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Mostrando postagens de novembro, 2019

Dica da Semana da LAM Comunicação: A Grande Mentira, filme

Um breve passo realista Eles vivem em Londres e se conhecem em um site de paquera. Ela, viúva, 70 e poucos, moderna e pragmática e, como se verá, disposta a ignorar alertas para seguir com a nova relação. Ele, 80, um golpista só de olho na boutique da crush, uma herança de mais de £ 2 milhões. Desde a sinopse de A Grande Mentira, direção de Bill Condon, em cartaz em São Paulo, o público é advertido sobre o que esperar das intenções de Roy Courtnay (Ian McKellen, duas indicações ao Oscar). Sobressaem em sua personalidade e atividades a adrenalina e violência na constante apropriação do alheio. Como anticlímax, o público o vê rumar para os encontros com a viúva, situações em que se “sente sufocando em bege”. Respira fundo e, transfigurado em elegância e delicadeza, vai afofar o terreno junto a Betty McLeish (Helen Mirren, vencedora de um Oscar), encenando gestos de carinho e de fragilidade fictícios, enquanto ajusta detalhes e encaminha a crush ao seu bote final. Culta, sensível e vi

Reinaldo Azevedo: Lula é alvo de excludente de ilicitude

Muito interessante e lúcida a visão do colunista da Folha em sua coluna de hoje. Vale a leitura. O julgamento do recurso de Lula pela 8ª Turma do TRF-4 na última quarta (27) nada teve a ver com direito, leis, Constituição e outros substantivos que afastam a barbárie em benefício do pacto civilizatório. O que se viu no tribunal foi um concerto de vontades em favor de uma forma especial de excludente de ilicitude. Também nesse particular, o procurador-regional da República Maurício Gotardo Gerum e os três desembargadores se mostraram bastante afinados com o governo de turno. Excludente de ilicitude? Os magistrados e o representante do Ministério Público Federal deram a entender que tudo é permitido a quem acusa e julga: do plágio descarado na sentença, praticado pela juíza Gabriela Hardt —só 1%, destacou João Pedro Gebran Neto, o relator—, aos pitos e lições de moral dirigidos ao réu. Wesley Safadão não sabia, mas estava rebolando um clássico do direito contemporâneo ao cantar: “99% a

Woody Allen, casamentos e dinheiro: as confissões da maturidade de Scarlett Johansson

Saborosa a resenha do El País sobre a atriz norte-americana, uma das mais talentosas - e lindas - da atualidade. Vale a leitura. Scarlett Johansson chegou aos 35 anos e tem muitas histórias para contar. Apesar de ser uma figura pública desde criança (seu primeiro emprego remonta a 1994, quando tinha apenas 10 anos), não é muito frequente ouvi-la falar sobre sua vida privada, seus relacionamentos, suas amizades, seus amores e suas decepções. No entanto, por ocasião deste aniversário tão redondo –e do lançamento do tão esperado filme História de um Casamento–, ela decidiu dar uma entrevista à edição norte-americana da Vanity Fair na qual reflete sobre alguns aspectos pessoais de sua vida. Entre as questões abordadas pela intérprete de Encontros e Desencontros e Match Point estão seus casamentos. "A primeira vez que me casei tinha 23 anos", reflete sobre sua união com o ator Ryan Reynolds, com quem esteve sob o mesmo teto entre 2008 e 2010. "Eu realmente não entendia di

Maia no BJ: Brasil precisa de “menos espuma, menos marola, mais união”

Rodrigo Maia é considerado por muitos analistas o real fiador da República no momento e o homem que está de fato governando o país. Perguntado sobre os comentários do Ministro Paulo Guedes sobre o AI-5 e se havia perigo de contágio da instabilidade na América Latina. A uma plateia de empresários e investidores — no aniversário de 10 anos do Banco BR Partners — ele disse o seguinte: “Eu fico preocupado que esse Governo e o ex-presidente [Lula] ficam estimulando as pessoas a participar de mobilização de rua. Está parecendo haver um interesse desse ambiente polarizado em construir uma guerra campal, em vez de construir um ambiente para disputas eleitorais futuras para 2020 e 2022. Eu acho que essas frases não ajudam, não tem relação de uma coisa com a outra. O que um manifestante na rua tem a ver com o AI-5? Põe 10 mil manifestantes e fala ‘vamo fechar o Congresso’ porque tem 10 mil na rua? Eu não entendo a conexão e a relevância de se tratar de um tema que vai afugentar investimentos do

