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Mostrando postagens de março, 2008

Ombusman: um dossiê e muitas incertezas

Uma boa reflexão sobre o tal "dossiê" com gastos com cartões corporativos do tempo, de tão triste memória, em que FHC e dona Ruth moravam no Alvorada está hoje na crítica interna do Ombudsman da Folha de S. Paulo , o sempre excelente Mário Magalhães. Vale a pena ler até o fim o trecho reproduzido abaixo, em que ele comenta a cobertura do seu jornal sobre o assunto . Um dossiê (ou relatório ou "fragmentos da base de dados", como prefere a Casa Civil) sobre gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, sua mulher, Ruth, e antigos ministros foi produzido no Palácio do Planalto e vazado de forma ilegal. Tão escancaradamente ilegal que foi constituída pelo governo uma "comissão de sindicância para apurar o episódio". Oficialmente, busca-se culpado(s). A origem das informações, processadas na Casa Civil, é inequívoca, reconhecida inclusive pelo governo. A essa altura, mais ninguém questiona a autenticidade das informações sobre gastos contidas nas 13 pági

Wagner Iglecias: Marta contra a rapa

Em mais uma colaboração para o blog, o professor Wagner Iglecias escreve sobre o cenário pré-eleitoral em São Paulo. A íntegra do artigo segue abaixo: Houve um tempo, não faz tantos anos assim, em que a cidade de São Paulo tinha terrenos baldios. Era a época em que os automóveis não tinham monopolizado o espaço, os meninos jogavam futebol na rua e as ruas não eram lugar associado ao perigo. Quando aparecia na rua da gente algum garoto muito bom de bola em geral ele se gabava em cima da molecada com uma frase do tipo “o time sou eu e fulano contra a rapa”. Ou seja, contra os outros meninos, não tão habilidosos assim com a bola nos pés. A pesquisa Datafolha publicada neste domingo vai mais ou menos neste sentido. Marta Suplicy, do PT, do “relaxa e goza” mas também das altas taxas de aprovação popular a sua gestão na prefeitura, está em ascensão junto ao eleitorado e aparece pela primeira vez liderando a corrida pelo Palácio do Anhangabaú. Passou Geraldo Alckmin, ainda que dentro da marg

Enquete nova no ar

Já está no ar a nova enquete do DataEntrelinhas , com o tema mais palpitante do momento: o futuro da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Na pesquisa anterior, o resultado mostrou que os leitores do blog concordam com a tese de que em Minas Gerais, os caciques se acertam antes e chamam o povo depois para homologar o combinado. E já que o assunto é pesquisa, este blog continua apelando para que o público dê aquela forcinha para que o Entrelinhas ultrapasse o blog do Noblat e o dos Democratas no concurso do iBest. Para votar, basta clicar aqui .

Lula nas alturas e a encrenca de Dilma

O que vai abaixo é o artigo da semana para o Correio da Cidadania , em primeira mão para os leitores do blog. Mais uma pesquisa sobre a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi divulgada na semana passada, mostrando aumento na aprovação ao modo de Lula governar (65% em dezembro para 73%) e na avaliação positiva do governo (51% para 58%). São números que falam por si e Lula só não pode dizer que "nunca antes neste país" houve um presidente tão popular porque ele próprio conseguiu, em janeiro de 2003, 75% de aprovação. A explicação para tamanha aprovação é tão óbvia que os jornais nem mais publicam as matérias com cientistas políticos, porque eles nada têm a acrescentar: sim, é a economia, e não poderia mesmo ser outra coisa. Na semana passada, alguns dos dados divulgados estão na raiz da explicação: o emprego formal só faz crescer (ainda que o desemprego tenha subido, o que não é contraditório, porque o desemprego sempre cresce no início do ano e a variação ob

A arrogância de um e a petulância do outro

Em mais uma colaboração para o blog, o professor Wagner Iglecias mata três coelhos com uma cajadada só e analisa no texto a seguir a pesquisa CNI/Ibope e as recentes declarações do presidente Lula e do ex-presidente FHC. No mesmo dia em que foi divulgada a pesquisa CNI/Ibope, mostrando que estão nas alturas os índices de aprovação a Lula e a seu governo, o presidente-operário nos presenteou com mais uma declaração no mínimo polêmica. Daquelas pra entrar para a sua já vasta coleção. A de que teria dito a George Bush que "resolvesse a sua crise", conselho arrematado com um mais do que intimo "meu filho". "Resolve a tua crise, meu filho". Tudo bem que Lula é mestre, dos mais brilhantes que este país já viu, na arte da retórica. Mas daí a mandar uma dessas pra cima do homem mais poderoso do planeta já é um pouco demais. A crise norte-americana é das mais complexas, vem sendo prevista há anos por economistas e cientistas sociais de esquerda, dada a vertiginosa

