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Mostrando postagens de março, 2007

A visão tucana sobre o roubo do rabino

Está na Folha de S. Paulo a declaração que vai abaixo, sobre a prisão do rabino Henry I. Sobel nos Estados Unidos, por furto de gravatas. O senhor José Gregori foi ministro da Justiça no governo Fernando Henrique e é um dos "quadros" de relevo do PSDB. "Na opinião do presidente da Comissão dos Direitos Humanos de SP, José Gregori, Sobel é 'o estrangeiro que mais colaborou para a integração da comunidade judaica no Brasil'. 'O que me deixa aterrado é a polícia americana ter chegado a esse grau de boçalidade. Você, como delegado, tem de saber quem prende ' , afirma. " Gregori não faz por mal. O que ele afirmou é de fato um despautério, mas está dentro dos limites mentais e da boçalidade da elite brasileira. Não, caro ex-ministro, a polícia americana não agiu com boçalidade, mas de forma republicana. Não interessa se o ladrão é rabino, banqueiro, artista ou mesmo político do PSDB ou do PT: roubou, vai para a cadeia e de lá só sai pagando fiança. É o que

O que a direita pensa da crise aérea

Vale a pena ler, no blog do Reinaldo Azevedo, a nota do jornalista de Veja sobre a greve dos controladores aéreos. Vale também olhar os comentários. Está tudo lá para quem quiser entender a visão da direita sobre os fatos políticos do País. Tudo mesmo, em estado bruto, sem nenhuma censura, uma verdadeira apologia de um golpe de Estado. Reinaldo vive dizendo que preza a democracia, mas acaba se traindo em certas situações. O conjunto da obra – a nota mais os comentários – revela uma verdade cristalina: o que ele e seus amigos realmente gostariam é de uma nova ditadura militar no Brasil, que apeasse o presidente Lula da presidência e "colocasse ordem na casa". Para a tristeza do Reinaldo e para o bem do País, não há uma única liderança disposta a esta aventura nas Forças Armadas. Ademais, a análise dos direitistas sobre a greve dos controladores de vôo é tão simplista que dá preguiça de comentar. Em resumo, acham que foi uma insubordinação e que Lula errou ao negociar. Então

Waldir Pires precisa deixar a Defesa

Não dá mais para o presidente Lula esperar. O que está ocorrendo nesta sexta-feira nos aeroportos do Brasil só pode ter uma explicação: falta de comando. Ou Lula demite o ministro da Defesa, Waldir Pires, nas próximas horas, ou o caos aéreo pode acabar sim respingando no presidente. Não pela histeria dos passageiros prejudicados por eventuais atrasos e cancelamentos – esses são eleitores do PSDB e PFL desde sempre –, mas pelo colapso que pode haver no transportes de cargas, aí sim, um problema real para a economia nacional. O que não se compreende, nessas alturas dos acontecimentos, é a teimosia de um homem honrado, digno e com um passado louvável em permanecer no cargo a despeito de todas as evidências de que não há o menor fôlego para tal permanência. Parafraseando Roberto Jefferson, só há uma coisa a dizer: sai, Waldir, sai daí rapidinho.

Mico do ano

A notícia abaixo dispensa comentários... A versão é da Folha Online. Senador propõe audiência com diretores de empresa que é parte de jogo virtual MALU DELGADO A ficção pregou uma peça na política. Discutiu-se na tribuna do Senado, na terça-feira, a polêmica ação da empresa Arkhos Biotech, identificada como "uma das maiores fabricantes do mundo de ativos vegetais para a indústria cosmética e farmacêutica". A empresa defende, na internet, (www.arkhosbiotech.com) a internacionalização da Amazônia. A postura institucional da Arkhos deixou o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) furioso. "Tem notícia da maior gravidade que devo trazer ao conhecimento da Casa. Ela está no site da Agência Amazônia, sob o título "Laboratório americano propõe privatizar a Amazônia'", alertou. "Estou convidando essa empresa a se fazer representar em uma reunião da Subcomissão da Amazônia, que funciona na Comissão de Relações Exteriores (...), porque a notícia pareceu-me extremament

O canal do presidente

Charge do Agê que estará na edição do DCI de sexta-feira

Qual é a bandeira dos partidos de oposição?

