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Mostrando postagens de 2020

Balanço de um ano fora do normal: aprendizado e muita superação

Abertura da News da LAM Comunicação. Ótimo domingo a todos e todas, boa leitura. Não foi nada fácil, 2020 começou com notícias estranhas sobre uma certa doença na China, aprendemos a localizar a província de Wuhan no mapa, e aquilo parecia não nos dizer nada sobre o que viria pela frente, apenas mais um coronavírus, outra Sars, outro H1N1, ou seja, uma bobagem. E foi assim que alguns líderes mundiais reagiram, Trump, Boris e Bolsonaro em especial, negando a gravidade da questão. Foi só quando a OMS decretou a pandemia que a ficha caiu. Não, não era uma gripezinha, a parada era séria, o mundo precisava se preparar. Da China, o vírus foi para a Europa, matando milhares de pessoas muito rapidamente e impondo os primeiros lockdowns, palavra que desconhecíamos.  Em março, depois dos primeiros casos no Brasil, alguns governadores começaram a impor o isolamento social e as ruas silenciaram. O autor destas linhas mora na Faria Lima, ao lado do Google, BBA, BTG, enfim do centro financeiro e tec

Dica da Semana: A Máfia dos Tigres, série, Netflix

Da Newsletter da LAM Comunicação. Bizarrices que explicam os EUA que elegeu Donald Trump presidente  O autor destas mal traçadas linhas demorou para assistir a série A Máfia dos Tigres, disponível no líder de streaming desde março deste ano. Pois está é uma das melhores de 2020, reveladora de um país estranho, os Estados Unidos da América, que foi capaz de eleger Donald Trump, mas também é o berço de cineastas, músicos e artistas geniais, da melhor tecnologia, dos maiores avanços da ciência, além de ser a maior superpotência econômica do mundo.  Sim, o autor é um admirador dos EUA, sempre que pode vai a Nova York, cidade icônica, linda e que nunca dorme. Mas o tema aqui é a série, documental, que trata de Joe Exotic, um dono de zoológico, homossexual, polígamo e que chegou a concorrer à presidência dos Estados Unidos, depois para governador de Oklahoma. Seu Zoo privado, com mais de 200 tigres e outros felinos, se tornou um marco.  Youtuber, cantor country, Joe foi acusado de contratar

Bolsonaro utiliza uma versão vulgarizada de Lênin para praticar seu nacionalismo de extrema direita

“Imperialismo, Estágio Superior do Capitalismo”, publicado em 1917, inaugurou o chamado marxismo-leninismo. Marx enxergava a luta de classes como motor da história. No seu livro, Lênin flexionou o conceito, introduzindo a ideia de que as burguesias das nações industriais exploravam não só o próprio proletariado mas, ainda, os “países atrasados” coloniais e semicoloniais. Bolsonaro não deve ter lido nem Marx nem Lênin, mas utiliza uma versão vulgarizada do segundo para praticar seu nacionalismo de extrema direita. Segundo Lênin, no “estágio supremo” do capitalismo, as burguesias imperialistas deflagrariam guerras incessantes pela partilha de esferas de influência, abrindo caminho à revolução mundial. Os bolcheviques tomaram o poder na Rússia, fundaram a Terceira Internacional e mobilizaram a teoria leninista para definir a linha dos partidos comunistas nos “países atrasados”, escreve Demétrio Magnoli em sua coluna na Folha, publicada sábado, 19/12. Neles, os comunistas deveriam forjar “

