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Mostrando postagens de janeiro, 2009

Quem manda no PSDB é José Serra

A decisão do partido tucano em apoiar o petista Tião Viana (AC) para a presidência do Senado mostra que o governador José Serra (SP) é hoje o líder mais influente do PSDB. Mais do que o apoio ao candidato do PT, o que Serra queria mesmo era ver seu partido longe de José Sarney (PMDB-AP), de quem é desafeto. Sim, o governador fez cara de paisagem, disse que não "trabalharia" na eleição no Senado, mas no final a bancada tucana, que inicialmente estava inclinada ao nome de Sarney, anunciou o surpreendente apoio a Viana. É evidente que decisão teve o dedo de Serra, principal nome do PSDB para a sucessão de Lula em 2010. Ele é hoje o "capo dei capi" do PSDB.

Dora Kramer aposta em Sarney e Aldo

Em comentário escrito aqui no dia 14 de janeiro, este blog apostava na eleição de José Sarney (PMDB-AP) e Aldo Rebelo (PCdoB-SP) nas eleições do próximo dia 2 para o comando das mesas do Senado e Câmara Federal. Nesta quinta-feira, a colunista política Dora Kramer escreve no Estadão um ótimo artigo analisando a disputa no Congresso e aposta exatamente na mesma dupla. Dora pode ser muito conservadora, alinhada com os tucanos, mas é uma das jornalistas mais bem informadas sobre os bastidores da política nacional, especialmente os de Brasília. Ninguém está dando bola para Aldo, mas a verdade é que o bom mineiro come quieto. E a cada semana que passa a turma que apóia Michel Temer (PMDB-SP) diminui a previsão de votos que ele terá na segunda-feira - já foram 400, agora são 300. A pergunta básica que se deve fazer sobre as candidaturas no Congresso é a seguinte: a quem interessa a vitória de sicrano ou beltrano? A de Sarney interessa a Lula e ao governo, ao DEM (pela boa relação que o ex-

Grandes jornais crescem até 3% enquanto
populares têm expansão de 11% em 2008

A matéria abaixo está na Folha de S. Paulo de hoje e revela que os jornalões conseguiram aumentar a circulação em 2008, mas em um patamar bem menor do que as publicações classificadas como "populares". A Folha está orgulhosa da "liderança" entre os jornalões, mas o crescimento foi pífio: 2,87% no "melhor ano de nossas vidas" da economia brasileira. É bastante provável que em 2009 os populares continuem a crescer mas os jornalões estagnem ou até percam leitores. A ver. Circulação de jornais aumenta 5% no país DA REPORTAGEM LOCAL A circulação média diária de jornais no Brasil no ano passado cresceu 5% na comparação com 2007, de 4,14 milhões de exemplares para 4,35 milhões de exemplares, segundo o IVC (Instituto Verificador de Circulação), empresa que audita a circulação de jornais no país. O crescimento nas vendas de jornais em 2007 e 2006 havia sido de 11,8% e 6,5%, respectivamente. Apesar de a expansão em 2008 ser menor que a dos últimos dois anos, o cres

Dois modos de ler uma mesma notícia

Na Agência Brasil: Brasil crescerá acima da média mundial em 2009, prevê FMI A economia brasileira terá, em 2009, um desempenho melhor que o restante do mundo e pode crescer 1,8%. O Fundo Monetário Internacional (FMI) espera que a economia mundial tenha crescimento de 0,5%, o pior desempenho desde 1945. No Portal UOL, do Grupo Folha: Brasil deve crescer só 1,8% no ano, prevê FMI A partícula "só" utilizada no título do UOL constitui um recurso típico de manipulação de números no jornalismo. O título da Agência Brasil é neutro. Um título tendencioso para o governo seria algo como "Brasil de Lula crescerá quase 4 vezes mais do que a média mundial". Todos títulos são verdadeiros e expressam a mesma notícia...

