A matéria reproduzida abaixo foi publicada no DCI desta quarta-feira e revela alguns dos motivos pelos quais a candidatura do tucano Geraldo Alckmin não deslancha. Depois da pesquisa Datafolha divulgada ontem, o maior problema de Alckmin será conseguir manter alta a moral da sua tropa. Como se poderá ler a seguir, se os aliados do ex-governador já não estavam muito confiantes antes dos números favoráveis a Lula, agora, então, a taxa de confiança deve estar perto de zero...
Geraldo Alckmin já perdeu o apoio de 5 aliados estaduais
Eduardo Bresciani
A formação de alianças fortes nos estados não tem garantido palanques ao presidenciável Geraldo Alckmin. Com a deserção do governador cearense Lúcio Alcântara (PSDB), são cinco os candidatos que se aliaram a PSDB ou PFL e simplesmente não apóiam Alckmin. Assim como Alcântara, Roseana Sarney (PFL-MA), Mendonça Filho (PFL-PE), Paulo Hartung (PMDB-ES) e Blairo Maggi (PPS-MT) lideram as pesquisas em seus estados e mantêm distância do tucano.
O comando da campanha de Alckmin vem realizando um trabalho de convencimento dos candidatos para evitar novas baixas e tentar recuperar apoios perdidos. Membro do conselho político, o líder tucano no Senado, Álvaro Dias, diz que a debandada de aliados é resultado de “oportunismo eleitoral” e faz um chamado aos colegas: “Vamos fazer um apelo baseado na lealdade partidária. O eleitor gosta de políticos ousados e afirmativos e rejeita os dúbios. Quem ficar com Alckmin será recompensado nas urnas”.
Dias evita falar em intervenção nos diretórios e afirma que os apoios só virão com o crescimento do candidato nas pesquisas. “O problema é o desinteresse da população pelos programas de TV. Como o Alckmin vai empolgar sem platéia?”, questiona. O senador defende que a coordenação de comunicação da campanha nacional passe a orientar os marqueteiros nos estados para aproveitar melhor os programas regionais. “Precisamos orientar os aliados sobre como incluir o Alckmin nas campanhas estaduais”, diz.
Dissidentes
Último a abandonar o barco, Lúcio Alcântara ensaiava o gesto há meses. Rompido com o presidente nacional do partido, Tasso Jereissati, o governador do Ceará não fazia referências a Alckmin.
Na segunda-feira a posição foi escancarada, quando Alcântara pregou a continuidade da parceria com o governo federal. “Eu e o presidente Lula temos um ótimo relacionamento, baseado no respeito às nossas diferenças e na consciência comum de que os interesses do povo do Ceará e do Brasil estão acima de tudo”, disse o governador na TV.
Líder nas pesquisas para o governo do Maranhão, a senadora pefelista Roseana Sarney (PFL) é outra que não dá palanque a Alckmin. Filha do ex-presidente José Sarney (PMDB), aliado de Lula, ela prega a neutralidade, mas seus correligionários trabalham abertamente pelo presidente. O apoio da pefelista tem gerado conflito entre os aliados de Lula no estado. Para tentar desvincular o presidente da senadora, o candidato do PSB, Edson Vidigal, exibiu um vídeo de 2000 em que o petista critica Roseana.
A “disputa por Lula” acontece também em Pernambuco. Oficialmente o presidente tem dois candidatos: os ex-ministros Humberto Costa (PT) e Eduardo Campos (PSB). Mas a surpresa ficou por conta de Mendonça Filho (PFL), que tem o PSDB em sua chapa e lidera as pesquisas. Ele iniciou a propaganda eleitoral com imagens suas ao lado do presidente em uma inauguração. Mendonça é aliado de José Jorge (PFL-PE), companheiro de chapa de Alckmin. Outro que abandonou o tucano foi o governador do Mato Grosso, Blairo Maggi (PPS). Irritado com a candidatura de Antero Paes de Barros (PSDB) ao governo e agraciado com verbas do governo federal, Maggi apóia a reeleição de Lula, apesar de ter o PFL em sua chapa.
A situação no Espírito Santo é mais emblemática. Aliado freqüente de Lula, Paulo Hartung (PMDB) conseguiu montar uma ampla aliança para garantir sua reeleição. Dessa forma atraiu PSDB e PFL à chapa e fez um acordo informal com o PT. O candidato declara neutralidade, mas sua ligação com Lula é evidente. O estado foi o primeiro a aceitar ajuda da Força Nacional de Segurança Pública e participa de uma força-tarefa para combater os problemas na área, idéia que o petista tenta “vender” ao governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL).
Paraná
Mais forte na Região Sul, Alckmin abriu mão do palanque do líder das pesquisas do Paraná, o governador Roberto Requião (PMDB). Em uma convenção tumultuada, o diretório regional tucano aprovou a aliança com o peemedebista. A executiva nacional, no entanto, duvidou do apoio de Requião ao presidenciável e cancelou a coligação.
