Pular para o conteúdo principal

Queda de Helena é problema para Alckmin

O candidato do PSDB à presidência da República, Geraldo Alckmin, recebeu com alívio o levantamento do Datafolha divulgado ontem, que o colocou com 27% das intenções de voto contra 50% de Lula. Ainda é uma diferença grande, mas menor do que a apontada pelo instituto Sensus (51% a 19%). Porém, o Datafolha confirmou uma tendência que, a se confirmar nos próximos dias, pode ser fatal para Alckmin: a queda de Heloísa Helena. Se a candidata do PSOL não reagir, é lícito supor que termine a campanha com algo em torno de 5%, que deve ser o eleitorado genuinamente de extrema-esquerda do Brasil.

Hoje, Helô tem cerca de 10% porque conquistou uma parcela da burguesia que está inconformada com "tudo que está aí" e diz que votará na senadora alagoana. À medida que Heloísa explica seu projeto para o Brasil, no entanto, esse tipo de eleitor se assusta e repensa seu voto. A tendência é que parte do eleitorado de Heloísa migre para Alckmin, apenas para tentar derrotar Lula, e outra parcela acabe anulando ou votando em branco. Desta forma, mesmo que Alckmin seja beneficiado com votos de Helena, a desitratação da candidatura do PSOL favorece muito mais o presidente Lula, já que o pleito teria mais chances de acabar no primeiro turno.

Cesar Maia, que entende do riscado das pesquisas, andou dizendo que para haver segundo turno, Heloísa precisa subir para a casa dos 15%. A conta é simples: o prefeito do Rio não acredita que Lula caia abaixo dos 40% das intenções de voto. Os demais candidatos precisariam superar esta marca. Se ele crava Heloísa com 15% e Cristovam Buarque com 3%, Alckmin teria que chegar a 32% para empatar. Os demais nanicos garantiriam a sobra e levariam a disputa para o segundo turno. Se Heloísa ficar com 5%, Alckmin teria que virar o jogo sozinho, subir para 42%. Neste caso, levaria a eleição também no primeiro turno, mas talvez nem o próprio Alckmin aposte suas fichas em uma virada tão espetacular. Assim, quanto mais Heloísa Helena cair, melhor para Lula.

Comentários

  1. O que eu acho da queda de Heloísa Helena é o seguinte: ela agregou um voto geral de insatisfação com tudo o que está aí, mas não necessariamente o voto de concordância total em relação ao que ela fala e o que significa o seu projeto político. O seu crescimento é uma faca de dois gumes, pois quem votaria nela como protesto e não está tão certo de que deseja sua vitória, assusta-se com o seu crescimento e possibilidade dela chegar ao segundo turno. Já ouvi muitas vezes a frase: "Voto na Heloísa Helena desde que ela não ganhe ou chegue ao segundo turno!".
    Agora, quem ganha esses votos perdidos da Heloísa Helena? Talvez alguns migrem mesmo para o Lula, pois apesar de ser um voto de protesto com tudo o que está aí, é claro que não é a direita quem protesta votando na Heloísa, mas uma centro-esquerda que, nem por isso a quer no planalto!

    ResponderExcluir
  2. ESSE PESSOAL MORALISTA É MUITO ESCROTO, TRAIRAS AO EXTREMO, QUE NÃO ENCHERGA O PERIGO COMO SE FOSSE UMA CRIANÇA RECEM NASCIDA. ME ENOJAM PELO FATO DE PENSAREM 'A É ENTÃO NEM VC NEM EU, E AZEITE O POVO" NUNCA MAIS VOTAREI NESSA GENTE DO PCO,PSOL,PSTU...NÃO TEEM OLHOS PARA O DESENVOLVIMENTO DA LUTA QUE ESTA POR CONTINUAR. É UMA VERGONHA ELA HH E SEU PROGRAMA ELEITORAL A FAZER DENUNCISMO CONTRA LULA. ELA TERA QUE LUTAR MUITO PARA ACREDITAREM NELA, ESTA ATE PERDENDO VOTOS. NÃO ACEITO O ANTOLHOS DE SE ALINHAR A DIREITA.

