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Mostrando postagens de setembro, 2020

Bolsonaro, 40%. E começa a campanha eleitoral...

Abertura da Newsletter da LAM Comunicação. O presidente Jair Bolsonaro conseguiu atingir uma popularidade que lhe garante uma reeleição fácil, talvez já no primeiro turno, se conseguir manter a aprovação de 40% aferida pelo Ibope nesta semana até 2022. O presidente segue forte, embora com muita confusão em seu governo. Mas tem sido assim desde o início, ao que parece as crises só o fortalecem, é a dinâmica do casos permanente como forma de governo. Ao mesmo tempo, teve início domingo, 27/9, a corrida eleitoral sem que o presidente tenha candidatos claros em qualquer das capitais importantes dos estados. Em São Paulo, Celso Russomano, líder nas primeiras pesquisas, como sempre, por sinal, seria o candidato com discreto apoio de Bolsonaro, que tem por sinal rejeição mais alta que a média entre os paulistas. Na disputa pelo voto conservador também estão Arthur do Val, o Mamãe Falei, e Joice Hasselman, pelo PSL. Até mesmo o socialista Márcio França tenta colher este tipo de voto.  Este fra

Dica da Semana: Glória, livro

Nesta edição, temos a estreia de uma nova colunista, Teresa de Carvalho Magalhães, que passa a colaborar com a Dica da News da LAM Comunicação. E já no primeiro texto, uma bela resenha de um livro incrível.  Cirúrgico e irônico, livro destrincha o mundo desonrado em que vivemos De estilo machadiano e humor ácido, Glória, livro de Victor Heringer lançado em 2012 pela 7 Letras e reeditado pela Cia. das Letras em 2018, deixa o leitor em êxtase em cada uma de suas quase trezentas páginas. O enredo lembra Cem Anos De Solidão de Gabriel García  Márquez, porém em Glória os elementos fantásticos são, ironicamente, as vidas dos personagens comuns do Rio de Janeiro. Aliás, ironia é palavra importante para descrever a obra: do prólogo ao epílogo, Heringer manipula o leitor, constrói em uma narrativa surpreendente, todo um ambiente que mistura mundo real com ficção, apagando as fronteiras entre os dois.  O livro narra a história da pacata família carioca Alencar Costa e Oliveira, que apresenta  um

Crivella é declarado inelegível, mas desgaste não o retira do páreo da disputa do Rio

O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), está inelegível até 2026. O mais provável, no entanto, é que ele possa continuar a fazer campanha à reeleição até ter todos os recursos esgotados na Justiça Eleitoral e, se for o caso, no Supremo Tribunal Federal. O Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) decidiu de forma unânime, por sete votos, pela inelegibilidade do prefeito devido ao uso de máquina pública para fins eleitorais em evento realizado em 2018 na quadra da escola de samba Estácio de Sá. No evento, funcionários da Comlurb, empresa municipal de coleta de lixo, foram convocados sob o argumento de que seria um assunto de importância para a carreira e levados por veículos da própria companhia. No entanto, quando chegaram na quadra, tratava-se de um evento para promover a candidatura a deputado federal do filho de Crivella, Marcelo Hodge Crivella, com a presença do prefeito, escreve Ana Paula Grabois no site do El País, matéria publicada dia 24/9. C

Bolsonaro bate 40% de aprovação, seu recorde, em taxa puxada por quem ganha até um salário mínimo

Rodolfo Borges escreve no El País uma boa matéria sobre a popularidade do presidente, texto publicado em 24/9 no site do jornal espanhol. Íntegra a seguir. O auxílio emergencial de 600 reais para minimizar os efeitos econômicos da pandemia de coronavírus já caiu pela metade, mas seus efeitos na popularidade do presidente Jair Bolsonaro permanecem. Nem o aumento na rigidez dos critérios para conceder a ajuda aos brasileiros mais pobres foi capaz de impedir a aprovação de Bolsonaro subir de 19%, em dezembro de 2019, para 35% entre os eleitores com renda familiar de até um salário mínimo, de acordo com a última pesquisa CNI/Ibope. É essa parcela da população que impulsionou a avaliação de ótimo ou bom do presidente para 40%, sua melhor avaliação até agora ―em dezembro do ano passado, a taxa era de 29%, e apresentava tendência de queda. Também foi identificado um aumento expressivo no apoio ao Governo Bolsonaro entre os entrevistados com menor grau de instrução ―entre os eleitores com até