Estadão: Gestora brasileira compra grupo peruano de infraestrutura, que fatura R$ 5 bi

Matéria do jornal O Estado de São Paulo sobre deal da IG4 Capital, cliente da LAM Comunicação, agência deste blogueiro, revela os bastidores da negociação e o futuro da Graña y Monteiro. Vale a leitura, íntegra abaixo. IG4 fará agora uma oferta pública de aquisição de ações que estão nas mãos de minoritários; fundo quer ser a "CCR dos Andes" Renée Pereira, O Estado de S.Paulo A gestora brasileira IG4, especializada na recuperação de empresas em dificuldades financeiras, fará uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) para comprar a participação dos acionistas minoritários do grupo peruano Graña y Montero (G&M). Na quarta-feira, 27, o fundo anunciou acordo para adquirir 25% da companhia latina de construção e infraestrutura. Os números do negócio, que ainda depende de autorizações de órgãos de controle do País, não foram informados, mas o valor de mercado da G&M na Bolsa está em torno de US$ 300 milhões. O Estado apurou que a IG4 pretende adotar a mesma estratégia da CA

Marcelo Rubens Paiva: TV Cultura faz Olhos que Condenam no Brasil

Escreve o colunista do Estadão em  seu blog: A série When They See Us (no Brasil, Olhos que Condenam) da Netflix foi um fenômeno. Trouxe de volta a história real de um revoltante erro jurídico americano, o caso dos Cinco do Central Park, em que cinco adolescentes negros do Harlem foram condenados por um estupro que não cometeram: Antron McCray, Kevin Richardson, Yusef Salaam, Raymond Santana e Korey Wise. Da prisão 1989 à absolvição em 2002, revela-se um flagrante racista alimentado inclusive pelo atual presidente americano, Donald Trump. Foi inspirado na série que o jornalismo da TV Cultura, sob novo comando desde começo de agosto, jornalista Leão Serva, lança na TV aberta e YouTube Olhos que Condenam no Brasil. Uma reportagem em seis episódios sobre histórias de vítimas do sistema penal brasileiro. “Logo que assumi, pedi à equipe para prepararmos regularmente séries de reportagens especiais sobre temas importantes que não necessariamente estejam no dia a dia. Que possam ter calor

Morre Gugu Liberato, apresentador que mudou a TV nos anos 90

RIP, guerreiro, grande perda Paulistano, que tinha 60 anos, morreu como consequência de um acidente doméstico nos EUA. Como número 2 do SBT, apresentador da Record desafiou a Globo há duas décadas FLÁVIA MARREIRO São Paulo - 22 NOV 2019 - 22:36 BRT A disputa que fez a Companhia das Letras tentar barrar biografia de Roberto Marinho Gugu Liberato, apresentador que ajudou a mudar a cara da TV brasileira nos anos 90 com seus programas no SBT, morreu nesta sexta-feira, em Orlando, nos Estados Unidos, aos 60 anos, como consequência de um sangramento intracraniano. A estrela da TV Record sofreu um acidente em sua casa enquanto fazia reparos num aparelho de ar condicionado instalado no sótão, caiu de uma altura de cerca de quatro metros e não resistiu aos ferimentos, de acordo com sua assessoria. O apresentador deixa a mulher, a médica Rose Miriam, e os filhos João Augusto, de 18 anos, e as gêmeas Sophia e Marina, de 15. "Nosso Gugu sempre viveu de maneira simples e alegre, cerca

Homenagem a DBS, captain, my captain...

