A pesquisa CNT/Sensus divulgada nesta segunda-feira pode ser analisada em dois aspectos básicos. O primeiro diz respeito à popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na verdade, não há novidade alguma na queda da aprovação do governo e de Lula. O levantamento confirma os dois anteriores, do Ibope e Datafolha, e os números todos estão alinhados, diferenças de metodologia à parte: a aprovação ao governo está pouco acima dos 60% nos três levantamentos e a popularidade de Lula oscila entre 76% e 78% nas enquetes do Sensus e Ibope – o Datafolha não pesquisa a aprovação pessoal do presidente. É evidente que a queda se deve aos efeitos da crise econômica mundial no Brasil, isto já é ponto pacífico entre os especialistas em pesquisas de opinião, como atesta a análise de Jorge Rodini para o blog.
O segundo aspecto que pode ser analisado a partir dos números divulgados na pesquisa diz respeitio ao cenário para a eleição de 2010. Muita gente presta atenção na pesquisa estimulada, realizada com um cartão em que são montados cenários para o eleitor escolher o seu candidato preferido. Faltando tanto tempo para a eleição, porém, a pesquisa estimulada acaba refletindo muito mais o "recall" dos políticos do que propriamente a real intenção de voto dos pesquisados. Na pesquisa espontânea este efeito também acontece, mas é possível perceber um pouco melhor os desejos da população, desejos esses que nem sempre conseguem ser traduzidos nas candidaturas conhecidas e apresentadas nos cartões pelos pesquisadores.
Na espontânea, a pergunta é direta: em quem o senhor(a) votaria para presidente se a eleição fosse hoje? Segundo o instituto Sensus, 16% dos entrevistados afirmaram que votariam no presidente Lula, apesar de ele não poder ser candidato. Em segundo lugar aparece José Serra (PSDB), com pouco mais da metade do percentual de Lula (8,8%). A grande surpresa é o crescimento da ministra Dilma Rousseff, que ultrapassou Aécio Neves (PSDB) e já está com 3,6% das intenções de votos na pesquisa contra 2,9% do governador mineiro. Pode parecer pouco, mas é um dado importante. Em outra pergunta da enquete, 50,1% dos entrevistados afirmaram que votariam em um candidato apoiado pelo presidente, o que também pode ser considerado um belo suporte para Dilma.
No fundo, é muito difícil fazer pesquisa com tamanha antecedência. No caso específico, há um problema adicional: Dilma é muito pouco conhecida, especialmente no Nordeste, ao passo que o grau de conhecimento dos brasileiros sobre Serra supera 95%. Com o horário eleitoral, a população saberá que é Dilma a candidata do presidente, o que deve alterar substancialmente o quadro. O marqueteiro Chico Santa Rita lembra que no ano passado, de 10 capitais onde o Datafolha realizou pesquisa um mês antes das eleições, somente em duas o favorito venceu o pleito – Curitiba e Porto Alegre. Nas oito demais, venceu que estava em terceiro, às vezes quarto lugar - casos de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Salvador.
Os números, portanto, são muito bons para Dilma e no que é possível especular, pode-se dizer que qualquer que seja o candidato tucano em 2010, terá que trabalhar muito bem para bater a ministra nas urnas.
O segundo aspecto que pode ser analisado a partir dos números divulgados na pesquisa diz respeitio ao cenário para a eleição de 2010. Muita gente presta atenção na pesquisa estimulada, realizada com um cartão em que são montados cenários para o eleitor escolher o seu candidato preferido. Faltando tanto tempo para a eleição, porém, a pesquisa estimulada acaba refletindo muito mais o "recall" dos políticos do que propriamente a real intenção de voto dos pesquisados. Na pesquisa espontânea este efeito também acontece, mas é possível perceber um pouco melhor os desejos da população, desejos esses que nem sempre conseguem ser traduzidos nas candidaturas conhecidas e apresentadas nos cartões pelos pesquisadores.
Na espontânea, a pergunta é direta: em quem o senhor(a) votaria para presidente se a eleição fosse hoje? Segundo o instituto Sensus, 16% dos entrevistados afirmaram que votariam no presidente Lula, apesar de ele não poder ser candidato. Em segundo lugar aparece José Serra (PSDB), com pouco mais da metade do percentual de Lula (8,8%). A grande surpresa é o crescimento da ministra Dilma Rousseff, que ultrapassou Aécio Neves (PSDB) e já está com 3,6% das intenções de votos na pesquisa contra 2,9% do governador mineiro. Pode parecer pouco, mas é um dado importante. Em outra pergunta da enquete, 50,1% dos entrevistados afirmaram que votariam em um candidato apoiado pelo presidente, o que também pode ser considerado um belo suporte para Dilma.
No fundo, é muito difícil fazer pesquisa com tamanha antecedência. No caso específico, há um problema adicional: Dilma é muito pouco conhecida, especialmente no Nordeste, ao passo que o grau de conhecimento dos brasileiros sobre Serra supera 95%. Com o horário eleitoral, a população saberá que é Dilma a candidata do presidente, o que deve alterar substancialmente o quadro. O marqueteiro Chico Santa Rita lembra que no ano passado, de 10 capitais onde o Datafolha realizou pesquisa um mês antes das eleições, somente em duas o favorito venceu o pleito – Curitiba e Porto Alegre. Nas oito demais, venceu que estava em terceiro, às vezes quarto lugar - casos de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Salvador.
Os números, portanto, são muito bons para Dilma e no que é possível especular, pode-se dizer que qualquer que seja o candidato tucano em 2010, terá que trabalhar muito bem para bater a ministra nas urnas.
"Em outra pergunta da enquete, 50,1% dos entrevistados afirmaram que votariam em um candidato apoiado pelo presidente"
ResponderExcluirFaltou perguntar se ele sabe quem é o candidato de Lula.