JORNAL NACIONAL!
Até 2004, as eleições só entravam na rotina do eleitor a partir da chegada da TV, 45 dias antes delas. Aliás, espertamente, FHC, em 1998 reduziu o período de TV de 60 dias para 45 dias. Se deu bem encurtando o período de campanha.A partir de 2004 o Jornal Nacional antecipou esse processo para 90 dias, democratizando-o na medida que a vantagem dos candidatos à reeleição, sem isso, seria ainda maior. Agora, os eleitores, a nível nacional e regional, são colocados dentro do processo eleitoral mais cedo. Isso os permite conhecer os candidatos e iniciar os fluxos horizontais de opinamento que são os que formam -por contaminação- a opinião pública.
Inquestionavelmente, em função da audiência do JN e dos regionais-TV, temos agora um processo muito mais equilibrado. Não se iludam os que imaginam que a taxa de conhecimento dos candidatos hoje não é muito maior do que 30 dias atrás. Aqueles que sabiam, de ouvir falar, sabem muito mais agora do que antes. Claro que alguns candidatos aproveitaram melhor o espaço no JN do que outros.
Em primeiro lugar a senadora Heloisa Helena com sua equipe montando cenários sensacionais para o JN. O de ontem dos Girassóis, foi quase cenário de novela, gravado no projac. Parabéns à equipe dela. Em segundo lugar Lula, que só apareceu como presidente e com isso manteve-se "em outro plano" como se estivesse trabalhando e não em campanha. E depois os pequenos candidatos, aos quais só resta montar cenários e discurso. Claro, e graças à generosidade do JN em fechar o plano neles, evitando o vazio do entorno.
Alckmin e Cristóvam foram os que pior aproveitaram. A proporção das apresentações de Alckmin em cenário neutro, interno, mostra o descuido de sua equipe. Se hoje Alckmin não sustentou a golfada de partida para os 30% em pesquisas, a responsabilidade total é de sua equipe de imagem. Com tamanho desperdício de espaço no JN mostrando-se para milhões de pessoas, sua equipe merece perder o emprego.
Recomendaria rever Michael Deaver -assessor de imagem de Reagan, onde o cenário era cuidadosamente escolhido nas aparições de Reagan. A ele devemos -falando com os jornalistas que cobriam a Casa Branca: "- Mas será que vocês ainda não desconfiaram que vocês cobrem entretenimento e não política". 30 anos depois a equipe de Alckmin ainda não descobriu isso.
Bem, e Cristovam Buarque, correto, horizontal e sonolento, todos os dias. Nem o realejo da educação que toca, monotonicamente, é lembrado meia hora depois.
Espera-se que os publicitários dos candidatos não cometam o erro de perder tempo apresentando os candidatos ao distinto público na entrada da TV. O JN já o fez. Devem entrar na TV com o pé no acelerador, impondo a agenda da eleição. Bem, sobre essa "agenda" este ex-blog fala outro dia. Aqui está a parte fraca de Lula, por onde ele pode perder.
O prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia, está incoformado com os rumos da campanha de Geraldo Alckmin (PSDB). Aliado do ex-governador, o prefeito pede hoje, em nota do seu "ex-blog", a demissão da equipe de marketing que assessora o presidenciável. A argumentação de Maia é boa, vale a pena ler na íntegra:
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