I must confess that I had an intense and somehow turbulent relationship with DBS. In part, that was because my father was also the Principal of Colégio Santa Cruz, a Canadian school founded by two priests, Father Lionel Corbeil and Father Paul Eugéne Charbonneau, a kind of local Kurt Hann. It was due to his tenacity and inventiveness that Santa, as we all it, became the best school in São Paulo and the first one to send students to UWCs. He made Santa Cruz a place that was the sole educational stronghold against Brazilian dictatorship, which lasted for 21 long years from 1964 to 1985. At Santa, Father Charbonneau showed movies that were forbidden by governmental censorship agency, such as Christiane F. – Wir Kinder vom Bahnhof Zoo, shocking Brasilian church too. He was always at TV shows and used to wear red when defending conservative ideas and clergymen when defending very revolutionary theses, as women liberation, sexuality, or marijuana consumption - he was favor to legalization al

NEWSLETTER DA LAM COMUNICAÇÃO NO AR

Semana de 18 a 23 de novembro de 2019 O FATO DA SEMANA: GASPARI DENUNCIA MANOBRA DE MORO COM PALLOCI É grave a denúncia do colunista da Folha. Escreveu ele em 20/11: Bebianno, ex-secretário-geral da Presidência, contou a Fábio Pannunzio que Moro estava convidado para o Ministério da Justiça antes que as urnas do 2º turno fossem apuradas. Mais: naquele 28 de outubro, o “Posto Ipiranga” Guedes revelou-lhe que havia conversado com o juiz “5 ou 6 vezes”. Talvez o mistério da conexão de Moro com a campanha de Jair Bolsonaro pudesse ser desvendado se os envolvidos ralassem nos métodos da Lava Jato: condução coercitiva, prisão preventiva interminável e oferta de delação premiada. Não é o caso. Doze dias depois do 1º turno e 11 dias antes do 2º, a revista Crusoé informou: “Sergio Moro aceitou ser ministro de Bolsonaro”. No dia seguinte circulou a notícia de que Moro aceitaria ser nomeado para o STF. tudo seria o jogo jogado se o ex-juiz não tivesse soltado o anexo da delação de Palocci

Dica da Semana: El Camino, filme, Netflix

Filhotes da série Breaking Bad restauram a fé no cinema e na humanidade (Advertência: se o leitor ainda não viu a série, esta resenha contém spoiler sobre ela.)  El Camino, a breaking bad movie, é um grande filme, mas esta não é a notícia, visto que está sendo aclamado por toda parte. A atuação magistral de Aaron Paul no papel do protagonista Jesse Pinkman, o filme começa onde Breaking Bad termina, e isto não é nem de longe um spoiler, também não é a grande novidade da fita. Os coadjuvantes Jonathan Banks (Mike), impagável sempre, e a dupla de jerks Charles Baker (Skinny Pete) e Matt Jones (Badger), fiéis e atrapalhados escudeiros de Pinkman na trama, dão show, assim como a direção e o roteiro, ao cargo de Vince Gilligan, o criador de Breaking Bad. O que de fato espanta, encanta, provoca perplexidade e reflexão, ao final das duas horas e mais exatos dois minutos de duração, é a capacidade do diretor e atores na construção de uma narrativa contemporânea, atual, forte, incisiva, com mu

Morre Henry Sobel

RIP, grande figura humana, papel importante na história do Brasil. Morre Henry Sobel, 75, rabino símbolo da defesa dos direitos humanos no Brasil Ele não resistiu a complicações associadas a um câncer no pulmão; enterro será em Nova Jersey Morreu na manhã desta sexta-feira (22), em Miami, o rabino Henry Sobel, 75. Segundo sua assessoria, ele não resistiu a complicações associadas a um câncer no pulmão. O sepultamento será neste domingo, em Nova Jersey. Ele deixa a esposa e uma filha. Rabino emérito da Congregação Israelita Paulista, Sobel teve forte atuação na defesa dos direitos humanos no Brasil. Quando o jornalista Vladimir Herzog foi assassinado, em 25 de outubro de 1975, o jovem rabino Sobel não engoliu a versão oficial da ditadura. Enfrentando pressões, realizou o enterro do jornalista no centro do cemitério, se recusando a aceitar a alegação de suicídio —o que, segundo a religião judaica, o levaria a fazer o sepultamento nas margens do lugar. Dias depois, Sobel liderou, ju

