Pular para o conteúdo principal

Heloísa cai e Lula venceria no 1° turno, diz Ibope

Mais uma pesquisa com números bons para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e especialmente ruins para Geraldo Alckmin (PSDB). Desta vez, o levantamento é do Ibope e foi feito para o jornal Estado de S. Paulo: Lula subiu 2 pontos e foi a 49% enquanto Alckmin oscilou 1 ponto, para 22%. A má notícia para o tucano é que Heloísa Helena caiu 3 pontos e ficou em 9%. Com essas mudanças, Lula subiu para 60% dos votos válidos e seria reeleito no primeiro turno. Mais detalhes sobre a pesquisa, abaixo, em matéria do Estadão.


Lula sobe para 49%, Alckmin vai a 22% e Heloísa cai para 9%, diz Estado/Ibope

Pesquisa Estado/Ibope mostra queda de Heloísa e aumento de quatro pontos na diferença entre Lula e os demais

Carlos Marchi

SÃO PAULO - A 34 dias das eleições, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vive num mar de rosas e o oposicionista Geraldo Alckmin (PSDB) entra num redemoinho que pode deflagrar uma crise em sua campanha: pesquisa Estado/Ibope que foi a campo entre quarta e sexta-feira mostra que Lula subiu 2 pontos porcentuais e chegou aos 49% (47% há 9 dias), enquanto Alckmin subiu 1 ponto e foi para 22% (21% há 9 dias). O novo resultado não deixa dúvidas: o horário eleitoral, que segundo Alckmin mudaria tudo, após duas semanas foi insuficiente sequer para arranhar a vantagem de Lula.

O mais complicado para o tucano é que, se ele e Lula subiram dentro da margem de erro da pesquisa, a terceira colocada, a candidata Heloísa Helena (PSOL), caiu 3 pontos e desceu para apenas 9%, diminuindo ainda mais a possibilidade de haver um segundo turno. Agora, a vantagem do presidente sobre os demais adversários é de 15 pontos porcentuais (11 pontos há 9 dias); ele tem 49% e a soma dos adversários é de 34%, diferença que ameaça consolidar uma decisão no primeiro turno.

Apesar da vantagem, a intenção de voto em Lula continua a ser muito heterogênea: ele segue sendo imbatível no Nordeste (onde alcança 68%), fortaleceu-se muito no Norte/Centro-Oeste (onde subiu de 47%, há 9 dias, para 52%), cresce substancialmente no Sudeste (de 37% para 43% em 9 dias), mas continua com uma intenção de voto modesta no Sul, onde demonstra sua pior performance nesta eleição (tem 35%).

Alckmin avança pouco

Alckmin não avançou muito nos últimos 9 dias: foi de 11% para 14% no Nordeste (seu melhor índice na região desde o começo da campanha), subiu um pouco no Norte/Centro-Oeste (de 21% para 23%) e ficou estável no Sul (de 26% para 25%, dentro da margem de erro) e no Sudeste (25%). Este último número talvez seja o pior para Alckmin - na região que abriga São Paulo, Estado em que tem excelente avaliação, ele perde para Lula por 43% a 25%. Em meados de julho, Lula vencia apertado na região por 37% a 34%.

Heloísa Helena perdeu pontos em todas as regiões: caiu de 15% para 9% no Norte/Centro-Oeste, de 10% para 7% na sua região de origem, o Nordeste, de 12% para 10% no Sudeste e de 14% para 12% no Sul. Lula vence em quase todos os segmentos e regiões, menos entre os que têm escolaridade superior (41% a 28% para Alckmin) e entre eleitores de renda familiar superior a 10 salários mínimos - no grupamento, Alckmin tem 52% e Lula, 19%. Entre os que ganham entre 5 e 10 salários mínimos, os dois estão empatados em 36%.

Em compensação, no segmento dos que ganham até 1 salário mínimo - o núcleo central do Bolsa-Família - Lula vence por 56% a 16%; nos que ganham entre 1 e 2 salários mínimos, o presidente lidera por 52% a 21%. Houve larga vantagem do presidente entre os que têm até a 4ª série do ensino fundamental - 54% a 19%.

Nos válidos, 60%

O presidente tem agora 60% dos votos válidos (excluindo os que pretendem votar em branco ou nulo e os que ainda estão indecisos), enquanto Alckmin conseguiu chegar aos 26% e Heloísa Helena ficou nos 11%.