O Partido da Frente Liberal trocou de nome nesta semana e passou a se chamar Democratas, adotando a estranha sigla DEM e prometendo seguir na oposição ferrenha ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Durante a Convenção que sacramentou a mudança de nome e marcou a troca de comando no partido, o novo presidente, Rodrigo Maia, filho do prefeito do Rio, Cesar Maia, lembrou um pouco o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) ao dizer que a agremiação agora vai trabalhar mais as bases e buscar uma maior aproximação do eleitorado. Na verdade, a motivação para a mudança de nome parece ter sido de caráter mais simbólico do que propriamente político. Não se trata de uma “refundação” no estilo da empreendida pelos partidos de esquerda da Itália, por exemplo, que modificaram seus programas em busca de um modelo alternativo de socialismo após a queda do muro de Berlim. No caso brasileiro, o DEM não reviu seu conteúdo programático, operou uma mudança formal, expurgando a palavra liberal,

O que separa Serra de Alckmin

Geraldo Alckmin está de volta, mas por pouco tempo. Já avisou que retorna para os Estados Unidos neste domingo, a fim de finalizar o seu "período sabático". Disse também que apenas no segundo semestre retomará as atividades profissionais no Brasil. Será professor em uma universidade na baixada santista e provavelmente disputará a presidência do PSDB. Tudo que o governador José Serra não deseja é ver Alckmin mandando no seu partido. Até lá, muita água vai rolar debaixo da ponte e quem conhece os bastidores do PSDB diz que o governador paulista não vai deixar barato o comando partidário para Alckmin. A verdade é que, apesar de correligionários, muita coisa separa Serra e Alckmin. Em menos de três meses, o atual governador mudou tanta coisa na administração estadual que um observador externo jamais diria que se trata de uma gestão de "continuidade", tocada por alguém do mesmo partido que o governante anterior. A lista não é pequena, vamos a ela: 1. Alckmin introduziou

Soninha nega saída do PT

A vereadora Soninha Francine escreveu para a Folha de S. Paulo para negar a informação publicada no Painel dando conta da sua saída do PT. Ontem, este blog comentou a notícia e aventou a possibilidade de Soninha ser a primeira "vítima" da interpretação do TSE sobre a fidelidade partidária. Pode ser que Soninha realmente ainda não tenha "desistido do PT", conforme ela mesmo escreveu, desmentindo as 5 fontes da jornalista Renata Lo Prete, editora do Painel. Também pode ser que a situação criada pelo TSE tenha feito a vereadora mudar de idéia e aproveitar a oportunidade para contestar a Folha .

Ainda sobre a fidelidade partidária

A resposta do TSE à consulta do ex-PFL e a partir de hoje DEM (Democratas) sobre a questão dos mandatos dos deputados federais, estaduais e vereadores provocou um verdadeiro terremoto em Brasília. Com o tempo, no entanto, as coisas já começaram a se assentar. Em primeiro lugar, claro está que no que diz respeito aos parlamentares que mudaram de partido nesta legislatura, a briga vai se dar no Supremo Tribunal Federal, até porque o Tribunal Superior Eleitoral só responde pelo que acontece até a diplomação dos parlamentares. Uma vez diplomados, a questão já não é mais eleitoral e, portanto, do ponto de vista estritamente jurídico, o problema é do STF. Posto isto e deixando as nuances jurídicas dos processos (cada caso será um caso) para os advogados, vamos tentar analisar a questão do ponto de vista político. Quem está perdendo o jogo é a oposição, que pretende criar constrangimentos para o aumento da base governista que apóia o presidente Lula. Aparentemente sem argumentos para seduzir

Soninha pode ser a 1ª vítima do Tribunal

A vereadora Soninha Francine, do PT da capital paulista, estava querendo abandonar a agremiação e ingressar no PPS. Depois da decisão de ontem, ela pode até realizar o movimento, mas a sua vaga na Câmara Municipal ficará com o Partido dos Trabalhadores. Nos bastidores da Câmara Municipal, dizem que Soninha foi seduzida pelo canto de sereia do governador José Serra (PSDB). Permanecendo no PT, ela será uma espécie de "quinta-coluna" no partido e poderá até acabar expulsa da legenda. Fica a questão: os eleitores votaram na Soninha "serrista" ou na Soninha "petista"? Ou votaram simplesemente na Soninha, confiando no faro político da então debutante na política? Jorge Bornhausen acha que o voto é sempre no partido. O caso de Soninha mostra que as coisas não são bem assim...