Web ultrapassa impressos nos EUA

Outra notícia interessante publicada no Terra Magazine , também relacionada ao futuro dos jornais impressos. Internet supera jornais como fonte de informação nos EUA Um estudo do Pew Research Center mostra que a internet já superou os jornais impressos como fonte de informação - pelo menos nos Estados Unidos. Entre 2007 e 2008, a imprensa tradicional ganhou 1% de audiência; já a TV perdeu 4%. Enquanto isso, a internet, como fonte de informação, ganhou 16%. Para ler mais, clique aqui .

Aposta futebolística

É grande a expectativa com a estréia de Ronaldo Gorducho no Corinthians. Este blog aposta que o ex-jogador não permanecerá em campo mais do que 900 minutos neste semestre. Podem contar entradas no final das partidas, jogos em que ele der o pontapé inicial, não há a menor chance, é só olhar para o jovem senhor e perceber que ele já está mais para certames entre casados e solteiros, coisas assim... Em tempo: o artilheiro do paulistão já tem nome: Washington.

Um bom artigo sobre o futuro dos jornais

O professor Bernardo Kucisnki escreveu para a Agência Carta Maior o texto que vai abaixo. É uma interessante reflexão sobre a crise dos grandes jornais mundo afora. Um cenário infelizmente bastante difícil para os impressos, especialmente nos países desenvolvidos. No Brasil, vale lembrar que o espaço para crescimento é bem maior em função da aumento do mercado leitor, que era muito pequeno dado o enorme contingente de analfabetos (funcionais ou não) e pessoas sem renda suficiente para poder comprar jornais. Com a universalização da educação e aumento da renda dos mais pobres, surge um novo público, como atesta o crescimento dos jornais populares, que crescem muito mais do que os títulos tradicionais. Ainda assim, é provável que os três fatores apontados por Kucinski (concorrência com a internet, estrangulamento do crédito e retração do mercado publicitário) tenham efeito por aqui também. Aliás, tais efeitos já começaram a ser sentidos. Abaixo, a íntegra do artigo do professor. De repen

Dica de leitor

O blog do professor Hariovaldo Almeida Prado merece lugar de destaque e passará a fazer parte das indicações do Entrelinhas aos seus leitores. Mainardi, Olavo e Reinaldão, tremei, perto do Hariovaldo, vocês não passam de reles sociais-democratas... É realmente imperdível.

Obama e os seus comunistas

Ler textos da ultradireita é diversão garantida, mas tem gente que se supera. Olavo de Carvalho, filósofo, escreve no Diário do Comércio, jornal mantido pela Associação Comercial de São Paulo e que nada tem a ver com o DCI, onde o autor destas Entrelinhas trabalha. O texto abaixo foi publicado no último dia 22 e é um exemplo acabado da paranóia dessa turma. Quem conseguir chegar ao final do artigo sem cair na gargalhada merece um prêmio. Afinal, não é todo dia que alguém consegue botar no papel a idéia de que a CIA já está nas mãos dos comunistas. Provavelmente até o Diogo Mainardi diria: "menas", Olavão, "menas"... Rombo de segurança Olavo de Carvalho Alguém espalhou pela internet o boato de que a filha de Leon Panetta, o escolhido de Barack Hussein Obama para chefiar a CIA, era comunista e amiga de Hugo Chávez. Vários blogs conservadores morderam a isca e repassaram a história, amparada numa foto de Linda Panetta – este o nome da criatura – ao lado do caudilho ve

Krugman: Obama e a economia da má fé

Mais um excelente artigo de Paul Krugman, publicado originalmente em Terra Magazin e, que corrobora o que foi escrito aqui sobre as críticas da colunista Míriam Leitão ao plano de Obama para recuperar a economia norte-americana. É claro que Krugman nem sabe quem é Leitão, mas trata-se de uma ótima resposta, até porque a jornalista global usa exatamente os argumentos dos republicanos para criticar medidas que nem sequer foram anunciadas. O final do artigo, em especial, é excelente. Na íntegra, para os leitores do Entrelinhas . A economia da má fé Por Paul Krugman, do New York Times À medida que se inicia o debate sobre o plano de incentivo da economia do Presidente Barack Obama, uma coisa é certa: Muitos dos oponentes do plano não estão argumentando com boa fé. Os conservadores não querem, e não querem mesmo, ver um segundo New Deal e certamente não querem ver o ativismo do governo reconhecido. Então, eles estão pegando qualquer vareta que conseguem achar com a qual possam derrubar pro

