Pular para o conteúdo principal

ACM não assiste mais o programa de Geraldo

Está começando a dar pena do candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, tantos são os problemas de sua campanha. Os dois textos abaixo dão uma idéia de como as coisas estão desandando no lado tucano. Até agora, ninguém descobriu alguma rusga no comando da campanha de Lula. Um time desunido sempre enfrenta mais dificuldades para vencer: o meia-esquerda não põe a bola no pé do centroavante, o lateral faz corpo-mole para prejudicar o volante, enfim, por melhores que sejam os jogadores, a equipe não funciona. É o que está acontecendo na aliança tucano-pefelista. Nem em 2002, quando Serra esmagou o PFL e uma parte do PMDB, as reclamações dos aliados eram tão grandes. Se continuar deste jeito, não demora muito e a mídia vai começar a especular sobre a troca de candidato na aliança.

1. Da Agência Estado:

ACM critica ´falta de coragem´ de Alckmin para bater em Lula

Os pefelistas não se conformam com o fato de o tucano não ter aproveitado o horário gratuito para atacar o adversário

Christiane Samarco

PALMAS - A briga entre PSDB e PFL em torno do programa eleitoral e do discurso do candidato tucano à Presidência da República, Geraldo Alckmin, atingiu o seu ponto mais alto, nesta sexta-feira, 18. Os pefelistas não se conformam com o fato de Alckmin não ter aproveitado o horário gratuito para "bater" no seu maior adversário, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Eu não agüento mais a falta de coragem do Alckmin de bater no Lula. Não assisto mais aquele programa", desabafou à Agência Estado o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL), em entrevista por telefone, referindo-se aos dois primeiros dias de propaganda, em cadeia de rádio e TV. "Ou bate ou tira esse programa do ar", afirmou ACM, menos de 24 horas depois de o governador tucano, Aécio Neves (MG), ter defendido tese oposta: a de que Alckmin não deve mudar seu estilo, nem atacar Lula, principalmente.

Os aliados de Alckmin nos estados também estão irritados com a cobrança da campanha nacional de incluir o candidato a presidente nas propagandas dos candidatos nos estados. Nesse caso, os tucanos também endossam as críticas dos pefelistas. Todos dizem que Alckmin não tem o direito de reclamar e responsabilizam o marketing da campanha presidencial pela ausência do candidato nos programas estaduais.

A reclamação geral é de que não houve reunião da equipe de marketing de Alckmin com as produtoras dos candidatos a governador. Dizem que não receberam nenhuma orientação, "nenhum centavo", nenhum pedido, nenhuma vinheta ou qualquer outro material para ser incluído em seus programas.

Enquanto os tucanos reclamam nos bastidores, o senador Antonio Carlos Magalhães alardeia sua insatisfação. Disse que não foi procurado por ninguém para integrar a campanha estadual à nacional e disse que até agora a Bahia não recebeu nenhum material de Alckmin, nem mesmo adesivo.

"Eu cito o nome do Alckmin em todo lugar. Ele é que não fala em mensalão, em sanguessuga, em coisa nenhuma. Ficam achando que está tudo bem na campanha, mas não está não", desabafou.



2. Do blog do jornalista Ricardo Noblat:

Intervenção tucana

Geraldo Alckmin teve de apelar a Tasso Jereissati, presidente do PSDB, para que seja lembrado nos programas de rádio e TV de aliados nos estados. Candidatos ao Senado e aos governos estaduais ignoram o nome de Alckmin em suas propagandas.

Alckmin não quer ficar sozinho na busca de votos. Aliados importantes têm deliberadamente deixado o nome dele de fora.

Aécio Neves, governador de Minas Gerais, por exemplo, chegou ao ponto de dizer que não precisava de “bengala” para se reeleger ao explicar por que Alckmin havia ficado de fora de sua propaganda (veja nota abaixo).

Tasso adiantou que vai atender ao pedido, informa o repórter Felipe Recondo, repórter do Blog.

- Isso é desleixo das campanhas estaduais. Vamos fazer uma intervenção, uma interferência direta e dura nos diretórios -, afirmou o presidente do PSDB.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Rogério Andrade, o rei do bicho

No dia 23 de novembro do ano passado, o pai de Rodrigo Silva das Neves, cabo da Polícia Militar do Rio de Janeiro, foi ao batalhão da PM de Bangu, na Zona Oeste carioca, fazer um pedido. O homem, um subtenente bombeiro reformado, queria que os policiais do quartel parassem de bater na porta de sua casa à procura do filho — cuja prisão fora decretada na semana anterior, sob a acusação de ser um dos responsáveis pelo assassinato cinematográfico do bicheiro Fernando Iggnácio, executado com tiros de fuzil à luz do dia num heliporto da Barra da Tijuca. Quando soube que estava sendo procurado, o PM fugiu, virou desertor. Como morava numa das maiores favelas da região, a Vila Aliança, o pai de Neves estava preocupado com “ameaças e cobranças” de traficantes que dominam o local por causa da presença frequente de policiais. Antes de sair, no entanto, o bombeiro confidenciou aos agentes do Serviço Reservado do quartel que, “de fato, seu filho trabalhava como segurança do contraventor Rogério And...

Dica da semana: Nine Perfect Strangers, série

Joia no Prime traz drama perturbador que consagra Nicole Kidman  Dizer que o tempo não passou para Nicole Kidman seria tão leviano quanto irresponsável. E isso é bom. No charme (ainda fatal) de seus 54 anos, a australiana mostra que tem muita lenha para queimar e escancara o quanto as décadas de experiência lhe fizeram bem, principalmente para composição de personagens mais complexas e maduras. Nada de gatinhas vulneráveis. Ancorando a nova série Nine Perfect Strangers, disponível na Amazon Prime Video, a eterna suicide blonde de Hollywood – ok, vamos dividir o posto com Sharon Stone – empresta toda sua aura de diva para dar vida à mística Masha, uma espécie de guru dos novos tempos que desenvolveu uma técnica terapêutica polêmica, pouco acessível e para lá de exclusiva. Em um lúdico e misterioso retiro, a “Tranquillum House”, a exotérica propõe uma nova abordagem de tratamento para condições mentais e psicossociais manifestadas de diferentes formas em cada um dos nove estranhos, “...

No pior clube

O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda...