Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de setembro, 2008

Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come

Vai demorar um pouco para que seja possível fazer uma análise mais profunda sobre os efeitos da crise financeira mundial aqui no Brasil. Todos, isto mesmo, rigorosamente todos os analistas que se prestam ao papel de escrever sobre este tema estão chutando. A opinião de um economista, hoje, 30 de setembro, sobre a crise vale tanto quanto a de uma manicure. A razão é simples: o mundo das finanças está passando por uma tempestade como talvez nunca antes tenha passado. Ninguém sabe ainda onde está o fundo do poço. Trata-se puramente de uma questão de lógica: se ninguém conhece a dimensão da crise, como prever seus efeitos no Brasil? Aliás, um bom leitor há de notar que todas as análises recém publicadas estão repletas da palavrinha "se": "Se o pacote de Bush for aprovado", "se o mercado financeiro reagir bem", "se a ajuda for suficiente"... A verdade é que quando a tempestade chega no mar, a única coisa a fazer é recolher as velas, atracar os barcos

SP: nova pesquisa Datafolha amanhã

O Datafolha registrou no TRE paulista uma nova pesquisa sobre o cenário eleitoral da capital, com campo em 29 e 30 de setembro, ou seja, ontem e hoje. Os números devem ser divulgados amanhã ou ainda hoje à noite. Este levantamento é fundamental para Geraldo Alckmin (PSDB) e Gilberto Kassab (DEM): se a diferença entre os dois se acentuar, Alckmin pode dar adeus às pretensões de se tornar prefeito, governador, senador... Talvez consiga bastante voto para deputado federal. Se a pesquisa apontar um acirramento na disputa, quem vai tremer nas bases é José Serra, padrinho de Kassab. Nada neste mundo é pior para Serra do que uma vitória de Alckmin. Aliás, basta Alckmin passar para o segundo turno para virar uma bela pedra no sapato de Serra, pois terá demonstrado força em uma situação extremamente adversa. Os democratas estão espalhando a versão de que a pesquisa interna do PSDB aponta uma diferença de 10 pontos entre Kassab e Alckmin, favorável ao primeiro (28% a 18%), mas é justo considerar

E agora, Geraldo?

Este blog ficou fora do ar neste final de semana em virtude de compromissos acumulados e excesso de trabalho. Para normalizar as coisas, um comentário rápido sobre as pesquisas divulgadas no sábado e também sobre o debate da TV Record e a reta final da campanha eleitoral. Nitidamente, o candidato do DEM em São Paulo, prefeito Gilberto Kassab, abriu uma dianteira importante sobre o seu rival Geraldo Alckmin (PSDB), que disputa com o democrata uma vaga para enfrentar Marta Suplicy (PT) no segundo turno. Sim, as pesquisas são bem claras neste sentido, mas ainda que as pesquisas estivessem erradas, na margem de erro ou for dela, é o comportamento dos candidatos que revela a ultrapassagem. Para quem não conhece muito bem como funciona a coisa, toda campanha contrata suas próprias pesquisas e nela se baseia para dosar o discurso, tentar dizer o que o eleitor gostaria de ouvir. Bem, Alckmin desistiu do jeito "bom moço" que o consagrou na política e partiu para a jugular de Kassab no

Só agravamento da crise pode
evitar o 3° mandato de Lula

O que vai abaixo é o artigo do autor destas Entrelinhas para o Correio da Cidadania . Em primeira mão para os leitores do blog. A pesquisa CNT/Sensus divulgada nesta semana trouxe números bastante positivos para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O governo federal é aprovado por 68% dos entrevistados. A avaliação pessoal de Lula só não bateu recorde porque no levantamento feito um mês após a primeira posse, em 2003, a aprovação era de 83%, algo natural para um presidente recém-eleito que significava a esperança do povo para superar um momento especialmente difícil na vida brasileira. Hoje, segundo a pesquisa, Lula tem a confiança de 77,7% dos brasileiros. É muito, para qualquer tipo de comparação que se possa fazer. Fernando Henrique Cardoso, por exemplo, no auge do plano Real tinha 47% de aprovação popular. A pesquisa CNT/Sensus também levantou o cenário pré-eleitoral com vistas à disputa de 2010, de duas diferentes maneiras. Na pesquisa espontânea, em que o entrevistador pergun

