Pular para o conteúdo principal

Simão: Serra só sabe proibir

Está hilário o trecho reproduzido abaixo, retirado da coluna de José Simão publicada hoje na Folha de S. Paulo. Simão está coberto de razão. Que nós, paulistas, merecemos um governador assim, vá lá, é o estado mais conservador do país. O que não dá é para imaginar, por exemplo, um nordestino admitindo a ingerência de um presidente da República em suas festas juninas. Do jeito que a coisa vai, Serra proibirá chopp na orla do Rio, vetará o chimarrão nas repartições públicas federais do Rio Grande do Sul, acabará com a pesca no Pantanal. Ok, a Dilma também é sisuda, mas o governador de São Paulo é exatamente a antítese do jeito festeiro e alegre do brasileiro. Este blog não duvida da força eleitoral do governador, mas aposta que este tipo de medida será usada na campanha do ano que vem. Se bem trabalhadas, as peças publicitárias poderão caracterizar Serra como autoritário - "o homem que proíbe" ou algo do tipo. A seguir, o texto de José Simão:

O Serra escova os dentes com vinagre. Serra proibiu quentão nas quermesses das escolas estaduais. Vou lançar a enquete: O que mais o Serra vai proibir? Chiclé de bola, calabresa em porta de estádio, boquete em carro, picanha em churrascaria, sexo em motel, soltar pum embaixo do cobertor e cachorro abanar o rabo. E o que vai permitir? Sopa de hospital e exame de próstata! O problema não é o que ele proíbe, o problema é que ele SÓ proíbe!

Comentários

  1. "Este blog não duvida da força eleitoral do governador"

    É porque como todo paulista, você também acha que seu estado é o país inteiro.
    Fica com a cabeça enfiada nos engarrafamentos e acha que é só isso que existe no mundo.

    O susto que o Serra vai levar quando perder a eleição vai ser até engraçado.
    Fico com medo dele se matar depois.

    ResponderExcluir
  2. Pum embaixo do cobertor? Vai acabar com a minha alegria...

    ResponderExcluir

Postar um comentário

O Entrelinhas não censura comentaristas, mas não publica ofensas pessoais e comentários com uso de expressões chulas. Os comentários serão moderados, mas são sempre muito bem vindos.

Postagens mais visitadas deste blog

No pior clube

O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda

Abaixo o cancelamento

A internet virou o novo tribunal da inquisição — e isso é péssimo Só se fala na rapper Karol Conká, que saiu do BBB, da Rede Globo, com a maior votação da história do programa. Rejeição de 99,17% não é pouca coisa. A questão de seu comportamento ter sido odioso aos olhos do público não é o principal para mim. Sou o primeiro a reconhecer que errei muitas vezes. Tive atitudes pavorosas com amigos e relacionamentos, das quais me arrependo até hoje. Se alguma das vezes em que derrapei como ser humano tivesse ido parar na internet, o que aconteceria? Talvez tivesse de aprender russo ou mandarim para recomeçar a carreira em paragens distantes. Todos nós já fizemos algo de que não nos orgulhamos, falamos bobagem, brincadeiras de mau gosto etc… Recentemente, o ator Armie Hammer, de Me Chame pelo Seu Nome, sofreu acusações de abuso contra mulheres. Finalmente, através do print de uma conversa, acabou sendo responsabilizado também por canibalismo. Pavoroso. Tudo isso foi parar na internet. Ergue

OCDE e o erro do governo na gestão das expectativas

O assunto do dia nas redes é a tal negativa dos Estados Unidos para a entrada do Brasil na OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Enquanto os oposicionistas aproveitam para tripudiar, os governistas tentam colocar panos quentes na questão, alegando que não houve propriamente um veto à presença do Brasil no clube dos grandes, a Série A das nações. Quem trabalha com comunicação corporativa frequentemente escuta a frase "é preciso gerenciar a expectativa dos clientes". O problema todo é que o governo do presidente Bolsonaro vendeu como grande vitória a entrada com apoio de Trump - que não era líquida e certa - do país na OCDE. Ou seja, gerenciou mal a expectativa do cliente, no caso, a opinião pública brasileira. Não deixa de ser irônico que a Argentina esteja entrando na frente, logo o país vizinho cujo próximo governo provavelmente não será dos mais alinhados a Trump. A questão toda é que o Brasil não "perdeu", como o pobre Fla-Flu que impe