Interpretação do TSE vai "pegar"?

Já foi comentado aqui uma particularidade da legislação brasileira: há regras que "não pegam" e passam a ser simplesmente ignoradas de fato, como se nunca tivessem existido. Há muita gente levantando problemas sobre a interpretação do Tribunal Superior Eleitoral acerca da fidelidade partidária, aprovada ontem por 6 votos a 1. Na prática, os mandatos de deputado federal, estadual e vereador passam a pertencer aos partidos políticos e não mais aos parlamentares eleitos. Com isto, se um deputado mudar de partido, poderá perder o mandato, caso o partido prejudicado questione a mudança na justiça. Há de fato problemas de implementação, como bem assinalou o ex-deputado Roberto Jefferson, presidente do PTB: A polêmica decisão do TSE, por ser geral demais, está suscitando muitas perguntas que ainda não tem resposta. Uma de suma importância é quem pode pedir a cassação do parlamentar: partido ou suplente? Será a legenda ou coligação? De quem é o direito de ação? Se a legenda não quise

TSE impõe a fidelidade partidária

Por 6 votos a 1, o Tribunal Superior Eleitoral decidiu que os mandatos de deputado federal, deputado estadual e vereador pertence aos partidos e não aos políticos eleitos. Assim, todos os deputados federais que mudaram de legenda depois da eleição – já há 35 casos assim na Câmara Federal – correm o risco de perderem seus mandatos se não retornarem à legenda pela qual foram eleitos. Evidentemente, vai chover recurso ao Supremo Tribunal Federal e a questão ainda não pode ser considerada resolvida juridicamente. Na teoria, a decisão do TSE é boa para a democracia porque consolida a fidelidade partidária, mas cabe perguntar se não se trata de um ato legislador do poder judiciário. O TSE, é bom lembrar, já foi bastante criticado no ano passado exatamente por ter interpretado a regra da verticalização de forma tão draconiana que depois foi obrigado e votar de novo a mesma questão e rever a decisão. Prudência e caldo de galinha não fazem mal a ninguém, de forma que o melhor a fazer agora é a

Collor bem na fita na Agência Senado

A Agência Senado faz um belíssimo trabalho no acompanhamento das atividades legislativas do Senado, é fonte obrigatória para qualquer jornalista que trabalhe com a cobertura política. É bem verdade que algumas vezes, o pessoal exagera um pouco nas matérias sobre o presidente da Casa, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), mas a regra é uma cobertura bem técnica e até imparcial. Assim, chama bastante atenção o destaque que a agência vem dando, na edição das fotografias, para o ex-presidente Fernando Collor, hoje senador pelo PTB de Alagoas. O leitor habitual já deve ter reparado: dia sim, dia não, Collor está lá, bem na fita, sempre de cara boa nas fotos que vão para a página principal da Agência Senado. Pode ser uma coincidência, mas também pode não ser...

A miopia da esquerda radical

A notícia abaixo está na Agência Carta Maior e pode ser lida, na íntegra, aqui . O problema todo da esquerda parece ser uma certa miopia em relação ao governo do presidente Lula. Ora, se PSTU e PSOL acreditam que vale a pena jogar as fichas em um movimento contra as "reformas", estarão lutando contra o vento, porque o presidente Lula não deseja fazer reforma alguma em seu segundo mandato, nem trabalhista, muito menos previdenciária... Sobre a "retirada dos direitos", o PSOL e o PSTU deveriam se posicionar em relação à Emenda 3 ao projeto que criou a Super Receita: afinal, são a favor do veto de Lula ou contrários? No momento, quem breca a "retirada de direitos" é o presidente e não a pressão da ultra-esquerda... Seis mil se articulam em São Paulo contra reformas Encontro convocado por movimentos sindicais e populares ligados ao PSTU e PSOL reúne milhares no ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, e propõe luta unificada contra possível flexibilização de direi

PFL faz besteira ao mudar de nome

O Partido da Frente Liberal vai mudar de nome amanhã. A legenda passa a se chamar Democratas, com a sigla DEM. Evidentemente, os ainda hoje liberais devem ter pago caro por pesquisas de opinião que fornecessem subsídios para a mudança. Pois esta é mais uma prova de que nem sempre as pesquisas de opinião acertam. A nova sigla é ruim e o nome do partido não agrega, digamos assim, a "marca" do PFL, que o eleitorado identifica como a legenda de contraponto ao PT de Lula. Este blog aposta, inclusive, que a nova sigla terá vida curta e mais adiante, talvez depois do primeiro fracasso nas urnas, os líderes partidários mudarão de novo o nome da agremiação.

