Pouca gente comentou a divisão dos partidos de oposição na eleição que consagrou Fernando Collor na presidência da Comissão de Infraestrutura do Senado. Os três tucanos presentes votaram na petista Ideli Salvatti, mas um dos integrantes do partido na comissão, Marconi Perillo, se ausentou, abrindo uma vaga para Antonio Carlos Magalhães Júnior, do DEM da Bahia. Os Democratas fecharam com Collor - todos os seis senadores do partido que fazem parte do colegiado votaram em Collor de Mello. Não é a primeira vez que o DEM age de forma diferente do PSDB - na eleição para a presidência do Senado, o partido foi de Sarney e os tucanos, de Tião Viana (PT-AC).
O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda
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