Paul McCartney grava um belo disco sozinho na quarentena

Além dos Beatles, a outra paixão dos moradores de Liverpool é o futebol. O clube que leva o nome da cidade inglesa tem um dos hinos mais bonitos do esporte. “Você nunca andará sozinho”, diz a letra, entoada aos prantos pela torcida. Filho célebre do lugar, Paul McCartney — que, para não desagradar a ninguém, se diz torcedor tanto do Everton quanto do Liverpool (o equivalente a dizer que é fã tanto do Corinthians quanto do Palmeiras) — também nunca andou sozinho em sua carreira musical. Exceto em três ocasiões: em 1970, em 1980 e, finalmente, em 2020. Nesses raros momentos de solidão, ele encontrou a inspiração para compor, tocar e produzir sem a ajuda de ninguém suas músicas mais experimentais e menos comerciais. Em abril de 1970, Paul anunciou sua saída dos Beatles e lançou seu primeiro álbum de inéditas: McCartney. Em 1980, quando sua segunda banda, Wings, também chegava ao fim, ele lançou McCartney II. Agora, em 2020, na quarentena, ele lança McCartney III, seu 18º álbum-solo, grava

Economia brasileira deve crescer pelo menos 4% em 2021, diz Guedes

Entre os 22 ministros empossados por Jair Bolsonaro em janeiro de 2019, apenas dois ostentavam o título de superministros. Um deles, Sergio Moro, pediu demissão da Justiça ao desconfiar que o combate à corrupção, sua principal bandeira, não estava entre as verdadeiras prioridades do governo. O outro é Paulo Guedes. O ministro da Economia foi encarregado de implementar a desejada, necessária e fundamental agenda liberal prometida pelo presidente da República durante a campanha. O cronograma previa a realização de três grandes reformas (previdenciária, tributária e administrativa), além da privatização da maioria das estatais — alicerce que sustentaria o desenvolvimento, impulsionaria o crescimento ininterrupto por ao menos uma década e geraria milhões de empregos. Era esse o compromisso assumido com o eleitor. A realidade, porém, apontou em outra direção. À exceção do novo sistema de aposentadoria dos brasileiros, aprovado no ano passado, nenhum dos projetos avançou. A prometida simplif

Cetamina, um novo passo para o tratamento da depressão no Brasil

Aos 24 anos, a radialista Roberta Helena começou a ter crises de pânico que tiravam seu ar por cerca de 20 minutos quase todas as noites. Em São Bernardo do Campo, São Paulo, ela e a família foram em busca de tratamento, e nenhuma das opções propostas pelos médicos cessava os sintomas por completo. Roberta começou também a ter crises de ansiedade e de depressão, o que afetou sua vida pessoal, profissional e social. Tentou tirar a própria vida mais de três vezes. Perdeu o emprego e se divorciou. Chegou “ao fundo do poço”, como classifica. Até que um exame genético indicou que ela teria resistência à absorção dos principais medicamentos psiquiátricos, o que explicava sua depressão refratária. Foi quando descobriu que a cetamina, uma substância psicodélica, que age diretamente no sistema nervoso central e altera a função cerebral, poderia ser usada no tratamento de casos como o dela. Os efeitos foram imediatos. “A cetamina é um dos últimos recursos. Por anos tentei tratamentos tradicionai

12 perguntas para Cesar Maia

Maiá Menezes, na edição desta semana da revista Época, entrevista o ex-prefeito do Rio, agora vereador da cidade. Sempre bom saber o que Maia está pensando sobre a política brasileira, continua a seguir.  1. O DEM voltou a comandar o Rio e ganhou novas prefeituras em outras regiões do país. Como o senhor, que por 12 anos foi prefeito carioca, avalia esse crescimento da legenda? A ascensão do DEM sublinha a importância de nossas lideranças nacionais com forte base estadual. Rodrigo (Maia), ACM Neto, (Ronaldo) Caiado, são exemplos. Com isso veio a impulsão geral em torno do partido, que despontou como a principal força de centro nas eleições municipais. 2. Ter quadros tão díspares como o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, e o ministro Onyx Lorenzoni de um lado e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o prefeito de Salvador, ACM Neto, do outro não pode atrapalhar a construção de um projeto próprio para o DEM em 2022? Cabe ao presidente do DEM, ACM Neto, dar as diretrizes de unidade. 3.

