Nosso Catão já falou e, conforme antecipado aqui, nada disse. Nenhum nome, nenhuma prova, novidade zero, conforme o leitor pode ver na matéria da Folha Online reproduzida abaixo. Jarbas Vasconcelos explicou apenas que reiterava tudo o que disse à revista Veja. Podia pelo menos ter tentado explicar ao distinto público por que raios permanece no PMDB, mas não o fez. Talvez a solidariedade recebida do ex-governador Orestes Quércia logo após a já célebre entrevista tenha convencido o nobre senador de que o melhor a fazer é ficar no partido. A rigor, porém, ninguém entende as razões de Jarbas, que não devem ser poucas, já que ele prefere a companhia dos "corruptos" que acusa, sem nominar, a simplesmente deixar a legenda e tocar a vida em outro barco.
A oposição ao presidente Lula deve estar desolada nesta altura do campeonato, pois esperava que Jarbas pudesse ser um novo Pedro Collor, mas à diferença do falecido, o senador pernambucano está mais para aquela velha história da montanha que pariu um rato. Mas talvez seja justo reconhecer que o parlamentar em questão conseguiu fazer bastante barulho e atrair os holofotes para a sua impoluta figura. Desta maneira, vai ficar bem mais fácil para Jarbas arrumar namoradas, ainda que o padrão de exigência do ex-governador seja alto, altíssimo até. Um a zero para o nosso Catão, portanto.
A seguir, a matéria da Folha Online sobre o histórico acontecimento desta tarde:
Jarbas mantém denúncias contra o PMDB e diz que acrescentar detalhes seria "mesquinho"
GABRIELA GUERREIRO
Em discurso no plenário do Senado, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) reiterou nesta terça-feira as críticas ao PMDB reveladas pelo parlamentar à revista "Veja" --mas não apresentou nomes de integrantes do partido que estariam envolvidos em ações de corrupção. Jarbas disse que seria "mesquinho" se acrescentasse novos "detalhes e adjetivos" às suas denúncias.
No discurso, Jarbas mencionou apenas o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), ao afirmar que já "disse tudo o que tinha a dizer" sobre os dois líderes peemedebistas. O parlamentar não chegou a citar a sigla "PMDB" em seu discurso, apenas quando se referiu à sua destituição da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado por Renan.
"Fui procurado pela 'Veja' no dia 10 de fevereiro para falar de três assuntos: PMDB, Senado e governo Lula. Respondi a tudo que me foi perguntado. Hoje, volto à tribuna para dizer que não tenho uma vírgula a acrescentar o que disse à revista. O que eu tinha a dizer sobre o presidente da Casa, já disse. O que tinha a dizer sobre o líder do meu partido, já disse. Serei mesquinho e pequeno se acrescentar mais detalhes e adjetivos", afirmou.
Jarbas reagiu às críticas recebidas depois de sua entrevista à "Veja" ao afirmar que a "verdade é sempre inconveniente para quem vive da mentira, da farsa". O peemedebista disse que apenas "constatou o óbvio" ao denunciar ações de corrupção dentro do seu partido.
"Não vim citar nomes, para isso existe a Polícia Federal, o Tribunal de Contas. Nunca tive, não tenho e não desejo ter vocação para ser paladino da ética", afirmou. Jarbas disse que não lhe cabe revelar a esperada "lista" de políticos peemedebistas envolvidos em atos de corrupção. "Cobraram nomes, uma lista de políticos que não honram o mandato popular. A meu ver, essa cobrança é distorção de papel do parlamentar, que deve ser o de lutar pela ética e políticas públicas que façam o país avançar."
Jarbas disse ter "nojo e ojeriza à passividade e à omissão". O senador citou a disputa em torno do comando do fundo Real Grandeza, de Furnas, como uma "prova clara, transparente e inequívoca" do que explicitou na entrevista --sem mencionar que o PMDB pressionou a estatal para indicar afilhados políticos para os cargos. "Não preciso citar nomes porque eles vêm à tona quase que diariamente", disse.
Ética
No discurso, Jarbas defendeu o resgate da ética na política brasileira como uma espécie de "tábua de salvação" para o Congresso. "Ou resgatamos essa lógica para o exercício da política ou vamos continuar estampando capas de jornais da pior forma possível. Não me agradou dizer o que eu disse", afirmou.
O parlamentar agradeceu o apoio recebido da população brasileira depois das críticas ao PMDB. "Agradeço as milhares de correspondências que recebi. O exercício da política não pode ser transformado num balcão de negócios. O que se vê hoje no país é um sentimento de descrença. O poder pelo poder leva a um quadro degenerado que vemos hoje no país."
Jarbas disse que vai apresentar projeto de lei que impede os partidos políticos de indicarem nomes para o cargo de diretor financeiro de estatais. O peemedebista afirmou que sua proposta inclui ainda a necessidade de que o cargo seja ocupado por funcionários de carreira que serão submetidos antes de assumirem as funções à sabatina no Senado.
