez vasectomia e dançou. Agora, foi se esconder debaixo da saia da mulher. Bobocas, cuidado com elas, nós somos "gastosos" e não gostosos. Pelo menos, façam vasectomia. Eu já fiz.

Noblat: gravações podem complicar Renan

Está no blog no jornalista Ricardo Noblat a informação de que em breve serão divulgadas gravações de conversas entre o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e a jornalista Mônica Veloso, mãe da filha do senador alagoano. Segundo Noblat, as gravações devem complicar bastante a situação de Renan. Este blog tem a informação de que o arsenal de Mônica não se limita às gravações, mas abrange fotos, documentos íntimos e outras bugigangas igualmente explosivas, formando um verdadeiro dossiê. Segundo a versão que corre nos bastidores do Senado, evidentemente vazada por gente ligada ao presidente da Casa, Renan foi chantageado e se recusou a pagar o preço da extorsão. Também foi aconselhado a denunciar publicamente a chantagem, mas preferiu negociar com a mãe de sua filha, que já receberia duas outras pensões. Após o DNA e o reconhecimento da criança, os problemas começaram a aumentar, terminando no escândalo que está em curso. Muita água ainda vai rolar por debaixo da ponte e este

Autonomia das universidades paulistas:
Serra tenta botar a culpa em Alckmin

A Folha de S. Paulo publica nesta quarta-feira um interessante artigo, assinado por Aloysio Nunes Ferreira Filho, chefe da Casa Civil do governo de São Paulo, que revela uma nova estratégia do governador José Serra (PSDB) para lidar com a crise das universidades paulistas. No texto, Aloysio tenta argumentar que o teor do decreto que os estudantes, professores e funcionários da USP, Unesp e Unicamp acusam de ferir a autonomia universitária conquistada na gestão Orestes Quércia (1987-91) é rigorosamente o mesmo que decretos da gestão Geraldo Alckmin (PSDB). De acordo com o secretário de Serra, "ao lado de seus antecessores, o decreto de 9/3 de 2007 não apresenta mudanças de substância. No artigo 1º, três palavras são acrescentadas para dizer que os gastos de toda a administração do Estado -o que inclui as universidades, mas não só- serão registrados 'em tempo real'. Na prática, era uma forma de usar um recurso da internet para ampliar a transparência na administração -não

Jornalismo Político no Comunique-se

O autor destas Entrelinhas vai ministrar, nos dias 23 e 24 de junho, o curso de Jornalismo Político promovido pelo portal Comunique-se. Destinado a estudantes e jornalistas recém-formados, o curso tem como objetivo proporcionar indicativos práticos e éticos que permitam ao aluno transitar com segurança na cobertura política. A idéia do curso é desenvolver as técnicas da prática da cobertura política, avaliar os tipos de fontes e as dificuldades mais comuns na interpretação de documentos oficiais, pesquisas de opinião, documentos partidários e programas de governo. Também está no escopo do curso fornecer uma base histórica da cobertura política da imprensa brasileira da metade do século passado até hoje, com exercícios práticos e um estudo de caso da cobertura das eleições de 2006. Mais informações sobre carga horária, local das aulas e inscrição podem ser obtidas clicando aqui .

Ministro indicado por FHC solta Zuleido

Segundo informação da Folha Online, reproduzida abaixo, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, mandou soltar o empreiteiro Zuleido Veras, dono da Gautama. Gilmar Mendes foi indicato para o STF por Fernando Henrique Cardoso, o distraído ex-presidente que andou reclamando da complacência da Justiça com os criminosos de colarinho branco. Pensando bem, talvez haja motivo para a reclamação de Cardoso. Hoje em dia, a polícia federal prende os corruptos e os amigos de FHC mandam soltá-los. No tempo em que o tucano era o presidente, a Justiça não tinha o trabalho de mandar soltar ninguém pelo singelo motivo de que a polícia não prendia corrupto algum... A seguir, a matéria da Folha Online: STF autoriza saída de Zuleido Veras e quatro funcionários da Gautama da prisão O ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal) concedeu habeas corpus na noite desta terça-feira que autoriza a saída da prisão do empresário Zuleido Veras, dono da construtora Gautama, acusado de cor

Recordar é viver...