Baseada em Stephen King, ‘The Stand’ traz mundo devastado por vírus

As comparações entre a pandemia de covid-19 e o cenário apocalíptico apresentado no livro “A Dança da Morte” levaram o próprio autor, Stephen King, a dissipar o receio da população. “Não, o coronavírus não é como o de ‘The Stand’ (nome original da obra literária). Não é, de modo algum, tão sério. É possível sobreviver a ele. Mantenham a calma e tomem as precauções cabíveis”, escreveu ele em março, em sua conta no Twitter. Ainda assim, é impossível não estabelecer paralelos entre a crise sanitária global e o extermínio da civilização narrado pelo escritor americano de 73 anos, conhecido como o “mestre do terror”. Adaptada para a minissérie “The Stand”, disponível no catálogo da plataforma Starzplay a partir de 3 de janeiro, a trama é ambientada em mundo dizimado por uma gripe mortal, onde cabe aos poucos sobreviventes determinarem as bases para uma nova sociedade, escreve Elaine Guerini em ótima resenha no Valor, publicada sexta, 18/12. Mais a seguir. “Como editamos a minissérie enquant

Fernando Abrucio: Por um 2021 a favor da vida

Ao refletir sobre 2020 e imaginar como pode ser 2021, um verso não sai da minha cabeça: “Ano passado eu morri, mas nesse ano eu não morro”. A canção é de Belchior (“Sujeito de Zorte”) e reapareceu gravada recentemente por Emicida, numa belíssima parceria com Pablo Vittar e Majur. Não há nada mais atual para definir o que passamos nos últimos meses, marcados pela desesperança e pela morte, e a chance que temos de mudar esse cenário, abrindo as portas a favor da vida. Muitos sinais mostram que o mundo pode trilhar esse caminho, mas no Brasil a escolha pela vida ou pela morte, num sentido literal e num plano mais amplo, ainda não foi feita pelo governo Bolsonaro. A principal causa da desesperança que marcou 2020 foi a pandemia. Já houve mais de 70 milhões de casos em todo o mundo e quase um milhão e setecentas mil mortes. São números de guerra. A covid-19, no entanto, não só foi uma arma de destruição em massa. A doença foi além disso, tendo dois outros importantes efeitos, escreve Fernan

Doca Street, assassino de Ângela Diniz, morre aos 86 anos em São Paulo

Não existe verbete na Wikipédia sobre Doca Street. Morto nesta sexta (18) aos 86 anos, talvez agora ele ganhe uma página em seu nome nesta que é a maior enciclopédia colaborativa do mundo, onde só em português constam 1.049.371 artigos. A menção mais relevante no site a Raul Fernando do Amaral Street, o nome completo de Doca, aparece na entrada que fala de Ângela Diniz, socialite mineira assassinada em 1976 com quatro tiros disparados pela arma –e pelas mãos– de Doca, na casa que o casal dividia na Praia dos Ossos, em Búzios (RJ). Nada surpreendente. Afinal, desde que pôs um fim à existência de Ângela, Doca viu sua vida marcada e conectada ao crime que cometeu –ainda que, após seu primeiro julgamento, em 1979, ele tenha saído pela porta da frente do tribunal, ovacionado pelo público de Cabo Frio, também no litoral fluminense, escreve Marcella Franco em artigo publicado na Folha Online na sexta, 18/12, e reproduzido sábado, 19, no jornal. Vale a leitura, continua a seguir. Foi só em 198