Pacote de Bush é bom?
Paul Krugman responde

Vale a pena ler o artigo abaixo, cuja tradução foi publicada na Folha de S. Paulo de hoje. Krugman escreve no The New York Times e é um dos economistas que vinha alertando sobre o tamanho da crise financeira nos Estados Unidos. Até agora, pelo menos, ele vem acertando nos prognósticos. E o que ele diz sobre o pacote de George W. Bush para debelar a tal crise não é a coisa mais animadora do mundo... Dinheiro por lixo Se o plano do governo Bush for aprovado como está, teremos muito a lamentar PAUL KRUGMAN, DO "NEW YORK TIMES" ALGUNS CÉTICOS estão classificando o plano de US$ 700 bilhões que o secretário do Tesouro dos EUA, Henry Paulson, propôs para resgatar o sistema financeiros americano de "dinheiro por lixo". Outros chamam o pacote de "Lei de Autorização do Uso de Força Financeira", parodiando a "Lei de Autorização de Uso da Força Militar", o infame projeto que deu luz verde ao governo Bush para a invasão do Iraque. As duas ironias são justa

Eleições 2010: Lula vale 4 Serras

Mais interessante do que o resultado da altíssima popularidade presidencial (aprovação de 68% para o governo e de 77% para Lula), que todos já esperavam, é a simulação da pesquisa CNT/Sensus da intenção de voto espontânea para a eleição de 2010. Mesmo não podendo concorrer, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aparece com 23% da preferência dos entrevistados contra apenas 6% do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), segundo colocado. Em outras palavras, Lula hoje teria praticamente 4 vezes mais votos do que o rival tucano. Infelizmente, o instituto Sensus não realizou pesquisa estimulada com o nome de Lula. Sem o presidente, Serra lidera, Ciro Gomes aparece em segundo e Dilma Rousseff já alcança praticamente 9%. Abaixo, mais detalhes sobre a pesquisa no release preparado pela assessoria da Confederação Nacional dos Transportes: C NT divulga resultados da 93ª Pesquisa CNT/Sensus A 93ª Pesquisa CNT/Sensus, divulgada hoje (22 de setembro de 2008), em Brasília, pela Confederação Nac

A pedidos: quem vai para 2° turno em SP

Este blog está sendo injustamente qualificado de "tucano" pelo comentário anterior, em que vaticinava uma disputa acirrada e imprevisível entre Geraldo Alckmin (PSDB) e Gilberto Kassab (DEM) pela segunda vaga no segundo turno da capital paulista. Dois leitores cobram um palpite sobre quem se sairá vitorioso na disputa no campo conservador. Bem, este blog jamais "tucanará", vamos então à análise dos fatos e o palpite: se nessas duas últimas semanas que antecedem o pleito a campanha prosseguir com o tom atual, com Alckmin batendo forte em Kassab e o prefeito ignorando os ataques, o palpite do blog é que o candidato tucano supera o democrata e enfrentará Marta no dia 26 de outubro. O problema todo é que é improvável que Kassab não comece a reagir e também não é impossível que o governador José Serra chute o pau da barraca e anuncie o seu apoio a Kassab – neste caso o prefeito é que iria para a segunda fase da eleição. Tudo somado, é preciso acompanhar o desenrolar da