Os tucanos ficaram muito bravos durante a campanha eleitoral porque o presidente Lula afirmou que o então candidato Geraldo Alckmin iria privatizar as poucas empresas que Fernando Henrique não teve tempo de vender ao longo de seus 8 anos de mandato. Pois não é que o governo tucano de José Serra em São Paulo decidiu privatizar mais quatro rodovias estaduais, entre as quais a Ayrton Senna e Carvalho Pinto, que ligam a capital paulista ao Vale do Paraíba? Lula, portanto, estava coberto de razão: o PSDB adora vender, arrendar, fazer qualquer negócio com os bens públicos e depois dizer que os petistas fazem "terrorismo eleitoral"...

Senador não gostou da gravata da Gautama

Está hilária a nota da Folha Online, reproduzida abaixo, sobre o discurso em que o senador Almeida Lima (PMDB-SE) "negou" ter recebido mimos da empreiteira Gautama. Na verdade, ele não negou coisa alguma, apenas disse ter mandado devolver a "porcaria da gravata" que o staff do empreiteiro Zuleido Veras mandou para ele. Pelo que está no texto, quem quiser presentear o senador sergipano terá que desembolsar e mandar trazer lá da Quinta Avenida, NYC. Almeida Lima só gosta de coisa fina... Aos gritos, senador nega ter recebido presentes da Gautama RENATA GIRALDI da Folha Online, em Brasília O senador Almeida Lima (PMDB-SE) subiu nesta terça-feira à tribuna do Senado para negar de forma enfática que tenha recebido "mimos ou presentes" da empresa Gautama, acusada pela Polícia Federal de fraudar licitações do governo federal. De posse da lista, publicada hoje pela Folha, de parlamentares e autoridades que teriam recebido presentes da empreiteira, Lima disse que

Alberto Dines: Veja ajuda a servir a pizza

Um excelente artigo sobre o caso Renan Calheiros, do ponto de vista da análise da cobertura da imprensa, está no Observatório da Imprensa (e reproduzido abaixo). A tese de Dines é interessante e, embora um pouco diferente do que já foi escrito aqui, parece fazer sentido. O que resta saber é quem está por trás da fonte de Veja , identificada pelo diretor do OI . Este blog duvida que Mônica Veloso e seu advogado estejam sozinhos em uma jogada que pode acabar derrubando o presidente do Senado. VEJA & RENAN CALHEIROS Denúncia apressada pode abafar Operação Navalha Por Alberto Dines em 29/5/2007 Veja tinha pressa: precisava mostrar que não foi ultrapassada na Operação Navalha. Sentia-se na obrigação, sobretudo, de mostrar que tem futuro este tipo de jornalismo semanal da qual se tornou expoente no Brasil. Ou mais futuro do que o do jornalismo diário. Nessas maratonas, quem perde sempre é o maratonista . A decisão de antecipar de sábado (26) para sexta (25/5) a data de saída da edição

Onde passa boi, passa boiada...

O ditado acima cabe bem em situações como a vivida hoje pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Quando um figurão é atingido por uma denúncia na imprensa, em geral os veículos concorrentes imediatamente tentam levantar "a ficha" do denunciado e quase sempre conseguem informações adicionais, ainda que diferentes da acusação original. É o que vem acontecendo nesses últimos dias: os jornais O Globo e Folha de São Paulo estão empenhados em levantar novas denúncias sobre Renan, talvez até para não passarem a imagem de complacentes com o poderoso presidente do Senado. Via de regra, as novas denúncias provocam a necessidade de novos esclarecimentos e desgastam ainda mais a imagem do denunciado. Isto também está acontecendo com Calheiros. Nesta terça-feira, está na Folha a informação de que a voz de Renan aparece nas gravações da Polícia Federal obtidas na investigação da Operação Navalha. Não é pouca coisa. O senador teve que voltar a falar do assunto e disse que

Foi Serra quem detonou Renan?

