Pular para o conteúdo principal

Heloísa: xingue menos e explique mais

Dá até pena a nota oficial da ex-senadora Heloísa Helena sobre o uso de passagens aéreas após o término de seu mandato. O pessoal do PSOL podia pelo menos contratar uma boa assessoria de imprensa para evitar o ridículo, como se pode ver abaixo. A ex-senadora nada explica e tenta desqualificar a denúncia. Chama atenção a frase "NUNCA fiz nenhuma Ilegalidade ou Imoralidade na minha vida Pública ou Privada". Este blog não duvida da atual vereadora de Maceió e presidente do PSOL, mas acha que quem posa de virgem no bordel corre sério risco de se ver contraditada por alguma bobagem cometida, ainda que de menor importância.

Heloísa Helena deveria ouvir mais o decano de seu partido, ex-deputado Plínio de Arruda Sampaio, com quem o autor deste blog trabalhou por meia década. Plínio dizia que um dos grandes erros do PT - legenda com a qual rompeu - era justamente o discurso excessivamente moralista. Para o ex-deputado, não dá para prometer honestidade total porque um partido é constituído de seres humanos, gente que erra e peca. Ele sempre defendeu que o PSOL (e o PT, durante o tempo em que militou no partido) faça o embate político, se apresente como alternativa real de poder, e deixe de lado o discurso neo-udenista que vem sendo utilizado nos últimos anos pela ex-senadora. Uma pena que Heloísa Helena prefira vestir o figurino de uma Lacerda de saias.

DECLARAÇÃO DE HELOISA HELENA

A presidente nacional do PSOL, Heloísa Helena, declara que notícia distribuída pelo site "congresso em foco" a seu respeito, em "farra das passagens aéreas", onde coloca todos na vala comum em desrespeito ao dinheiro público. No afã de obter sucesso, joga lama em todos. Para ser honesto e fazer o bom jornalismo, como quer se mostrar, o site deveria divulgar a sua fonte e para quem o serve, quando veicula este tipo de "fato" onde predomina o modismo, criar factóides para circular em desacreditados jornais de circulação nacional.

"Não faço parte de nenhum dos bandos políticos de Alagoas e Brasília que fazem orgias, políticas e sexuais, com dinheiro público roubado."

Declaração.

"Tenho a minha CONSCIÊNCIA ABSOLUTAMENTE TRANQUILA, pois TUDO que foi feito durante o meu HONRADO Mandato de Senadora está TOTALMENTE de acordo com a Legalidade Institucional vigente. NUNCA fiz nenhuma Ilegalidade ou Imoralidade na minha vida Pública ou Privada. Repito NUNCA! NÃO faço parte de nenhum dos Bandos Políticos de Alagoas e Brasília que fazem orgias, políticas e sexuais, com dinheiro público roubado. NUNCA patrocinei passagens aéreas para Marginais que viajam para articular o Propinódromo da Roubalheira do Eixo Alagoas/Brasília.

USEI as passagens TOTALMENTE de acordo com o que estabelecia a Legislação Vigente. Repito TOTALMENTE de acordo com a Legislação vigente! SE eu gostasse de safadeza política eu teria uma Aposentadoria Parlamentar de R$ 8 mil reais, e abri mão sem pestanejar por não reconhecer legalidade no fato. NUNCA usei o Plano de Saúde de Ex-Senadora como tenho direito exatamente por não reconhecer legalidade no fato. "E para encerrar, Desafio o Jornal que deu manchete com o meu nome a publicar como foram utilizadas TODAS as passagens de TODOS os Deputados Federais e SENADORES de Alagoas."

Heloísa Helena
Presidente Nacional do PSOL

Comentários

  1. Paulo Maurício Machado10 de maio de 2009 às 19:19

    Fiquei tão estarrecido com este post, Luis Antônio, que custei a acreditar, de tão absurdo. Fui então dar uma espiada no site do PSOL e não é que essa coisa está mesmo lá? Cara, como é que pode um negócio desses? Esse pessoal pirou de vez, pulou de cabeça no ralo da História.

    Concordo inteiramente com você quanto à questão da Helô posando de virgem no bordel, o que me fez lembrar da charge oportuníssima do genial caricaturista Baptistão. Vale a pena dar uma olhada pois está mais atual do que nunca: http://baptistao.zip.net/arch2006-11-01_2006-11-30.html

    ResponderExcluir
  2. 10/05/09

    Aos detratores de Heloisa Helena:

    Acompanhei a vida parlamentar dessa cidadã alagoana durante o tempo em que foi Senadora.