Onde passa boi, passa boiada

A matéria abaixo, da Agência Estado, revela o que todo mundo no meio político sabe e comenta, mais em off do que em on : a eleição de Michel Temer (PMDB) na Câmara não é tão líquida e certa como o grupo político que o apóia tenta fazer crer. Temer tem o apoio de 12 partidos, mas este blog duvida que um único deles vote coeso no peemedebista. Também é evidente que a eleição se Sarney no Senado pode complicar a vida de Temer. Sim, ele ainda é o favorito, mas muito provavelmente terá de enfrentar um segundo turno na madrugada da próxima terça-feira. E na madrugada, basta lembrar a eleição de Severino Cavalcanti, tudo pode acontecer... PT admite traições a Temer se Sarney vencer Avaliação foi feita ontem na primeira reunião do ano da Executiva Nacional Vera Rosa A cúpula do PT considera "muito difícil" a eleição de Tião Viana (PT-AC) à presidência do Senado e não descarta a possibilidade de traições na Câmara, caso o senador José Sarney (PMDB-AP)vença a disputa, na segunda-feira.

No Senado, Lula é Sarney e Serra é Tião

A política brasileira é engraçada e engana muita gente. Na disputa pelo comando do Senado são dois os candidatos: José Sarney, do PMDB do Amapá, e Tião Viana, do PT do Acre. Todos os analistas bem informados sabem que o presidente Lula prefere a vitória de Sarney, embora não revele em público e provavelmente não trabalhe com afinco por ela, para não melindrar os petistas. Por outro lado, o PSDB está fazendo bico, ainda não optou por nenhum dos candidatos, mas um dos principais lideres do partido, o governador José Serra, trabalha para que os tucanos escolham o petista Viana. Serra detesta Sarney e sabe que ele trabalharia pela aliança de seu partido com o PT em 2010, ao passo que Viana seria mais "neutro" na relação com a oposição, de acordo com a avaliação do governador, que por sinal mantém ótimas relações com o senador acreano. A "bancada de Serra" no Senado, capitaneada por Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) - nome cotado para vice, caso o PMDB venha a apoiar o PSD

Reinaldo vs. Coelho e a banca do distinto

O autor deste blog esteve lendo, no final de semana, a tal polêmica travada entre Reinaldo Azevedo e Marcelo Coelho, jornalistas da Veja e Folha , respectivamente. Para quem não leu, um resumo rápido: Coelho, em artigo na Folha , escreveu sobre os "doutores da malvadeza", referência aos colunistas da ultradireita (Reinaldão, Mainardi, Olavo e alguns outros). O texto tinha, naturalmente, um tom bastante crítico. Reinaldão acusou o golpe e escreveu vários posts em seu blog acusando Marcelo Coelho de tentar censurar as vozes da direita na imprensa. O colunista da Folha respondeu em seu blog, admitindo que havia exagerado um pouco, mas mantendo o tom do primeiro artigo, e Reinaldão mandou brasa mantendo acesa a polêmica. Quem tiver interesse na disputa pode acessar o arquivo dos blogs dos dois jornalistas, o que interessa aqui nem é a posição de cada um: ao ler com atenção os escritos de Reinaldo no blog, repletos de grosserias contra esquerdistas, defensores do aborto, Barac

Ajuda a quem ajuda

O leitor Fábio Carvalho escreve pedindo a ajuda deste blog na divulgação do site da Liga contra o Câncer , uma instituição filantrópica do Rio Grande do Norte que já tem 60 anos e se tornou um dos principais centros de oncologia do Brasil. A liga está precisando de doações e este filme explica melhor a situação da instituição e as maneiras de ajudá-la.

