Está hilária a nota da Folha Online, reproduzida abaixo, sobre o discurso em que o senador Almeida Lima (PMDB-SE) "negou" ter recebido mimos da empreiteira Gautama. Na verdade, ele não negou coisa alguma, apenas disse ter mandado devolver a "porcaria da gravata" que o staff do empreiteiro Zuleido Veras mandou para ele. Pelo que está no texto, quem quiser presentear o senador sergipano terá que desembolsar e mandar trazer lá da Quinta Avenida, NYC. Almeida Lima só gosta de coisa fina...
Aos gritos, senador nega ter recebido presentes da Gautama
RENATA GIRALDI
da Folha Online, em Brasília
O senador Almeida Lima (PMDB-SE) subiu nesta terça-feira à tribuna do Senado para negar de forma enfática que tenha recebido "mimos ou presentes" da empresa Gautama, acusada pela Polícia Federal de fraudar licitações do governo federal.
De posse da lista, publicada hoje pela Folha, de parlamentares e autoridades que teriam recebido presentes da empreiteira, Lima disse que não é "moleque" nem se relaciona "com empresa de moleques".
"Não gostei. Mexeram com a pessoa errada, que sou eu neste fato. Não recebo mimos, nem presentes, muito menos propina de empresa nenhuma deste país ou de meu Estado. Não sou canalha", disse o senador aos gritos no plenário.
Lima disse que, em 2003, recebeu da Gautama na véspera do Natal "uma porcaria de gravata". O senador afirmou, no entanto, que mandou devolvê-la --por isso disse que a empreiteira não cometeria a "ousadia" de incluir seu nome em outras listas de presentes em 2004 ou 2005.
"Eu me respeito, exijo respeito. Não darei vazão a insinuações hipócritas, molecas de empreiteiras e de empreiteiros. Por esta razão mandei que devolvesse [a gravata] e no meu gabinete os servidores estranham não chegar presente. Chega sim lembranças de companheiros senadores, uma lembrança e eu aceito e agradeço, mas nenhuma de empresário."
Lima disse que, ao longo de seu mandato, nunca apresentou emendas para beneficiar empreiteiras no seu Estado. Segundo o senador, quem quiser "fuçar" suas declarações de Imposto de Renda não encontrará nenhuma ligação com empreiteiras.
"A citação [na lista] é de uma porcaria de uma gravata. Quando preciso de uma gravata e gosto muito bem de usá-las, assentadas, sei onde comprá-las. Mas, recentemente, desculpem-me a falta de modéstia, eu comprei, na 5ª Avenida, em Nova York, quando lá estive, numa visita recente, custeada pelo meu bolso. Portanto, não preciso de empresa vagabunda, moleca, sem vergonha nenhuma."
Lista
A lista da construtora Gautama com pessoas que seriam presenteadas tem 38 deputados federais e ex-deputados, 18 senadores e ex-senadores, três ministros de Estado, cinco ministros do TCU (Tribunal de Contas da União) e, pelo menos, 23 governadores, prefeitos, ex-governadores e ex-prefeitos.
Esses foram os políticos que a Folha conseguiu identificar após obter a lista da empreiteira de Zuleido Veras, empresário preso pela Polícia Federal acusado de fraudar licitações de obras públicas e de pagar propina a políticos e funcionários públicos.
Ao todo, a lista enumera 225 pessoas, algumas citadas apenas pelo primeiro nome. Exemplo: os governadores, prefeitos, ex-governadores e ex-prefeitos podem ser 35 ao todo, mas a Folha identificou 23.
Para a PF, a simples menção na lista não significa que a pessoa seja suspeita. Trata-se apenas de um ponto de partida, que precisaria ser ligado a evidências, provas e depoimentos para ter valor na investigação.
Aos gritos, senador nega ter recebido presentes da Gautama
RENATA GIRALDI
da Folha Online, em Brasília
O senador Almeida Lima (PMDB-SE) subiu nesta terça-feira à tribuna do Senado para negar de forma enfática que tenha recebido "mimos ou presentes" da empresa Gautama, acusada pela Polícia Federal de fraudar licitações do governo federal.
De posse da lista, publicada hoje pela Folha, de parlamentares e autoridades que teriam recebido presentes da empreiteira, Lima disse que não é "moleque" nem se relaciona "com empresa de moleques".
"Não gostei. Mexeram com a pessoa errada, que sou eu neste fato. Não recebo mimos, nem presentes, muito menos propina de empresa nenhuma deste país ou de meu Estado. Não sou canalha", disse o senador aos gritos no plenário.
Lima disse que, em 2003, recebeu da Gautama na véspera do Natal "uma porcaria de gravata". O senador afirmou, no entanto, que mandou devolvê-la --por isso disse que a empreiteira não cometeria a "ousadia" de incluir seu nome em outras listas de presentes em 2004 ou 2005.
"Eu me respeito, exijo respeito. Não darei vazão a insinuações hipócritas, molecas de empreiteiras e de empreiteiros. Por esta razão mandei que devolvesse [a gravata] e no meu gabinete os servidores estranham não chegar presente. Chega sim lembranças de companheiros senadores, uma lembrança e eu aceito e agradeço, mas nenhuma de empresário."
Lima disse que, ao longo de seu mandato, nunca apresentou emendas para beneficiar empreiteiras no seu Estado. Segundo o senador, quem quiser "fuçar" suas declarações de Imposto de Renda não encontrará nenhuma ligação com empreiteiras.
"A citação [na lista] é de uma porcaria de uma gravata. Quando preciso de uma gravata e gosto muito bem de usá-las, assentadas, sei onde comprá-las. Mas, recentemente, desculpem-me a falta de modéstia, eu comprei, na 5ª Avenida, em Nova York, quando lá estive, numa visita recente, custeada pelo meu bolso. Portanto, não preciso de empresa vagabunda, moleca, sem vergonha nenhuma."
Lista
A lista da construtora Gautama com pessoas que seriam presenteadas tem 38 deputados federais e ex-deputados, 18 senadores e ex-senadores, três ministros de Estado, cinco ministros do TCU (Tribunal de Contas da União) e, pelo menos, 23 governadores, prefeitos, ex-governadores e ex-prefeitos.
Esses foram os políticos que a Folha conseguiu identificar após obter a lista da empreiteira de Zuleido Veras, empresário preso pela Polícia Federal acusado de fraudar licitações de obras públicas e de pagar propina a políticos e funcionários públicos.
Ao todo, a lista enumera 225 pessoas, algumas citadas apenas pelo primeiro nome. Exemplo: os governadores, prefeitos, ex-governadores e ex-prefeitos podem ser 35 ao todo, mas a Folha identificou 23.
Para a PF, a simples menção na lista não significa que a pessoa seja suspeita. Trata-se apenas de um ponto de partida, que precisaria ser ligado a evidências, provas e depoimentos para ter valor na investigação.
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