Dois anos atrás, o autor destas mal traçadas escreveu, neste mesmo espaço, o comentário que vai abaixo. O texto continua bastante atual e nesta quarta-feira Fernando Collor de Mello deu mais um passo importante em sua trajetória política ao vencer a disputa com a petista Ideli Salvatti e garantir a presidência de uma comissão permanente do Senado, a de Infraestrutura. É um passo e tanto, pois no fundo Collor passa à condição de senador de primeiro time - sim, líderes e presidentes de comissões recebem tratamento diferenciado, especialmente na cobertura da imprensa. Em outras palavras, a presidência da Comissão de Infraestrutura vai garantir neste ano pré-eleitoral uma boa visibilidade ao ex-presidente. O próximo passo pode ser o governo de Alagoas. E depois... Collor é jovem, tem tempo de sobra para planejar o seu retorno ao palácio do Planalto. Se vai ser bem sucedido ou não são outros quinhentos.
Collor: passado e futuro
Fernando Collor de Mello (PTB-AL) realizou nesta quinta-feira, exatamente 17 anos depois de tomar posse na presidência da República, o movimento final na sua longa e delicada operação para voltar ao cenário político brasileiro com alguma relevância e chance de recuperar o poder perdido em 1992. Collor fez o seu primeiro discurso como senador da República e falou sobre o momento mais importante que viveu – o impeachment, primeiro e único na história do País. O que se viu foi um Collor comedido no tom – ele nem de longe lembrou o efusivo orador de 1989 e se limitou a ler as 99 páginas cuidadosamente redigidas – , mas decidido a mostrar a sua indignação com a "farsa" que teria sido o processo de impeachment. Também afirmou que foi vítima de "preconceito" e "abusos ", lembrando que não perdeu um único processo na Justiça.
De fato, Collor foi absolvido no Supremo e muita gente séria na área jurídica considera a votação do impeachment após a renúncia do então presidente um absurdo lógico e uma arbitrariedade dos senadores. A verdade é que a condenação foi política e Collor já pagou a pena a que foi condenado. Há quatro anos, começou a tentativa de voltar para a cena política, mas perdeu a eleição para o governo de Alagoas. No ano passado, conseguiu se eleger senador pelo seu estado e dispõe agora de um excelente palanque em Brasília para tentar voar mais alto.
Collor pode ser muita coisa, mas bobo, não é. No discurso desta quinta-feira, depois de posar de vítima, reconheceu seus erros no relacionamento com o Congresso e terminou citando William Shakespeare: “Hoje, posso virar definitivamente aquelas páginas doídas de minha vida pública e, finalmente, invocar o personagem Marco Antônio, na peça 'Julio César': “I come to bury Cæsar, not to praise him”. (Vim para enterrar o Cesar, não para exaltá-lo) Como ele, Senhor Presidente, senhoras e senhores Senadores, não vim lastimar o passado. Vim para sepultar de vez essa dolorosa lembrança.”
O ex-presidente sabe que está no início de seu recomeço. Sepultar a dolorosa lembrança é apenas parte deste trabalho. Collor já avisou que vai tentar recuperar a credibilidade perdida em 1992. Para tanto, ele aposta em novas bandeiras: logo nos primeiros dias de atuação no Senado, procurou se inserir nas comissões permanentes que lidam com temas ambientais e sinalizou que pretende entrar para valer neste debate. Um dia antes de seu histórico discurso, por exemplo, Collor coordenou uma audiência pública na Subcomissão Permanente de Acompanhamento do Regime Internacional de Mudanças Climáticas com o físico José Goldemberg, ministro em sua gestão, sobre a necessidade de atualização do Protocolo de Kyoto. Nitidamente, Collor quer repetir a fórmula de Al Gore e se apresentar, mais uma vez, como um político moderno, arrojado e bem intencionado. Pode parecer difícil imaginar uma volta do ex-presidente ao poder, mas é bom não subestimar a capacidade de convencimento de Fernando Collor de Mello.
Collor: passado e futuro
Fernando Collor de Mello (PTB-AL) realizou nesta quinta-feira, exatamente 17 anos depois de tomar posse na presidência da República, o movimento final na sua longa e delicada operação para voltar ao cenário político brasileiro com alguma relevância e chance de recuperar o poder perdido em 1992. Collor fez o seu primeiro discurso como senador da República e falou sobre o momento mais importante que viveu – o impeachment, primeiro e único na história do País. O que se viu foi um Collor comedido no tom – ele nem de longe lembrou o efusivo orador de 1989 e se limitou a ler as 99 páginas cuidadosamente redigidas – , mas decidido a mostrar a sua indignação com a "farsa" que teria sido o processo de impeachment. Também afirmou que foi vítima de "preconceito" e "abusos ", lembrando que não perdeu um único processo na Justiça.
De fato, Collor foi absolvido no Supremo e muita gente séria na área jurídica considera a votação do impeachment após a renúncia do então presidente um absurdo lógico e uma arbitrariedade dos senadores. A verdade é que a condenação foi política e Collor já pagou a pena a que foi condenado. Há quatro anos, começou a tentativa de voltar para a cena política, mas perdeu a eleição para o governo de Alagoas. No ano passado, conseguiu se eleger senador pelo seu estado e dispõe agora de um excelente palanque em Brasília para tentar voar mais alto.
Collor pode ser muita coisa, mas bobo, não é. No discurso desta quinta-feira, depois de posar de vítima, reconheceu seus erros no relacionamento com o Congresso e terminou citando William Shakespeare: “Hoje, posso virar definitivamente aquelas páginas doídas de minha vida pública e, finalmente, invocar o personagem Marco Antônio, na peça 'Julio César': “I come to bury Cæsar, not to praise him”. (Vim para enterrar o Cesar, não para exaltá-lo) Como ele, Senhor Presidente, senhoras e senhores Senadores, não vim lastimar o passado. Vim para sepultar de vez essa dolorosa lembrança.”
O ex-presidente sabe que está no início de seu recomeço. Sepultar a dolorosa lembrança é apenas parte deste trabalho. Collor já avisou que vai tentar recuperar a credibilidade perdida em 1992. Para tanto, ele aposta em novas bandeiras: logo nos primeiros dias de atuação no Senado, procurou se inserir nas comissões permanentes que lidam com temas ambientais e sinalizou que pretende entrar para valer neste debate. Um dia antes de seu histórico discurso, por exemplo, Collor coordenou uma audiência pública na Subcomissão Permanente de Acompanhamento do Regime Internacional de Mudanças Climáticas com o físico José Goldemberg, ministro em sua gestão, sobre a necessidade de atualização do Protocolo de Kyoto. Nitidamente, Collor quer repetir a fórmula de Al Gore e se apresentar, mais uma vez, como um político moderno, arrojado e bem intencionado. Pode parecer difícil imaginar uma volta do ex-presidente ao poder, mas é bom não subestimar a capacidade de convencimento de Fernando Collor de Mello.
É bom não subestimar o vírus da aids, o virus da dengue, as doenças tropicais, o Jason da sexta feira 13, a rede globo, a igreja católica, o pum no elevador, o banheiro do onibus que viajou 48 horas e o Fernando Collor.
ResponderExcluirEle é um tremendo de um esperto, graças ao povo do seu Estado, que tanto ama esse Collor querido! Lembrando que o Renan é alagoano...
ResponderExcluirEsperem só que em breve ele terá a coragem e a ousadia de se candidatar a presidencia novamente!
Viva a política brasileira!
Alguém aí quer uma pizza?
Valeu!!!