A matéria abaixo, do site G1 (de onde foram retiradas as imagens ao lado) mostra o tamanho da confusão que se instalou nesta quarta-feira na Assembléia Legislativa de São Paulo. O governador José Serra (PSDB) realmente não vive um bom momento: a ocupação da Universidade de São Paulo continua e sua polícia dá mostras de não ser das mais democráticas ao impedir que os professores entrem na Assembléia Legislativa para assistir a votação da polêmica reforma previdenciária que o governo tucano quer aprovar a toque de caixa, sem qualquer debate com a sociedade civil. Amanhã, as imagens da truculência estarão nos jornais. Agora só falta um novo Edson Luís – o estudante morto pela repressão no restaurante Calabouço, em 1968 – surgir na USP para sepultar qualquer pretensão política de José Serra para o futuro. E ele sabe disto.
Deputados suspendem votação na Assembléia após confronto
Silvia Ribeiro Do G1, em São Paulo
Deputados da Assembléia Legislativa de São Paulo suspenderam a votação do PLC 30, projeto de lei complementar que propõe a criação de um fundo previdenciário para o estado de São Paulo.
Antes da suspensão, os deputados da bancada do PT haviam feito um apelo ao presidente da Assembléia, Vaz de Lima (PSDB), para que a discussão do PLC 30 fosse suspensa enquanto a situação não fosse regularizada do lado de fora da Casa, onde por volta de 17h15 um grupo de manifestantes entrou em confronto com a Polícia Militar.
Uma comissão composta por cinco deputados estaduais e cinco líderes de movimentos sociais deve propor em reunião com Vaz de Lima a retirada do PLC 30 da pauta de votação. Participam da comissão Plínio de Arruda Sampaio (Psol), Carlos Ramiro de Castro, da Apeoesp (sindicato dos professores), e o deputado Raul Marcelo (Psol). "Há uma série de questões que inviabilizam o projeto", disse Marcelo.
A reforma na previdência estadual propõe a criação do SPPrev e é contestada pelos professores porque, segundo a categoria, o projeto não deixa claro que os temporários serão incluídos no novo fundo a ser criado. A comissáo informou ainda irá negociar a entrada de mais manifestantes pra acompanhar a votação.
Um grupo de manifestantes entrou em confronto com a Polícia Militar após chegar ao local por volta das 17h15. "Fizemos um apelo ao presidente para suspender a discussão enquanto a paz não for restaurada aqui fora", afirmou o deputado estadual Hamilton Pereira (PT). Ele explicou que a bancada tenta obstruir a votação inscrevendo-se para discutir o projeto de lei, fazendo com que o projeto demore a ser votado.
Além de professores da rede estadual, participam do ato diversas categorias com suas reivindicações específicas. É o caso dos funcionários da saúde do estado, que exigem aumento salarial, além de integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), servidores do Banco Central e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O protesto inclui ainda estudantes da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual Paulista (Unesp) e Universidade de Campinas (Unicamp).
O deputado Carlos Giannazi (PSOL) afirmou que alguns deputados estão pressionando o presidente da Assembléia e a mesa diretora para que pelo menos 100 professores, que se manifestam contra o projeto, possam acompanhar as discussões nas galerias da Casa.
Os policiais militares continuam impedindo a passagem dos manifestantes pela rampa de acesso ao prédio.
Confronto
Um destacamento da Tropa de Choque da Polícia Militar de São Paulo chegou pouco antes das 18h desta quarta-feira (23) para conter o tumulto entre manifestantes e a Polícia Militar na entrada principal da Assembléia Legislativa de São Paulo.
Parte do grupo de cerca de 5 mil manifestantes que protestam desde as 12h desta quarta-feira (23) em São Paulo tentou forçar a entrada do prédio da Assembléia para acompanhar a votação do PLC 30. Os manifestantes chegaram por volta das 17h15 à sede da Assembléia, na Zona Sul.
Por volta das 17h35, cerca de 40 policiais militares usaram cassetetes e spray de gás pimenta para conter parte do grupo que tentava entrar no local pela rampa de acesso que estava bloqueada por policiais.
Os manifestantes chegaram a arremessar pedras e pedaços de madeira tirados dos cabos de bandeiras contra os policiais. Uma grade que fazia a separação entre policiais e manifestantes foi arrancada pelos participantes do protesto. Uma comissão formada por estudantes, trabalhadores e sindicalistas entrou no prédio para acompanhar as discussões sobre o projeto.
