O que vai abaixo é um interessante artigo publicado hoje na Folha de S. Paulo pelo excelente repórter Fernando Rodrigues, dos melhores do jornal. O que ele reporta tem capacidade de mudar a eleição presidencial de 2010 por uma razão simples: permite que Aécio Neves (foto) eventualmente deixe o PSDB e concorra contra Serra, pelo PMDB. Se isto acontecer, supondo um cenário com Dilma e Serra candidatos, este blog, que não consulta videntes, mas às vezes acerta os palpites que dá, aposta que o neto de Tancredo Neves vai para o segundo turno e ganha a eleição - bate Serra com o apoio petista; bate Dilma com apoio tucano. Aécio é um camaleão político e pode compor com qualquer dos dois campos. Seu foco é o poder e é melhor não subestimá-lo, além do DNA, ele respira política desde que saiu da adolescência, no começo na cola do avô, depois com voo próprio. Embora seja muito jovem e possa esperar outra oportunidade, Aécio não é bobo, sabe que a melhor oportunidade para chegar lá (e até construir um retorno mais à frente) é em 2010, quando o nome do presidente Lula não poderá estar na cédula. A menos que esta regra mude, portanto, este blog aposta que Aécio disputará a eleição presidencial do próximo ano. Está valendo um scotch, cartas para a redação...
Apareceu a primeira reação objetiva ao novo quadro sucessório de 2010. Um projeto de lei foi apresentado ontem (19.maio.2009) à noite na Câmara propondo reduzir de 1 ano para 6 meses o prazo mínimo de filiação partidária para quem tiver interesse em disputar cargos na eleição de 2010.
Hoje, quem for candidato na eleição do ano que vem precisa estar filiado a um partido até o final de setembro próximo. Pela nova regra, a filiação poderia ocorrer até o final de março de 2010.
Essa proposta de lei é fácil de ser aprovada. Basta maioria simples na Câmara e no Senado. No caso dos deputados, é necessário que 257 estejam em plenário e que metade deles vote a favor.
Se passar, a mudança e produzirá 2 resultados práticos (e casuísticos) para os políticos:
1) Fim da fidelidade partidária. Hoje, quem troca de partido perde o mandato. Com o prazo de filiação reduzido para 6 meses antes da eleição, haverá pouco tempo para a Justiça Eleitoral afastar os eventuais infiéis de suas cadeiras –o processo só começa quando alguém reclama. O risco de punição cairá quase a zero. Os políticos ficarão livres. Poderão entrar na disputa eleitoral filiados à sigla que bem entenderem;
2) Eliminação do chamado "setembro negro", o prazo final para se filiarem a algum partido neste ano. Para os políticos pragmáticos, será muito mais cômodo. Poderão esperar até o final de março do ano que vem, quando já estará então mais claro quais serão os candidatos competitivos a presidente e a governador.
A proposta de redução do prazo de filiação partidária já recebeu, de imediato, apoio para tramitar em regime de urgência de vários partidos, inclusive PT e PMDB. Hoje (20.maio.2009), pode passar a tramitar com "urgência urgentíssima"--ou seja, ir diretamente a plenário, passando na frente de todos os outros projetos, segundo informação do líder do PMDB na Câmara, Henrique Alves.
Do ponto de vista macropolítico, o aspecto mais relevante é que essa mudança de regras interessa sobretudo a 2 potenciais pré-candidatos a presidente: Dima Rousseff e Aécio Neves.
A petista Dilma Rousseff terá muito mais tempo para o seu tratamento de saúde. Os seus aliados também ficarão mais tranqüilos, pois terão oxigênio até março de 2010 antes de terem de fechar algum tipo de aliança.
O tucano Aécio Neves estará livre para decidir seu futuro até o início do ano que vem –e não mais agora em setembro.
Para finalizar: o autor do projeto de lei reduzindo o prazo de filiação partidária é Eduardo Cunha (PMDB-RJ), especialista nos bastidores do Congresso.
Apareceu a primeira reação objetiva ao novo quadro sucessório de 2010. Um projeto de lei foi apresentado ontem (19.maio.2009) à noite na Câmara propondo reduzir de 1 ano para 6 meses o prazo mínimo de filiação partidária para quem tiver interesse em disputar cargos na eleição de 2010.
Hoje, quem for candidato na eleição do ano que vem precisa estar filiado a um partido até o final de setembro próximo. Pela nova regra, a filiação poderia ocorrer até o final de março de 2010.
Essa proposta de lei é fácil de ser aprovada. Basta maioria simples na Câmara e no Senado. No caso dos deputados, é necessário que 257 estejam em plenário e que metade deles vote a favor.
Se passar, a mudança e produzirá 2 resultados práticos (e casuísticos) para os políticos:
1) Fim da fidelidade partidária. Hoje, quem troca de partido perde o mandato. Com o prazo de filiação reduzido para 6 meses antes da eleição, haverá pouco tempo para a Justiça Eleitoral afastar os eventuais infiéis de suas cadeiras –o processo só começa quando alguém reclama. O risco de punição cairá quase a zero. Os políticos ficarão livres. Poderão entrar na disputa eleitoral filiados à sigla que bem entenderem;
2) Eliminação do chamado "setembro negro", o prazo final para se filiarem a algum partido neste ano. Para os políticos pragmáticos, será muito mais cômodo. Poderão esperar até o final de março do ano que vem, quando já estará então mais claro quais serão os candidatos competitivos a presidente e a governador.
A proposta de redução do prazo de filiação partidária já recebeu, de imediato, apoio para tramitar em regime de urgência de vários partidos, inclusive PT e PMDB. Hoje (20.maio.2009), pode passar a tramitar com "urgência urgentíssima"--ou seja, ir diretamente a plenário, passando na frente de todos os outros projetos, segundo informação do líder do PMDB na Câmara, Henrique Alves.
Do ponto de vista macropolítico, o aspecto mais relevante é que essa mudança de regras interessa sobretudo a 2 potenciais pré-candidatos a presidente: Dima Rousseff e Aécio Neves.
A petista Dilma Rousseff terá muito mais tempo para o seu tratamento de saúde. Os seus aliados também ficarão mais tranqüilos, pois terão oxigênio até março de 2010 antes de terem de fechar algum tipo de aliança.
O tucano Aécio Neves estará livre para decidir seu futuro até o início do ano que vem –e não mais agora em setembro.
Para finalizar: o autor do projeto de lei reduzindo o prazo de filiação partidária é Eduardo Cunha (PMDB-RJ), especialista nos bastidores do Congresso.
É, bicho....
ResponderExcluirNão vou poder apostar contra você porque sou da mesma opinião.
Infelizmente! Tomara essa candidatura aécio lone ranger não venha a acontecer.
O ilustre redator da FSP acha que o Serra vai ficar com cara de paisagem diante da suposta "vitória" de Aécio? O ilustre jornalista já combinou com o Serra?
ResponderExcluirVai dar Dilma com o Lula de vice, escreva aí!
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