Paranóia paulistana 2

O leitor do Entrelinhas pode até não se informar sobre tudo neste blog, mas de algumas coisas fica sabendo antes por aqui, aliás bem antes: em 19 de março foi publicada a nota abaixo: Paranóia paulistana - O "talking of the town" tucano-democrata (essa gente que apóia a dupla Serra-Kassab é chique e cosmopolita, não diz "conversa do momento", mas "talking of the town") é o trânsito na cidade de São Paulo. Para os amigos do governador que também são amigos do prefeito, está ocorrendo sabotagem petista no trânsito paulistano. "Quatro ou cinco carros em locais estratégicos podem parar a cidade", tem dito a quem quiser ouvir um poderoso secretário municipal. Pelo visto a paranóia do chefão Serra é contagiosa. Se o PT tem alguma culpa no cartório, é pelo sucesso do governo Lula em promover o desenvolvimento econômico no país, que está de fato colocando mais carros nas ruas todos os dias: nos tempos em que o excelso Fernando Henrique governou Pindora

Popularidade de Lula: se melhorar, piora

Foi divulgado hoje o resultado de mais uma pesquisa CNI/Ibope sobre a popularidade do governo federal e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O resultado, conforme este blog previa, foi de aumento vigoroso na aprovação ao governo e ao presidente Lula: no primeiro caso, a avaliação positiva (ótimo e bom) saltou de 51% em dezembro de 2007 para 58% e hoje apenas 11% dos entrevistados avaliam o governo como ruim ou péssimo; no segundo, que chama ainda mais atenção, o Ibope aferiu que a aprovação ao modo do presidente governar saltou de 65% para 73%. A taxa de desaprovação foi de apenas 22%. Isto significa, em termos práticos, que Lula supera em mais de 10 pontos percentuais a consagradora votação que recebeu nas urnas em 2006. No meio do segundo mandato, quando o natural seria haver algum desgaste, o resultado é mesmo espantoso. É improvável que Lula consiga crescer além deste patamar – sua melhor performance, em março de 2003, logo após a posse, foi de 75% –, mas a verdade é que se a

12 milhões melhoraram de vida em 2007

A matéria abaixo, da Folha Online, é um retrato do que vai pela economia brasileira hoje. Enquanto este movimento estiver em curso, é realmente muito difícil que a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva caia. Amanhã, o Ibope divulga mais uma rodada da pesquisa que mede a aprovação do presidente e de seu governo. Este blog não consulta videntes, mas aposta no mínimo na estabilidade dos índices anteriores. E não se surpreenderá se as taxas tiverem subindo ainda mais. Quase 12 milhões de brasileiros deixam classes D/E em um ano KAREN CAMACHO, Editora-assistente de Dinheiro da Folha Online As classes mais baixas da população, D e E, deixaram de ser maioria no Brasil. Em 2007, segundo estudo da financeira Cetelem em parceria com a Ipsos, o número de brasileiros nas classes mais baixas era de 72,9 milhões, cerca de 39% da população. Isso significa que 11,9 milhões de brasileiros passaram para classes mais altas em um ano, já que, em 2006, eram 84,8 milhões de brasileiros na b

Geraldo, de novo, pode atropelar rivais

Que ninguém se engane com a cara de bom moço do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB). Ele sabe fazer contas e já entendeu que a eleição de 2008 é a melhor chance para tentar chegar à presidência da República em 2010. Sim, tucano nenhum fala no assunto, mas se Alckmin vencer a eleição para a prefeitura – hipótese hoje bastante provável –, por que razão ele iria esperar o longínquo ano de 2020 para tentar se tornar presidente do Brasil? A conta é simples: Alckmin e a torcida do flamengo já perceberam que a eleição de 2010 é uma oportunidade de ocasião porque o presidente Lula estará fora da disputa, o que faz toda a diferença. Em 2015 – todo mundo no meio político já dá como favas contadas o fim da reeleição e o mandato de 5 anos para cargos executivos – Lula estará de novo na parada, possivelmente como candidato de oposição, mas sempre a favor do Brasil. Claro que é difícil fazer previsões em um prazo tão longo, mas é pouco provável que a estupenda popularidade do presidente caia tanto

Uma boa jogada de FHC

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso pode ser muita coisa, mas burro, definitivamente, não é. O anúncio de que permitiria a abertura do sigilo de seus gastos com cartões corporativos é uma evidente jogada para a torcida, uma vez que ele sabe que isto não vai acontecer, mas não deixa de ser uma jogada inteligente, pois deixa o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em situação de constrangimento, uma vez que Cardoso "recomendou" ao seu sucessor que também ele abrisse mão dos sigilos. A questão dos gastos dos presidentes é pura picuinha e em nada acrescenta para o debate público no Brasil, sobre as questões que de fato interessam ao povo. O problema é que qualquer que seja o montante gasto, será sempre muito mais do que o cidadão comum poderia dispender, pelo simples fato que o cargo de presidente da República não é "comum". Que Lula e Fernando Henrique tenham usufruido das facilidades que o cargo possibilita é perfeitamente legal e compreensível, pouca diferença f