Contardo: um fim possível do ressentimento

Vale a leitura do colunista da Folha de São Paulo, Contardo Calligaris. Escreve o autor: estou convencido de que os anos 1960 continuam cruciais para entender nosso mundo. Meu interesse por eles não é só nostálgico —um entendimento melhor daqueles anos poderia nos ajudar, por exemplo, a interpretar a agitação das ruas de hoje, na Europa, na América Latina e na China. Talvez entender o que surgiu de novo nos 1960 nos permita entrever o que surge hoje. E peguntar: o que eles querem? Vivi os anos 1960 em parte na Europa e em parte nos Estados Unidos. Participei da militância política estudantil (sobretudo na Itália), mas hoje me parece que a contracultura americana me moldou mais do que a militância política. Essa separação entre contracultura e militância, de qualquer forma, não era estanque. Nos EUA, não havia só desbunde, mas também militância —pelos direitos civis e contra a guerra no Vietnã. E, inversamente, no maio francês ou na Itália em 1969, não havia só militância sisuda, mas

Bucci: Bom dia, escravo

Muito bom o texto de Eugênio Bucci no Estadão de hoje. Escreve o jornalista: Nos EUA, a senadora democrata Elizabeth Warren abriu uma cruzada contra o Facebook e outros titãs da tecnologia digital (tech industry), como Amazon e Google. Possível candidata à sucessão de Donald Trump, ela pretende quebrar os monopólios exercidos por essas empresas. Do outro lado do Atlântico, a União Europeia (UE) procura fazer a sua parte. Tentou proibir os gigantes Facebook e WhatsApp (ambos controlados pelo cyberimperador Mark Zuckerberg) de compartilhar dados sobre seus usuários, uma prática que, segundo o Parlamento Europeu, violaria as políticas de proteção de dados do continente e favoreceria ainda mais o mercado monopolista. A UE também vem exigindo que os conglomerados digitais adotem medidas mais efetivas contra as fake news, mas não impôs recuos significativos aos tais titãs. No Velho Mundo, como no Novo, as democracias ainda estão longe de enquadrar os conglomerados. Ao contrário, eles é que

Gaspari: o mistério do convite a Moro

É grave a denúncia do jornalista em sua coluna na Folha de São Paulo. Escreve Gaspari: tudo seria o jogo jogado se o ex-juiz não tivesse soltado o anexo da delação de Palocci seis dias antes do 1º turno. Gustavo Bebianno, ex-secretário-geral da Presidência e copiloto da campanha de Jair Bolsonaro quando ela cabia numa kombi, contou ao repórter Fábio Pannunzio que o juiz Sergio Moro já estava convidado para o Ministério da Justiça antes que as urnas do segundo turno começassem a ser apuradas. Mais: naquela tarde de 28 de outubro, o “Posto Ipiranga” Paulo Guedes revelou-lhe que havia conversado com o juiz “cinco ou seis vezes”. Talvez o mistério da conexão de Moro com a campanha de Jair Bolsonaro pudesse ser desvendado se os envolvidos ralassem nos métodos da Lava Jato: condução coercitiva, prisão preventiva interminável e oferta de delação premiada. Não é o caso. Diversas mensagens trocadas por procuradores da Lava Jato indicam que eles torciam pela derrota de Fernando Haddad na ele

Nizan Guanaes: Seres em séries

Na Folha, o publicitário escreve que as séries tornam crianças e adolescentes seres do mundo, e comenta: É um erro dizer que os jovens de hoje não leem. Eles leem as séries. E essas séries tornam crianças e adolescentes seres do mundo, com mais informações do que qualquer um de nós que líamos "Meu Pé de Laranja Lima" no século passado. O Google é a Biblioteca de Alexandria no celular, e a Netflix e o YouTube, cinematecas globais numa tela perto de você. "Game of Thrones" pode não ser Shakespeare, mas tem algo de shakespeariano. Talvez por isso os jovens se sintam tão entediados com as fórmulas pré-históricas de ensinar. E é por isso que antigamente existia o MEC, o Ministério da Educação e da Cultura. Porque a cultura é via expressa para a educação. Eu aprendo muita história (que eu amo) assistindo a séries de TV. O ensino a distância e o streaming não são só fenômenos contemporâneos, são fenômenos convergentes. Você viu "Guerras do Brasil", a série, na