Míriam Leitão: Obama já errou

" O pacote fiscal de Obama é insuficiente. É menor do que o que será perdido este ano pela recessão e representa, na melhor hipótese 0,75% do PIB americano. Obama terá que ser ousado, ter medidas convincentes, para usar o momento a seu favor. Aqui, os juros caíram para 12,75%, mas precisam cair mais. Não por pressão política, mas por razões técnicas: a inflação está cedendo e a economia, derretendo ." As palavras acima foram escritas por Míriam Leitão em seu blog . Chega mesmo a ser engraçada a arrogância da colunista, que já decretou o fracasso do plano do presidente Barack Obama antes mesmo dele ser apresentado ao distinto público. Já no Brasil, a economia está "derretendo" e os juros precisam cair "por razões técnicas", não políticas. É preciso dar um desconto para a colunista global: o mundo em que ela vivia e acreditava, da livre iniciativa, desregulamentação, do "mercadismo" desmoronou em setembro do ano passado e desde então Leitão e outro

A volta das enquetes

Já está no ar a primeira enquete DataEntrelinhas de 2009, sobre a torcida da mídia e da oposição para que a situação econômica do país piore com a crise global, de modo a derrubar a popularidade do presidente Lula. Quem, afinal, está torcendo mais para a marolinha virar tsunami? Você decide, votando na coluna ao lado.

Um bom artigo sobre Cesare Battisti

Vale a pena ler o artigo abaixo, de Sebastião Nery, publicado na edição de hoje do DCI. É uma visão um tanto diferente do caso Battisti. Vale lembrar que Nery é um crítico bastante ácido do governo Lula e, muito especialmente, do comportamento do ministro Tarso Genro (Justiça). Só que desta vez Nery acha que Tarso e Lula acertaram. Na íntegra, para os leitores do Entrelinhas . A CABEÇA DE BATTISTI RIO – O carrão preto, motorista de libré, parava na porta da embaixada do Brasil em Roma, na Piazza Navona, em 90 e 91. Descia um senhor baixo, 80 anos, terno escuro, colete cinza, camisa branca e gravata. Um dos homens mais poderosos da Itália, conde do Papa, banqueiro de Deus, ia buscar-me para almoçar, a mim, pobre marquês, adido cultural. Íamos aos mais discretos e charmosos restaurantes de Roma, com os melhores vinhos da Itália. Às vezes o almoço foi no palacete dele, na Vila Archimede, no alto do Gianicolo, ou, em um domingo de sol, em sua casa na serra, em Grottaferrat

Folha avisa: desemprego vai aumentar

Não deixa de ser hilária a má vontade da Folha de S. Paulo com qualquer tipo de estatística econômica que não revele a aproximação cada vez mais rápida de um verdadeiro apocalipse no Brasil, de preferência ainda sob a gestão Lula. O exemplo abaixo é bastante didático, um exercício de comparação que desnuda a torcida do pessoal que faz o diário da Barão de Limeira pelo agravamento da crise no país. Globo Online: Desemprego cai para 6,8% em dezembro, o menor desde 2002 Estadão.com: Desemprego mensal no País é o menor em 6 anos Folha Online: Taxa de desemprego no país deve refletir crise em janeiro

Meirelles mudou o jogo?

A decisão do Copom desta quarta-feira de reduzir a taxa básica de juros em um ponto percentual revela que o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, finalmente decidiu mudar a condução da política monetária e iniciar um ciclo de flexibilização. Alguns criticam a medida e acham a diminuição de um ponto percentual insuficiente diante da crise. Este blog acha que Meirelles pode ser muita coisa, mas burro não é. Senão vejamos: a decisão de reduzir a taxa em um ponto percentual, partindo de um Copom sabidamente conservador, já indica que nas próxima reuniões o processo de flexibilização monetária deverá continuar, com o juro básico apontando para pelo menos 11% já no primeiro semestre. Se isto de fato ocorrer, o Brasil terá o menor juro nominal desde o início do Plano Real (não é possível comparar com períodos anteriores), e a menor taxa real deste mesmo período (considerando uma inflação na casa de 5,5%, a taxa real cairia para pouco mais de 6%). Como se vê, não é pouca coisa.