Tem tucano maldoso - "alquimista", provavelmente – dizendo que o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), está por trás das denúncias contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). É que o caso de Renan, que tem todos os componentes de uma boa telenovela, já deixou em segundo plano o principal foco de desgaste do governo Serra – a ocupação da reitoria da Universidade de São Paulo (USP) pelos estudantes. Quem conhece Serra de perto acha graça na piada, porque tal estratégia combina com o maquiavelismo do governador. Pelo que este blog apurou, porém, no que diz respeito aos ataques contra Renan Calheiros, Serra está inocente. Já os problemas do governador na USP, como os de Renan no Senado, estão bem longe de uma solução. Não vai ser uma semana fácil para a dupla em questão.

Situação de Calheiros ainda é complicada

A defesa do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), apresentada hoje no plenário do Senado, pode dar sobrevida política ao presidente da Casa, mas certamente não encerra o episódio. Agora é a vez da revista Veja apresentar o seu contra-ataque, cujo teor pode ser adivinhado pelo comentário abaixo, do blogueiro Reinaldo Azevedo, colunista da revista. Muitos jornalistas já têm claro que a fonte de Veja é a colega Mônica Veloso, mãe da filha de Renan, mas ainda não está claro quem ou o que está por trás da denúncia. Calheiros é um senador que se dá muito bem com praticamente todas as forças políticas do Congresso e desconfia que Mônica foi instrumentalizada, digamos assim, para derrubá-lo do poderoso cargo que ocupa. Muita água ainda vai rolar debaixo da ponte e a próxima edição de Veja promete ser tão quente quanto a desta semana. A seguir, o comentário de Azevedo: O dramalhão do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) foi milimetricamente calculado. O que ele fez? Se notaram bem, experiente que

Cardoso prefere não comentar caso de Renan

Em cada de enforcado, não se fala em corda. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso preferiu não fazer comentários sobre as denúncias envolvendo o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). FHC está em Brasília participando de uma reunião de seu partido. A quem interessar possa, já está disponível a íntegra do discurso de Renan Calheiros.

Renan se diz vítima de ataque à privacidade

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMD-AL) já apresentou a sua defesa, no plenário da Casa, para as denúncias publicadas na revista Veja sobre o pagamento por um lobista da Mendes Jr. da pensão de uma filha que ele teve fora do casamento. Calheiros baseou sua defesa na desqualificação da denúncia da revista, que ele disse ser um ataque à sua privacidade e honra. Renan avançou pouco em relação ao que havia apresentado na sexta-feira, mas reconheceu a essência do que saiu em Veja , a saber: que tem uma filha com a jornalista Mônica Veloso; e que pagou a pensão e o aluguel do apartamento da mãe de sua filha por intermédio do lobista Claudio Gontijo, da Mendes Jr. Agora, importa saber a repercussão da fala de Calheiros. Se os senadores julgarem que o que ocorreu foi de fato apenas a intermediação, por um amigo do senador alagoano, do pagamento de recursos para evitar um escândalo familiar, Renan tem alguma chance de escapar. Se esta versão não for bem assimilada, haverá abertura

Serra vai ceder para desocupar a USP?

A semana política também promete em São Paulo, onde os estudantes, professores e funcionários da mais prestigiada universidade brasileira estão em greve e a reitoria da instituição, ocupada pelos alunos. O governador José Serra (PSDB) parece ter se dado conta da besteira que fez ao tentar controlar o Orçamento das universidades estaduais, ferindo a autonomia conquistada na gestão do ex-govenador Orestes Quércia (PMDB), em meados dos anos 80. A cada declaração que dá, Serra emite sinais de que se arrependeu da aventura. O fato de ter colocado o secretário Luiz Antonio Marrey, da Justiça, para negociar com os estudantes é mais uma sinalização de que o governo está se penitenciando pelo erro. O secretário José Aristodemo Pinotti (DEM), do Ensino Superior, está afastado das negociações, o que para bom entendedor significa que Serra realmente quer dialogar com os estudantes. O problema todo, porém, é que o governador é teimoso e não parece disposto a simplesmente revogar os dois polêmicos

Renan deixará a presidência do Senado?

