Pular para o conteúdo principal

Editorial do Estadão ajuda a explicar o recorde de popularidade do governo do presidente Lula

Ainda sobre as razões da crescente taxa de aprovação ao governo Lula, vale a pena refletir sobre o comentário abaixo, do jornalista Jasson de Oliveira Andrade. Realmente, o Estadão, alquimista desde a primeira hora, anda bem irritado com seu candidato que achava mais viável para derrotar Lula. Se perder o apoio da mídia, Alckmin caminha para uma situação bem complicada. Ademais, na semana que vem, Heloísa Helena começará a bater nos tucanos – até aqui o alvo principal foi Lula – e isto poderá se refletir nas primeiras pesquisas de setembro.

Realmente é difícil explicar a popularidade do presidente Lula. Talvez possamos encontrar a explicação nesse pito que o Estadão, em Editorial, passou no Alckmin: "Querendo, mas aparentemente sem saber como, elevar o tom de suas críticas ao candidato à reeleição, Alckmin o chamaou na segunda-feira de "exterminador de empregos". Mais ou menos na mesma hora, a mídia noticiava que a geração de empregos com carteira assinada cresceu em julho 31% a mais do que no mesmo mês de 2005. A infeliz coincidência ainda é o menor dos males. O erro maior é recorrer ao tema do emprego como arma contra Lula. (...) Isso porque o eleitor sabe, talvez até por experiência própira, que a oferta de trabalho no Brasil de hoje é MUITO MAIOR (destaque meu) do que há quatro anos [governo FHC]. Em conseqüencia, declarar que o emprego diminuiu - a intenção de Alckmin era dizer que podia ter aumentado mais - é um motivo para esse eleitor desconfiar de tudo mais que o candidato diga de seu oponente" (Dissensões no comando tucano, Editorial do Estado de S. Paulo, 23/8/2006).
É como você afirmou: o motivo deve ser a comparação com o governo FHC.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

No pior clube

O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda

Abaixo o cancelamento

A internet virou o novo tribunal da inquisição — e isso é péssimo Só se fala na rapper Karol Conká, que saiu do BBB, da Rede Globo, com a maior votação da história do programa. Rejeição de 99,17% não é pouca coisa. A questão de seu comportamento ter sido odioso aos olhos do público não é o principal para mim. Sou o primeiro a reconhecer que errei muitas vezes. Tive atitudes pavorosas com amigos e relacionamentos, das quais me arrependo até hoje. Se alguma das vezes em que derrapei como ser humano tivesse ido parar na internet, o que aconteceria? Talvez tivesse de aprender russo ou mandarim para recomeçar a carreira em paragens distantes. Todos nós já fizemos algo de que não nos orgulhamos, falamos bobagem, brincadeiras de mau gosto etc… Recentemente, o ator Armie Hammer, de Me Chame pelo Seu Nome, sofreu acusações de abuso contra mulheres. Finalmente, através do print de uma conversa, acabou sendo responsabilizado também por canibalismo. Pavoroso. Tudo isso foi parar na internet. Ergue

OCDE e o erro do governo na gestão das expectativas

O assunto do dia nas redes é a tal negativa dos Estados Unidos para a entrada do Brasil na OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Enquanto os oposicionistas aproveitam para tripudiar, os governistas tentam colocar panos quentes na questão, alegando que não houve propriamente um veto à presença do Brasil no clube dos grandes, a Série A das nações. Quem trabalha com comunicação corporativa frequentemente escuta a frase "é preciso gerenciar a expectativa dos clientes". O problema todo é que o governo do presidente Bolsonaro vendeu como grande vitória a entrada com apoio de Trump - que não era líquida e certa - do país na OCDE. Ou seja, gerenciou mal a expectativa do cliente, no caso, a opinião pública brasileira. Não deixa de ser irônico que a Argentina esteja entrando na frente, logo o país vizinho cujo próximo governo provavelmente não será dos mais alinhados a Trump. A questão toda é que o Brasil não "perdeu", como o pobre Fla-Flu que impe