Datafolha: alento para Alckmin

O sinal amarelo deve ter acendido no QG de Gilberto Kassab, prefeito de São Paulo e candidato à reeleição pelo DEM. A pesquisa Datafolha divulgada agora pouco mostra Marta Suplicy (PT) com 37%, mesmo percentual do levantamento anterior, Geraldo Alckmin (PSDB) e Kassab empatados com 22%, Paulo Maluf caiu de 8% para 7% e Soninha caiu de 4% para 3%. Kassab deve estar preocupado porque Alckmin subiu 2 pontos, ao passo que ele mesmo, o prefeito, subiu um ponto. Em outras palavras, o tucano pode ter conseguido estancar a sangria – desde o início da campanha na televisão, Alckmin só fazia cair. Aparentemente, este movimento cessou. Se isto se deve ou não à mudança de rumo da campanha, com estilo bem mais agressivo e combativo, incluindo críticas a Kassab, só as futuras pesquisas vão dizer. A verdade é que o jogo estava muito fácil para Kassab, e Geraldo Alckmin pode ser muita coisa, mas burro, não é. Ao perceber que a sua estratégia de "Geraldinho paz e amor" não funcionava, foi à l

Diário da crise: o Proer americano

Nesta quinta-feira, as bolsas de valores fecharam em alta, com os investidores animados (ou aliviados) com o anúncio de uma ajuda de mais US$ 200 bilhões, pelo Fed e outros 5 bancos centrais, às instituições financeiras em dificuldade. Na prática, é uma espécie de Proer: o contribuinte paga a conta da farra dos banqueiros. O problema todo é que sem a ajuda, o contribuinte também acabaria pagando o pato porque a falência do sistema financeiro desorganizaria toda a economia, com consequências imprevisíveis. Assim, dá para entender a lógica do Fed em salvar a pele de algumas instituições, o que não dá para aceitar é a turma que dirige irresponsavelmente as tais instituições não serem duramente penalizadas...

Ótima idéia de Haddad

O ministro da Educação, Fernando Haddad, teve uma excelente idéia: liberar o exercício da profissão de jornalismo para todos que possuam diploma de ensino superior em qualquer área. Este blog defende que todo brasileiro alfabetizado possa excercer a profissão, mas isto os dinossauros da Fenaj não aceitam de maneira alguma. Assim, a idéia de Haddad pode ser um avanço, embora também vá provocar arrepios nos defensores do canudo exclusivo (que poderia ter outros usos, aliás bem mais apropriados, a julgar pelo que escrevem tantos diplomados). E antes que alguém pergunte, o autor destas Entrelinhas está na profissão desde 1994 e graças ao bom Deus não tem deproma de jornalista. É formado em História pela Universidade de São Paulo e fez 3 anos de Administração Pública na Fundação Getúlio Vargas, curso que abandonou para trabalhar na redação da Folha de S. Paulo , onde aprendeu o que precisava para seguir na carreira como jornalista.

Perguntar não ofende

A Folha de S. Paulo não gostou nadinha da proposta da candidata Marta Suplicy (PT) de fornecer internet grátis, em banda larga, por meio de antenas que permitiriam o acesso a todos que comprarem uma placa para wireless (rede sem fio). Foi só a ex-prefeita apresentar a proposta e o diário paulistano publicou uma página inteira de bombardeio contra o projeto, com um sem número de ressalvas quanto a segurança do sistema e outros problemas técnicos. A pergunta que não quer calar, pois, é uma só: será que a Folha é contra a proposta de Marta por que a disseminação da internet gratuita atrapalharia bastante a venda de assinaturas do provedor Universo Online, de propriedade do mesmo grupo que publica a Folha ? Ou será que o jornal está mesmo preocupado com a segurança dos internautas de São Paulo? Você decide...

Ah, se fosse o Chávez...

Primeiro o governo de George W. Bush estatizou as agências Freddie Mac e Fannie Mae, evitando que as duas quebrassem. Menos de duas semanas depois, anunciou na terça-feira (16) uma ajuda de US$ 85 bilhões para a AIG, maior seguradora privada do mundo. Quem se deu ao trabalho de ler a notícia do New York Times deve ter reparado que a contrapartida da ajuda é o controle, pelo governo americano, de 80% da companhia. Em outras palavras, uma nova estatização. Mais um pouco e Olavo de Carvalho e seus pitboys começarão a desconfiar que Bush também está a serviço da causa comunista nas Américas – nunca é demais lembrar que o tal filósofo já escreveu mais de uma vez que Fernando Henrique Cardoso armou a cama para Lula deitar e estaria mancomunado com o seu sucessor na tarefa de acabar com a iniciativa privada no Brasil e na América Latina. Ok, podem parar de rir, vamos falar sério: é claro que não se trata de uma "estratégia socialista" para sair da crise nem também o fim do neolibe