De acordo com a assessoria de imprensa da Assembléia, dois policiais militares foram feridos sem gravidade no confronto. A assessoria explicou que a barreira foi montada para evitar que fosse feita a entrada de um grupo maior do que a capacidade do plenário. A assessoria informou ainda que não tomou nenhuma medida em relação à segurança do prédio além da rotina, e que não há soldados no interior do prédio.
Concentração
Durante a caminhada debaixo de chuva, o grupo provocou bloqueios nas Avenidas Brigadeiro Luís Antônio e Paulista. Os manifestantes saíram por volta das 15h30 do vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp) e seguiram para a sede do Legislativo, onde está prevista a votação do projeto de lei.
Após chegarem ao local, os manifestantes foram barrados por policiais militares quando tentaram passar pela rampa de acesso ao prédio. Do alto do carro de som, os líderes da passeata cobraram que a PM permitisse a entrada do grupo para acompanhar a votação do projeto de lei.
Trânsito
A Polícia Militar e a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) da Prefeitura de São Paulo acompanham a manifestação. De acordo com a CET, pela manhã houve protestos em outros pontos da cidade, mas a única concentração de manifestantes durante a tarde é a do grupo que está na Assembléia.
Às 18h30, a CET registrou 136 km de congestionamento, contra média de 103 km para o horário. O principal ponto de lentidão é a Marginal Tietê, no sentido Ayrton Senna Senna, via expressa, desde o acesso à Rodovia dos Bandeirantes até a Rua Azurita, com 10,7 km de lentidão.
Mobilização
Pela manhã, o grupo se reuniu em frente ao prédio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na Avenida Paulista. De acordo com estimativa da Polícia Militar, às 11h, havia 1.500 pessoas no local.
Com bandeiras e cartazes, eles ocuparam um trecho de uma das faixas da Paulista, causando lentidão no sentido Paraíso, entre a Rua Pamplona e a Alameda Casa Branca. Eram esperados 10 mil manifestantes, mas os organizadores acreditam que a chuva atrapalhou a mobilização.
A manifestação, da qual participam a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, e o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, pede a manutenção do veto presidencial à Emenda 3 no Congresso Nacional.
A Emenda 3 estabelecia que apenas a Justiça do Trabalho - e não um fiscal da Receita - poderia contestar um contrato firmado entre duas pessoas jurídicas para a prestação de serviços. Ela foi vetada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que ainda estuda uma alternativa para a questão.
Deputados suspendem votação na Assembléia após confronto
Silvia Ribeiro Do G1, em São Paulo
Deputados da Assembléia Legislativa de São Paulo suspenderam a votação do PLC 30, projeto de lei complementar que propõe a criação de um fundo previdenciário para o estado de São Paulo.
Antes da suspensão, os deputados da bancada do PT haviam feito um apelo ao presidente da Assembléia, Vaz de Lima (PSDB), para que a discussão do PLC 30 fosse suspensa enquanto a situação não fosse regularizada do lado de fora da Casa, onde por volta de 17h15 um grupo de manifestantes entrou em confronto com a Polícia Militar.
Uma comissão composta por cinco deputados estaduais e cinco líderes de movimentos sociais deve propor em reunião com Vaz de Lima a retirada do PLC 30 da pauta de votação. Participam da comissão Plínio de Arruda Sampaio (Psol), Carlos Ramiro de Castro, da Apeoesp (sindicato dos professores), e o deputado Raul Marcelo (Psol). "Há uma série de questões que inviabilizam o projeto", disse Marcelo.
A reforma na previdência estadual propõe a criação do SPPrev e é contestada pelos professores porque, segundo a categoria, o projeto não deixa claro que os temporários serão incluídos no novo fundo a ser criado. A comissáo informou ainda irá negociar a entrada de mais manifestantes pra acompanhar a votação.
Um grupo de manifestantes entrou em confronto com a Polícia Militar após chegar ao local por volta das 17h15. "Fizemos um apelo ao presidente para suspender a discussão enquanto a paz não for restaurada aqui fora", afirmou o deputado estadual Hamilton Pereira (PT). Ele explicou que a bancada tenta obstruir a votação inscrevendo-se para discutir o projeto de lei, fazendo com que o projeto demore a ser votado.