Aécio e Globo, tudo a ver?

O blog do ex-governador Anthony Garotinho (PMDB) está fazendo grande estardalhaço em torno da denúncia, publicada inicialmente pelo mineiro Novo Jornal , de que o governador Aécio Neves (PSDB) teria pago, com o patrimônio de Minas Gerais, US$ 269 milhões de dívidas da Rede Globo de Televisão. Os detalhes desta inusitada operação – já contestada pela Globo – o leitor pode ler clicando aqui . Se há algum fundo de verdade nos fatos relatados, o futuro vai dizer. Mas a verdade é que Aécio não é bobo e está se movimentando para viabilizar a candidatura à presidência em 2010. Claro que é muito cedo para tal avaliação, mas o fato é que com 71% de aprovação, conforme o Datafolha divulgado nesta segunda, Aécio sai de Minas com um apoio considerável. Se contar com, digamos assim, uma mãozinha da TV Globo, pode se tornar até no favorito para a disputa.

Ainda sobre as pesquisas do Datafolha

A Folha de S. Paulo parece não dar bola aos jornalistas que mais entendem de pesquisa na sua própria redação. O colunista Fernando Rodrigues, por exemplo, é um especialista no assunto - seu blog contém a provavelmente mais respeitável base de dados de pesquisas eleitorais e de desempenho de governos brasileiros que existe na internet. Pois bem, Fernando Rodrigues fez o seguinte comentário ao analisar o resultado do levantamento do Datafolha sobre a popularidade do presidente Lula: Lula nas alturas – o petista bate seu próprio recorde e atinge 48% de aprovação ao seu governo depois de 3 meses no cargo neste segundo mandato (Datafolha). Em 2003, nesta mesma época, tinha 43%. Todos os outros presidentes pós-ditadura militar (1964-1985) tiveram marcas piores do que as de Lula neste período do mandato. O leitor da Folha , porém, não ficou sabendo de nada disto. O jornal simplesmente escondeu a informação da aprovação a Lula - preferiu destacar que a taxa caiu 4 pontos desde o final do ano

Aprovado por 39% ou reprovado por 61%?

O jornal Folha de S. Paulo deu manchete para a pesquisa do seu instituto, o Datafolha: "Governo de Serra tem aprovação de 39%". O enunciado, além de incorreto, é francamente favorável ao governador de São Paulo, José Serra (PSDB). Por que o jornal não levou para o título o dado inverso – "Governo de Serra é desparovado por 61%"? A resposta é simples: a partir dos dados colhidos pelo jornal, está errado dizer que a aprovação é de 39% ou a desprovação é de 61%. Os entrevistados foram instados a avaliar o governo e o fizeram dando "notas" (ótimo, bom, regular, ruim e péssimo). Do total, 39% consideram o governo bom ou ótimo, 37% acham a gestão regular e 14%, ruim ou péssima. Para avaliar a aprovação e desaprovação, é preciso fazer uma questão específica, como se faz nas pesquisas sobre o desempenho do presidente Lula. É possível e até provável que a aprovação do governo Serra seja superior a 39%, uma vez que parte dos que a classificaram como regular tende a

E a denúncia de Carta Capital?