Privatização de Serra fracassa

O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), bem que tentou, mas a sua própria ganância acabou impedindo que a Cesp (Companhia Energética de São Paulo) acabou cancelado por falta de interessados. O tucano agora tenta tirar uma casquinha dizendo que não venderia a Cesp "na bacia das almas", mas a verdade é que ele deve estar bem irritado e à procura de outra forma de arrumar uns trocados para a campanha eleitoral de 2010. É dura a vida de um presidenciável... Abaixo, a íntegra da matéria do portal G1, da Globo, sobre o cancelamento do leilão: Sem interessados, leilão da Cesp é cancelado Nenhum dos participantes inscritos respeitou o prazo para depósito de garantias financeiras. Empresas inscritas eram CPFL, Neo Energia, EDP Energia do Brasil, Tractebel e Alcoa. O leilão da Companhia Energética de São Paulo (Cesp), que aconteceria nesta quarta-feira (26), na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), foi cancelado. Nenhum dos participantes inscritos respeitou o prazo para

EUA, sexo e política, por Alberto Dines

O editor chefe do Observatório da Imprensa está inspirado nesta semana. O artigo abaixo, publicado no OI , é uma pérola bastante divertida, mas que traz também um lado sério, pois revela quanta besteira é capaz de produzir uma cabeça colonizada (ou várias delas, a bem da verdade, pois o desastre não é culpa exclusiva do repórter). Vale a pena ler na íntegra: SEXO E HISTÓRIA O New Journalism precisa de Viagra "Gay Talese está resfriado." O lead da "Entrevista da 2ª", na Folha de S.Paulo (24/3, pág. A-14), é digno de uma das melhores peças do jornalismo literário, do qual Talese foi um dos expoentes [ver aqui]. O resto é desastroso. O repórter-entrevistador fez o que pôde, o repórter-entrevistado estava com um resfriado cerebral, neurônios congestionados, prostração moral. Graças a isso, armou uma das doutrinas mais esdrúxulas, mais simplistas, mais amorais e mais cínicas produzidas por uma celebridade lítero-jornalística: nos EUA, os piores presidentes não tiveram a

Morre Sérgio de Souza, da Caros Amigos

O bom jornalismo brasileiro perdeu Sérgio de Souza, 73, na madrugada desta terça-feira. Editor da revista Caros Amigos e com uma folha de excelentes serviços prestados à democracia e ao país, ele será cremado nesta tarde em São Paulo. Leia abaixo a nota da Caros Amigos sobre o falecimento de Sérgio de Souza. Foi-se Sérgio de Souza, o nosso Serjão "Morreu em São Paulo aos 73 anos o jornalista Sérgio de Souza, o Serjão. Operado dia 10 de março de 2008 em razão de uma perfuração no duodeno, morreu em decorrência de complicações na madrugada de hoje, terça-feira, 25 de março, no Hospital Osvaldo Cruz. Sérgio deixa viúva a jornalista Lana Nowikow, com quem teve três de seus sete filhos. Nascido em 1934 no Bom Retiro, bairro tradicional no centro da capital paulista, Serjão era um autodidata. Não chegou ao curso “superior”, mas fez-se na rua e nas redações “doutor” em jornalismo. Bancário, recém-casado, viu uma notícia na Folha de S. Paulo no fim da década de 1950, do tipo “você quer

Nova enquete no ar

Já está disponível na coluna ao lado a nova pesquisa do DataEntrelinhas , desta vez sobre a política mineira. Na enquete anterior, a vitória de Arthur Virgílio é de certa forma surpreendente. Talvez os leitores tenham votado no amazonense para candidato do PSDB à presidência da República em 2010 com o objetivo de facilitar a vida de Dilma Rousseff. De fato, Virgílio é a versão eleitoral daquele personagem do Casseta e Planeta que "não pegava ninguém", encarnado, salvo engano, pelo saudoso Bussunda: no caso, o bravo Arthurzinho não ganha de ninguém... Lula só teria a agradecer aos tucanos por tão inusitada indicação.

Sobre o "dossiê" de Veja

Vale a pena ler o comentário do sempre lúcido mestre Alberto Dines para o programa de rádio do Observatório da Imprensa : "Enquanto os estudiosos examinam com atenção o relatório sobre o Estado de Mídia dilvugado na semana passada, a nossa mídia continua oferecendo um espetáculo lamentável, lamentável e perverso. A Veja do último fim de semana acusa o governo de estar preparando um dossiê sobre os gastos da presidência da República no período 1998 a 2001, isto é, no fim do segundo mandato de FHC. Este dossiê, segundo o semanário, visa a intimidar a oposição na CPI dos Cartões Corporativos. Ora, se a revista acusa o governo de estar preparando uma chantagem, por que razão publicou dados sigilosos e aparentemente falsos, conforme declarou a ministra Dilma Rousseff? Na corrida sensacionalista, inverteram-se os papéis: ao divulgar os dados, Veja inocenta automaticamente o governo e converte-se, ela própria, em agente e beneficiária da chantagem." Não é mesmo preciso dizer mai

Adivinha de quem ele está falando?

Está bem interessante o artigo de Fernando de Barros e Silva publicado na Folha de São Paulo de hoje. Este blog não concorda com tudo que diz o editor de Brasil da FSP , mas recomenda vivamente a leitura do texto. A resposta à questão do título deste post é tão óbvia que a resposta estará no blog do dito cujo tão logo ele acorde. Aguardem. A direita e o lulismo SÃO PAULO - A chegada de Lula ao poder seguida da ruína moral do petismo serviu de trampolim para impulsionar uma nova direita no país. É um fenômeno de expressão midiática, mais do que propriamente político. Está disseminado em jornais, sites, blogs, na revista. E deve sua difusão aos falcões do colunismo que se orgulha de parecer assim, estupidamente reacionário. Mesmo que a autopropaganda seja enganosa e oculte que até ontem o conservador empedernido de hoje comia no prato da esquerda, que é só um "parvenu", um espertalhão adaptado aos tempos -ainda assim, temos aqui uma novidade. Essa direita emergente já formou

Volatilidade provoca vexame nos colunistas

Um dia a bolsa despenca, no outro fecha em forte alta. A volatilidade dos mercados financeiros é uma grande armadilha para os colunistas econômicos, especialmente os da mídia escrita. O risco é o sujeito escrever que vai tudo muito mal e o público estranhar, no dia seguinte, a leitura "pessimista" em meio a uma eventual euforia dos mercados. É preciso ter sangue frio e fazer a análise levando em conta fatores de curto, médio e longo prazo. Do contrário, a coluna será sempre desmentida pelos fatos do momento, seja ela otimista ou pessimista...

Paranóia paulistana

O "talking of the town" tucano-democrata (essa gente que apóia a dupla Serra-Kassab é chique e cosmopolita, não diz "conversa do momento", mas "talking of the town") é o trânsito na cidade de São Paulo. Para os amigos do governador que também são amigos do prefeito, está ocorrendo sabotagem petista no trânsito paulistano. "Quatro ou cinco carros em locais estratégicos podem parar a cidade", tem dito a quem quiser ouvir um poderoso secretário municipal. Pelo visto a paranóia do chefão Serra é contagiosa. Se o PT tem alguma culpa no cartório, é pelo sucesso do governo Lula em promover o desenvolvimento econômico no país, que está de fato colocando mais carros nas ruas todos os dias: nos tempos em que o excelso Fernando Henrique governou Pindorama, eram 100 caros a mais por dia; hoje são mil. Uma bela diferença.

Alckmin está perdendo tempo

Muita gente que conhece de perto a arte de disputar uma eleição adverte que o ex-governador Geraldo Alckmin está cometendo um erro enorme ao não formalizar logo a sua candidatura à prefeitura de São Paulo pelo PSDB. Favorito na disputa, ele está deixando a corda esticar para definir se de fato concorre e já abriu o flanco para os tucanos próximos ao governador José Serra bombardearem o seu pleito. Se Alckmin for esperto, cria logo um fato consumado e sai em campanha pela cidade. Evidentemente, os serristas não estarão ao seu lado, mas pelo menos não poderão, ao menos em público, criticar o candidato do próprio partido. Enquanto ele não for candidato, os serristas estarão apenas combatendo uma tese – a de que o ex-governador é a melhor opção para a eleição deste ano.

Mino deixa o iG em solidariedade a PHA

Está no blog do jornalista Mino Carta, ainda no ar: O último post Meu blog no iG acaba com este post. Solidarizo-me com Paulo Henrique Amorim por razões que transcendem a nossa amizade de 41 anos. O abrupto rompimento do contrato que ligava o jornalista ao portal ecoa situações inaceitáveis que tanto Paulo Henrique quanto eu conhecemos de sobejo, de sorte a lhes entender os motivos em um piscar de olhos. Não me permitirei conjecturas em relação ao poder mais alto que se alevanta e exige o afastamento. O leque das possibilidades não é, porém, muito amplo. Basta averiguar quais foram os alvos das críticas negativas de Paulo Henrique neste tempo de Conversa Afiada.

Os motivos do rompimento

Não, desta vez não foi pressão de José Serra (PSDB). É raro, mas no caso da "demissão" de Paulo Henrique Amorim do iG, Serra está inocente. Ao que este blog conseguiu apurar - e não foi muita coisa ainda - a motivação do rompimento do contrato foi a postura firme de Paulo Henrique contra a fusão da Brasil Telecom com a Oi (a tal "Broi" de que ele tanto fala). Como a Brasil Telecom é controladora do iG, a versão faz sentido. E, a ser verdadeira esta versão, a recisão é, do ponto de vista do iG, compreensível. O que não cola é a desculpa dada pelo provedor de que o site não tinha audiência e não atraia anunciantes. Amanhã, no novo site do jornalista, será possível saber com detalhes o que ocorreu. De qualquer maneira, de positivo resta o fato de que a internet continua sendo o mais democrático dos meios de comunicação: a temporada fora de Paulo Henrique Amorim fora do ar será curta, para a decepção dos blogs direitosos, em festa hoje com a decisão do iG.

iG rompe contrato com Paulo Henrique

O que vai abaixo está no blog do jornalista Ricardo Noblat. É um pequeno exemplo do que poderá acontecer em escala nacional no dia em que José Serra (PSDB) se tornar presidente do Brasil. Uma pena. IG dispensa Paulo Henrique Amorim O blog "Conversa Afiada", do jornalista Paulo Henrique Amorim, não será mais veiculado pelo portal do IG. A informação oficial é a seguinte: o IG vem há algum tempo revendo seus produtos. Como modelo de negócio, o blog de Paulo Henrique não atendeu às expectativas de audiência do portal. Nem atraiu anúncios suficientes. Como chegara a hora de renovar ou não o contrato com o jornalista, o IG preferiu não fazê-lo.