Obama começou bem

A decisão do novo presidente norte-americano de suspender os julgamentos na base naval de Guantánamo, acatada hoje pela justiça local, é uma boa sinalização inicial para o governo de Barack Obama. Não dá para julgar ninguém no primeiro dia de trabalho, mas pelo menos simbolicamente já foi um ato forte. Fechar a base é o próximo passo e certamente está no horizonte do presidente. Claro que todos os olhos agora estão focados na economia, mas Obama também vai fazer muita política. Talvez ele surpreenda negativamente os neocons - basta ler o blog de Reinaldo Azevedo para ver que a turminha acha que o novo presidente vai ser mais "um dos seus", ou seja, não conseguirá fugir do script ultra-conservador de George W. Bush. Ainda é mesmo muito cedo para tentar fazer previsões, mas o primeiro ato de Obama aponta para uma outra direção, bem diferente. Para o bem do planeta, é bom que os neocons esteja errado e Obama realize um governo arrojado e repleto de novidades, na economia e na

Krugman propõe nacionalização de bancos

Vale a pena ler até o fimo artigo abaixo, publicado no excelente Terra Magazine . Trata-se de uma análise do prêmio Nobel de Economia Paul Krugman, colunista do jornal The New York Times , bastante instigante e lúcida sobre a atual relutância do governo americano em fazer o que deve ser feito: nacionalizar os bancões semi-falidos que sobrevivem como zumbis e só fazem piorar as expectativas de solução para a crise financeira global. A seguir, na íntegra, para os leitores do Entrelinhas. Ler Krugman faz bem à saúde... Vodu de Wall Street Paul Krugman Do New York Times A economia vodu de antigamente - a crença na mágica de cortes de impostos - foi banida do discurso civilizado. O culto do lado da oferta encolheu ao ponto de conter apenas excêntricos, charlatões e republicanos. Mas reportagens recentes sugerem que muitas pessoas influentes, incluindo funcionários da Reserva Federal, agências regulatórias dos bancos e, possivelmente, membros da nova administração de Obama, tornaram-se devo

Uma boa notícia no meio de várias ruins

A reportagem abaixo, do UOL, é um alento em meio a tantas péssimas notícias da semana (emprego formal em queda, demissões em alta, mercados nervosos com a saúde dos bancos norte-americanos etc). Este blog desconfia que a matéria não terá muito destaque nos jornais de amanhã, Folha de S. Paulo à frente... Venda de novos no país sobe 9% em relação a dezembro e GM assume frente Classic/Corsa sedã em 2º, a apenas 1.600 unidades do Gol A Fenabrave (Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores) divulgou sua primeira lista de vendas referente a 2009, tendo como base o mercado de veículos novos na primeira quinzena de janeiro. E a lista traz surpresas: no mercado de carros de passeio, a liderança no período ficou com a GM, que deixou Fiat e Volkswagen para trás. Isso ocorreu, principalmente, por conta do desempenho de sua linha de sedãs Corsa/Classic, que se não derrubou o Gol da posição de carro mais querido pelo consumidor brasileiro, conseguiu se aproximar bastante do líder v

