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Pausa para rolar de rir

Quem teve paciência de acessar os links do teste sobre a cultura da ultradireita brasileira percebeu que Nivaldo Cordeiro era o autor daquela inacreditável frase sobre o caráter bolivariano do jornal O Estado de S. Paulo. Pois a nota abaixo, escrita ontem pelo articulista do Mídia Sem Máscara, bate qualquer recorde possível no quesito "fantasias da política" ou algo semelhante. Nivaldo qualifica o Estadão de "panfleto petista utorizado" e tem a coragem de escrever o seguinte: "O poder do Planalto baixou contra o velho senador nas páginas alugadas do jornal." Bem, o autor destas Entrelinhas só conseguiu parar de rir quase 15 minutos após terminar a leitura do texto e recomenda vivamente a leitura na íntegra do que vai a seguir. Realmente, o professor Hariovaldo Almeida Prado deve estar morrendo de inveja do Nivaldão...

Estadão massacra Sarney

Nivaldo Cordeiro | 01 Agosto 2009
Media Watch - O Estado de São Paulo

E que se diga também que o Estadão tem abusado cotidianamente do seu poder midiático contra a figura pública do senador, sem explicar aos brasileiros porque só ele, Estadão, tem acesso exclusivo às fontes de notícias, algumas nitidamente ilegais, como as gravações que estavam salvaguardadas pelo segredo de Justiça.
Acabei de ver no site do Estadão, agora são 23:30, a manchete dos sonhos dos que estão a perseguir o velho coronel Ribamar do Maranhão: Justiça censura Estado e proíbe informações sobre Sarney. Talvez tenha sido o passo em falso mais ingênuo que Sarney terá dado nesse enfrentamento com as hostes petistas e estadônicas: recorrer à Justiça. Sua posição era frágil desde o início, porque a base real das denúncias procedia, mas Sarney estava plenamente dentro do figurino de vítima da campanha singularmente virulenta que tem sofrido.
Com esse gesto de recorrer à Justiça o panfleto petista autorizado, o jornal Estadão, assumiu integramente o papel de censurado, chamando para si o histórico papel que desempenhou durante o regime militar, como se houvesse paralelo. É preciso que se diga que decisão de Justiça não é censura - é ato legítimo do Estado de Direito. E que se diga também que o Estadão tem abusado cotidianamente do seu poder midiático contra a figura pública do senador, sem explicar aos brasileiros porque só ele, Estadão, tem acesso exclusivo às fontes de notícias, algumas nitidamente ilegais, como as gravações que estavam salvaguardadas pelo segredo de Justiça. Quantos golpes no mesmo cadáver!
O populismo jornalístico em torno da decisão da Justiça já começou e provavelmente esta será amanhã a manchete do jornalão paulista. Será digna de guardar como exemplo de cinismo. O algoz caçoando da vítima. Mais uma vez vamos assistir à comédia em que um fato verdadeiro irá suportar a infâmia mais vil. O poder do Planalto baixou contra o velho senador nas páginas alugadas do jornal. Devo dizer que poucas vezes em minha vida vi campanha mais sistemática, mais longa e mais determinada contra um homem público como esta levada a efeito pelo Estadão.
A mim provoca náuseas. E medo. Se fazem isso a Sarney, um homem sabidamente poderoso, poderão fazê-lo contra qualquer um. Talvez seja esse o cálculo político: a falange do ministro da Justiça, usando dos poderes de espionagem do Estado, terá informações desabonadoras suficientes contra todos os senadores e outras autoridades da República. Ao fazer de Sarney um Judas impiedosamente massacrado passa o recado para todos os seus pares que indisciplina não será tolerada contra a vontade o partido governante. É a ante-sala de um regime de exceção. A vontade do PT vai prevalecer.
Não tenho nenhuma simpatia pessoal pelo velho coronel Ribamar do Maranhão. Mas tenho para mim, perfeitamente claro, o significado político de sua imolação: todo o poder aos bolcheviques do PT. A fúria com que se jogaram contra Sarney e a pressa demonstrada para dar logo a machadada final me levam a suspeitar que os acontecimentos na direção da sucessão estejam se precipitando. Nem a Justiça serve de escudo para Sarney. Ele está politicamente liquidado e provavelmente sairá de cena da pior forma possível.

Comentários

  1. Folha on line

    17/11/2001 - 04h28
    Economista é preso por matar travesti
    do Agora são Paulo

    O economista José Nivaldo Cordeiro, 42, foi preso na noite de anteontem, acusado de ter matado um travesti que teria tentado assaltá-lo na avenida Indianópolis (zona sul de São Paulo), tradicional área de prostituição.

    À polícia, Cordeiro contou que, por volta das 23h, ia andando de sua casa para o supermercado Pão de Açúcar, quando dois travestis, um deles armado, se aproximaram e exigiram sua carteira.

    O economista estava armado com uma pistola Glock e um revólver de calibre 38.

    Depois de entregar a carteira, ele contou que andou para trás, sacou a pistola e atirou. Dois disparos acertaram um dos travestis, na testa e no peito. O outro teria conseguido escapar correndo e levando a carteira roubada.

    Cordeiro foi preso por policiais do Garra (Grupo de Repressão a Roubos e Assaltos) que patrulhavam a região, levado ao 16º Distrito Policial (Vila Clementino, zona sul) e indiciado por homicídio doloso (com intenção de matar).

    Como tem curso superior, foi transferido para uma cela especial no 13º Distrito Policial (Casa Verde, na zona norte da capital).

    O travesti baleado chegou a ser levado para um hospital próximo pelos policiais, mas não sobreviveu. Até a tarde de ontem, ele ainda não tinha sido identificado.

    Roubos frequentes
    Segundo a mulher de Cordeiro, a administradora N.A., 39, ele estava armado na saída para o supermercado por saber que frequentemente travestis cometem roubos na avenida Indianópolis.

    De acordo com a Polícia Militar, chega a ser rotina a ocorrência de assaltos na região. A maioria das vítimas, afirma a polícia, é de possíveis clientes, surpreendidos ao parar o carro para conversar com os travestis que ficam na avenida.

    "O que acontece aqui é uma vergonha. Além de se masturbarem em frente a casas de famílias, eles [os travestis] assaltam", conta N., que diz já ter testemunhado vários crimes e socorrido vítimas.

    Segundo ela, a família veio de Brasília e mora há quatro meses numa casa na alameda dos Guaicanãs, a poucas quadras da Indianópolis. "Mas pretendo me mudar daqui na semana que vem."

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