Robinson Borges no Valor: o quarto poder e a democracia

Vale a pena a leitura o texto do editor de Cultura do jornal Valor Econômico. Escreve Borges: para ser democracia, temos de ser plurais, o que só se dá, de fato, com liberdade de expressão e uma imprensa independente, que, mesmo imperfeita, não disputa poder, defende o presidente do Supremo. Depois de dar o seu voto decisivo e promover uma reviravolta no entendimento que permitia a execução da pena de prisão para condenados em segunda instância, Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), foi passar o fim de semana na calma Ilhabela, no litoral de São Paulo. Descontraído, vestindo calça de abrigo e camiseta, ele reuniu-se com um grupo de intelectuais na casa de Sonia e Tércio Sampaio Ferraz, um dos grandes mestres do Largo São Francisco, para discutir o quarto poder e a democracia. Apesar do horizonte idílico, o tom às vezes era grave. “Não existe democracia sem imprensa livre. Não existe democracia sem liberdade de expressão”, disse Toffoli. “Para ser democracia

Time LAM Comunicação com fotos novas

Chegaram as fotos corporativas da LAM Comunicação, feitas no Rio de Janeiro por  André Pinnola, da Pinnola Fotografia ( http://www.pinnolafotografia.com.br). Mariana Spezia e o autor deste blog nas fotos abaixo. Thanks Pinolla e Mari pela parceria.

“Não sou eu quem me navega, quem me navega é o mar”

Posto aqui o texto que escrevi para os pais do Thiago Nery, cuja vida foi roubada na última quarta-feira. Em nome de todo um grupo, mas é um texto que me representa profundamente. “Não sou eu quem me navega Quem me navega é o mar” Paulinho da Viola Queridos Marcos e Ana, pais do Thiago Nery, Nós, pais de todos os colegas do Thiago no Colégio Santa Cruz, decidimos escrever para vocês e compartilhar a dor que nós, cada um a sua maneira, sentimos na semana passada ao saber do acidente que levou o Thiago embora. Muitos de nós choramos e na última quarta-feira fizemos, às 22h30, uma corrente de oração. A vida é frágil, passa em um piscar de olhos, precisamos a todo momento lembrar que temos que nos ajudar, ajudar o outro, sobretudo ajudar os que sofrem. Não conseguimos nem imaginar a dor de vocês, mas estamos juntos neste luto. O Santa nos une e traz em sua essência o valor da amizade, da relação próxima com os professores, que ficaram com eles até o final na noite fatídica do acid

Yuval Harari, o pessimista esclarecido

Muito bom o texto de Raul Juste Lores, publicado no Brazil Journal. Íntegra a seguir. Luciano Huck levou Yuval Harari para gravar numa favela — fazendo o escritor israelense confidenciar a amigos que “finalmente vi negros, depois de uma semana no Brasil.” O historiador de 43 anos foi recebido pelos presidentes da Câmara e do Senado para uma palestra no Congresso Nacional.  Antes, lotou o Teatro Municipal do Rio, o Auditório Simón Bolívar do Memorial da América Latina e o Teatro Santander em São Paulo. CEOs pediam autógrafos e selfies. Sua participação no Roda Viva, da TV Cultura, da qual fui um dos entrevistadores, ultrapassou 200 mil visualizações em apenas três dias no YouTube. À produção, Harari exigiu apenas paridade de gênero na bancada de entrevistadores — o que, se alguma evidência ainda fosse necessária, mostra o quanto o cara é diferenciado. Numa época de déficit de clareza e profundidade (e overdose de certezas barulhentas das igrejinhas políticas), o discurso nuançado

Reinaldo Azevedo: A Aliança do Atraso para o Futuro

Vale a pena ler o artigo do querido Uncle King, Reinaldo Azevedo, hoje na Folha de S. Paulo. Bolsonaro não precisa do PSL para governar, vivemos sob um parlamentarismo informal, afirma o colunista, repetindo o que este blog tem escrito. Na íntegra: A decisão de Jair Bolsonaro de deixar o PSL para fundar a “Aliança pelo Brasil” pode ser tudo, menos irrefletida. Se o troço vai dar certo, aí é outra coisa. Há, sim, um pensamento e uma leitura da política em sua escolha. Está longe, pois, de ser maluquice. Sua “Aliança do Atraso para o Futuro”. O Brasil está a clamar pela vanguarda do retrocesso. Observem que o Congresso aprovou uma reforma da Previdência bastante robusta sem que o presidente precisasse investir uma única vez na pacificação política. Ao contrário: nos quase 11 meses de governo, ele e a filharada apostaram no confronto: com o Parlamento; com os respectivos presidentes das duas Casas Legislativas; com parte dos generais da reserva que chamou para compor o governo; com a