O assunto da semana tem nome e sobrenome: Renan Calheiros. Provavelmente nesta segunda-feira, o presidente do Senado fará um pronunciamento para esclarecer as denúncias da revista Veja . A nota oficial que soltou na sexta-feira não foi suficiente para convencer seus pares, que pedem explicações adicionais sobre a relação de Renan com o lobista da Mendes Jr. O que todos os parlamentares e analistas se perguntam no momento é se Calheiros tem alguma carta na manga para desmoralizar a revista e sair desta incólume. É difícil, mas não impossível, em se tratando de Veja . O problema de Calheiros, porém, é mais complicado do que provar que não houve ilícito – isto é suficiente para preservar o mandato. Renan precisa manter a estatura política de presidente do Senado, e o reconhecimento de uma "profunda amizade" com o lobista pode ser suficiente para que os senadores levem o caso para a Comissão de Ética, praticamente impondo, desta maneira, o seu afastamento da presidência do Se

Navalha, Renan e a nova crise política

O artigo abaixo é a reflexão semanal que o autor destas Entrelinhas publica no Correio da Cidadania . A Operação Navalha e as denúncias da revista Veja de que Renan Calheiros (PMDB-AL), o presidente do Senado Federal, usava um empreiteiro-lobista (ou vice versa) para pagar a pensão de uma filha que teve fora do casamento e o aluguel da mãe da menina, tudo pela bagatela de R$ 16,5 mil, são fatos que revelam o grau de imprevisibilidade da política brasileira. O jogo aqui é tão dinâmico que derruba até a vidente mais certeira, o pai de santo mais escaldado, o astrólogo mais inspirado. Uma semana antes da Operação Navalha começar, ninguém falava em outra coisa: a bola da vez era a economia, tamanho o marasmo na política. Os analistas iam juntando em um único balaio a queda no risco-país para níveis nunca antes alcançados, a desvalorização do dólar norte-americano e a excelente performance da bolsa de valores de São Paulo, que vinha batendo recordes a cada dia. Com uma pitada social – e

Veja podia ter lembrado o caso de FHC

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), pode mesmo ter muita culpa no cartório e ainda precisa se explicar melhor, se quiser continuar no cargo que ocupa. É fato. Também é fato, porém, que a principal "denúncia" da revista Veja – a de que Calheiros utilizava o favor de um terceiro (no caso, a empreiteira Mendes Jr.), para pagar a pensão da filha que teve fora do casamento – é exatamente o mesmo caso do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que também teve um filho fora do casamento, com a jornalista Míriam Dutra, da TV Globo. Míriam criou o filho de FH na Espanha e, pelo menos no período em que Cardoso presidiu o país, matérias para os telejornais da emissora ela não as produziu. Este blog só não sabe se Cardoso já reconheceu legalmente o menino, coisa que Renan pelo menos teve a hombridade de fazer com sua filha. Enfim, se o jornalismo é marrom, Veja podia pelo menos ajudar os brasileiros a entender o tipo de vida que levam os seus digníssimos representantes

Renan nega denúncias e critica revista Veja

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), desmentiu, na nota oficial abaixo, as denúncias apresentadas pela revista Veja . A nota de Calheiros não explica coisa alguma, simplesmente refuta todas as acusações. Neste momento, fica a palavra de Renan contra a matéria de Veja . O presidente do Senado pode até ter alguma culpa no cartório, mas a verdade é que ele tem a seu lado desde já um atenuante: a acusação saiu em Veja , uma revista que cada vez mais se especializa no ramo do chamado jornalismo marrom. Há algumas semanas, a mesma revista deu uma notinha sobre a filha que o senador tem fora do casamento. Nos bastidores brasilienses, há quem garanta que Veja pagou bastante bem à mãe da criança pela informação. Outros dizem que Monica Veloso teve 1,5 milhão de motivos para ficar alegre com a notinha da revista... A seguir, a nota oficial de Calheiros: "Considerando as matérias jornalísticas veiculadas nas últimas horas conferindo maliciosamente outra dimensão às minhas re

Veja avisa: sai daí, Renan, sai rapidinho...

