A defesa do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), apresentada hoje no plenário do Senado, pode dar sobrevida política ao presidente da Casa, mas certamente não encerra o episódio. Agora é a vez da revista Veja apresentar o seu contra-ataque, cujo teor pode ser adivinhado pelo comentário abaixo, do blogueiro Reinaldo Azevedo, colunista da revista. Muitos jornalistas já têm claro que a fonte de Veja é a colega Mônica Veloso, mãe da filha de Renan, mas ainda não está claro quem ou o que está por trás da denúncia. Calheiros é um senador que se dá muito bem com praticamente todas as forças políticas do Congresso e desconfia que Mônica foi instrumentalizada, digamos assim, para derrubá-lo do poderoso cargo que ocupa. Muita água ainda vai rolar debaixo da ponte e a próxima edição de Veja promete ser tão quente quanto a desta semana. A seguir, o comentário de Azevedo:
O dramalhão do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) foi milimetricamente calculado. O que ele fez? Se notaram bem, experiente que é, ele procurou NÃO MENTIR, o que não quer dizer FALAR TODA A VERDADE. Se ele mente e é desmoralizado pelos fatos — e ele sabe que isso pode acontecer, certo, senador? —, corre o risco de ser cassado. Omitindo-se apenas, há sempre uma porta de saída. Ele só não tinha como contar com o imponderável. O advogado da Mônica Veloso, mãe de sua filha, disse ao Jornal Nacional que o pagamento da pensão era, sim, de R$ 12,5 mil — ainda que Renan possa documentar aqueles R$ 3 mil. Esse valor sido pago por Gontijo até 2005.
O advogado diz também que os R$ 100 mil nada têm a ver com um “fundo”. Seriam uma compensação por causa da diminuição da pensão alimentícia a partir de 2005.
O que foi mesmo que Veja publicou? Eu relembro:
• O lobista da Mendes Júnior coloca à disposição do senador um flat num dos melhores hotéis de Brasília, o Blue Tree. O flat, número 2 018, é usado para compromissos que exijam discrição. Está em nome de Cláudio Gontijo.
• O lobista da Mendes Júnior pagou, até março passado, o aluguel de um apartamento em Brasília para o senador. O imóvel tem quatro quartos e fica em uma área nobre da capital federal. O aluguel saía por 4.500 reais.
• O lobista pagava 12.000 reais mensais de pensão para uma filha do senador, de 3 anos de idade. A pensão foi bancada por Cláudio Gontijo de janeiro de 2004 a dezembro do ano passado.
• O lobista ajuda nas campanhas do senador Renan Calheiros e nas de sua família. Já ajudou o próprio senador, seu filho e seu irmão.
Leiam e releiam todos os sites e os jornais de amanhã. Por acaso disse o senador que essas coisas são mentirosas? Não. Limitou-se a contar a sua versão emocionada dos fatos, chamando a atenção para aspectos de sua vida privada, que ele sabe que foram ignorados pela revista. VEJA não se prestou, em nenhum momento, ao papel de alcoviteira. Se, alguém, nesse episódio todo, comparece nessa incômoda situação, observem bem, não é a revista. Fossem os R$ 12 mil, que o advogado de Mônica reitera que eram pagos, da conta de algum amigo pessoal de Renan, sem qualquer interesse no governo, duvido que a revista fosse se interessar pelo caso.
Renan e o mundo político sabem muito bem que a revista não se dedicou a fazer uma crônica de sua vida privada. Ao contrário: ela foi absolutamente preservada, restando, o que é do interesse do leitor, apenas os aspectos que evidenciam a promiscuidade, no país, entre o público e o privado. De todo modo, ao ressaltar os aspectos sentimentais, em tom até melodromático, de suas aventuras íntimas, o presidente do Senado chama a atenção para um aspecto curioso: em vez de estabelecer, então, uma relação igualmente privada com a mãe de sua filha para cuidar da pensão, ele decidiu chamar para fazê-lo um empreiteiro amigo?
Reitero: Renan evitou mentir e entrar em choque frontal com a reportagem na esperança de que isso baste junto a seus colegas. É possível até que nada aconteça com ele. Não é de todo mal ter um presidente do Senado fraco, rendido, dependente da boa vontade de seus pares.
O dramalhão do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) foi milimetricamente calculado. O que ele fez? Se notaram bem, experiente que é, ele procurou NÃO MENTIR, o que não quer dizer FALAR TODA A VERDADE. Se ele mente e é desmoralizado pelos fatos — e ele sabe que isso pode acontecer, certo, senador? —, corre o risco de ser cassado. Omitindo-se apenas, há sempre uma porta de saída. Ele só não tinha como contar com o imponderável. O advogado da Mônica Veloso, mãe de sua filha, disse ao Jornal Nacional que o pagamento da pensão era, sim, de R$ 12,5 mil — ainda que Renan possa documentar aqueles R$ 3 mil. Esse valor sido pago por Gontijo até 2005.
O advogado diz também que os R$ 100 mil nada têm a ver com um “fundo”. Seriam uma compensação por causa da diminuição da pensão alimentícia a partir de 2005.
O que foi mesmo que Veja publicou? Eu relembro:
• O lobista da Mendes Júnior coloca à disposição do senador um flat num dos melhores hotéis de Brasília, o Blue Tree. O flat, número 2 018, é usado para compromissos que exijam discrição. Está em nome de Cláudio Gontijo.
• O lobista da Mendes Júnior pagou, até março passado, o aluguel de um apartamento em Brasília para o senador. O imóvel tem quatro quartos e fica em uma área nobre da capital federal. O aluguel saía por 4.500 reais.
• O lobista pagava 12.000 reais mensais de pensão para uma filha do senador, de 3 anos de idade. A pensão foi bancada por Cláudio Gontijo de janeiro de 2004 a dezembro do ano passado.
• O lobista ajuda nas campanhas do senador Renan Calheiros e nas de sua família. Já ajudou o próprio senador, seu filho e seu irmão.
Leiam e releiam todos os sites e os jornais de amanhã. Por acaso disse o senador que essas coisas são mentirosas? Não. Limitou-se a contar a sua versão emocionada dos fatos, chamando a atenção para aspectos de sua vida privada, que ele sabe que foram ignorados pela revista. VEJA não se prestou, em nenhum momento, ao papel de alcoviteira. Se, alguém, nesse episódio todo, comparece nessa incômoda situação, observem bem, não é a revista. Fossem os R$ 12 mil, que o advogado de Mônica reitera que eram pagos, da conta de algum amigo pessoal de Renan, sem qualquer interesse no governo, duvido que a revista fosse se interessar pelo caso.
Renan e o mundo político sabem muito bem que a revista não se dedicou a fazer uma crônica de sua vida privada. Ao contrário: ela foi absolutamente preservada, restando, o que é do interesse do leitor, apenas os aspectos que evidenciam a promiscuidade, no país, entre o público e o privado. De todo modo, ao ressaltar os aspectos sentimentais, em tom até melodromático, de suas aventuras íntimas, o presidente do Senado chama a atenção para um aspecto curioso: em vez de estabelecer, então, uma relação igualmente privada com a mãe de sua filha para cuidar da pensão, ele decidiu chamar para fazê-lo um empreiteiro amigo?
Reitero: Renan evitou mentir e entrar em choque frontal com a reportagem na esperança de que isso baste junto a seus colegas. É possível até que nada aconteça com ele. Não é de todo mal ter um presidente do Senado fraco, rendido, dependente da boa vontade de seus pares.
Luiz Antonio:
ResponderExcluirFicou muito estranho você trascrever no seu blog, um comentário do mau caráter Reinaldo Azevedo. Por certo você teria outras formas de comentar o assunto.
Bem feito e que sirva de exemplo para os bobões-babões como o Sr.Calheiros que se deixam seduzir por essas piranhas que querem se dar bem na vida e trabalham de micro-saias.BEM FEITO, POR NÃO USAREM CAMISINHA
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