    Não há nada que a desabone em sua vida pública: é séria, honesta, limpa, desassombrada ao enfrentar a corja que se une ao PT, fez campanha com apenas R$ 100.000,00; se muito tivesse, teria sido eleita, pois ESSA, SIM, DEVE SER A CANDIDATA DE TODOS OS BRASILEIROS Á PRESIDÊNCIA DA NOSSA REPÚBLICA, DE NOSSO BRASIL TRAÍDO, ROUBADO E JOGADO Á LAMA INTERNACIONAL DE JULGAMENTO SOBRE A CORRUPÇÃO BRASILEIRA!ESTA SENHORA É ÍNTEGRA, NÃO SE CORROMPE E É POR ISSO QUE É TÃO EXECRADA PELA SÚCIA DE INCOMPETENTES, INVEJOSOS DE SUA CORAGEM EM ENFRENTAR O PT COM SEU PRESIDENTE, QUE A "ESFAQUEOU PELAS COSTAS", COMO FEZ A TODOS NÓS BRASILEIROS!

    HELOISA HELENA - PRESIDENTE DO BRASIL!

    LULA SE ASSOCIOU Á ELITE BRASILEIRA E ESQUECEU A SUA ORIGEM; DEVE TER VERGONHA DO QUE FOI,MAS ESCONDE. QUER POSAR, ELE SIM, DE "POBREZINHO NORDESTINO", de PAU-DE-ARARA SOFREDOR, DE METALÚRGICO DEDICADO E DE ESTADISTA! FALTA-LHE MUITO PARA ESSE ÚLTIMO ESTÁGIO!

    ResponderExcluir
  3. Caramba! Quanta ira na nota da ex-senadora e do fã acima. Quem não deve, nada deve temer. O direito de duvidar de qualquer político todo cidadão tem! Prá enaltecer a HH não é preciso desqualificar o presidente Lula! Quando HH assumir o comando do país ela terá a mesma chance que Lula de tornar-se tão ou mais popular que ele. Depois do jogralzinho Psol + demo-tucanos (e o micro-apêndice pps) na época do mensalão e das eleições presidenciais torna bem clara e racional a análise do citado Plínio de A. Sampaio.

    ResponderExcluir
  4. Paulo Maurício Machado11 de maio de 2009 às 16:02

    Perfeito esse comentário do Tardelli. Taí um exemplo de equilíbrio e ponderação a ser seguido - ao contrário do Morani, que não fala, berra. Bem ao estilo histérico da sua musa. Fazer o que?

    ResponderExcluir

Postar um comentário

O Entrelinhas não censura comentaristas, mas não publica ofensas pessoais e comentários com uso de expressões chulas. Os comentários serão moderados, mas são sempre muito bem vindos.

Postagens mais visitadas deste blog

No pior clube

O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda

Abaixo o cancelamento

A internet virou o novo tribunal da inquisição — e isso é péssimo Só se fala na rapper Karol Conká, que saiu do BBB, da Rede Globo, com a maior votação da história do programa. Rejeição de 99,17% não é pouca coisa. A questão de seu comportamento ter sido odioso aos olhos do público não é o principal para mim. Sou o primeiro a reconhecer que errei muitas vezes. Tive atitudes pavorosas com amigos e relacionamentos, das quais me arrependo até hoje. Se alguma das vezes em que derrapei como ser humano tivesse ido parar na internet, o que aconteceria? Talvez tivesse de aprender russo ou mandarim para recomeçar a carreira em paragens distantes. Todos nós já fizemos algo de que não nos orgulhamos, falamos bobagem, brincadeiras de mau gosto etc… Recentemente, o ator Armie Hammer, de Me Chame pelo Seu Nome, sofreu acusações de abuso contra mulheres. Finalmente, através do print de uma conversa, acabou sendo responsabilizado também por canibalismo. Pavoroso. Tudo isso foi parar na internet. Ergue

OCDE e o erro do governo na gestão das expectativas

O assunto do dia nas redes é a tal negativa dos Estados Unidos para a entrada do Brasil na OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Enquanto os oposicionistas aproveitam para tripudiar, os governistas tentam colocar panos quentes na questão, alegando que não houve propriamente um veto à presença do Brasil no clube dos grandes, a Série A das nações. Quem trabalha com comunicação corporativa frequentemente escuta a frase "é preciso gerenciar a expectativa dos clientes". O problema todo é que o governo do presidente Bolsonaro vendeu como grande vitória a entrada com apoio de Trump - que não era líquida e certa - do país na OCDE. Ou seja, gerenciou mal a expectativa do cliente, no caso, a opinião pública brasileira. Não deixa de ser irônico que a Argentina esteja entrando na frente, logo o país vizinho cujo próximo governo provavelmente não será dos mais alinhados a Trump. A questão toda é que o Brasil não "perdeu", como o pobre Fla-Flu que impe