Época: o dilema da segurança digital

Um cartão de crédito com limite de R$ 1.000 vendido a R$ 190 com senha. Nome de usuário e senha de serviços de streaming. Aplicativos que burlam o sistema de auxílio emergencial do governo federal. O balcão de negócios do mundo do crime é vasto e variado. Na semana passada, esses três exemplos circulavam livremente em diversos grupos de Telegram. Em um fórum de hackers na internet, informações sobre mais de 200 mil usuários da SPTrans, a empresa que administra o transporte público de São Paulo, estão disponíveis para quem quiser ver, escreve Dimitrius Dantas na edição desta semana da revista do Grupo Globo. Continua a seguir. Foi com a intenção de fazer empresas privadas e órgãos públicos cuidarem melhor do que coletam de usuários e também serem mais transparentes sobre como usam esses dados que o Congresso aprovou uma nova lei, a Lei Geral de Proteção de Dados, em vigor desde meados de setembro e à espera de regulamentação. Pelo menos no papel, a nova legislação impõe regras para todo

Como a assustadora engrenagem das redes ameaça a saúde e a democracia

Há muito em comum entre o americano Tristan Harris, de 36 anos, e os típicos desbravadores da tecnologia que fizeram a fama do Vale do Silício, na Califórnia. Harris estudou ética aplicada à ciência da computação em Stanford, de onde saiu a maior parte deles. Essa turma é da mesma geração que produziu Mark Zuckerberg, dono do Facebook, e lá pelo meio da primeira década do milênio compartilhava o idealismo de mudar o mundo por meio da internet. “Sonhávamos em usar a tecnologia para o bem, preocupados em gerar um impacto social positivo”, contou Harris a VEJA, em entrevista exclusiva por videoconferência. Hoje, sobrou só uma lembrança idílica disso. Em O Dilema das Redes, documentário que é a nova sensação da Netflix no Brasil e no exterior, a enorme decepção pessoal dele com os rumos do setor digital funciona como um alerta com implicações para toda a humanidade: as mesmas redes sociais que trouxeram possibilidades revolucionárias agora se revelam uma ameaça em várias frentes, da sanida

Reinaldo Azevedo: como preservar a democracia da vontade do povo e das elites

Pesquisa CNI-Ibope aponta recorde de popularidade do governo Bolsonaro. Acham seu governo ótimo ou bom 40% dos entrevistados. Apenas 29% dizem ser ruim ou péssimo. Estou com a minoria dos 29%. "Que é, Reinaldo, vai discordar da maioria do povo?" Já fiz isso muitas vezes. Em 2006, no auge de embates com esquerdistas, escrevi um texto que me rendeu uma tempestade de insultos. Lá se lia: "Fico aqui queimando as pestanas, tentando achar um jeito de eliminar o povo da democracia. Ainda não consegui. Quando encontrar, darei sumiço no dito-cujo em silêncio. Ninguém nem vai perceber...", lembra o colunista da Folha de S. Paulo em artigo publicado sexta, 25/09. Continua a seguir. Um amigo me censura pelo emprego, que considera excessivo, da ironia. Talvez tenha razão. Não costumo explicá-la. Com nota de rodapé, ela vira capim. Esquerdistas me mandaram para o "paredón" moral por aquele artigo. Direitistas aplaudiram. Corria o ano da graça de 2006, e Lula seria reele

