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Rodini: nem marolinha, nem tsunami

Em mais uma colaboração para o Entrelinhas, o diretor do instituto de pesquisas Engrácia Garcia, Jorge Rodini, faz uma análise dos números divulgados pelo Datafolha. Abaixo, palavras de quem entende da matéria:

Esta última pesquisa Datafolha mostra uma queda na popularidade do presidente Lula. Apesar de deter índices vigorosos de aceitação pública, sua avaliação foi impactada pela crise financeira mundial. Lula continua melhor avaliado pelos homens, sendo as mulheres mais desconfiadas e os jovens mais desanimados.

Na área social, Lula é reconhecido até pelos eleitores com nível superior. No entanto, há uma piora na expectativa em relação a avaliações futuras em todos os segmentos pesquisados. O principal problema do país hoje é o desemprego, sendo maior este índice entre os mais jovens. Para os mais idosos, Saúde é, de longe, a área em piores condições.

Os homens acham que Lula se sai melhor na economia. As mulheres, no entanto, acreditam que ele se sobressai no Social e na Educação, os mais jovens na Educação e os mais idosos no Social. Saúde é a área que Lula pior conduz, seguida de Segurança (uma atribuição dos Estados) e Desemprego. A pior avaliação de Lula é entre os sulistas e a melhor entre os nordestinos.

Quase três quartos dos nordestinos acreditam que Lula será avaliado como ótimo e bom nas próximas pesquisas. E 19% dos moradores desta região dizem que a área em que Lula se sai melhor é a Social.

A ministra Dilma tem mais votos entre os homens do que entre as mulheres. Somente 52% dos eleitores a conhecem, mesmo que só de ouvir falar, (ela é mais conhecida entre os homens e menos entre os jovens). Serra tem 92% de conhecimento na população, Ciro 86%, Heloísa Helena 72% e Aécio 62%. No Nordeste, Dilma é conhecida por apenas 46% do eleitorado. A ministra é muito pouco conhecida entre os de menor escolaridade e baixa renda.

No Nordeste, Serra ganha de Ciro por 34% a 22%, com Dilma tendo intenção de voto de 14% e HH, 13%.

O pessimismo em relação as consequências no Brasil da crise financeira mundial é maior entre as mulheres e entre os mais jovens.

O que se extrai de toda essa salada numérica é que a crise afetou, de alguma forma, a popularidade presidencial. Lula, é verdade, detém índices quase inimagináveis de aceitação. Sua candidata pré-escolhida patina no lodo financeiro. Seu jeito firme ainda não cativou as mulheres.

Serra, apesar da pouca ousadia da oposição, ainda surfa em mares calmos. Lula sentiu de perto a força da marolinha nos seus índices de aprovação. Hoje o presidente tem uma certeza: o que o brasileiro enfrenta não é um tsunami, mas está longe de ser uma marolinha.

Comentários

  1. Eu continuo achando que o que subiu tem que descer. A popularidade de Lula uma hora acabaria caindo. Foi agora. Está certo que a mídia e a oposição comemoram. Mas é só olhar resultados anteriores para ver como a coisa é bem mais complicada: o pico de FHC, por exemplo, foi de apenas 47% em 1996. Mesmo que Lula despenque, é perigoso que chegue em 2010 com números superiores ao do sociólogo.

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