Dois bons artigos sobre a crise

A edição da Folha de S. Paulo desta terça traz dois bons artigos sobre a crise financeira internacional, reproduzidos abaixo. O de Krugman, em especial, merece ser lido na íntegra. E Vinícius Torres Freire é o jornalista brasileiro que melhor acompanha a crise, desde os seus primórdios, quando ninguém dava muita bola para o tal "subprime"... Versão pós-moderna de corrida aos bancos PAUL KRUGMAN, DO "NEW YORK TIMES" O sistema financeiro dos EUA entrará em colapso nos próximos dias? Não creio, mas estou longe da certeza. Para compreender o problema, é preciso saber que o velho mundo dos bancos, no qual instituições abrigadas em grandes edifícios de mármore aceitavam depósitos e emprestavam dinheiro a clientes de longo prazo, em larga medida desapareceu, substituído por aquilo que costuma ser designado como "o sistema bancário paralelo". Os bancos que operavam contas-correntes, aqueles dos edifícios de mármore, hoje desempenham papel menor em canalizar fund

Rir para não chorar

O Brasil está para esta crise internacional como o maluco que tomou três ácidos sem sentir coisa alguma. O sujeito começa a se perguntar: será que não bateu? Bem, pode ser que o produto estivesse vencido, mas também pode ser que a coisa termine numa bad trip daquelas... É evidente que as coisas não andam nada bem no cenário econômico internacional, mas até agora, "não bateu" por aqui. Vai bater? Só Deus sabe, os economistas é que não conseguem responder a esta questão, até pelo ineditismo da crise. Uma coisa é certa: se o Brasil sair incólume ou for pouco afetado, será a prova definitiva de que o presidente Lula nasceu com aquilo virado para a lua.

Crise se agrava, mas não é 1929

O quarto maior banco de investimentos dos Estados Unidos faliu, quebrou. Não é pouca coisa. Uma falência desta magnitude é capaz de arrastar mais algumas instituições financeiras para o buraco, situação que foi evitada no caso da Merril Lynch, vendida para o Bank of America por R$ 50 bilhões. Sim, a situação é grave e as consequências devem começar a aparecer na economia real em breve na forma de desaceleração do crescimento - lá fora e provavelmente aqui dentro também. O tamanho e magnitude deste movimento, porém, ninguém ainda pode prever. Ou melhor, já tem gente "prevendo" uma nova Grande Depressão como a que se seguiu à quebra da Bolsa de Valores americana em 1929. Esse pessoal devia ir com calma, até para não cair no ridículo: em 1930, cerca de 10 mil bancos americanos quebraram e a taxa de desemprego chegou a 25%, ou seja, um quarto da população economicamente ativa. Este blog aposta sem pestanejar que tal situação não acontecerá de novo agora. O desemprego nos EUA es

Um país sem oposição nenhuma

A nota abaixo está na coluna Painel da Folha de S. Paulo deste domingo e é o retrato acabado do Brasil de hoje. Vamos à nota e a análise vem em seguida: "Lula tudo bem" "Lula tudo bem. O problema é o PT." A frase, martelada em um dos comerciais da nova fase da propaganda de Geraldo Alckmin, indica um tom que vai além da campanha paulistana, ditado pelo recorde histórico de aprovação ao presidente em pesquisa Datafolha. O comando do PSDB já sinalizou que fará vista grossa ao esforço de seus candidatos, por todo o país, para se associarem ainda que "de lado" à imagem de Lula. O mesmo se passa com o DEM, cujo candidato em melhor situação nas capitais (ACM Neto, líder em Salvador) não se cansa de fazer mea culpa pelas críticas do passado e de repetir que, se eleito, terá plenas condições de trabalhar "em parceria" com o Planalto. Sim, o tucano Geraldo Alckmin, candidato à prefeitura de São Paulo, já demonstra um certo desespero com as sucessivas que

