Uma hora é o castelo do deputado, depois os cento e tantos diretores do Senado. Agora, o nobre parlamentar que contrata uma faxineira pelo seu ex-gabinete. É fato: a cada dia, uma nova denúncia aparece na imprensa sobre os "bastidores" do Congresso Nacional. Há uma questão relevante, porém: por que diabos nada disto apareceu nos últimos anos? Eram todos puros até anteontem ou será que os jornalistas que frequentam o Congresso não conseguiam enxergar o que estava bem na frente de seus narizes? O comentário de Alberto Dines para o programa de rádio do Observatório da Imprensa da manhã de hoje toca nessas questões com bastante lucidez. Vale a pena ler o texto reproduzido abaixo, na íntegra.
COBERTURA DO CONGRESSO
O que os repórteres não viram
A mídia reagiu muito bem no fim de semana às revelações sobre os abusos administrativos nas duas casas do Congresso. Mas o que chama a atenção é o ar de espanto.
A mídia não deveria ser a penúltima a saber, deveria ser a primeira. Ela é quem deveria zelar pelos bons costumes parlamentares. O alarme deveria ter soado há mais tempo, em letra de forma.
Será que os repórteres que há anos freqüentam a Câmara nunca perceberam a fila diária de funcionários no início da noite para bater o ponto e receber as horas extras? Além do imponente Salão Verde, as equipes de TV não deveriam percorrer as demais dependências do Congresso para mostrar aos cidadãos como se comportam os seus representantes e aqueles que os servem? Ou jornalista só deve investigar aquilo que está na pauta?
O senador José Sarney (PMDB-AP) anda se lamuriando de que não pode ser responsabilizado pelos descalabros na Câmara Alta – afinal, só foi eleito no início de fevereiro. Mas ele era candidato desde o fim do ano passado; seu preposto e antecessor, Garibaldi Alves, ocupou a presidência por mais de um ano e outro parceiro, Renan Calheiros, presidiu o Senado durante grande parte do biênio anterior.
Pauta escondida
Onde estava a mídia que jamais se espantou com a tremenda farra parlamentar? E a multidão de assessores de imprensa com diploma de jornalista que trabalha no Congresso, a quem deve servir? Aos congressistas omissos que os empregam ou à sociedade que lhes paga os salários?
Este é um escândalo que deixa o caso da Daslu no chinelo. No supermercado do luxo de São Paulo existia uma organização criminosa para lesar o fisco. Em Brasília, no hipermercado de privilégios, graças à falta de curiosidade da imprensa, instalou-se uma rede de prevaricações jamais devassada.
COBERTURA DO CONGRESSO
O que os repórteres não viram
A mídia reagiu muito bem no fim de semana às revelações sobre os abusos administrativos nas duas casas do Congresso. Mas o que chama a atenção é o ar de espanto.
A mídia não deveria ser a penúltima a saber, deveria ser a primeira. Ela é quem deveria zelar pelos bons costumes parlamentares. O alarme deveria ter soado há mais tempo, em letra de forma.
Será que os repórteres que há anos freqüentam a Câmara nunca perceberam a fila diária de funcionários no início da noite para bater o ponto e receber as horas extras? Além do imponente Salão Verde, as equipes de TV não deveriam percorrer as demais dependências do Congresso para mostrar aos cidadãos como se comportam os seus representantes e aqueles que os servem? Ou jornalista só deve investigar aquilo que está na pauta?
O senador José Sarney (PMDB-AP) anda se lamuriando de que não pode ser responsabilizado pelos descalabros na Câmara Alta – afinal, só foi eleito no início de fevereiro. Mas ele era candidato desde o fim do ano passado; seu preposto e antecessor, Garibaldi Alves, ocupou a presidência por mais de um ano e outro parceiro, Renan Calheiros, presidiu o Senado durante grande parte do biênio anterior.
Pauta escondida
Onde estava a mídia que jamais se espantou com a tremenda farra parlamentar? E a multidão de assessores de imprensa com diploma de jornalista que trabalha no Congresso, a quem deve servir? Aos congressistas omissos que os empregam ou à sociedade que lhes paga os salários?
Este é um escândalo que deixa o caso da Daslu no chinelo. No supermercado do luxo de São Paulo existia uma organização criminosa para lesar o fisco. Em Brasília, no hipermercado de privilégios, graças à falta de curiosidade da imprensa, instalou-se uma rede de prevaricações jamais devassada.
creio eu que várias prevaricações foram descobertas com o aumento da transparência dos gastos.
ResponderExcluircom os sites disponibilizando os dados na rede ( parace que a Folha de S. Paulo é a que melhor sabe utilizar esses recursos ) o poder público em geral vira um mar de pautas a serem exploradas pela imprensa.
Os outros veículos precisam saber pesquisar melhor esses sites, senão vão continuar levando furo da Folha, é só pegar os últimos "escandalos", quase todos sairam de fontes oficiais. ( Cartão Corporativo, Castelo, Mansão, Diretorias etc..)
Abraços
O que todos os jornalistas da grande mídia falavam sobre "Transferência de Votos", caiu por terra:
ResponderExcluir"50,1% dos eleitores dizem votar em candidato de Lula, diz pesquisa" (pesquisa CNT/Sensus divulgada nesta segunda-feira)
http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u542728.shtml
Como ótimo e verdadeiro analista (profissão em extinção), gostaria que de um texto que explanasse sobre esse tema.
Magalhães, você fará uma análise da CNT/Sensus, com queda da avaliação do governo e o crescimento da DIlma
ResponderExcluirExcelente! É um bom tema para ser explorado. A propósito, você tem visto o novo quadro do CQC sobre o Congresso? Recomendo!
ResponderExcluirAcho que ja é hora de pararmos de sustentar esses canalhas.Na minha opiniao,se fecharia o congresso e o senado e começaria tudo do zero.So salario,nada de passagens,de verba pra assessores,de carro a disposicao e tudo mais.
ResponderExcluirTo cansada de pagar imposto pra sustentar esses bandidos.
O pio é que isso dai é so a pontinha do iceberg;as safadezas maiores ,nao chegarao aos nossos ouvidos!