Mercados maníaco-depressivos

É bom ninguém se entusiasmar muito com a alta das bolsas de valores, aqui e lá fora, nesta terça-feira. É claro que o corte na taxa de juros básica dos Estados Unidos, de 0,75 ponto percentual, ajuda a animar o mercado e minimizar os riscos de uma catástrofe econômica no coração do império, mas a verdade é que ninguém sabe ainda o tamanho da encrenca e embora não seja o cenário mais provável, é perfeitamente possível que a crise de fato tenha proporções muito maiores do que é possível visualizar neste momento. No fundo, só é possível saber a dimensão de uma crise quando ela acaba. Qualquer palpite neste momento é mero chute.

PT e PMDB perto de fechar aliança em SP

Pode até ser que o acordo acabe não se concretizando, mas hoje, 17 de março, tudo caminha para uma aliança entre PT e PMDB na capital paulista, com Marta Suplicy na cabeça da chapa. Com esta coligação, a ex-prefeita será dona do maior tempo na televisão, praticamente o dobro do que Geraldo Alckmin (PSDB), supondo que os tucanos fechem mesmo uma aliança com o PTB.

Enquete nova no ar

A última pesquisa do DataEntrelinhas terminou com a vitória do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. À pergunta "como o governo brasileiro deve agir na crise entre Equador, Colômbia e Venezuela?", a maioria absoluta dos leitores (56%) optou pela terceira alternativa, a de mandar FHC como medidador do conflito, a fim de que ele tenha algo para fazer e pare de aporrinhar o presidente Lula. A nova enquete é sobre a candidatura tucana à presidência da República e já está disponível na coluna ao lado. Que vai ganhar a disputa interna, Aécio, Serra ou Virgílio, o homem que sai de expressivos 3% em seu próprio estado, o Amazonas? Você, leitor, vai decidir. Este blog adianta que prefere a candidatura do senador amazonense pelo singelo motivo de que a campanha ficaria bem mais animada. E que ninguém despreze as chances de Virgílio, afinal, se ele é o que tem a menor taxa de intenções de voto neste momento, é também o postulante com maior potencial de crescimento. Não foi com este

Não caiu bem

Os mercados financeiros já começaram a operar e, pelo andar da carruagem, as medidas anunciadas ontem pelo Fed não agradaram. Boa parte das bolsas de valores do planeta opera em forte baixa neste momento – o Ibovespa chegou a cair 4% e agora está em baixa de 2,3%, por exemplo. O banco central norte-americano está agindo rapidamente, mas parece que cada nova medida anunciada é ao mesmo tempo entendida como sinal de agravamento da crise. De qualquer forma, não é todo dia que o quinto maior banco de investimentos dos EUA é vendido a toque de caixa com o intuito de evitar sua falência. A vida de fato não anda nada fácil no coração do império. É bom o pessoal começar a ler Keynes de novo...

Mais um capítulo da crise americana

Esta segunda-feira, dia 17 de março, será uma data chave na crise que se abateu o mercado financeiro norte-americano. A depender da reação dos atores econômicos ao "pacote" anunciado na noite de domingo pelo Federal Reserve (o banco central dos EUA) e que inclui corte 0,25 ponto percentual na taxa de redesconto, além de mais uma ajuda de US$ 30 bilhões para ajudar a resgatar instituições financeiras em risco de quebrar, será possível saber se a crise vai se agravar ou se o Fed conseguiu acalmar um pouco os ânimos. É evidente que a crise é grave e suas consequências não vão simplesmente cessar de uma hora para outra, mas o fato é que o pessoal do Federal Reserve está trabalhando com afinco para evitar uma nova Crise de 29 ou algo semelhante. Muita gente já reparou, inclusive, que a ação do Fed e do governo americano de um modo geral está fugindo do script dos ideais do liberalismo econômico tradicional, tão arraigado na cultura americana. A rigor, na hora que a coisa aperto