A despeito do favoritismo, Lula continua a ter a maior rejeição entre os candidatos. Nos últimos 9 dias ela voltou a subir: na pesquisa anterior, 27% diziam que não votariam nele de jeito nenhum; agora, esse número chegou a 32%, um terço do eleitorado. Já a rejeição de Alckmin caiu, na mesma medida: 17% dos eleitores (22% na anterior) afirmaram não votar no tucano. Curiosamente, a rejeição de Heloísa também caiu, apesar da queda na sua intenção de voto: agora, 19% não votariam nela (24% na anterior).

Na simulação de segundo turno - hipotética, porque hoje Lula venceria no primeiro -, o presidente bateria Alckmin por 54% a 32% (53% a 32% na pesquisa anterior). A pesquisa Estado/Ibope entrevistou 2.002 eleitores entre os dias 23 e 25 de agosto, em 140 municípios, com uma margem de erro de 2 pontos porcentuais.

Comentários

  1. Fiquei curioso a respeito de um dado que não lim em lugar nenhum. As intenções de votos para os de nível superior.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

O Entrelinhas não censura comentaristas, mas não publica ofensas pessoais e comentários com uso de expressões chulas. Os comentários serão moderados, mas são sempre muito bem vindos.

Postagens mais visitadas deste blog

Um pai

Bruno Covas, prefeito de São Paulo, morreu vivendo. Morreu criando novas lembranças. Morreu não deixando o câncer levar a sua vontade de resistir.  Mesmo em estado grave, mesmo em tratamento oncológico, juntou todas as suas forças para assistir ao jogo do seu time Santos, na final da Libertadores, no Maracanã, ao lado do filho.  Foi aquela loucura por carinho a alguém, superando o desgaste da viagem e o suor frio dos remédios.  Na época, ele acabou criticado nas redes sociais por ter se exposto. Afinal, o que é o futebol perto da morte?  Nada, mas não era somente futebol, mas o amor ao seu adolescente Tomás, de 15 anos, cultivado pela torcida em comum. Não vibravam unicamente pelos jogadores, e sim pela amizade invencível entre eles, escreve Fabrício Carpinejar em texto publicado nas redes sociais. Linda homenagem, vale muito a leitura, continua a seguir.  Nos noventa minutos, Bruno Covas defendia o seu legado, a sua memória antes do adeus definitivo, para que s...

Dica da Semana: Tarso de Castro, 75k de músculos e fúria, livro

Tom Cardoso faz justiça a um grande jornalista  Se vivo estivesse, o gaúcho Tarso de Castro certamente estaria indignado com o que se passa no Brasil e no mundo. Irreverente, gênio, mulherengo, brizolista entusiasmado e sobretudo um libertário, Tarso não suportaria esses tempos de ascensão de valores conservadores. O colunista que assina esta dica decidiu ser jornalista muito cedo, aos 12 anos de idade, justamente pela admiração que nutria por Tarso, então colunista da Folha de S. Paulo. Lia diariamente tudo que ele escrevia, nem sempre entendia algumas tiradas e ironias, mas acompanhou a trajetória até sua morte precoce, em 1991, aos 49 anos, de cirrose hepática, decorrente, claro, do alcoolismo que nunca admitiu tratar. O livro de Tom Cardoso recupera este personagem fundamental na história do jornalismo brasileiro, senão pela obra completa, mas pelo fato de ter fundado, em 1969, o jornal Pasquim, que veio a se transformar no baluarte da resistência à ditadura militar no perío...

Dica da semana: Nine Perfect Strangers, série

Joia no Prime traz drama perturbador que consagra Nicole Kidman  Dizer que o tempo não passou para Nicole Kidman seria tão leviano quanto irresponsável. E isso é bom. No charme (ainda fatal) de seus 54 anos, a australiana mostra que tem muita lenha para queimar e escancara o quanto as décadas de experiência lhe fizeram bem, principalmente para composição de personagens mais complexas e maduras. Nada de gatinhas vulneráveis. Ancorando a nova série Nine Perfect Strangers, disponível na Amazon Prime Video, a eterna suicide blonde de Hollywood – ok, vamos dividir o posto com Sharon Stone – empresta toda sua aura de diva para dar vida à mística Masha, uma espécie de guru dos novos tempos que desenvolveu uma técnica terapêutica polêmica, pouco acessível e para lá de exclusiva. Em um lúdico e misterioso retiro, a “Tranquillum House”, a exotérica propõe uma nova abordagem de tratamento para condições mentais e psicossociais manifestadas de diferentes formas em cada um dos nove estranhos, “...