Se metade do que está publicado na revista Veja desta semana (e reproduzido abaixo) for verdade, o Brasil terá em breve um novo presidente do Senado. Ou Renan Calheiros (PMDB-AL) convoca uma coletiva e explica as denúncias sem titubear, ou será obrigado a deixar a presidência do Senado, com risco de perder também o mandato. A seguir, a matéria de Veja , que já está nas bancas. O senador e o lobista Renan Calheiros terá de explicar por que diretor de construtora pagava suas contas Desde que a Operação Navalha foi deflagrada, o senador Renan Calheiros, do PMDB de Alagoas, tem sido instado a explicar suas relações com o empreiteiro Zuleido Veras, dono da Gautama. O senador tem dito que são apenas conhecidos, mas são mais do que isso. Em 1990, o empreiteiro bancou sorrateiramente a campanha do senador ao governo de Alagoas e, embora tenha terminado em derrota, a eleição serviu como marco de uma amizade sólida. Sólida mesmo, a ponto de o empreiteiro freqüentar a residência oficial do presi

"Estado policialesco" é a conversa do dia

Estão muito lindos, no início desta fria noite de quinta-feira (em São Paulo, gelada), os discuros dos senadores em prol da democracia e contra os "excessos" da Polícia Federal. Arthur Virgílio (PSDB-AM) foi um dos mais contundentes defensores da necessidade da Polícia Federal "republicana" (certamente em contraposição à que está aí, que investiga e prende corruptos). Jarbas Vasconcellos (PMDB-PE) foi outro que se posicionou de maneira firme contra os tais excessos da PF. Trocando em miúdos, a conversa do dia em Brasília lembra o velho ditado, politicamente incorreto: "quem tem cú tem medo". Os excelentíssimos estão com as orelhas ardendo porque já ouviram muita coisa a respeito da tal lista de mimos do empreiteiro Zuleido Veras a pelo menos um quinto do parlamento. Está nascendo um segundo caso Sanguessuga, pelo menos pelo número de envolvidos. No fundo, enquanto os senadores querem coibir os excessos da PF, o povão quer ver os federais mandando brasa, g

Manuela deve disputar a prefeitura
de Porto Alegre no ano que vem

A deputada federal Manuela Dávila (PCdoB) está se preparando para concorrer à prefeitura de Porto Alegre no ano que vem. A líder estudantil comunista poderá enfrentar nas urnas o atual prefeito José Fogaça (PPS) e, possivelmente, o ex-ministro Olívio Dutra (PT), os deputados Vieira da Cunha (PDT) e Beto Albuquerque (PSB). Há quem aposte também na candidatura de Luciana Genro (PSOL). Para quem acha que os gaúchos jamais elegeriam uma mulher para a prefeitura, é bom lembrar que o estado é governado pela paulista Yeda Crusius (PSDB)...

Radicais atrapalham CPI da Navalha

A performance de deputados federais do PSOL e do sempre verde Fernando Gabeira na tarde desta quinta-feira pode ter dado ao Planalto uma boa justificativa para pressionar a base aliada a retirar as assinaturas ao requerimento de instalação da CPI da Navalha. O fato é que a coleta de assinaturas vinha sendo feita pelos deputados Augusto Carvalho (PPS-DF) e Júlio Delgado (PSB-MG) e já contava com o número necessário de senadores (27) e mais de uma centena de deputados (são necessários 171 nomes). Tudo levava a crer que a CPI seria fato consumado em poucos dias, mas a atuação desastrada e provocadora dos radicais pode atrapalhar a vida de Carvalho e Delgado, que já manifestaram irritação com o "teatro" dos parlamentares do PSOL e PV. O presidente Lula é mesmo um homem de sorte: quando sua turma escorrega, a oposição corre para ajudar a salvar a sua pele...