PHA: boa definição de José Serra

Está divertida a notinha abaixo, do site Conversa Afiada . O jornalista Paulo Henrique Amorim sempre se refere ao governador José Serra como "presidente eleito" pelo fato de o tucano ser o preferido da grande imprensa, que, portanto, já o elegeu antecipadamente. EÇA: SERRA É O PACHECO Máximas e Mínimas 1023 . Um amigo leitor, que há anos acompanha a fulgurante carreira do presidente eleito José Serra, me recomendou uma leitura dominical. . "A Correspondência de Fradique Mendes", de Eça de Queiroz. Trata-se de carta ao Sr. E. Mollinet, diretor da Revista de Biografia e de História. Diz o Eça: "Meu caro Sr. Mollinet. – Encontrei ontem à noite, ao voltar de Fontainebleau, a carta em que o douto amigo ... me pergunta quem é este meu compatriota Pacheco (José Joaquim Alves Pacheco)... E deseja ainda o meu amigo saber que obras ou que fundações, ou que livros, ou que idéias, ou que acréscimo na civilização portuguesa deixou esse Pacheco ... Eu casualmente conheci o P

Jorge Rodini: o herói pactual

Em mais uma colaboração para o blog, o santista Jorge Rodini, diretor do instituto Engrácia Garcia de pesquisas, escreve sobre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua altíssima popularidade. A seguir, a íntegra do comentário: Lula, nosso presidente, desfila uma aprovação popular de fazer a rainha da Inglaterra ter inveja. Carismático, nordestino, retirante, metalúrgico, sindicalista e mentor do maior partido brasileiro, Lula demonstra, sem equação alguma, a simplicidade no fazer política. Soube, mesmo que solitário, fazer-se acompanhado de uma multidão. Lula é único. Reformas, para que? Se os ventos positivos do mundo asiático o favorecem, para que brincar com a sorte? Se o valor das commodities está na estratosfera e isto empurra as exportações brasileiras para níveis jamais imaginados, mérito de Lula. Ora, Lula fez pacto com todo mundo. Com a base aliada, com São Pedro, com os corinthianos, com a Dilma . Até com o PAC. E será que conversou com o Demo? Voltemos ao mérito de L

Aécio Neves amplia arco de apoios,
isola Serra e se reforça para 2010

O que vai abaixo é uma matéria do autor destas Entrelinhas para a edição de sexta-feira do DCI. Em primeira mão para os leitores do blog. As articulações políticas realizadas por Aécio Neves (PSDB) para se viabilizar como candidato à Presidência da República em 2010 não apenas têm sido eficientes para promover a posição do governador mineiro como estão colocando nas cordas o principal rival dele no ninho tucano, o também governador José Serra, de São Paulo. É o que pensa o professor de Ciência Política Carlos Melo, do Ibmec de São Paulo. E é também o que pensam, mas ainda não dizem publicamente, algumas importantes lideranças do PMDB, partido que já ofereceu guarida para a candidatura presidencial do neto de Tancredo Neves, caso Serra vença a guerra que começa a ser travada no PSDB. Na semana passada, o presidente do PMDB, deputado federal Michel Temer (SP), esteve reunido com Aécio para reafirmar a disposição do PMDB de ter o governador mineiro como candidato à sucessão do presidente

Copom: uma ata do outro mundo

O conservadorismo dos homens que comandam a política monetária do Brasil é mesmo impressionante. A ata da última reunião do Copom (Conselho de Política Monetária), colegiado do Banco Central responsável entre outras coisas por estabelecer a taxa de juros básica do país (Selic), foi divulgada na manhã desta quinta-feira com uma advertência surreal: se a inflação fugir da meta, a taxa de juros no Brasil poderá ser elevada. A hipótese da inflação fugir do controle é hoje remota, mas o simples fato do Copom cogitar um aumento na taxa de juros impressiona, porque o centro do debate macroeconômico atualmente gira muito mais em torno de medidas para evitar que o "derretimento" do dólar frente o real não prejudique as exportações brasileiras e a balança comercial. Ora, a melhor medida para evitar a valorização excessiva do real neste momento é justamente abaixar a taxa de juros , e não aumentá-la, uma vez que a tendência é uma nova redução nos juros norte-americanos na próxima semana

Davi contra Golias

O prêmio iBest continua aceitando votos e este blog está em vias de ultrapassar o megablogueiro Ricardo Noblat. Ajude o pequeno Davi a derrotar os vários Golias do concurso: clique aqui para votar no Entrelinhas . Com mais alguns votinhos, o blog supera também o dos Democratas, o que já seria uma vitória e tanto. Antecipadamente, agradecemos aos votos dos nossos fiéis leitores.

Ainda sobre o PIB: a análise da Indústria

O que vai abaixo é o texto divulgado pelo Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), espécie de think tank dos industriais brasileiros, sobre o crescimento do PIB brasileiro. Choramingos à parte, é uma boa análise. O crescimento de 5,4% do PIB brasileiro em 2007 deve ser comemorado como um índice significativamente superior à média dos quatro anos anteriores, 3,5%. O crescimento econômico do ano passado se acerca mais do que pode ser considerado como a taxa objetivo para um país com a força e a diversidade econômica que o Brasil dispõe. Essa taxa é de 7% ao ano. Na indústria deve ser destacada a grande reativação do setor que é o coração do complexo industrial, ou seja, a indústria de transformação. Seu dinamismo muito baixo em 2006 (+2%) cedeu lugar a um crescimento de 5,1%. Foi essa variação o fator individual mais destacado para que o PIB global do país transitasse da taxa de 3,8% em 2006, para o já observado crescimento de 5,4% no ano seguinte. Na proporção do

Oposição dodói decide votar o Orçamento

Apesar de muito magoados com o governo, os bravos oposicionistas decidiram não obstruir a votação do Orçamento de 2008 no Congresso Nacional. Ou seja, parece que a tal manobra que culminou na aprovação da MP da TV Pública não foi tão grave assim... Tucanos e democratas, porém, reafirmaram a virilidade e prometeram não votar mais nenhuma Medida Provisória. É ver para crer...