Novas pesquisas a caminho

Quatro pesquisas sobre o cenário eleitoral na capital paulista foram registradas nos últimos dias no Tribunal Regional Eleitoral, como se pode ver no final desta nota. Os levantamentos devem começar a serem divulgados nesta sexta à noite, pela TV Globo. Os leitores assíduos deste blog sabem que o Entrelinhas não consulta videntes nem cartomantes, mas adora acertar o resultado das pesquisas eleitorais. Com base no último Datafolha, os palpites desta semana são os seguintes: Marta Suplicy oscila dos 40% da semana passada para 39% , ou seja, permanece estável na liderança da corrida sucessória Geraldo Alckmin cai mais dois pontos, passando de 22% para 20% e reafirmando a tendência de queda da sua candidatura. Gilberto Kassab sobe de 18% para 20% , chegando finalmente ao empate de fato com o tucano, já que na última enquete a situação era de empate técnico. Paulo Maluf oscila de 8% para 7% . Este blog aposta que Maluf permanecerá nesta faixa de eleitores fiéis até o final da campa

Hoje é dia de debate

A TV Bandeirantes promove hoje o segundo debate entre os candidatos à prefeitura de São Paulo. A grande expectativa de todos os analistas políticos é sobre a performance do ex-governador Geraldo Alckmin, candidato do PSDB, que desde o início da campanha só tem feito cair nas pesquisas. Apesar da baixa audiência, é uma boa chance para o tucano reagir e mostrar que está no jogo, ao contrário do que muitos acreditam. Se o programa ficar polarizado entre Marta Suplicy (PT) e Gilberto Kassab (DEM), aí de fato a vida de Geraldo vai ficar muito difícil. O grande problema do ex-governador é que ele terá, de uma forma ou de outra, que bater em Kassab para conter a subida do prefeito nas pesquisas e isto vai descontentar o governador José Serra (PSDB), já que a gestão de Gilberto Kassab é a continuidade da iniciada por Serra... Ou seja, para Alckmin a situação está parecida com a do velho ditado: se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. Kassab e Marta agradecem...

Belluzzo: desaceleração sim, crise não

O site Terra Magazine está se firmando como um dos bons locais para se informar com profundidade sobre os rumos da economia nacional e mundial nesses tempos de crise. Vale a pena espiar o que sai por lá, como a entrevista abaixo, com o professor Luiz Gonzaga Belluzzo. Este blog não concorda com tudo que diz o economista, mas ressalta que é uma leitura instigante e uma opinião de peso, a ser levada em consideração. Belluzzo: Economia nacional sofrerá desaceleração Daniel Milazzo Dado divulgado esta manhã pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indica que o PIB (produto interno bruto) nacional no segundo semestre de 2008 cresceu 1,6% em relação aos primeiros três meses do ano. Em relação ao primeiro semestre de 2007, o PIB brasileiro aumentou em 6% de janeiro a junho deste ano. Segundo dados do IBGE, este aumento do PIB - que alcançou R$ 716,9 bilhões - foi impulsionado principalmente pelo aquecimento da atividade agropecuária, que cresceu 3,8% no segundo semestre de

Sim, é a economia, estúpido...

Saiu o resultado do PIB brasileiro no primeiro semestre, conforme se pode ler em detalhes abaixo, na versão da Folha Online. A economia cresceu mais do que o esperado pelo mercado, o que deve levar as agências a uma série de revisões sobre os números para este ano. Talvez a economia cresça até mais de 5%, como espera o governo. A partir desses números, vai ser difícil para a oposição aplicar aquele velho discurso de que os outros países emergentes estão crescendo mais que o Brasil ou que Lula surfa na onda do crescimento mundial. O mundo rico está à beira de uma recessão e o Brasil se aproxima das taxas de crescimento da Índia e até da China, cujo PIB deve aumentar 8% em 2009. Depois os analistas não entendem por que a base lulista está na frente em 20 das 26 capitais de Estado nas prévias dos institutos de pesquisa... No Nordeste, que cresce a taxas chinesas, o fenômeno é ainda mais impressionante. A verdade é que se Lula quisesse (ou quiser), seria reeleito com o pé nas costas, sem