O Brasil é um país engraçado: há coisas que "pegam" e outras que simples passam batido, ninguém dá a menor bola. É assim até com as leis do País e também com certas denúncias bombásticas que aparecem na mídia sem provocar a menor repercussão. Pode ser o caso da matéria reproduzida abaixo, que está na revista Carta Capital desta semana. Até agora, final da tarde de domingo, nenhum grande veículo repercutiu a denúncia e os envolvidos também não se manifestaram sobre o teor do que foi publicado. Em alguns blogs, há gente comentando o assunto, mas o fato concreto, como diria o presidente Lula, é que a história está passando batida. Não deixa de ser engraçado lembrar que um episódio muito semelhante ao denunciado na revista derrubou, em 1999, o economista Francisco Lopes do cargo que hoje é de Henrique Meirelles. A diferença talvez esteja na oposição: naquela época, o PT não hesitava em partir para a jugular do presidente do Banco Central, sem dó nem piedade. Hoje, PSDB e PFL se

Os três ministros jornalistas

Dizem que o presidente Lula não gosta de jornalistas, que sempre que pode foge de entrevistas coletivas. Pode até ser verdade, mas o fato concreto, como diria o próprio Lula, é que já são três os ministros jornalistas: Miguel Jorge, Franklin Martins e Hélio Costa...

Beraba: Folha deu mal a indicação de Jorge

O ombudsman da Folha de S. Paulo , Marcelo Beraba, concorda com este blog: o jornal desdenhou a nomeação de Miguel Jorge para o ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Em sua crítica interna, disponível para os leitores no site do Ombudsman, Beraba escreveu o seguinte: Ministério É compreensível que o jornal não tenha feito uma repercussão da nomeação do jornalista Franklin Martins para a pasta de Comunicação do ministério Lula. Sua confirmação saiu tarde. Mas o nome de Miguel Jorge estava confirmado desde cedo e ocupará um ministério importante para os projetos econômicos do governo. Como o seu nome foi recebido por empresários e pelos vários segmentos da economia? A cobrança de Beraba é justa e ele poderia ter especulado sobre as razões do jornal. Certamente não terá sido apenas porque Miguel Jorge foi diretor de redação do Estadão por 10 anos e até hoje integra o Conselho do maior rival da Folha ...

Folha desdenha Miguel Jorge

A Folha de S. Paulo não ficou muito animada com a nomeação do jornalista Miguel Jorge, ex-diretor de redação do rival O Estado de S. Paulo , para a vaga de Luiz Fernando Furlan no ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Na edição desta sexta-feira, o jornal publica a notícia com o mesmo peso que dá para a nomeação do deputado Reinhold Stephanes (PMDB-PR), que já vinha sendo cogitada há dias, para a Agricultura. Miguel Jorge não mereceu nem sequer um perfil mais alentado na Folha - evidentemente, há um no Estadão . Inveja mata

Franklin comandará a Comunicação Social

O jornalista Franklin Martins aceitou o convite do presidente Lula e vai comandar a Comunicação Social do governo. A secretaria tem status de ministério e sofrerá mudanças em seu organograma com a chegada do novo titular, que substitui André Singer. É quase certo que Franklin Martins venha a comandar a implementação da nova emissora de TV Pública e tenha sob a sua guarda praticamente toda a publicidade do governo federal. Não é pouca coisa. Com o sim de Franklin a Lula, o parajornalista Diogo Mainardi deverá voltar a abrir a sua "pastinha" e bater forte no novo ministro. Mainardi está sendo processado por Franklin, a quem acusa de "lulista", como fez com tantos outros colegas de profissão. O pequeno McCarthy de Veja não vai deixar barato a chance de "provar" que tinha razão. Leia abaixo a versão da Agência Estado para a nomeação do novo ministro. Franklin Martins aceita ser ministro da Comunicação Social Jornalista assumirá uma nova estrutura de comuni

Sem dar o braço a torcer

Comentário do Ombudsman da Folha , Marcelo Beraba, em sua crítica interna desta quinta-feira: "'O 'Estado', em sua última edição, encolheu a manchete para acomodar a informação aparentemente exclusiva de que "Miguel Jorge [do Santander e ex-editor-chefe do "Estado"] substitui Furlan no ministério [do Desenvolvimento]", colchetes meus. Retribui, assim, o furo de ontem da Folha, que antecipou a nomeação de d. Odilo Scherer para a arquidiocese de São Paulo."

Folha barrigou ou está de má-vontade?

Não há uma única linha na Folha de S. Paulo desta quinta-feira sobre a noemação de Miguel Jorge para a pasta do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. A informação estava disponível pouco antes da meia noite em vários sites e o blog do jornalista Fernando Rodrigues, colunista da Folha , comentava a indicação de Lula às 0h32. De duas, uma: ou o pessoal que estava fechando o jornal na noite de ontem comeu bola – é triste, mas acontece –, ou o jornal está de má-vontade com a nomeação de um integrante do Conselho Editorial do Estadão , o maior rival da Folha em São Paulo. O resultado para o leitor, porém, é o mesmo: acordou sem a informação mais importante do dia na política nacional, que acabou na manchete do Estadão . Ou a Folha devolve o dinheiro da edição de hoje ou os leitores têm todo o direito de reclamar no Procon...

