A tendência Articulação de Esquerda, uma das mais importantes do PT, divulgou nesta sexta-feira um longo documento intitulado "2010 e os próximos anos". Ao final, ainda que não de forma explícita, está o apoio da AE à candidatura de Dilma Rousseff. Sim, há alguns poréns e quetais, mas dá para perceber que a esquerda do PT não vai lançar nenhum óbice ao nome da ministra-chefe da Casa Civil como candidata do partido à presidência em 2010. Ao contrário, o que a Articulação de Esquerda deseja é, digamos assim, estreitar a relação com Dilma. Com isto, é mesmo provável que não haja disputa em torno da vaga de presidenciável do PT, a não ser, é claro, que o inefável Eduardo Suplicy apresente o seu nome. O senador paulista já fez isto, concorreu com Lula em 2002 quando o partido inteiro sabia que o atual presidente seria o candidato. A seguir, o trecho em que a tendência trata da sucessão de Lula no documento:
A candidatura do PT à presidência da República, em 2010, vem sendo debatida, formal ou informalmente, desde a crise de 2005. A solução proposta pelo presidente Lula, ou seja, a candidatura de Dilma Roussef, vem sendo crescentemente aceita, não se descartando que o IV Congresso do PT aprove sua candidatura por aclamação ou, pelo menos, sem disputa.
Além de contar com o apoio de Lula e com trânsito forte no PT, a candidatura Dilma tem a seu favor: a) ser a principal expressão do PAC, com toda a simbologia explícita; b) ser uma militante de esquerda desde a luta armada contra a ditadura militar; c) ser uma administradora reconhecida; d) ser mulher. Paradoxalmente, devemos incluir entre os pontos favoráveis o fato de Dilma nunca ter sido candidata à disputas eleitorais.
A grande dificuldade da candidatura Dilma não está nela, mas na situação: será a primeira vez que Lula não disputará as eleições presidenciais, desde 1989. Isto nos priva da identificação quase-automática que há, para as grandes massas populares, entre Lula e o projeto político-social que nós defendemos. Motivo pelo qual será necessário construir politicamente esta identificação entre Dilma e nosso projeto, mais precisamente com o terceiro mandato de esquerda e progressista.
Esta construção passa por um forte diálogo entre Dilma, o PT, os partidos de esquerda, os movimentos sociais, a intelectualidade progressista, em torno do programa de governo 2011-2014. Este diálogo terá como um de seus pontos fortes a natureza do desenvolvimento e sua vinculação com o projeto socialista do Partido, em suas várias dimensões (democrático e ambiental, inclusive).
A candidatura do PT à presidência da República, em 2010, vem sendo debatida, formal ou informalmente, desde a crise de 2005. A solução proposta pelo presidente Lula, ou seja, a candidatura de Dilma Roussef, vem sendo crescentemente aceita, não se descartando que o IV Congresso do PT aprove sua candidatura por aclamação ou, pelo menos, sem disputa.
Além de contar com o apoio de Lula e com trânsito forte no PT, a candidatura Dilma tem a seu favor: a) ser a principal expressão do PAC, com toda a simbologia explícita; b) ser uma militante de esquerda desde a luta armada contra a ditadura militar; c) ser uma administradora reconhecida; d) ser mulher. Paradoxalmente, devemos incluir entre os pontos favoráveis o fato de Dilma nunca ter sido candidata à disputas eleitorais.
A grande dificuldade da candidatura Dilma não está nela, mas na situação: será a primeira vez que Lula não disputará as eleições presidenciais, desde 1989. Isto nos priva da identificação quase-automática que há, para as grandes massas populares, entre Lula e o projeto político-social que nós defendemos. Motivo pelo qual será necessário construir politicamente esta identificação entre Dilma e nosso projeto, mais precisamente com o terceiro mandato de esquerda e progressista.
Esta construção passa por um forte diálogo entre Dilma, o PT, os partidos de esquerda, os movimentos sociais, a intelectualidade progressista, em torno do programa de governo 2011-2014. Este diálogo terá como um de seus pontos fortes a natureza do desenvolvimento e sua vinculação com o projeto socialista do Partido, em suas várias dimensões (democrático e ambiental, inclusive).
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