    ResponderExcluir
  3. Impossivel Lula perder, a máquina pública é mais demais. O aumento em 60% das familias no bolsa família no primeiro mês eleitoral é um dos exemplos mais gritantes do que o PT faz para manter-se no poder.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

O Entrelinhas não censura comentaristas, mas não publica ofensas pessoais e comentários com uso de expressões chulas. Os comentários serão moderados, mas são sempre muito bem vindos.

Postagens mais visitadas deste blog

Um pai

Bruno Covas, prefeito de São Paulo, morreu vivendo. Morreu criando novas lembranças. Morreu não deixando o câncer levar a sua vontade de resistir.  Mesmo em estado grave, mesmo em tratamento oncológico, juntou todas as suas forças para assistir ao jogo do seu time Santos, na final da Libertadores, no Maracanã, ao lado do filho.  Foi aquela loucura por carinho a alguém, superando o desgaste da viagem e o suor frio dos remédios.  Na época, ele acabou criticado nas redes sociais por ter se exposto. Afinal, o que é o futebol perto da morte?  Nada, mas não era somente futebol, mas o amor ao seu adolescente Tomás, de 15 anos, cultivado pela torcida em comum. Não vibravam unicamente pelos jogadores, e sim pela amizade invencível entre eles, escreve Fabrício Carpinejar em texto publicado nas redes sociais. Linda homenagem, vale muito a leitura, continua a seguir.  Nos noventa minutos, Bruno Covas defendia o seu legado, a sua memória antes do adeus definitivo, para que s...

Dica da Semana: Tarso de Castro, 75k de músculos e fúria, livro

Tom Cardoso faz justiça a um grande jornalista  Se vivo estivesse, o gaúcho Tarso de Castro certamente estaria indignado com o que se passa no Brasil e no mundo. Irreverente, gênio, mulherengo, brizolista entusiasmado e sobretudo um libertário, Tarso não suportaria esses tempos de ascensão de valores conservadores. O colunista que assina esta dica decidiu ser jornalista muito cedo, aos 12 anos de idade, justamente pela admiração que nutria por Tarso, então colunista da Folha de S. Paulo. Lia diariamente tudo que ele escrevia, nem sempre entendia algumas tiradas e ironias, mas acompanhou a trajetória até sua morte precoce, em 1991, aos 49 anos, de cirrose hepática, decorrente, claro, do alcoolismo que nunca admitiu tratar. O livro de Tom Cardoso recupera este personagem fundamental na história do jornalismo brasileiro, senão pela obra completa, mas pelo fato de ter fundado, em 1969, o jornal Pasquim, que veio a se transformar no baluarte da resistência à ditadura militar no perío...

Dica da semana: Nine Perfect Strangers, série

Joia no Prime traz drama perturbador que consagra Nicole Kidman  Dizer que o tempo não passou para Nicole Kidman seria tão leviano quanto irresponsável. E isso é bom. No charme (ainda fatal) de seus 54 anos, a australiana mostra que tem muita lenha para queimar e escancara o quanto as décadas de experiência lhe fizeram bem, principalmente para composição de personagens mais complexas e maduras. Nada de gatinhas vulneráveis. Ancorando a nova série Nine Perfect Strangers, disponível na Amazon Prime Video, a eterna suicide blonde de Hollywood – ok, vamos dividir o posto com Sharon Stone – empresta toda sua aura de diva para dar vida à mística Masha, uma espécie de guru dos novos tempos que desenvolveu uma técnica terapêutica polêmica, pouco acessível e para lá de exclusiva. Em um lúdico e misterioso retiro, a “Tranquillum House”, a exotérica propõe uma nova abordagem de tratamento para condições mentais e psicossociais manifestadas de diferentes formas em cada um dos nove estranhos, “...