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De acordo com o secretário de Serra, "ao lado de seus antecessores, o decreto de 9/3 de 2007 não apresenta mudanças de substância. No artigo 1º, três palavras são acrescentadas para dizer que os gastos de toda a administração do Estado -o que inclui as universidades, mas não só- serão registrados 'em tempo real'. Na prática, era uma forma de usar um recurso da internet para ampliar a transparência na administração -não só da universidade mas do conjunto do governo".
Como se vê, quanto mais o governo tucano trata deste assunto, mais se atrapalha. Em primeiro lugar, no trecho acima já se percebe que o decreto 9/3 de 2007 não pode ter conteúdo igual aos anteriores, da gestão Alckmin, porque as tais "três palavras" que foram acrescentadas mudam bastante o rumo da conversa: uma coisa é prestar contas para o governo, internamente, outra bem diferente é colocar na internet a execução do Orçamento das universidades. É óbvio que há diferenças e que o objetivo da mudança é tentar constranger os reitores em sua autonomia financeira.
Do jeito que a coisa está colocada pelo secretário, parece que os estudantes, professores e funcionários da USP, Unesp e Unicamp são todos uns débeis mentais que não conseguem entender os textos publicados no Diário Oficial. Claro que não é bem assim – Geraldo Alckmin pode ter feito muita coisa de ruim em seu desastrado governo, mas jamais investiu contra a autonomia das universidades estaduais. No fundo, o artigo de Aloysio é contraditório com o que o próprio governador Serra disse há alguns dias – que o decreto em questão simplesmente não vale para as universidades. Aparentemente, a estratégia agora é unificar o discurso e dizer que a lambança toda começou com Geraldo, mas ninguém percebeu...
Tudo somado, a verdade é que o governo tucano de São Paulo segue batendo cabeça. Já os estudantes continuam ocupando a reitoria da USP e de lá não deveriam sair enquanto as autoridades continuarem com a tática da engabelação para lidar com o problema.
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