Além de professores da rede estadual, participam do ato diversas categorias com suas reivindicações específicas. É o caso dos funcionários da saúde do estado, que exigem aumento salarial, além de integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), servidores do Banco Central e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O protesto inclui ainda estudantes da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual Paulista (Unesp) e Universidade de Campinas (Unicamp).
O deputado Carlos Giannazi (PSOL) afirmou que alguns deputados estão pressionando o presidente da Assembléia e a mesa diretora para que pelo menos 100 professores, que se manifestam contra o projeto, possam acompanhar as discussões nas galerias da Casa.
Os policiais militares continuam impedindo a passagem dos manifestantes pela rampa de acesso ao prédio.
Confronto
Um destacamento da Tropa de Choque da Polícia Militar de São Paulo chegou pouco antes das 18h desta quarta-feira (23) para conter o tumulto entre manifestantes e a Polícia Militar na entrada principal da Assembléia Legislativa de São Paulo.
Parte do grupo de cerca de 5 mil manifestantes que protestam desde as 12h desta quarta-feira (23) em São Paulo tentou forçar a entrada do prédio da Assembléia para acompanhar a votação do PLC 30. Os manifestantes chegaram por volta das 17h15 à sede da Assembléia, na Zona Sul.
Por volta das 17h35, cerca de 40 policiais militares usaram cassetetes e spray de gás pimenta para conter parte do grupo que tentava entrar no local pela rampa de acesso que estava bloqueada por policiais.
Os manifestantes chegaram a arremessar pedras e pedaços de madeira tirados dos cabos de bandeiras contra os policiais. Uma grade que fazia a separação entre policiais e manifestantes foi arrancada pelos participantes do protesto. Uma comissão formada por estudantes, trabalhadores e sindicalistas entrou no prédio para acompanhar as discussões sobre o projeto.
De acordo com a assessoria de imprensa da Assembléia, dois policiais militares foram feridos sem gravidade no confronto. A assessoria explicou que a barreira foi montada para evitar que fosse feita a entrada de um grupo maior do que a capacidade do plenário. A assessoria informou ainda que não tomou nenhuma medida em relação à segurança do prédio além da rotina, e que não há soldados no interior do prédio.
Concentração
Durante a caminhada debaixo de chuva, o grupo provocou bloqueios nas Avenidas Brigadeiro Luís Antônio e Paulista. Os manifestantes saíram por volta das 15h30 do vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp) e seguiram para a sede do Legislativo, onde está prevista a votação do projeto de lei.
Após chegarem ao local, os manifestantes foram barrados por policiais militares quando tentaram passar pela rampa de acesso ao prédio. Do alto do carro de som, os líderes da passeata cobraram que a PM permitisse a entrada do grupo para acompanhar a votação do projeto de lei.
Trânsito
A Polícia Militar e a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) da Prefeitura de São Paulo acompanham a manifestação. De acordo com a CET, pela manhã houve protestos em outros pontos da cidade, mas a única concentração de manifestantes durante a tarde é a do grupo que está na Assembléia.
Às 18h30, a CET registrou 136 km de congestionamento, contra média de 103 km para o horário. O principal ponto de lentidão é a Marginal Tietê, no sentido Ayrton Senna Senna, via expressa, desde o acesso à Rodovia dos Bandeirantes até a Rua Azurita, com 10,7 km de lentidão.
Mobilização
Pela manhã, o grupo se reuniu em frente ao prédio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na Avenida Paulista. De acordo com estimativa da Polícia Militar, às 11h, havia 1.500 pessoas no local.
Com bandeiras e cartazes, eles ocuparam um trecho de uma das faixas da Paulista, causando lentidão no sentido Paraíso, entre a Rua Pamplona e a Alameda Casa Branca. Eram esperados 10 mil manifestantes, mas os organizadores acreditam que a chuva atrapalhou a mobilização.
A manifestação, da qual participam a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, e o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, pede a manutenção do veto presidencial à Emenda 3 no Congresso Nacional.
A Emenda 3 estabelecia que apenas a Justiça do Trabalho - e não um fiscal da Receita - poderia contestar um contrato firmado entre duas pessoas jurídicas para a prestação de serviços. Ela foi vetada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que ainda estuda uma alternativa para a questão.
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