Sem candidato ao governo, Alckmin não tem palanque no estado. Osmar Dias (PDT), apoiado informalmente pelo PSDB, não declara voto no tucano, apesar de também estar fora da campanha de seu correligionário Cristovam Buarque. Rubens Bueno (PPS), que conta com apoio do PFL, tem focado sua campanha em temas regionais e também dá pouca atenção a Alckmin.
Geraldo Alckmin já perdeu o apoio de 5 aliados estaduais
Eduardo Bresciani
A formação de alianças fortes nos estados não tem garantido palanques ao presidenciável Geraldo Alckmin. Com a deserção do governador cearense Lúcio Alcântara (PSDB), são cinco os candidatos que se aliaram a PSDB ou PFL e simplesmente não apóiam Alckmin. Assim como Alcântara, Roseana Sarney (PFL-MA), Mendonça Filho (PFL-PE), Paulo Hartung (PMDB-ES) e Blairo Maggi (PPS-MT) lideram as pesquisas em seus estados e mantêm distância do tucano.
O comando da campanha de Alckmin vem realizando um trabalho de convencimento dos candidatos para evitar novas baixas e tentar recuperar apoios perdidos. Membro do conselho político, o líder tucano no Senado, Álvaro Dias, diz que a debandada de aliados é resultado de “oportunismo eleitoral” e faz um chamado aos colegas: “Vamos fazer um apelo baseado na lealdade partidária. O eleitor gosta de políticos ousados e afirmativos e rejeita os dúbios. Quem ficar com Alckmin será recompensado nas urnas”.
Dias evita falar em intervenção nos diretórios e afirma que os apoios só virão com o crescimento do candidato nas pesquisas. “O problema é o desinteresse da população pelos programas de TV. Como o Alckmin vai empolgar sem platéia?”, questiona. O senador defende que a coordenação de comunicação da campanha nacional passe a orientar os marqueteiros nos estados para aproveitar melhor os programas regionais. “Precisamos orientar os aliados sobre como incluir o Alckmin nas campanhas estaduais”, diz.
Dissidentes
Último a abandonar o barco, Lúcio Alcântara ensaiava o gesto há meses. Rompido com o presidente nacional do partido, Tasso Jereissati, o governador do Ceará não fazia referências a Alckmin.
Na segunda-feira a posição foi escancarada, quando Alcântara pregou a continuidade da parceria com o governo federal. “Eu e o presidente Lula temos um ótimo relacionamento, baseado no respeito às nossas diferenças e na consciência comum de que os interesses do povo do Ceará e do Brasil estão acima de tudo”, disse o governador na TV.
Líder nas pesquisas para o governo do Maranhão, a senadora pefelista Roseana Sarney (PFL) é outra que não dá palanque a Alckmin. Filha do ex-presidente José Sarney (PMDB), aliado de Lula, ela prega a neutralidade, mas seus correligionários trabalham abertamente pelo presidente. O apoio da pefelista tem gerado conflito entre os aliados de Lula no estado. Para tentar desvincular o presidente da senadora, o candidato do PSB, Edson Vidigal, exibiu um vídeo de 2000 em que o petista critica Roseana.
A “disputa por Lula” acontece também em Pernambuco. Oficialmente o presidente tem dois candidatos: os ex-ministros Humberto Costa (PT) e Eduardo Campos (PSB). Mas a surpresa ficou por conta de Mendonça Filho (PFL), que tem o PSDB em sua chapa e lidera as pesquisas. Ele iniciou a propaganda eleitoral com imagens suas ao lado do presidente em uma inauguração. Mendonça é aliado de José Jorge (PFL-PE), companheiro de chapa de Alckmin. Outro que abandonou o tucano foi o governador do Mato Grosso, Blairo Maggi (PPS). Irritado com a candidatura de Antero Paes de Barros (PSDB) ao governo e agraciado com verbas do governo federal, Maggi apóia a reeleição de Lula, apesar de ter o PFL em sua chapa.
A situação no Espírito Santo é mais emblemática. Aliado freqüente de Lula, Paulo Hartung (PMDB) conseguiu montar uma ampla aliança para garantir sua reeleição. Dessa forma atraiu PSDB e PFL à chapa e fez um acordo informal com o PT. O candidato declara neutralidade, mas sua ligação com Lula é evidente. O estado foi o primeiro a aceitar ajuda da Força Nacional de Segurança Pública e participa de uma força-tarefa para combater os problemas na área, idéia que o petista tenta “vender” ao governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL).
Paraná
Mais forte na Região Sul, Alckmin abriu mão do palanque do líder das pesquisas do Paraná, o governador Roberto Requião (PMDB). Em uma convenção tumultuada, o diretório regional tucano aprovou a aliança com o peemedebista. A executiva nacional, no entanto, duvidou do apoio de Requião ao presidenciável e cancelou a coligação.
Sem candidato ao governo, Alckmin não tem palanque no estado. Osmar Dias (PDT), apoiado informalmente pelo PSDB, não declara voto no tucano, apesar de também estar fora da campanha de seu correligionário Cristovam Buarque. Rubens Bueno (PPS), que conta com apoio do PFL, tem focado sua campanha em temas regionais e também dá pouca atenção a Alckmin.
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