Tatiana Salem Levy: Escrita de Elena Ferrante funciona como uma droga potente

Escrevo este texto para tentar descobrir se gostei ou não do último romance de Elena Ferrante, “A Vida Mentirosa dos Adultos”. Sou fã de carteirinha da autora, algo que eu considerava impensável antes de ser abduzida pela “Tetralogia Napolitana”. Quando eu digo fã de carteirinha quero dizer, por exemplo, que saí de casa em pleno verão lisboeta, sob um calor tórrido, enfrentei a multidão da feira do livro apenas para adquirir meu exemplar no mesmo dia em que o romance foi publicado, escreve a colunista do Valor, em texto publicado sexta, 25/09. Continua a seguir. Uma coisa é certa: a escrita de Ferrante funciona como uma droga das mais potentes. Quando começo a ler, não consigo parar, nem quando as crianças chegam da escola e correm em algazarra pela casa, nem na hora do jantar, de lavar os dentes deles ou de ler uma história para os fazer dormir. Sobre o que é esse livro que você não larga?, pergunta o mais velho. Resumo: sobre uma menina que tinha sido educada para não mentir, mas des

O Brasil já está isolado, diz o ex-embaixador Sérgio Amaral

Diego Viana entrevista para o Valor o experiente ex-embaixador e jurista, vale conferir, na íntegra, abaixo. O jurista Sérgio Amaral assumiu a embaixada brasileira em Washington em 2016, poucos meses antes da eleição de Donald Trump à Casa Branca. Em três anos como embaixador, acompanhou a transição de governo que deu uma guinada radical na política americana para a China: da cooperação com Barack Obama para o confronto sob Trump. O presidente republicano buscará ser reconduzido ao cargo, contra o democrata Joe Biden, que tem vantagem nas pesquisas. Essa eleição é decisiva para o futuro do confronto de potências, que, segundo Amaral, determinará a geopolítica do século XXI. Como a população americana favorece os esforços para conter a emergência chinesa, Biden não deve reverter por inteiro as políticas de Trump. Por outro lado, tenderá a buscar mais apoio multilateral, retornando à Parceria Transpacífica (TPP) e aproximando-se dos europeus. “Estamos assistindo a um momento histórico: a

Kamala Harris sinaliza busca por protagonismo de americanas

Candidata democrata a vice-presidente sinaliza ambição de americanas por protagonismo, em sintonia com países liderados por mulheres, escreve Laura Greenhalgh em longa e interessante reportagem no Valor Econômico. Vale a leitura, íntegra a seguir. Qual terá sido a reação de Donald Trump com a escolha do nome de Kamala Harris para dividir a cédula com Joe Biden, seu rival na eleição de novembro? Algum espanto? Satisfação? Preocupação? Biden tinha outras opções de candidatas a vice, mulheres negras ou brancas, mais ou menos progressistas, mais ou menos liberais, porém, escolheu justamente a senadora democrata da Califórnia, cuja indumentária política merece ser analisada. Independentemente da reação que possa ter tido, Trump já brindou Kamala com a mesma adjetivação que usou contra Hillary Clinton na campanha presidencial de 2016 - “a nasty woman”, uma mulher desagradável. No que foi seguido por um de seus filhos, Eric, que arriscou um trocadilho - “a whorendous person”, uma desconhecida

Os padrões eleitorais de São Paulo e Rio

A eleição municipal nas capitais, sobretudo em São Paulo, é um sinalizador para a sucessão presidencial e seus resultados influenciam a equação política para o pleito nacional, ainda que de forma tênue. Sua dinâmica, entretanto, é local. Para traçar prognósticos e poder errar um pouco menos, é importante perceber que o eleitor paulistano e carioca tem um padrão de voto, pouco influenciável pelo cenário nacional, ainda que o afete, escreve César Felício em sua coluna semanal no Valor, em texto publicado sexta, 25/9. Continua a seguir. Em São Paulo há um cenário de polarização ideológica estabelecido e consistente. Tanto esquerda quanto direita são fortes. No Rio isso é menos nítido, com a esquerda sempre encapsulada na intelectualidade das áreas mais ricas e em alguns nichos de movimentos sociais nas periferias. Os cariocas não elegem um prefeito esquerdista desde 1992. Pode parecer estranho hoje, mas em 1988, quando eleito, Marcello Alencar, futuro governador tucano, ainda era do PDT e