Dois textos sobre o golpe na Bolívia

O leitor pode tirar suas próprias conclusões: o primeiro texto é de Clóvis Rossi, da Folha de S. Paulo , que não é propriamente um diário esquerdista. O segundo, de Reinaldo Azevedo, da ultra-direitista Veja . Reinaldo tenta botar culpar Evo Morales pela truculência da direita boliviana, repetindo um velho expediente de tentar culpar a vítima. E Rossi coloca os pingos nos is, ressaltando a hedionda frase do líder oposicionista, ressaltada em negrito. Vale a pena ler até o fim... É GOLPE, POR CLÓVIS ROSSI SÃO PAULO - O que está em andamento na Bolívia é uma tentativa de golpe contra o presidente Evo Morales. Segue uma linha ideológica e táticas parecidas às que levaram ao golpe no Chile, em 1973, contra o governo de Salvador Allende, tão constitucional e legítimo quanto o de Evo Morales. Os bloqueios agora adotados nos Departamentos são a cópia de locautes de caminhoneiros que ajudaram a sitiar o governo Allende. Outra semelhança: Allende elegeu-se presidente, em 1970, com pouco mais de

O neoliberalismo não acabou

Este blog se atreve a discordar da professora Maria da Conceição Tavares, que viu na intervenção do governo norte-americano nas agências imobiliárias Freddie Mac e Fannie Mae o triste fim do neoliberalismo. Para a economista, que é uma das referências importantes do pensamento de esquerda no país, o que ocorreu neste fim de semana nos Estados Unidos foi a estatização das duas agências, fato que demonstraria a fraqueza dos dogmas liberais de não-intervenção na economia. Humildemente, este blog achou mais inteligente a análise da ministra Dilma Rousseff, que não é do ramo, mas já tem uma boa vivência na administração do Estado: segundo ela, a intervenção do governo dos EUA não representa o fim do neoliberalismo porque nunca houve neoliberalismo propriamente dito nos países desenvolvidos. Na verdade, Dilma exagerou um pouco – houve, sim, uma radicalização liberal, digamos assim, durante as gestões Reagan e Tatcher, na Inglaterra –, mas ela tem razão na essência do argumento: quando a brin

Selecinha joga bola após bronca de Lula

Será que se o presidente Lula não tivesse dito o que disse a respeito da seleção brasileira de futebol os milionários atletas que representam o Brasil teriam jogado com a determinação que se viu ontem, no Chile? Lula afirmou que preferia que o escrete canarinho tivesse apenas jogadores que atuam no Brasil. Os "estrangeiros" do time, ou seja, a totalidade dos titulares, não devem ter gostado desta conversa. Pararam com a frescura de sempre e entraram decididos a "provar prá todo mundo que não precisavam provar nada prá ninguém", como diria Renato Russo. Deu no que deu: 3 a 0 Brasil, fácil, fácil... E depois desta ainda tem gente que diz que o presidente Lula é pé-frio...

Eleições 2008: sobre o cenário
paulistano e o lulismo em alta

Uma nova rodada de pesquisas, desta vez do instituto Datafolha, reforça as análises já feitas neste blog, sobre o quadro político nacional. Faltando 28 dias para as eleições municipais, os candidatos da base aliada lideram em 20 das 26 capitais. Se isto fosse pouco – em 2004 eram apenas 11 os candidatos da base que lideravam –, é preciso olhar com atenção para os oposicionistas que estão na frente. Como revela a ótima reportagem da Folha de S. Paulo sobre o assunto, há vários candidatos do DEM e PSDB garantindo na campanha que têm apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Até Gilberto Kassab (DEM), que não pode propriamente brigar pelo apoio de Lula, faz questão de dizer que tem sido um "ótimo parceiro" do presidente e que esta parceria vai continuar, caso seja reeleito na capital paulista. Pode parecer incrível, mas não há no país hoje, salvo no âmbito dos nanicos da ultra-esquerda, uma oposição contundente ao governo Lula. Nem mesmo ACM Neto em Salvador bate mais for

O pior já passou ou vem por aí?