Perguntar não ofende

Como será a cobertura do jornal O Estado de S. Paulo do trabalho do novo ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, ex-diretor de redação do Estadão ? É cedo para dizer, mas este blog tem um palpite: Lula matou vários coelhos com a nomeação de Jorge, que agrada o setor financeiro (o jornalista era vice-presidente do banco Santander) e acalma a fúria oposicionista de parte da mídia (vai ficar estranho para o Estadão dizer que Lula opera uma "guinada chavista" nomeando um membro do Conselho do jornal para cargo tão importante). Ademais, Jorge tem um perfil de negociador experimentado, que vem dos tempos em que comandou a Autolatina e participava das mesas de negociação com os metalúrgicos do ABC. O presidente Lula pode ser muita coisa, mas bobo, realmente não é: conseguiu manter o nome de Jorge fora das especulações e nomeou um executivo de expressão para um cargo-chave na administração federal.

Alckmin já sabe que a vingança
é um prato que se come frio

Está nos grandes jornais desta quarta-feira a repercussão de um furo do Diário de S. Paulo, na edição de terça, sobre os contratos fechados na gestão Geraldo Alckmin (PSDB), sem licitação e no valor de R$ 77 milhões, por fundações e órgãos estaduais com o Instituto Uniemp. Não há comprovação de irregularidade nesses contratos, apenas indícios, o que levou o Ministério Público a abrir uma investigação para apurar as suspeitas. Gente ligada ao ex-governador Alckmin acredita que se trata de mais uma operação com as digitais de José Serra ou de aliados muito próximos do governador. Segundo este raciocínio, o "furo" do Diário seria resultado de uma bela "dica" de um ex-diretor de Redação do jornal que atualmente bate ponto na Imprensa Oficial do Estado. Como diriam os italianos, "se non è vero, è bene trovato". Ademais, Alckmin vai começar a sentir na pele aquele outro ditado, da vingança como prato que se come frio. No que depender de Serra, a dieta vai até

Aldo hesita aceitar pasta da Defesa porque
já trabalha na candidatura à prefeitura de SP

O repórter Eduardo Bresciani, que acompanha os bastidores de Brasília pelo DCI , informa que a hesitação do deputado Aldo Rebelo (PCdoB) em aceitar o convite para assumir o ministério da Defesa tem uma razão bastante simples: Aldo estaria empenhadíssimo na montagem da sua candidatura a prefeito de São Paulo, em uma aliança que envolveria os partido do bloco de esquerda da Câmara – PSB e PDT. Essas legendas, aliás, têm bons nomes para completar a chapa, como a ex-prefeita socialista Luiza Erundina ou o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, da Força Sindical. A articulação da candidatura, portanto, pode inviabilizar a inédita posse de um comunista para o comando das Forças Armadas do Brasil.

Ainda sobre a "TV do Lula"

Vale a pena ler na íntegra o artigo do Luiz Carlos Azenha, repórter da TV Globo, polemizando com o Nelson Motta, colunista da Folha de S. Paulo . Este blog concorda com Azenha em praticamente tudo que vai reproduzido abaixo. De fato, há pouco a acrescentar, apenas torcer para que desta vez o presidente Lula não ceda às pressões dos defensores do Deus Mercado e engavete o projeto. A pressão, aliás, não será pequena. A revista Veja , por exemplo, já entrou na briga detonando a idéia e nesta terça-feira um de seus rotweillers de plantão, o Reinaldo Azevedo, em seu blog, também bateu forte, mas bem mais em Azenha do que na proposta de TV Pública do governo, a qual também ataca, de maneira um tanto confusa, sem oferecer argumentos racionais aos seus leitores. Algo na linha do "a idéia é do PT, soy contra", se é do Lula, deve cheirar a Mao, Stálin e Fidel. Evidentemente, Reinaldo cala sobre a ofensiva de seu chefe José Serra na TV Cultura - deve achar que é direito do governador

Agora sim, começou o governo Serra

Pelo menos é o que se pode concluir da chamada de capa no portal UOL desta terça-feira: " Dengue hemorrágica provoca primeira morte do ano em SP ". Não demora e o estado de São Paulo estará repleto dos heróicos mata-mosquitos, resta saber se protestando contra José Serra ou ajudando a combater o mal que persegue o governador paulista há tanto tempo... PS: da Agência Estado, às 21h14 - Com 283 casos, Ubatuba decreta epidemia de dengue . É, a gestão Serra já trabalha a pleno vapor...