Vacinação vira guerra entre Bolsonaro e Doria

Abertura da Newsletter da LAM, boa leitura e ótimo domingo a todos. Para espanto de todo cidadão que acredita na ciência e na medicina, o governo federal tentou impedir, de forma atabalhoada, o início do programa de vacinação com a CoronaVac, apelido da vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan, no Estado de São Paulo. No início da semana, o governador João Doria anunciou o cronograma do programa, que terá início em 25 de janeiro do ano que vem com idosos e profissionais de saúde. O ministro da Saúde convocou coletiva para dizer que isto não seria possível, porque a Anvisa levaria dois meses, no mínimo, para aprovar a vacina. Ao longo da semana, felizmente, Eduardo Pazuello, titular da pasta em questão, recuou e tentou recuperar o terrendo, anunciando que também o governo federal iniciaria um programa em janeiro ou até mesmo antes, em dezembro. A condução da crise desencadeada pela pandemia no Brasil vem sendo desastrosa, seja no campo da Saúde, seja na Economia. Nem o presidente Jai

Dica da Semana: Ava, filme, Netflix

Da Newsletter da LAM Comunicação. Espionagem e uma mulher muito forte garantem suspense e ação  Há filmes que valem pela diversão, não foram feitos para o público pensar, mas para distrair. E em tempos de pandemia, muita gente está cansada de pensar, são tantas coisas para resolver, cada dia uma agonia... Ava, produção da Netflix, é uma excelente dica para quem quer passar duas horas sem lembrar das tragédias do dia a dia. Estrelado por Jessica Chastain, atriz que está em It, a Coisa, Capítulo 2, e já foi indicada para o Oscar duas vezes, a trama acompanha uma assassina profissional de codinome Ava, que trabalha para uma organização secreta. A ótima direção é de Tate Taylor, responsável pelos recentes Ma e A Garota no Trem. O ritmo do filme é intenso, não dá para respirar, os eventos vão se sucedendo em uma velocidade alucinante. Além disto, a fita traz um elenco formado por outros grandes nomes de Hollywood. Entre eles estão Colin Farrell como Simon, Geena Davis como Bobbi Faulkner, a

Hoje a coluna é diferente: Mario desenha e Bruna, a ilustradora, escreve

Vale muito a leitura deste texto, publicado na Folha de S. Paulo neste sábado, 12/12. Um encanto.  Oi. Sou Bruna Barros. Todo sábado faço a ilustração da coluna do Mario. Hoje decidimos mudar: eu escrevo o texto e ele faz o desenho. Por quê? Porque estou vivendo uma experiência bem legal. Sou de Timóteo, em Minas, e moro em São Paulo, num sobrado na Pompeia com o Allen, que veio de Sergipe e é músico. Temos três gatos. A pandemia nos pegou em cheio. Mudamos para o sertão porque São Paulo ficou difícil com a doença, o aluguel é mais barato e senti uma grande vontade de tentar outra maneira de viver. Ilustração que lembra um desenho feito por uma criança. Há um sol cor de rosa, nuvens, quatro pessoas, uma casa no centro da imagem, um cacto e uma árvore plantados no gramado. A casa é uma foto de uma casa real com detalhes em caneta hidrocor verde e roxa. Na foto, há uma porta e uma janela abertas, uma cadeira dobrável na frente da casa e um cacto plantado num vaso Viemos para Ilha do Ferr

O Doria da vacina contrasta com dois outros Dorias, insensíveis ao interesse público

"Os dois fazem política com a vacina" —no rastro do bate-boca entre João Doria e Eduardo Pazuello, sobraram analistas dispostos a colocar um sinal de equivalência entre o governador paulista e Jair Bolsonaro. A pretensa identidade sustenta-se na ideia de que a política é um domínio tóxico —e no corolário segundo o qual, quando se trata de uma pandemia, deve ser substituída pela pura razão científica. Nenhuma nação enfrentou a pandemia sem apelar à razão política, pelo simples motivo de que existem argumentações científicas capazes de justificar diversas abordagens (embora nem todas: cloroquina não vale!). A Itália aplicou rígidos "lockdowns". A Alemanha, quarentenas moderadas. A Suécia, suaves restrições sanitárias. Nos três casos, especialistas conceituados divergiram entre si e os governos adotaram as decisões finais, guiadas pela política. No caso da vacina, Doria faz a boa política, norteada pelo interesse público mais vital —e, se isso o beneficia politicamente