Jornalismo Político no Comunique-se

O autor destas Entrelinhas vai ministrar, nos dias 23 e 24 de junho, o curso de Jornalismo Político promovido pelo portal Comunique-se. Destinado a estudantes e jornalistas recém-formados, o curso tem como objetivo proporcionar indicativos práticos e éticos que permitam ao aluno transitar com segurança na cobertura política. A idéia do curso é desenvolver as técnicas da prática da cobertura política, avaliar os tipos de fontes e as dificuldades mais comuns na interpretação de documentos oficiais, pesquisas de opinião, documentos partidários e programas de governo. Também está no escopo do curso fornecer uma base histórica da cobertura política da imprensa brasileira da metade do século passado até hoje, com exercícios práticos e um estudo de caso da cobertura das eleições de 2006. Mais informações sobre carga horária, local das aulas e inscrição podem ser obtidas clicando aqui .

Faltam 5 dólares para o mínimo de US$ 200

Está muito interessante a reportagem reproduzida abaixo, do site Terra Magazine . Muita gente vai dizer que o salário mínimo vai atingir os duzentos dólares "apesar" do presidente Lula, e não "por causa" dele, mas as coisas não são bem assim. O governo federal realmente implantou uma política de recuperação do valor do mínimo, que melhorou o poder de compra dos brasileiros ao longo do primeiro mandato. Claro que o valor em dólar só melhorou tanto por causa da desvalorização da moeda norte-americana em relação ao real, mas o fato é que a situação do trabalhador que recebe um salário mínimo está bem menos desconfortável do que no tempo de Fernando Henrique Cardoso. É mais um número que ajuda a explicar a popularidade de Lula. Salário mínimo se aproxima da marca de US$ 200 Daniel Bramatti Houve um tempo em que sindicatos faziam campanhas nacionais em defesa do salário mínimo de US$ 100. Candidatos a presidente eram acusados de populismo ao se comprometer com essa meta.

Povo que come aprova o seu presidente

A matéria abaixo, da Agência Estado, mostra mais uma estatística que ajuda a entender a popularidade alta do presidente Lula: supermercado com vendas em alta é sinônimo de mais comida na barriga da população. Como qualquer estudante de primeiro ano de Economia sabe, a propensão para consumir dos mais pobres é muito maior do que a dos mais ricos. Quando supermercados vendem mais, não é porque aumentou o consumo dos mais ricos, mas dos mais pobres – a grande massa que dá suporte ao governo petista. É simples assim... Vendas nos supermercados crescem 4,36% em abril No acumulado do ano, o faturamento do setor registra um avanço de 6,55% Lorena Vieira SÃO PAULO - As vendas reais do setor de supermercados tiveram crescimento de 4,36% no mês de abril, na comparação com o mesmo mês de 2006. Em relação a março, porém, houve queda de 0,41%. No acumulado do ano, o faturamento do setor registra um avanço de 6,55% na comparação com os quatro primeiros meses do ano passado. De acordo com a Associaçã

PM vai desocupar a reitoria hoje?

Nova decisão judicial da manhã de hoje impõe a desocupação da reitoria da Universidade de São Paulo. Os estudantes, porém, não arredam pé e já preparam flores de papel para recepcionar a tropa de choque da Polícia Militar. Não é certo, porém, que a PM realize a operação de desocupação hoje – ainda há negociações em curso para que haja uma desocupação voluntária, sem a intervenção policial. Qualquer que seja o desenlace deste episódio, o governador José Serra (PSDB) vai pagar um preço alto pela inabilidade de lidar com a universidade. Na melhor das hipóteses – a da desocupação voluntária da reitoria –, Serra ficará marcado como o primeiro governador pós-regime militar em que houve um movimento estudantil que resultou na ocupação da USP; e na pior hipótese, se houver violência da polícia, vai pagar pela imagem da truculência.