O que vai abaixo é o artigo do autor destas Entrelinhas para o Correio da Cidadania. Como sempre, em primeira mão para os leitores do blog. A semana que passou foi das mais agitadas nos mercados de capitais do mundo inteiro. Mais uma leva de más notícias, desta vez com origem na União Européia, derrubou as bolsas de valores. A de São Paulo caiu quase 7%, aos 51 mil pontos, índice que levou o Ibovespa para o patamar do final do ano passado. Não é fácil acompanhar a tal crise financeira internacional, iniciada em agosto de 2007 a partir dos problemas no mercado habitacional dos Estados Unidos. Vários bancos americanos e europeus já quebraram e outros apresentaram prejuízos bilionários. A leitura dos analistas econômicos não ajuda muito, pois eles se dividem basicamente em duas correntes: a dos que acha que o pior ainda está por vir e a dos que acredita que a situação já começou a melhorar e que os "espirros" no mercado financeiro são os últimos lances da crise. A verdade é q

Palpite do blog

Repetindo a semana passada, quando o Entrelinhas teve um razoável percentual de acertos, seguem os palpites para o Datafolha de amanhã: Marta - permanece estável, na margem de erro. Na semana passada, ela tinha 39% e o blog crava 38% no novo levantamento. Alckmin - cai mais um pouco. Estava com 24%, cai para 21% . Kassab - sobe bastante. Uma semana atrás, o prefeito tinha 16%. Vai aparecer com 19% . Maluf - Como Marta, fica estável, na margem de erro. Tinha 7%, o blog acha que sobe mais um ponto, chegando a 8% . Soninha pode ganhar mais um pontinho, já beirando o seu teto. Fica com 4% . Os demais ficam com 1% (Ciro e Ivan) ou não pontuam (todos os outros). Mande você também o seu palpite. Quem acertar a quina (Marta, Alckmin, Kassab, Maluf e Soninha) vai ganhar uma camisa autografada pelo filho do Enéas, candidato a vereador em São Paulo. Camisa Hering, que fique claro.

Tem Datafolha amanhã

A Rede Globo deve divulgar na noite de amanhã a mais nova pesquisa sobre o cenário eleitoral paulistano. Ainda não se sabe se sai no Jornal Nacional ou mais tarde, no Jornal da Globo. Mas os números estarão na Folha de S. Paulo no sábado, conforme se pode perceber abaixo, com o registro do levantento no TRE (se a data de registro é 1/9, a pesquisa pode ser divulgada a partir do dia 5). Número da Pesquisa: 02200108-SPPE Data do registro: 01/09/2008 Contratante: Empresa Folha da Manhã S/A e Globo Comunicação e Participações S.A. Contratada: Banco de Dados São Paulo Ltda. (Instituto de Pesquisas Datafolha) Valor: R$ 59.000,00 (cinqüenta e nove mil reais) Cargo: Prefeito de São Paulo Período de realização: 04 e 05 de setembro de 2008

De "crise" em "crise": qual será a próxima?

Apesar dos enormes esforços de parte da imprensa, o caso do "grampo" do presidente do STF, Gilmar Mendes, já começou a esfriar com o afastamento de Paulo Lacerda da Abin. A oposição ficou sem discurso e agora a expectativa é com o resultado das investigações. É claro que a divulgação de novas gravações obtidas por meio de grampos pode dar mais gás à "crise", mas este blog aposta que, ainda antes da eleição de outubro, outro "escândalo" vai surgir. E não vai dar em nada, as always ... A razão de tantas "crises" é uma só: os candidatos do governo estão bem nas pesquisas e a oposição patina. Quando isto acontece, a grande imprensa sempre entra em campo para equilibrar o jogo...

