A matéria abaixo, na versão da Folha Online, sepulta qualquer chance de Silas Rondeau permanecer ministro das Minas e Energia. O clima está ruim, pois nem mesmo o ex-presidente José Sarney, que foi quem indicou ao presidente Lula o atual titular da pasta (pelo menos até o horário de publicação deste post, naturalmente) para o cargo, defende que ele continue... Neste caso, a palavra de Sarney é importante não apenas porque ele foi o avalista da nomeação de Rondeau, mas também pelo que revela sobre a correlação de forças no PMDB – Sarney e Renan estão perdendo espaço, nitidamente, e ensaiam um recuo tático. Ao que parece, portanto, a Operação Navalha vai fazer rolar cabeças um pouco mais graúdas. E o jogo está só começando, a espera sobretudo do que vai contar Zuleido Veras, o protagonista do escândalo da hora. Se é que ele vai contar alguma coisa...
José Sarney defende a saída do ministro Silas Rondeau do governo
GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
O senador José Sarney (PMDB-AP), um dos principais articuladores da ida de Silas Rondeau para o Ministério de Minas e Energia, defendeu hoje que o ministro deixe o cargo em meio às especulações de que teria recebido R$ 100 mil da empresa Gautama para liberar obras em execução pelo programa Luz para Todos.
A Folha Online apurou que Sarney disse a interlocutores que seria melhor o ministro deixar o cargo para provar sua inocência. O senador não acredita no envolvimento de Rondeau no esquema de fraudes comandado pela Gautama.
A interlocutores, Sarney disse ser favorável à apuração rigorosa do suposto envolvimento do ministro no caso e lembrou que Rondeau sempre teve uma conduta "ilibada e honesta" em sua vida pública. O senador também cobrou cautela no episódio uma vez que as investigações sobre o suposto envolvimento do ministro não foram concluídas pela Polícia Federal.
Mais cedo, o ministro Tarso Genro (Justiça) disse que não há qualquer comprovação da Polícia Federal sobre o suposto envolvimento do ministro com o esquema de fraudes em licitações públicas promovido pela empresa Gautama. Tarso admitiu, no entanto, que os R$ 100 mil da empresa chegaram ao ministério para facilitar a licitação de obras.
"No inquérito, você vai ver que a PF diz que não há nenhuma prova física de entrega [de propina da Gautama] e comprometimento presencial do ministro Silas", disse Tarso.
Assim como Sarney, o vice-presidente José Alencar também pediu hoje cautela nas acusações que pesam sobre o ministro. "Ali não há nada de condenação, há acusação. Ele já se defendeu no Paraguai e disse que gostaria de ser investigado além de fazer sua defesa na Justiça. Vocês sabem o quanto considero essas coisas erradas [fraudes]. Mas não posso condenar uma pessoa com indícios", disse Alencar.
Silas Rondeau
A Polícia Federal apura o suposto envolvimento de Silas Rondeau no esquema de fraude de obras públicas e recolheu fitas gravadas por câmeras do serviço de segurança do Ministério de Minas e Energia. As imagens mostram uma funcionária da Gautama (que operava o esquema), Fátima Palmeira, entrando no ministério pelo elevador privativo no dia 13 de março. Ela carrega um envelope de cor parda, no qual a PF acredita que estavam R$ 100 mil.
Diretora financeira da Gautama, Palmeira se dirige até o andar do gabinete de Silas Rondeau. Lá, encontra-se com o assessor do ministro, Ivo Almeida Costa, preso na Operação Navalha.
José Sarney defende a saída do ministro Silas Rondeau do governo
GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
O senador José Sarney (PMDB-AP), um dos principais articuladores da ida de Silas Rondeau para o Ministério de Minas e Energia, defendeu hoje que o ministro deixe o cargo em meio às especulações de que teria recebido R$ 100 mil da empresa Gautama para liberar obras em execução pelo programa Luz para Todos.
A Folha Online apurou que Sarney disse a interlocutores que seria melhor o ministro deixar o cargo para provar sua inocência. O senador não acredita no envolvimento de Rondeau no esquema de fraudes comandado pela Gautama.
A interlocutores, Sarney disse ser favorável à apuração rigorosa do suposto envolvimento do ministro no caso e lembrou que Rondeau sempre teve uma conduta "ilibada e honesta" em sua vida pública. O senador também cobrou cautela no episódio uma vez que as investigações sobre o suposto envolvimento do ministro não foram concluídas pela Polícia Federal.
Mais cedo, o ministro Tarso Genro (Justiça) disse que não há qualquer comprovação da Polícia Federal sobre o suposto envolvimento do ministro com o esquema de fraudes em licitações públicas promovido pela empresa Gautama. Tarso admitiu, no entanto, que os R$ 100 mil da empresa chegaram ao ministério para facilitar a licitação de obras.
"No inquérito, você vai ver que a PF diz que não há nenhuma prova física de entrega [de propina da Gautama] e comprometimento presencial do ministro Silas", disse Tarso.
Assim como Sarney, o vice-presidente José Alencar também pediu hoje cautela nas acusações que pesam sobre o ministro. "Ali não há nada de condenação, há acusação. Ele já se defendeu no Paraguai e disse que gostaria de ser investigado além de fazer sua defesa na Justiça. Vocês sabem o quanto considero essas coisas erradas [fraudes]. Mas não posso condenar uma pessoa com indícios", disse Alencar.
Silas Rondeau
A Polícia Federal apura o suposto envolvimento de Silas Rondeau no esquema de fraude de obras públicas e recolheu fitas gravadas por câmeras do serviço de segurança do Ministério de Minas e Energia. As imagens mostram uma funcionária da Gautama (que operava o esquema), Fátima Palmeira, entrando no ministério pelo elevador privativo no dia 13 de março. Ela carrega um envelope de cor parda, no qual a PF acredita que estavam R$ 100 mil.
Diretora financeira da Gautama, Palmeira se dirige até o andar do gabinete de Silas Rondeau. Lá, encontra-se com o assessor do ministro, Ivo Almeida Costa, preso na Operação Navalha.
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