Polícia de Serra impede professores de
entrar na Assembléia Legislativa de SP

A matéria abaixo, do site G1 (de onde foram retiradas as imagens ao lado) mostra o tamanho da confusão que se instalou nesta quarta-feira na Assembléia Legislativa de São Paulo. O governador José Serra (PSDB) realmente não vive um bom momento: a ocupação da Universidade de São Paulo continua e sua polícia dá mostras de não ser das mais democráticas ao impedir que os professores entrem na Assembléia Legislativa para assistir a votação da polêmica reforma previdenciária que o governo tucano quer aprovar a toque de caixa, sem qualquer debate com a sociedade civil. Amanhã, as imagens da truculência estarão nos jornais. Agora só falta um novo Edson Luís – o estudante morto pela repressão no restaurante Calabouço, em 1968 – surgir na USP para sepultar qualquer pretensão política de José Serra para o futuro. E ele sabe disto. Deputados suspendem votação na Assembléia após confronto Silvia Ribeiro Do G1, em São Paulo Deputados da Assembléia Legislativa de São Paulo suspenderam a votação do

Clodovil é pré-candidato a prefeito de SP

O deputado federal Clodovil Hernandes (PTC-SP) poderá concorrer à prefeitura de São Paulo em 2008. A informação é do presidente estadual do PTC paulista, Ciro Moura, para quem a candidatura de Clodovil é competitiva e pode complicar a vida dos favoritos Geraldo Alckmin (PSDB) e Marta Suplicy (PT).

Serra vs. USP: cresce a chance de dar chabu

Um bom texto sobre a ocupação da reitoria da Universidade de São Paulo foi escrito pelo jornalista Luiz Carlos Azenha no site Vi o Mundo e está reproduzido abaixo. A cada hora que passa, aumenta a chance da Polícia Militar iniciar uma operação de desocupação da reitoria. Se isto acontecer, José Serra (PSDB) vai entrar para a história como o único governador a autorizar, em período democrático, uma invasão na USP. Não é pouca coisa. Serra quer ser presidente do Brasil e precisa decidir se vai concorrer como herdeiro das forças que apoiaram o golpe de 1964 , como bem lembrou o professor Ricardo Musse, ou se preferirá vestir o figurino de candidato pelo menos de centro-direita, deixando a truculência de lado. No ano passado, Geraldo Alckmin apostou em uma retórica udenista para tentar bater Lula, mas não teve a coragem de se apresentar como autêntico representante da direita. Se Serra mandar invadir a USP, terá feito a opção que seu correligionário não bancou. A seguir, o texto de Azenha

O fim de Silas Rondeau e o
futuro da Operação Navalha

Silas Rondeau já foi dormir ex-ministro e se tornou assim a primeira vítima de porte do novo escândalo nacional, envolvendo a construtora do empresário Zuleido Veras. Na carta de demissão, o ex-ministro das Minas e Energia reafirmou sua inocência e escreveu que está deixando o governo para não prejudicar as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Do ponto de vista do presidente Lula, evidentemente este novo caso de corrupção não é exatamente algo que mereça ser comemorado. Porém, Lula já parece estar bastante escaldado e consegue, cada vez com mais rapidez, afastar os problemas criados por seus auxiliares para bem longe do foco da mídia, que é o que de fato importa em termos de eventual prejuízo político. Neste caso específico da Operação Navalha existe ainda um atenuante para o governo, que é o fato do esquema desbaratado pela Polícia Federal envolver gente graúda da oposição. Oposição esta, é bom lembrar, que já se mostrou bastante desconfortável e evita atirar a primei

Charge do dia

Do Agê para o Entrelinhas, saudando o governador paulista

Balança, mas não cai?

