Quem assistiu o programa Roda Viva, da TV Cultura, deve ter ficado com a impressão de que a oposição ao governo Lula tem duas caras. A que bate forte no governo todos os dias, que não quer saber da Venezuela no Mercosul, critica o nível da taxa de juros e coisa e tal. Uma outra oposição, mui elegante, é a que emerge da fala de Fernando Henrique Cardoso no programa. Noves fora zero, FHC disse que apóia a entrada da Venezuela no bloco, não sabe se dá para baixar a Selic abaixo do rendimento da caderneta de poupança e acha boa idéia a proposta de Renda de Cidadania do senador Eduardo Suplicy (PT) – neste caso, uma óbvia gentileza. Tem mais: Cardoso afirmou que o governo Lula é fiscalmente responsável (lembrou que Lula aumentou o superávit primário), lembrou que "presidente tem de ser otimista", evitando criticar o discurso de seu sucessor em relação aos efeitos da crise no Brasil, e voltou a expor a tese de que PT e PSDB disputam o comando do atraso na política brasileira. Em suma, Fernando Henrique pegou muito leve com o PT durante toda a entrevista, mesmo nos momentos em que foi provocado. Não deu para entender muito bem se tal comportamento se deve a algum cálculo político ou se ele foi mesmo sincero. Os trogloditas e pit bulls da oposição espalhados pela blogosfera devem ter ficado um pouco decepcionados. O "bate nele, doutor" que essa turma sempre pede em referência ao presidente Lula simplesmente não aconteceu. Se o tom de José Serra na campanha de 2010 também for este, os neocons terão saudades de Geraldo Alckmin. Muitas saudades.
Bruno Covas, prefeito de São Paulo, morreu vivendo. Morreu criando novas lembranças. Morreu não deixando o câncer levar a sua vontade de resistir. Mesmo em estado grave, mesmo em tratamento oncológico, juntou todas as suas forças para assistir ao jogo do seu time Santos, na final da Libertadores, no Maracanã, ao lado do filho. Foi aquela loucura por carinho a alguém, superando o desgaste da viagem e o suor frio dos remédios. Na época, ele acabou criticado nas redes sociais por ter se exposto. Afinal, o que é o futebol perto da morte? Nada, mas não era somente futebol, mas o amor ao seu adolescente Tomás, de 15 anos, cultivado pela torcida em comum. Não vibravam unicamente pelos jogadores, e sim pela amizade invencível entre eles, escreve Fabrício Carpinejar em texto publicado nas redes sociais. Linda homenagem, vale muito a leitura, continua a seguir. Nos noventa minutos, Bruno Covas defendia o seu legado, a sua memória antes do adeus definitivo, para que s...
Não penso que FHC pegue leve ou pesado. FHC dá a linha! Ora de um modo, ora de outro. Também não acho que é para a militância pessedebista ou para a cúpula tucana que ele fala. Nosso EX-presidente se dirige aos setores da elite paulista que sempre aguardam o tom de suas afirmações para dar os passos seguintes no tabuleiro político do qual pensam ser peça importante. Amanhã teremos jornalistas, professores, economistas e um monte de gente reduzindo o tom da crítica ao governo. Essa é a impressão que fica para mim. É hora de reservar as forças para os momentos seguintes. É hora de organizar o PSDB para não perder os votos que Minas Gerais trará. E também é hora de aparecer bastante em público para mostrar que ele ainda é quem dá a linha (senão política), pelo menos de como seu partido, o PIG e os separatistas paulistas devem se comportar.
ResponderExcluirRicardo T. Sá Teles
Como no seu post anterior "a política brasileria é surreal" - FHC é o maior traior da pátria, fez tudo que os seus amiguinhos "neo-liberais" queriam, e mais, até hoje não esta bem explicada a entrada no governo do senhor Miguel Jorge, coisas da privataria brasileira.
ResponderExcluirwww.provosbrasil.blogspot.com
Até
Provos Brasil