A oposição ficou dodói

Os senadores Arthur Virgílio (PSDB) e José Agripino Maia (DEM) prometem infernizar a vida do governo na votação do Orçamento, nesta tarde, um dia depois de terem fechado um acordo para aprovar a peça orçamentária de 2008. O motivo da reviravolta foi a manobra governista para aprovar, na madrugada desta quarta-feira, a MP que criou a TV Brasil. A oposição ficou toda cheia de nhém-nhém-nhém, como diria um ex-presidente de triste memória, porque o líder do governo, senador Romero Jucá, encaminhou voto contrário a uma outra MP, que trancava a pauta do Senado e impedida a votação da Medida Provisória da TV Brasil. Com a derrubada da MP 397, o caminho ficou aberto para a aprovação da MP da TV Brasil, o que em muito irritou os oposicionistas. Ora, tudo foi feito dentro do que manda o regimento e o governo não fez nenhum golpe baixo ou coisa do tipo. Que Virgílio e Agripino estejam irritados com o bom crescimento do PIB brasileiro no governo Lula é algo que se pode entender, o que não dá par

Sobre o PIB de 5,4%

No fundo, não há muito o que dizer sobre o crescimento da economia brasileira. A cada dia que passa resta mais evidente que é esta a verdadeira razão do sucesso do governo e da altíssima popularidade de Lula. De certa forma, o presidente tem contado com um pouco de sorte, pois surfou em uma maré boa no plano internacional e, quando as coisas começam a piorar lá fora, o mercado interno dá sinais de força e pode sustentar o crescimento e/ou minimizar o os efeitos da crise econômica mundial. Mas não é só de sorte que vive o presidente Lula: seu governo soube calibrar bem a dose de medidas para estimular o desenvolvimento com aquelas destinadas a colocar o pé no breque, evitando assim um crescimento mais vigoroso e que poderia desorganizar a economia nacional, com ocorrência de apagão energético, a exemplo do que vem ocorrendo na Argentina. Assim, quem acha 5,4% de crescimento anual pouco expressivo deve pensar também neste fator: a infra-estrutura do país não sustenta um crescimento muito

A reforma tributária é para valer?

Desde que o governo enviou ao Congresso a sua proposta de reforma tributária, a polêmica em torno do texto só tem feito aumentar. Hoje, os jornais informam que os governadores do PMDB também estão vendo problemas no texto, o que estaria "preocupando" o ministro Guido Mantega (Fazenda). Ora, o noticiário sobre a reforma anda até um pouco ingênuo, pois a pergunta que não quer calar é que está no título deste comentário: afinal, o governo realmente quer aprovar a proposta neste ano, ou ainda, neste mandato? Todo mundo sabe que uma agenda reformista é coisa de início de governo, quando o presidente está com força política para fazer e desfazer. Foi assim que Lula aprovou a reforma da Previdência e o arremedo de reforma tributária em 2003. É bem verdade que Lula continua popular e forte, mas o momento é outro, bem diferente. Agora, a classe política está com os olhos voltados para as eleições de 2008, que é uma prévia de 2010, e, é óbvio, para a sucessão de Lula. Tudo que não f

É o salário mínimo, estúpido

O que vai abaixo é o artigo semanal do autor destas Entrelinhas para o Correio da Cidadania. Em primeira mão para os leitores do blog. O colunista Waldemar Rossi, sempre lúcido em suas análises sobre o mundo do trabalho, cometeu um tremendo erro de avaliação no artigo sobre o novo valor do salário mínimo. Rossi desdenha o aumento de 9% concedido ao salário mínimo e se vale da longa série histórica para dizer que o benefício deveria estar valendo exatos R$ 1.924,59 para se equiparar ao "que manda a lei que o criou, em 1º de Maio de 1940", segundo estudos do Dieese. Não se trata aqui de questionar os cálculos do Dieese e muito menos a justiça do valor desejado por Waldemar Rossi, que é obviamente justo e correto. O problema todo, e Rossi conhece a realidade dos trabalhadores de perto para saber o que vai pelo chão de fábrica, é analisar a intenção do governante e o tipo de política adotada em determinadas frentes. Ora, até economistas do PSOL reconhecem que uma das armas do

Fernando Henrique e o 171 do Plano Real

A se confirmar o que diz o ex-presidente Itamar Franco no Jornal do Brasil , Fernando Henrique Cardoso cometeu crime – e não apenas eleitoral – ao assinar as notas de real já fora do cargo de ministro da Fazenda. O nome da coisa é estelionato – mais informações podem ser obtidas no artigo 171 do Código Penal. Não deve ser difícil provar se a falcatrua se consumou ou se é apenas uma bravata de Itamar.