Circula a informação em Brasília de que Silas Rondeau dará uma entrevista coletiva na noite desta terça-feira, no ministério das Minas e Energia. Já tem gente interpretando que se Rondeau voltará ao ministério, é porque permanecerá no cargo. Não é bem assim: é perfeitamente possível que ele volte para dar a coletiva, especialmente se tiver pedido um afastamento do cargo enquanto durarem as investigações da Operação Navalha. Mesmo em caso de demissão, não seria uma quebra de protocolo a entrevista ocorrer na sede do ministério, uma vez que ele só deixa o cargo quando o presidente Lula comunicar que aceitou o pedido de demissão, o que pode inclusive ser dito por Rondeau, na tal coletiva. De toda maneira, em Brasília há rumores para todos os gostos. Neste momento, a maior parte dando conta da saída do ministro das Minas e Energia.

Silas Rondeau pede para sair

O ministro das Minas e Energia, Silas Rondeau, está no palácio do Planalto neste momento e, segundo informações de Brasília, deve entregar sua carta de demissão ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Vai tentar provar a sua inocência fora do governo para voltar depois, como fez Henrique Hargreaves no governo Itamar Franco.

Jorge Rodini: o Buda da corrupção

Em mais uma colaboração para o Entrelinhas, Jorge Rodini, diretor do instituto de pesquisas Engrácia Garcia, comenta a Operação Navalha e lamenta mais este escândalo de corrupção no Brasil. Leia a íntegra a seguir: O Brasil assiste, perplexo, a mais um show de horrores. Depois dos mandos e desmandos dos magistrados, agora a farra é patrocinada por governadores, ex-governadores, secretários estaduais, empresários lobistas e uma grande construtora (de pontes inacabadas e estradas virtuais). Sidarta Gautama é o Buda. O dono da construtora, ex-sócio da famigerada OAS, homenageou Buda nominando sua nova empresa. Já denominado de "Marcos Valério do Nordeste", este empresário povoou a região de estradas imaginárias, pontes de pó e obras fantasmas, pagando grandes propinas às personagens já mencionadas. Para o brasileiro comum, mais uma decepção. Para a ministra Dilma Rousseff, um indício de que as obras do PAC vão ser beneficiadas pelo exemplo de que o "crime não compensa"

Navalha 1 e 2 e o pânico em Brasília

A Operação Navalha conseguiu juntar em um único escândalo de corrupção todos os partidos relevantes do País. Não é à toa que as lideranças do DEM e PSDB estão contra a CPI – há peixes graúdos das duas agremiações envolvidos nas fraudes da Construtora Gautama. Se houver mesmo a tal Operação Navalha 2, para investigar as relações de políticos com outra empreiteira, é bastante provável que o escândalo também seja pluripartidário. Pouca gente está dando muita bola para o assunto, mas a questão central das fraudes envolvendo empreiteiras e obras do poder Executivo, em qualquer esfera – federal, estadual ou municipal –, é a forma de execução do Orçamento, que permite tantas falcatruas. O Brasil já teve os anões do Orçamento, CPI sobre o tema, mas a legislação não mudou. Está mais do que na hora de repensar o atual modelo e criar mecanismos de controle mais rígidos para a execução orçamentária. Talvez a idéia de Orçamento impositivo, devidamente aprimorada, seja uma solução.

Roma locuta, causa finita

A matéria abaixo, na versão da Folha Online , sepulta qualquer chance de Silas Rondeau permanecer ministro das Minas e Energia. O clima está ruim, pois nem mesmo o ex-presidente José Sarney, que foi quem indicou ao presidente Lula o atual titular da pasta (pelo menos até o horário de publicação deste post, naturalmente) para o cargo, defende que ele continue... Neste caso, a palavra de Sarney é importante não apenas porque ele foi o avalista da nomeação de Rondeau, mas também pelo que revela sobre a correlação de forças no PMDB – Sarney e Renan estão perdendo espaço, nitidamente, e ensaiam um recuo tático. Ao que parece, portanto, a Operação Navalha vai fazer rolar cabeças um pouco mais graúdas. E o jogo está só começando, a espera sobretudo do que vai contar Zuleido Veras, o protagonista do escândalo da hora. Se é que ele vai contar alguma coisa... José Sarney defende a saída do ministro Silas Rondeau do governo GABRIELA GUERREIRO da Folha Online, em Brasília O senador José Sarney