Lula ainda pode mudar a Defesa

O esperto repórter Eduardo Bresciani garante que o deputado Aldo Rebelo (PCdoB) receberá, nos próximos dias, um convite para assumir o ministério da Defesa. Bresciani também garante que o bravo comunista recusará educadamente, como é seu feitio, a oferta. Desta forma, ficará aberta uma porta para a acomodação do PSB, único partido que perdeu espaço na atual reforma ministerial – tinha a Integração Nacional e a pasta da Ciência e Tecnologia e, até agora, manteve apenas a segunda. Outro nome sobre o qual se fala nos bastidores brasilienses, para a mesma pasta, é o do senador José Sarney. Neste caso, porém, o PMDB chegaria a 6 vagas na nova equipe de Lula, o que talvez seja excessivo para o equilíbrio das forças que compõem a coalizão governista.

Um pouco além do "toma lá dá cá"

A reforma ministerial do presidente Lula está quase completa – faltam apenas a confirmação de Reinhold Stephanes (PMDB-PR) na Agricultura e a indicação dos nomes dos substitutos de Luiz Fernando Furlan na Indústria e, eventualmente, Waldir Pires na Defesa. A esta altura do campeonato, já é possível perceber o sentido geral das mudanças realizadas pelo presidente para o segundo mandato. Em primeiro lugar, Lula ampliou consideravelmente a participação do PMDB em seu governo – um movimento que lhe havia sido recomendado pelo então ministro José Dirceu em 2003, antes da crise do mensalão. Boa parte dos colunistas políticos adora dizer que o PMDB é um partido dividido e que governante algum consegue obter o apoio integral da legenda. De fato, o PMDB realmente é um grande condomínio, o maior da política nacional, mas o raciocínio de que toda negociação com os peemedebistas acaba mal não leva em consideração a única alternativa possível: deixar o partido de fora da coalizão governista. Ora,

Uma ministra candidatíssima

Marta Suplicy (PT-SP) nem titubeou e aceitou o ministério do Turismo mesmo sem o controle da Infraero, cujo controle poderia passar da pasta da Defesa para as mãos da ex-prefeita, conforme especulou a imprensa nos últimos dias. Não é certamente o ministério mais vistoso e nem há muito dinheiro para gastar, mas tudo que Marta precisava era de uma janela para manter seu nome na mídia e conseguir "recall" para a sua próxima jogada eleitoral, provavelmente já em 2008, rumo ao Palácio do Anhangabaú, na capital paulista. Se o jogo estiver muito embaralhado, a ex-prefeita poderá perfeitamente permanecer no ministério e aguardar 2010, quando poderia disputar o governo paulista ou até mesmo a presidência da República. Candidatíssima, Marta tem à disposição alguns bons nomes, como o de Eduardo Sanovic, que já dirigiu o Anhembi, para fazer uma gestão competente no ministério do Turismo. Na verdade, basta continuar o trabalho do ministro Walfrido dos Mares Guia, uma grata surpresa do

Sobre a "televisão do Lula"

Se o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tivesse (PSDB), durante o seu período na Presidência da República, cogitado fazer uma emissora de televisão de caráter público, é certo que a imprensa brasileira teria aplaudido a iniciativa e parabenizado o "estadista" tucano pela criação de uma "BBC brasileira", em referência à emissora inglesa que é paradigma de TV Pública no planeta. Cardoso, porém, "não precisava" de uma emissora de televisão porque durante praticamente todo o tempo que esteve no poder contou com o apoio entusiasmado da maior emissora brasileira, a TV Globo. Ademais, não constava do programa de governo tucano a idéia de democratizar os meios de comunicação de massa. Desde que o ministro Hélio Costa (Comunicações) apresentou um projeto de uma nova emissora pública de televisão, na semana retrasada, os jornalões, especialmente O Estado de S. Paulo , têm bombardeado a iniciativa do governo federal. Para os barões da imprensa, Lula quer criar

Agricultura: Abin não sabia de nada?