Na crise, o dinheiro muda de mão

A matéria abaixo, da Folha Online, é emblemática de uma situação que se repete em toda crise econômica: muita gente perde (empregos, patrimônio, renda etc), mas por outro lado há os que ganham e crescem nessas situações. O jornal de maior prestígio dos Estados Unidos ainda não foi vendido, mas a reportagem deixa claro que o empresário mexicano Carlos Slim Helú está "comendo pelas beiradas" e pode acabar dono do The New York Times no futuro. Não deixa de ser irônico: Slim, de origem árabe, pode acabar com a dinastia dos judeus Sulzbergs. No fundo, a crise que afetou os EUA está arrebentando com diversos símbolos do império norte-americano: a Budweiser, cerveja-símbolo do país, foi comprada pelos belgas; o Citibank, que já foi o maior banco do país, pode acabar nas mãos de árabes e/ou chineses; a Crhysler anunciou hoje a venda de 35% da empresa para a italiana Fiat... Há muitos outros exemplos que apenas comprovam a tese de que se há muita gente perdendo dinheiro, há outros ta

Serra apara arestas e nomeia Alckmin

O governador José Serra (PSDB) está levando bem a sério a sua tentativa de suceder o presidente Lula em 2010. Nesta segunda-feira, anuncia a nomeação de Geraldo Alckmin para a secretaria do Desenvolvimento de São Paulo. Todo o meio político paulista sabe o que Serra pensa de Alckmin. Coisa boa, não é. A atitude do ex-governador de sair candidato à prefeitura de São Paulo no ano passado irritou profundamente não apenas o governador, mas todo tucanato ligado a Serra. Em off , especialmente, os serristas se referiam a Alckmin de maneira no mínimo bastante deselegante. Como diz o ditado, porém, águas passadas não movem moinhos. Serra agora está olhando para frente e não quer permitir dissidências em São Paulo, tendo o colega mineiro Aécio Neves em seu encalço pela vaga de presidenciável do PSDB. Resolveu então compor com Alckmin, que para a surpresa de muita gente aceitou a migalha oferecida pelo governador. Sim, porque a secretaria de Desenvolvimento não é nenhuma Brastemp, não tem dinhe

Caged e o "quanto pior, melhor"

Em 2008, o saldo de empregos formais foi positivo em quase 1,5 milhão de vagas – foram contratados 16,659 milhões de trabalhadores e dispensados 15,2 milhões. Este foi o terceiro melhor desempenho anual do emprego formal desde que o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) começou a realizar a pesquisa, em 1999. A meta do governo, porém, era atingir o saldo de 2 milhões no ano passado. E isto só não aconteceu porque em dezembro o saldo ficou negativo em 655 mil. O número de dezembro deve ser analisado com cuidado. Todo último mês do ano há mais demissões do que contratações, mas o que se viu no ano passado superou de longe a média da série histórica, de 300 mil a 400 mil dispensas em dezembro. Portanto, o que aconteceu ou foi o início de uma nova tendência, qual seja a de aumento brutal no desemprego (ou seja, o ponto de inflexão na curva); ou o que os estatísticos chamam de "ponto fora da curva", uma ocorrência anormal e que não aponta a tendência. Só com os dado

A vez de Barack Obama

O mundo inteiro está de olho na posse, amanhã, do primeiro presidente da República negro nos Estados Unidos, o democrata Barack Hussein Obama. A expectativa é tanto maior em função da monstruosa crise econômica que Obama herdará e terá que resolver. Por aqui, alguns analistas, como a sempre pândega Míriam Leitão, já estão torcendo para que o povo americano cobre do novo presidente uma solução rápida para os problemas e, caso ele não consiga dar conta do serviço, comece a rejeitá-lo. Leitão, em particular, acha mesmo que isto vai acontecer: "ao fim dos primeiros seis meses, a piora parecerá obra de Obama. É da natureza das sociedades democráticas, e abertas a cobrança sobre os governantes, a impaciência na espera dos resultados", escreveu a jornalista em seu blog. O vaticínio de Míriam Leitão na verdade é um desejo que vale para Obama e para Lula. Desejo este, por sinal, de praticamente toda a grande imprensa nacional: de que ambos, Obama e Lula, se esborrachem na crise e acab