A oposição ao presidente Lula deve estar desolada nesta altura do campeonato, pois esperava que Jarbas pudesse ser um novo Pedro Collor, mas à diferença do falecido, o senador pernambucano está mais para aquela velha história da montanha que pariu um rato. Mas talvez seja justo reconhecer que o parlamentar em questão conseguiu fazer bastante barulho e atrair os holofotes para a sua impoluta figura. Desta maneira, vai ficar bem mais fácil para Jarbas arrumar namoradas, ainda que o padrão de exigência do ex-governador seja alto, altíssimo até. Um a zero para o nosso Catão, portanto.
A seguir, a matéria da Folha Online sobre o histórico acontecimento desta tarde:
Jarbas mantém denúncias contra o PMDB e diz que acrescentar detalhes seria "mesquinho"
GABRIELA GUERREIRO
Em discurso no plenário do Senado, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) reiterou nesta terça-feira as críticas ao PMDB reveladas pelo parlamentar à revista "Veja" --mas não apresentou nomes de integrantes do partido que estariam envolvidos em ações de corrupção. Jarbas disse que seria "mesquinho" se acrescentasse novos "detalhes e adjetivos" às suas denúncias.
No discurso, Jarbas mencionou apenas o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), ao afirmar que já "disse tudo o que tinha a dizer" sobre os dois líderes peemedebistas. O parlamentar não chegou a citar a sigla "PMDB" em seu discurso, apenas quando se referiu à sua destituição da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado por Renan.
"Fui procurado pela 'Veja' no dia 10 de fevereiro para falar de três assuntos: PMDB, Senado e governo Lula. Respondi a tudo que me foi perguntado. Hoje, volto à tribuna para dizer que não tenho uma vírgula a acrescentar o que disse à revista. O que eu tinha a dizer sobre o presidente da Casa, já disse. O que tinha a dizer sobre o líder do meu partido, já disse. Serei mesquinho e pequeno se acrescentar mais detalhes e adjetivos", afirmou.
Jarbas reagiu às críticas recebidas depois de sua entrevista à "Veja" ao afirmar que a "verdade é sempre inconveniente para quem vive da mentira, da farsa". O peemedebista disse que apenas "constatou o óbvio" ao denunciar ações de corrupção dentro do seu partido.
"Não vim citar nomes, para isso existe a Polícia Federal, o Tribunal de Contas. Nunca tive, não tenho e não desejo ter vocação para ser paladino da ética", afirmou. Jarbas disse que não lhe cabe revelar a esperada "lista" de políticos peemedebistas envolvidos em atos de corrupção. "Cobraram nomes, uma lista de políticos que não honram o mandato popular. A meu ver, essa cobrança é distorção de papel do parlamentar, que deve ser o de lutar pela ética e políticas públicas que façam o país avançar."
Jarbas disse ter "nojo e ojeriza à passividade e à omissão". O senador citou a disputa em torno do comando do fundo Real Grandeza, de Furnas, como uma "prova clara, transparente e inequívoca" do que explicitou na entrevista --sem mencionar que o PMDB pressionou a estatal para indicar afilhados políticos para os cargos. "Não preciso citar nomes porque eles vêm à tona quase que diariamente", disse.
Ética
No discurso, Jarbas defendeu o resgate da ética na política brasileira como uma espécie de "tábua de salvação" para o Congresso. "Ou resgatamos essa lógica para o exercício da política ou vamos continuar estampando capas de jornais da pior forma possível. Não me agradou dizer o que eu disse", afirmou.
O parlamentar agradeceu o apoio recebido da população brasileira depois das críticas ao PMDB. "Agradeço as milhares de correspondências que recebi. O exercício da política não pode ser transformado num balcão de negócios. O que se vê hoje no país é um sentimento de descrença. O poder pelo poder leva a um quadro degenerado que vemos hoje no país."
Jarbas disse que vai apresentar projeto de lei que impede os partidos políticos de indicarem nomes para o cargo de diretor financeiro de estatais. O peemedebista afirmou que sua proposta inclui ainda a necessidade de que o cargo seja ocupado por funcionários de carreira que serão submetidos antes de assumirem as funções à sabatina no Senado.
Por essas e outras é que eu mantenho a minha tese, que, por nada valer, tem uso diverso, podendo ser aplicada tanto nesse caso como em qualquer edição do BBB, por exemplo: Quem primeiro falar que o outro é falso, num ambiente em que todos são, ganha. É que, como os narradores dessas histórias são os próprios personagens envolvidos nelas, e não um observador externo, o primeiro que for etiquetando seus pares é o que vai ter vantagem, já que vai dando os caminhos que o pensamento do público deveria, segundo essa pessoa, seguir
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