Nova enquete no ar

Já está na coluna ao lado a nova pesquisa do DataEntrelinhas , desta vez sobre a postura que o governo brasileiro deve adotar em relação ao conflito latino-americano envolvendo os vizinhos Equador, Colômbia e Venezuela. O voto do blog é pela primeira opção.

Leitores aprovam atitude da Universal

Os leitores deste blog estão fechados com o bispo Edir Macedo e aprovam a atitude da Igreja Universal do Reino de Deus de processar a Folha de S. Paulo . Segundo a enquete desta semana, 80% dos internautas que votaram acham que a cobertura da Folha é preconceituosa em relação à IURD, dá margem para que os fiéis se sintam ofendidos e, portanto, é passível de reparação na Justiça.

Paulinho vs. Folha: quem tem razão?

Está engraçada a polêmica provocada pelo deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (PDT-SP), que ameaça copiar o pessoal da Igreja Universal do Reino de Deus e abrir uma montanha de processos contra dois jornalões – a Folha de S. Paulo e O Globo . Paulinho está irritado com a série de denúncias envolvendo a Força Sindical e o ministério do Trabalho: segundo ele, os jornais, especialmente a Folha , não têm publicado as explicações que ele tem enviado, por meio de cartas. Na semana passada, Paulinho foi bastante sincero e disse que ia iniciar diversos processos não para ganhar, mas "para dar trabalho". E arrematou: "estão fazendo putaria, vamos responder com putaria". Coincidência ou não, depois da gritaria de Paulinho, a Folha dedicou duas colunas, de alto abaixo, em uma página nobre do primeiro caderno, para a resposta do sindicalista. Evidentemente, isto não impediu que colunistas do jornal aumentassem o tom nas críticas ao líder da Força, com

Ainda sobre as articulações rumo a 2010

O sempre atento leitor Alexandre Porto pergunta: "E como fica Lula nesse primeiro cenário? O PMDB o abandonaria por Aécio no PSDB?" Ainda é muito cedo para saber se o PMDB abandonaria Lula por Aécio, porque isto depende da avaliação da viabilidade do candidato apoiado por Lula e do tipo de aliança que o presidente vai articular. O fato é que é grande o entusiasmo dos peemedebistas com Aécio. Uma hipótese também vislumbrada pelos caciques do partido, mas que soa a "wishful thinking", como dizem os ingleses, é a chapa Aécio-Dilma ou mesmo Aécio-Gabrielli, com o beneplácito de Lula. Claro que ainda é muito cedo e que o presidente Lula vai trabalhar para viabilizar uma candidatura de sua estrita confiança, mas o que se informou na nota anterior não é "piada", como imagina Sérgio Telles, outro atento leitor do blog. É apenas e tão somente o que se comenta hoje no PMDB .

A sucessão de Lula em 3 cenários

Fontes do PMDB informam que a cúpula do partido trabalha com três cenários diferentes para a eleição de 2010. No primeiro, o governador Aécio Neves consegue derrotar o seu colega José Serra dentro do PSDB – não é tão difícil assim, até Geraldo Alckmin conseguiu – e sai candidato em aliança com o PMDB e outros partidos. O "plano B" seria a candidatura de Aécio pelo PMDB, aí talvez com apoio explícito de Lula (ou pelo menos com a neutralidade do atual presidente). No terceiro cenário, sem dúvida menos provável, a chapa seria composta por Lula na cabeça e Aécio de vice. Para este último, seria necessário modificar a Constituição, de modo que o presidente seja autorizado a disputar mais uma reeleição. Evidentemente, tudo ainda não passa de especulação. Mas como onde há fumaça, há fogo, é bom o governador José Serra se preparar para uma disputa acirrada no PSDB. E põe acirrada nisto...

Aliança entre PT e PSDB:
sonho de uma noite de verão?

O que vai abaixo é o artigo do autor destas Entrelinhas para o DCI, a ser publicado na edição desta sexta-feira. Em primeira mão para os leitores do blog. Não vai ser nada fácil para o prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT), convencer os seus correligionários a aprovar uma aliança eleitoral com o PSDB do governador mineiro Aécio Neves em torno da candidatura de Márcio Lacerda (PSB) à prefeitura da capital de Minas Gerais. As negociações em curso são classificadas como “nojentas” pelo secretário de Relações Internacionais do partido, Valter Pomar, que também lidera a Articulação de Esquerda, uma ala minoritária, mas com força e capacidade de influir nos debates internos do PT. E não é só na esquerda petista que existem resistências ao projeto de Pimentel. Ontem, o PT divulgou uma nota oficial, assinada pelo presidente da agremiação, Ricardo Berzoini, rebatendo a informação, publicada no jornal O Estado de Minas, de que a direção nacional do partido tenha decidido apoiar a a