A nota abaixo, do jornalista Cláudio Humberto, revela um aspecto da confusão em torno do quase-ministro Balbinotti que pouca gente está comentando. Afinal, não é função da Abin levantar a ficha dos candidatos a assumir cargos no primeiro e segundo escalão? O nome de Balbinotti, como os tantos outros comentados nos últimos dias, não apareceu ontem no noticiário. Será que ninguém na Abin pensou em preparar um pequeno dossiê sobre todos os "ministeriáveis" e deixar o material com o presidente da República. Que Lula não soubesse de nada, diriam os seus oposicionistas, é normal. Mas a Abin precisava saber de tudo, ou não está merecendo o que recebe dos cofres públicos. Abin deixou Lula na mão O presidente Lula ficou muito irritado com o diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Márcio Buzanelli, por não ter sido avisado sobre as acusações contra o deputado Odílio Balbinotti (PMDB-PR) antes de convidá-lo para o cargo de ministro da Agricultura. Lula ficou sabendo

Zero Hora dá uma mãozinha para Bush

Vale a pena visitar com freqüência o blog Diário Gauche . Além de comentários inteligentes e bem humorados, o leitor encontrará ali notas contendo uma visão crítica do comportamento da mídia gaúcha. Um exemplo está abaixo – o ZH realmente extrapolou, nem o Reinaldo Azevedo deu bola para a "confissão" de Khalid Sheik Mohammed. Para ler mais notas como esta, basta acessar o blog no link acima. Release da Casa Branca Manchete valor Zero Me dei ao trabalho de verificar, nenhum grande jornal brasileiro explorou o tema em manchete como Zero Hora . É a demonstração do mais puro provincianismo. Qualquer editor de média inteligência sabe que essa informação é cascata . Isso não tem nenhum valor, a não ser para a propaganda dos falcões da Casa Branca, que ainda envolve o Chico Bento 16 para esquentar o assunto e arrebanhar (ingênuos) interessados por notícia usinada. Trata-se de uma confissão extraída sob tortura, em Guantánamo, ainda por cima. Valor: zero vírgula zero! Zer

Collor: passado e futuro

Fernando Collor de Mello (PTB-AL) realizou nesta quinta-feira, exatamente 17 anos depois de tomar posse na presidência da República, o movimento final na sua longa e delicada operação para voltar ao cenário político brasileiro com alguma relevância e chance de recuperar o poder perdido em 1992. Collor fez o seu primeiro discurso como senador da República e falou sobre o momento mais importante que viveu – o impeachment, primeiro e único na história do País. O que se viu foi um Collor comedido no tom – ele nem de longe lembrou o efusivo orador de 1989 e se limitou a ler as 99 páginas cuidadosamente redigidas – , mas decidido a mostrar a sua indignação com a "farsa" que teria sido o processo de impeachment. Também afirmou que foi vítima de "preconceito" e "abusos ", lembrando que não perdeu um único processo na Justiça. De fato, Collor foi absolvido no Supremo e muita gente séria na área jurídica considera a votação do impeachment após a renúncia do então pr

Wagner Iglecias: Oposição em crise?

Em mais uma colaboração para o blog, o cientista político Wagner Iglecias analisa as dificuldades do PFL e PSDB em fazer uma oposição responsável ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A seguir, a íntegra do texto de Iglecias. Definitivamente, ser de oposição no Brasil não é fácil. O presidencialismo brasileiro, embora não confira maioria automática ao presidente de turno no Congresso Nacional, dá ao Poder Executivo um poder de atração para si sobre as mais diversas correntes políticas, sempre sequiosas em dividir o poder com aquele agraciado pelas urnas para o cargo de primeiro mandatário da nação. Isso tem ocorrido em nossa história recente de forma cíclica, e no caso específico do atual governo, o sistema político parece ter como referência primeira e última a figura do presidente Lula, eleito e reeleito com uma enormidade de votos. Num modelo assim é dificil resistir nas trincheiras da oposição, tal como vemos com alguns partidos que ou vem encolhendo desde o final do