Abril elege candidatos para 2010

A editora Abril realizou ontem, terça-feira, um convescote para celebrar os 40 anos da revista Veja , aquela cujo editor-executivo em 2006 abria as reuniões de pauta com a singela frase "o que temos nesta semana para fo... aquele operário filho da p...?". Dispensável dizer que a referência era ao presidente da República, mas dá uma boa noção do "jornalismo" praticado pela "revista". Na festinha promovida Abril para convidados VIP (políticos e empresários, em sua maioria), a editora convidou quatro políticos para falar do "Brasil que queremos ser", a saber: José Serra e Aécio Neves (PSDB), Dilma Rousseff (PT) e Ciro Gomes (PSB). Subtende-se que seriam estes os prováveis candidatos à presidência do Brasil daqui dois anos, em 2010. Bem, o anfitrião convida quem bem entende, mas já de cara chama atenção o fato de dois dos escolhidos pela editora serem do mesmo partido, deixando de lado a única candidata realmente confirmada para o pleito: a ex-senado

Presidente cortou o mal pela raiz?

Pelo noticiário desta terça-feira, o "escândalo dos grampos" terá vida curta. Lula agiu rápido e foi certeiro no gatilho ao afastar a cúpula da Abin: até a oposição está elogiando a medida. Agora virá uma longa investigação e lá por dezembro, quando o ano estiver acabando, sairá o relatório final do inquérito. Até lá, nem a anti-lulista Veja conseguirá manter o assunto na ordem do dia...

Lula adota a "solução Hargreaves"

O presidente Lula decidiu afastar toda a cúpula da Abin enquanto durem as investigações sobre o grampo realizado no telefone do presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes (ou do senador Demóstenes Torres). Lula adotou a "solução Hargreaves", a mesma utilizada pelo ex-presidente Itamar Franco quando surgiram denúncias contra o seu secretário Henrique Hargreaves, que foi afastado enquanto duraram as investigações. Inocentado, Hargreaves voltou ao governo. Se Paulo Lacerda será ou não inocentado neste caso, o tempo vai dizer. Este blog, porém, tem a impressão de que Lacerda é muito mais vítima do que culpado.

Grampolândia: alguém não sabia?

A revista Veja , cujo anti-lulismo dispensa apresentações, revelou ao país que até o presidente do Supremo Tribunal Federal foi grampeado pelos arapongas da Abin. Como diriam os americanos e os tucanos, "so what?" (talvez a melhor tradução seja "e daí?", mas "so what" é muito mais chique, e tucano é tudo gente chique...). A verdade é que qualquer otário em Brasília sabe que difícil mesmo é achar um telefone que não esteja grampeado na cidade. Há quem diga que até o do presidente Lula tem escutas... A grande questão é saber se os grampos (do presidente do STF e de todos os demais cidadãos) são legais ou ilegais e se foram mesmo realizado pela Abin, como diz a Veja . É fácil dizer que o presidente "perdeu o comando" da Abin, mas muito mais difícil é provar a tese. E se os grampos tiverem sido feitos por arapongas a serviço do banqueiro Daniel Dantas ou de outro pilantra qualquer? Mais uma vez, Veja e os colunistas da ultra-direita se unem para g

Pesquisas: governismo em alta

Com mais uma rodada de pesquisas sobre o cenário eleitoral em diversas capitais do país, é possível continuar a análise esboçada aqui já faz uma semana, na rodada anterior. E ao que parece, os brasileiros estão mesmo dispostos a eleger gente que está no governo ou recebe apoio dos que estão. Senão vejamos: Em São Paulo , a disputa parece estar caminhando para uma polarização entre a petista Marta Suplicy (apoiada por Lula, portanto pelo governo federal) e o prefeito Gilberto Kassab (DEM), que defende a sua própria gestão. O tucano Geraldo Alckmin está cada vez mais sem pai nem mãe com o abandono de José Serra, seu correligionário e apoiador de Kassab nas horas vagas (e nas não vagas também). No Rio de Janeiro , o candidato do governador Sérgio Cabral (PMDB) só faz crescer. Até pouco tempo, Eduardo Paes tinha menos de 5% e agora já disputa o primeiro lugar com o bispo Crivella. No Rio, Lula tem vários candidatos, e como diz o presidente, "cão com vários donos morre de fome"...