Pular para o conteúdo principal

Novo pacote: a crise está no fim?

A oposição não deve estar gostando nadinha do tal plano do presidente Barack Obama para tentar recuperar a confiança dos mercados e botar em ordem a bagunçada economia norte-americana. Os mercados reagiram com euforia, conforme se pode ler abaixo, na versão do portal UOL. E por que a oposição não está gostando?

Simples: se os EUA começarem a se recuperar mais rapidamente do que o imaginado, a crise no Brasil não chegará a ser uma marolinha, mas também não terá tamanho para liquidar a popularidade presidencial. Em off, oposicionistas reconhecem que a grande chance para derrotar o PT nas urnas em 2010 é o agravamento da crise. E torcem por isto, discretamente. Pois Obama pode estar botando água no chope da festa de posse de José Serra, que tucanos e democratas já dão como certa.

Podem esperar: se o pior já tiver passado, vai começar a bater desespero nos oposicionistas, pois nem o discurso do "desgoverno" ou "incapacidade de lidar com a crise" lhes restará. Afinal, esta não é uma nem de longe uma crise comparável com as "marolinhas" de 1997, 99 e 2001, quando, na gestão tucana de Fernando Henrique, o Brasil quebrou três vezes antes do galo cantar. Por enquanto, o jogo está a favor de Lula, a menos, é claro, que a crise se transforme em um tsunami por aqui também. Não é o que está parecendo...

A seguir, a matéria do UOL:


Bovespa dispara após pacote nos EUA; dólar inverte e passa a subir
Da Redação (Texto atualizado às 13h58)

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) operava em forte alta de 5,17% por volta das 13h50 desta segunda-feira, aos 42.147,73 pontos (acompanhe gráfico da Bovespa com atualização constante). No último pregão, o mercado de ações brasileiro fechou em baixa de 0,93% após três altas consecutivas.

O dólar comercial subia 0,4%, negociado a R$ 2,272 na venda, depois de ter operado em baixa durante a manhã (veja quadro com a cotação do dólar).

Esta semana do mês é relativamente fraca em termos de indicadores. No Brasil, o Banco Central divulgou o boletim Focus com as projeções do mercado para a economia interna.

Segundo o documento, os analistas já preveem a estagnação do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro em 2009. O cenário para 2010, entretanto, permaneceu em crescimento de 3,5%.

Nos Estados Unidos, o governo anunciou um plano que vai emprestar dinheiro aos investidores para que possam comprar até US$ 1 trilhão em ativos podres dos bancos em crise.

Inicialmente, o Tesouro vai colocar US$ 75 bilhões a US$ 100 bilhões para lançar as parcerias, tirando dinheiro do pacote de resgate de US$ 700 bilhões aprovado pelo Congresso em outubro, segundo informou uma autoridade do governo.

Com a notícia do pacote, as Bolsas de valores da Ásia terminaram em alta nesta segunda-feira, atingindo o maior patamar em dois meses

Segundo analistas, os investidores consideraram as primeiras informações do plano como um sinal verde para se aventurarem novamente em ativos de risco, diminuindo sua atuação em operações mais seguras como os títulos do Tesouro dos EUA.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Rogério Andrade, o rei do bicho

No dia 23 de novembro do ano passado, o pai de Rodrigo Silva das Neves, cabo da Polícia Militar do Rio de Janeiro, foi ao batalhão da PM de Bangu, na Zona Oeste carioca, fazer um pedido. O homem, um subtenente bombeiro reformado, queria que os policiais do quartel parassem de bater na porta de sua casa à procura do filho — cuja prisão fora decretada na semana anterior, sob a acusação de ser um dos responsáveis pelo assassinato cinematográfico do bicheiro Fernando Iggnácio, executado com tiros de fuzil à luz do dia num heliporto da Barra da Tijuca. Quando soube que estava sendo procurado, o PM fugiu, virou desertor. Como morava numa das maiores favelas da região, a Vila Aliança, o pai de Neves estava preocupado com “ameaças e cobranças” de traficantes que dominam o local por causa da presença frequente de policiais. Antes de sair, no entanto, o bombeiro confidenciou aos agentes do Serviço Reservado do quartel que, “de fato, seu filho trabalhava como segurança do contraventor Rogério And...

No pior clube

O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda...

Dúvida atroz

A difícil situação em que se encontra hoje o presidente da República, com 51% de avaliação negativa do governo, 54% favoráveis ao impeachment e rejeição eleitoral batendo na casa dos 60%, anima e ao mesmo tempo impõe um dilema aos que articulam candidaturas ditas de centro: bater em quem desde já, Lula ou Bolsonaro?  Há quem já tenha a resposta, como Ciro Gomes (PDT). Há também os que concordam com ele e vejam o ex-presidente como alvo preferencial. Mas há quem prefira investir prioritariamente no derretimento do atual, a ponto de tornar a hipótese de uma desistência — hoje impensável, mas compatível com o apreço presidencial pelo teatro da conturbação — em algo factível. Ao que tudo indica, só o tempo será capaz de construir um consenso. Se for possível chegar a ele, claro. Por ora, cada qual vai seguindo a sua trilha. Os dois personagens posicionados na linha de tiro devido à condição de preferidos nas pesquisas não escondem o desejo de se enfrentar sem os empecilhos de terceira,...