Estão muito lindos, no início desta fria noite de quinta-feira (em São Paulo, gelada), os discuros dos senadores em prol da democracia e contra os "excessos" da Polícia Federal. Arthur Virgílio (PSDB-AM) foi um dos mais contundentes defensores da necessidade da Polícia Federal "republicana" (certamente em contraposição à que está aí, que investiga e prende corruptos). Jarbas Vasconcellos (PMDB-PE) foi outro que se posicionou de maneira firme contra os tais excessos da PF. Trocando em miúdos, a conversa do dia em Brasília lembra o velho ditado, politicamente incorreto: "quem tem cú tem medo". Os excelentíssimos estão com as orelhas ardendo porque já ouviram muita coisa a respeito da tal lista de mimos do empreiteiro Zuleido Veras a pelo menos um quinto do parlamento. Está nascendo um segundo caso Sanguessuga, pelo menos pelo número de envolvidos. No fundo, enquanto os senadores querem coibir os excessos da PF, o povão quer ver os federais mandando brasa, grampeando os ladrões e fazendo o possível e o impossível para por essa gente na cadeia. Quem reclama pode até ser inocente, mas vai passar recibo de ter o rabo preso com alguma falcatrua. Daí o medo, como bem lembra o ditado...
O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda
Se a consequencia for acabar com os "mimos", já valeu.
ResponderExcluirO Senador Jarbas Vasconcelos é o mesmo que dias atraz subiu na tribuna para criticar a Policia Federal por haver presos os seus amigos de Pernambuco que formaram um cartel do combustível.
ResponderExcluirVolta desta vez para novamente criticar a Policia Federal por haver presos muita gente envolvida na Operação Navalha.
Jarbas Vasconcelos, que já foi militante de esquerda, sucumbiu e hoje passou a defender a direita e os ricos.