Gripe conveniente

O senador José Sarney (PMDB-AP) pode ser acusado de muita coisa – e os seus adversários locais falam horrores da situação do Maranhão após a longa dinastia da família no Estado–, mas é preciso reconhecer que Sarney é um craque da política. Cinco ou seis meses atrás, um empreiteiro do Nordeste contou a uma fonte deste blog que emissários do senador avisavam que ele "não abria mão" da presidência do Senado e já estava em campanha. Em público, porém, Sarney jamais assume a sua candidatura e vai esticando a corda até mais não poder. Já faz alguns dias que vem alegando uma gripe para evitar um encontro com o presidente Lula, que deseja saber se Sarney realmente disputará a eleição no Senado. Lula quer Sarney na presidência da Casa, mas é preciso que o candidato se assuma enquanto tal. O problema é que o PT não está gostando muito da idéia de ver o PMDB no comando das duas casas legislativas. Sarney sabe disto e vai enrolar mais um pouco para anunciar a sua candidatura, a fim de r

Gomes de Almeida explica a
queda da atividade industrial

O que vai abaixo é o artigo do sempre lúcido Julio Gomes de Almeida, professor de economia da Unicamp, sobre a brecada da atividade industrial no país. Originalmente publicado no cada vez melhor portal Terra Magazine , que ganhou colunistas do porte de Noam Chomsky, Paul Krugman e Umberto Eco, o texto merece ser lido na íntegra. O significado da retração da indústria Julio Gomes de Almeida A última pesquisa industrial do IBGE confirma a gravidade e a amplitude dos efeitos da atual crise externa sobre o setor industrial brasileiro. Este ainda é o eixo dinâmico da economia e é também - apesar de ter expressão muito menor no PIB do que o setor de serviços - quem dita o desempenho do crescimento econômico como um todo do país. A queda de 5,2% na produção industrial em novembro com relação a outubro, associada ao recuo de 2,7% no mês anterior, resulta em um revés acumulado de quase 8%, o que já faz com que a indústria retroceda sua produção para o nível equivalente a maio do ano passado. E

Palpite do blog: Aldo e Sarney

Sim, ainda é muito cedo para apostar, mas este blog acha que vai dar Aldo Rebelo (PCdoB) na eleição da mesa da Câmara e José Sarney (PMDB), no Senado, com direito a prêmio de consolação para o deputado Michel Temer (PMDB). Lula não é bobo, a dupla Aldo-Sarney é muito mais confiável do que Temer-Viana. É óbvio, por outro lado, que o presidente não vai sair por aí dizendo isto...

Crise? Que crise?

Abaixo, a capa da Agência Senado, que não nos deixa mentir: o mundo pode estar desabando, mas são bem outras as preocupações dos parlamentares brasileiros... Quem se interessou pela manchete do portal pode ler a íntegra da matéria clicando aqui .

Folha torce para crise se agravar

Outro excelente artigo do Observatório da Imprensa , que corrobora o que este blog escreveu ontem. Na íntegra para os leitores do Entrelinhas . LEITURAS DA FOLHA Uma notícia, duas versões Por Luciano Martins Costa em 13/1/2009 Comentário para o programa radiofônico do OI, 13/1/2009 A notícia é o relatório da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) sobre a situação das maiores economias do mundo frente à crise global. O Estado de S.Paulo e o Globo seguem a tendência das agências internacionais e anunciam que o Brasil será o menos afetado e terá o melhor desempenho em 35 países estudados, entre os quais os 11 mais desenvolvidos. Mas a Folha de S.Paulo vai na contramão e prefere destacar que o Brasil está cada vez mais próximo de um ciclo de desaceleração, embora permaneça como a única entre as principais economias mundiais que ainda apresenta um cenário positivo. O leitor mais atento deve se perguntar: o que define a escolha de um editor, diante de um relatório

Dines analisa azia de Lula

Está muito interessante o texto abaixo, do jornalista Alberto Dines, sobre a entrevista do presidente Lula à revista Piauí , originalmente publicado no Observatório da Imprensa . Na íntegra, para os leitores do blog. AZIAS & ALKA-SELTZER Bem-vindo ao Observatório, presidente! Por Alberto Dines em 13/1/2009 O ano começou com um bom debate. Debate sobre a imprensa na imprensa é coisa rara desde o momento em que o assunto foi expurgado pelo pool da grande mídia. E neste comecinho do ano, com metade do país em recesso e a outra metade na sombra, o desempenho da imprensa foi discutido pelo presidente da República em pessoa! O pronunciamiento está na edição de janeiro da excelente piauí (págs. 18-20), a revista mais bem escrita e mais bem editada do Brasil. Esvoaçou pelos jornais (apenas o Estado de S.Paulo comentou em editorial, em 8/1), azedou o humor de poucos colunistas e até provocou a inédita republicação em versão integral (OI e Folha Online, em 9/1, e O Globo, em 10/1, pág. 8). A

Brasil é único a escapar de desaceleração;
será que também foi por mérito de FHC?

A notícia abaixo, da BBC Brasil, revela que o Brasil deverá ser o único país, entre 35 pesquisados pela OCDE, a escapar dos efeitos mais contundentes da crise financeira global. Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, o país não sofrerá uma forte desaceleração da economia em 2009. Este blog aposta que nove entre dez colunistas econômicos que escrevem nos jornalões atribuirão o bom desempenho brasileiro aos "fundamentos herdados do governo Fernando Henrique Cardoso". A turma esquece rápido, como se sabe: o que Lula herdou foi um país quebrado, com o dólar na casa do chapéu, o risco país em quase 2,6 mil pontos e inflação com dois dígitos. Mas não tem jeito, a tese da "herança bendita" já se tornou corrente entre os ilustres comentadores, muitos deles egressos do governo anterior. Felizmente, a palavra desta gente tem cada vez menos peso no debate político real, que se dá nas ruas, nos lares, nos botequins e que de fato define o pensamento

Ainda sobre a azia: quem lê jornais?

Faltou uma observação no post anterior: o fato de o presidente Lula não ler jornais não deve causar espanto em ninguém. Os principais executivos de empresas públicas e privadas do país também não têm este hábito por uma razão muito simples: falta de tempo. O clipping do noticiário, em geral com foco na atividade do empresário ou gestor público, é o que de fato é lido nos altos escalões. Lula certamente se informa melhor na conversa matinal com Franklin Martins e Clara Ant do que se perdesse tempo lendo as notinhas plantadas sabe-se lá por quem em cada um dos grandes jornais brasileiros. Quem tem obrigação de ler jornais e acompanhar os blogs e o noticiário na internet são os assessores, seja do presidente, dos ministros ou dos executivos das grandes companhias. No fundo, os jornalistas se ressentem deste fato, mas a verdade é que quem mais lê jornais são... os jornalistas! Sempre a procura de uma barriga na concorrência ou para conferir se conseguiram dar algum furo relevante...

Sobra a azia de Lula

Muitos analistas comentaram ao longo da semana passada a entrevista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva concedida à revista Piauí . A maioria dos comentários foi sobre um pequeno trecho da entrevista em que Lula confessa não ler jornais por ter problemas "de azia". Para entender o que o presidente quis dizer, porém, é preciso ler a íntegra da entrevista, muito interessante mais pelas respostas do que pelas perguntas, muitas delas mal formuladas. Não há nenhum absurdo na avaliação que Lula faz da imprensa brasileira e, apesar das inúmeras cascas de banana jogadas pelo entrevistador, o presidente respondeu serenamente a todas as provocações. O que é interessante apontar a partir da leitura da longa matéria, reproduzida abaixo, é que de fato existe um impressionante fosso entre o que a mídia divulga sobre o governo e a percepção que o povão tem deste mesmo governo. Como diria Lula, nunca antes neste país um governo foi tão bem avaliado tendo a imprensa tão contrária ao que