O candidato do PSDB à presidência da República enfrentou uma entrevista dura no Jornal Nacional desta segunda-feira. A dupla de âncoras fez perguntas contundentes e a verdade é que não havia dia pior para Geraldo Alckmin dar a sua entrevista do que hoje, logo após os ataques do PCC no Estado.
Talvez a Globo esteja "mordida" com as recentes críticas que sofreu da TV Bandeirantes, que acusou a Vênus Platinada de vender um peixe que não entrega ao se gabar da cobertura política isenta, e o fato é que do ponto de vista das perguntas feitas, a entrevista foi muito boa, pois tratou de temas delicados para o candidato tucano, como as denúncias de corrupção no governo de São Paulo durante sua gestão, a operação-abafa contra as CPIs na Assembléia, a catástrofe na segurança pública, a permanência de Eduardo Azeredo no PSDB e a incoerência tucana na votação do reajuste de 16% para os aposentados. Só faltou perguntarem sobre a relação do candidato com a Opus Dei.
Se as perguntas foram duras, o candidato reagiu no seu estilo. Geraldo Alckmin gosta de verbos fortes, parece um pouco robotizado na telinha, mas consegue vender a imagem de gerente competente. O problema todo é saber se o eleitor quer um gerente na Presidência. Se quiser, Alckmin está eleito, pois tem este perfil. Caso contrário, é melhor o ex-governador começar a pensar no futuro, porque tem enorme dificuldade para fugir deste figurino. O melhor momento do ex-governador foi na pergunta sobre segurança, quando conseguiu passar uma parcela da culpa para o governo federal. E os piores ocorreram quando usou a velha tática do "não é comigo" ao falar de Eduardo Azeredo e das manobras para abafar CPIs. No primeiro caso, simplesmente não respondeu o que foi perguntado e no segundo, afirmou, em tom meio patético, que o Poder Executivo não interfere no Poder Legislativo – só faltou dizer que uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Faltou tempo (ou agilidade mental) para os entrevistadores rebaterem o candidato e lembrá-lo que os tucanos viviam acusando o presidente de tentar impedir as CPIs. No Congresso, no entanto, as Comissões foram todas instaladas... Alckmin também se atrapalhou na questão de Fátima Bernardes sobre Educação - disse que não conhecia os dados que a jornalista apresentava e rebateu com os de seu conhecimento.
No programa desta terça, a entrevistada será Heloísa Helena, que tem um perfil completamente diferente e passará pelo teste de sentar na bancada do JN e enfrentar uma parada dura. O desafio para a senadora será não se irritar com as perguntas. Os marqueteiros do PSOL certamente já advertiram a candidata para manter a calma, mas às vezes o temperamento é maior do que o treino.
Por fim, já há tucanos reclamando das perguntas feitas a Alckmin e questionando a isenção da TV Globo – dizem que a entrevista com Lula será bem mais light. Bobagem. O presidente também terá que enfrentar questões complicadas e não será agora que o jornalismo da Globo vai amaciar para receber a pecha de chapa branca, logo depois de tanto esforço feito (e dinheiro gasto) para mostrar que a melhor cobertura eleitoral está ali mesmo, no Jornal Nacional. Quem viver, verá...
Talvez a Globo esteja "mordida" com as recentes críticas que sofreu da TV Bandeirantes, que acusou a Vênus Platinada de vender um peixe que não entrega ao se gabar da cobertura política isenta, e o fato é que do ponto de vista das perguntas feitas, a entrevista foi muito boa, pois tratou de temas delicados para o candidato tucano, como as denúncias de corrupção no governo de São Paulo durante sua gestão, a operação-abafa contra as CPIs na Assembléia, a catástrofe na segurança pública, a permanência de Eduardo Azeredo no PSDB e a incoerência tucana na votação do reajuste de 16% para os aposentados. Só faltou perguntarem sobre a relação do candidato com a Opus Dei.
Se as perguntas foram duras, o candidato reagiu no seu estilo. Geraldo Alckmin gosta de verbos fortes, parece um pouco robotizado na telinha, mas consegue vender a imagem de gerente competente. O problema todo é saber se o eleitor quer um gerente na Presidência. Se quiser, Alckmin está eleito, pois tem este perfil. Caso contrário, é melhor o ex-governador começar a pensar no futuro, porque tem enorme dificuldade para fugir deste figurino. O melhor momento do ex-governador foi na pergunta sobre segurança, quando conseguiu passar uma parcela da culpa para o governo federal. E os piores ocorreram quando usou a velha tática do "não é comigo" ao falar de Eduardo Azeredo e das manobras para abafar CPIs. No primeiro caso, simplesmente não respondeu o que foi perguntado e no segundo, afirmou, em tom meio patético, que o Poder Executivo não interfere no Poder Legislativo – só faltou dizer que uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Faltou tempo (ou agilidade mental) para os entrevistadores rebaterem o candidato e lembrá-lo que os tucanos viviam acusando o presidente de tentar impedir as CPIs. No Congresso, no entanto, as Comissões foram todas instaladas... Alckmin também se atrapalhou na questão de Fátima Bernardes sobre Educação - disse que não conhecia os dados que a jornalista apresentava e rebateu com os de seu conhecimento.
No programa desta terça, a entrevistada será Heloísa Helena, que tem um perfil completamente diferente e passará pelo teste de sentar na bancada do JN e enfrentar uma parada dura. O desafio para a senadora será não se irritar com as perguntas. Os marqueteiros do PSOL certamente já advertiram a candidata para manter a calma, mas às vezes o temperamento é maior do que o treino.
Por fim, já há tucanos reclamando das perguntas feitas a Alckmin e questionando a isenção da TV Globo – dizem que a entrevista com Lula será bem mais light. Bobagem. O presidente também terá que enfrentar questões complicadas e não será agora que o jornalismo da Globo vai amaciar para receber a pecha de chapa branca, logo depois de tanto esforço feito (e dinheiro gasto) para mostrar que a melhor cobertura eleitoral está ali mesmo, no Jornal Nacional. Quem viver, verá...
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