Está nas manchetes dos portais a notícia de que a indústria brasileira teve neste ano "o pior 1° semestre desde 1975", segundo as estatísticas divulgadas pelo IBGE. Parece então que uma catástrofe está em curso na economia brasileira, mas, infelizmente para a oposição ao atual governo, não é verdade, conforme explicam as próprias matérias publicadas em alguns dos portais - nem todos, porém, esclarecem os desavisados.
Se o leitor parar para ler com atenção a reportagem abaixo, do portal UOL, vai entender direitinho o que acontece. Lá pelo meio da matéria está escrito o seguinte: "O resultado, no entanto, ainda é reflexo do tombo ocorrido nos dois últimos meses do ano passado. Em 2009, a indústria só vem registrando expansão. Em junho, a produção subiu 0,2% ante maio, marcando a sexta alta seguida. Desde janeiro, o aumento acumulado é de 7,8%. Ainda assim, a atividade em junho ficou 10,9% abaixo do verificado no mesmo mês de 2008, época em que o setor estava em expansão acentuada."
Para quem ainda não entendeu, uma explicação ainda mais simples: entre setembro e janeiro, a indústria tomou um tombo histórico. De janeiro em diante, só fez crescer. Pouco, mês a mês, mas só cresceu. Na hora que se compara o desempenho deste semestre, em que a atividade só cresceu, com o primeiro semestre de 2008, pré-tombo, portanto, o que se verifica é a tal queda histórica, a maior desde 1975. Só que esta queda não se deu neste semestre, muito menos em 2009. Aconteceu no último trimestre de 2008, quando a crise bateu por aqui (e no mundo todo, por sinal).
Ou seja, a notícia que está fazendo a alegria dos editores contrários ao governo - a tal maior queda da indústria desde 1975 - é puro efeito estatístico, simplesmente não aconteceu neste semestre, quando o setor só fez crescer. É notícia velha, do último trimestre do ano passado. Simples assim. Mas vá dizer isto aos mancheteiros de plantão...
Indústria tem no 1º semestre maior queda desde 1975, informa IBGE
Da Redação
Em São Paulo
(Texto atualizado às 9h37)
A produção da indústria brasileira no primeiro semestre deste ano ficou 13,4% abaixo do verificado no mesmo período do ano passado, informou nesta segunda-feira o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Trata-se da maior queda já verificada em um primeiro semestre desde que a entidade começou a fazer esse tipo de levantamento, em 1975.
O resultado, no entanto, ainda é reflexo do tombo ocorrido nos dois últimos meses do ano passado. Em 2009, a indústria só vem registrando expansão.
Em junho, a produção subiu 0,2% ante maio, marcando a sexta alta seguida. Desde janeiro, o aumento acumulado é de 7,8%. Ainda assim, a atividade em junho ficou 10,9% abaixo do verificado no mesmo mês de 2008, época em que o setor estava em expansão acentuada.
Os dados trimestrais mostram com clareza que, neste ano, a indústria vem recuperando lentamente as perdas de 2008. No primeiro trimestre de 2009, a produção estava 14,6% abaixo do mesmo período do ano passado; no segundo, ficou 12,3% menor, comparando com o intervalo de abril a junho de 2008.
Nos últimos 12 meses, a queda acumulada é de 6,5%, frente aos 12 meses imediatamente anteriores. Em maio, esse tipo de comparação apontava queda de 5%.
Veículos em baixa
O resultado semestral, o pior desde 1975, foi marcado pela forte retração de 23,6% da fabricação de veículos automotores. Nos seis primeiros meses de 2008, o setor bateu recorde histórico de produção. Nos dois últimos meses de 2008, a produção despencou. Nos seis primeiros deste ano, o segmento mostrou recuperação, mas não o suficiente para voltar ao mesmo patamar de 2008.
A segunda maior contribuição negativa no semestre foi a do setor de máquinas e equipamentos, com queda de 29%. Apesar do recuo mais intenso do que dos veículos, o segmento de máquinas tem menos presença no índice geral da indústria.
Eletrônicos: queda de 40%
O ramo de materiais eletrônicos diminuiu em 40,1% sua produção no primeiro semestre de 2009, em relação a igual período de 2008. A metalurgia básica também sofreu com a crise, registrando queda de 27,8%.
Com isso, as quatro categorias em que o IBGE divide a indústria tiveram forte queda semestral: bens de capital (mercadorias usadas na produção fabril) caíram 23%; bens de consumo durávris, 19,1%; bens intermediários, 15,8%; bens de consumo semi e não-duráveis, 3,1%.
Se o leitor parar para ler com atenção a reportagem abaixo, do portal UOL, vai entender direitinho o que acontece. Lá pelo meio da matéria está escrito o seguinte: "O resultado, no entanto, ainda é reflexo do tombo ocorrido nos dois últimos meses do ano passado. Em 2009, a indústria só vem registrando expansão. Em junho, a produção subiu 0,2% ante maio, marcando a sexta alta seguida. Desde janeiro, o aumento acumulado é de 7,8%. Ainda assim, a atividade em junho ficou 10,9% abaixo do verificado no mesmo mês de 2008, época em que o setor estava em expansão acentuada."
Para quem ainda não entendeu, uma explicação ainda mais simples: entre setembro e janeiro, a indústria tomou um tombo histórico. De janeiro em diante, só fez crescer. Pouco, mês a mês, mas só cresceu. Na hora que se compara o desempenho deste semestre, em que a atividade só cresceu, com o primeiro semestre de 2008, pré-tombo, portanto, o que se verifica é a tal queda histórica, a maior desde 1975. Só que esta queda não se deu neste semestre, muito menos em 2009. Aconteceu no último trimestre de 2008, quando a crise bateu por aqui (e no mundo todo, por sinal).
Ou seja, a notícia que está fazendo a alegria dos editores contrários ao governo - a tal maior queda da indústria desde 1975 - é puro efeito estatístico, simplesmente não aconteceu neste semestre, quando o setor só fez crescer. É notícia velha, do último trimestre do ano passado. Simples assim. Mas vá dizer isto aos mancheteiros de plantão...
Indústria tem no 1º semestre maior queda desde 1975, informa IBGE
Da Redação
Em São Paulo
(Texto atualizado às 9h37)
A produção da indústria brasileira no primeiro semestre deste ano ficou 13,4% abaixo do verificado no mesmo período do ano passado, informou nesta segunda-feira o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Trata-se da maior queda já verificada em um primeiro semestre desde que a entidade começou a fazer esse tipo de levantamento, em 1975.
O resultado, no entanto, ainda é reflexo do tombo ocorrido nos dois últimos meses do ano passado. Em 2009, a indústria só vem registrando expansão.
Em junho, a produção subiu 0,2% ante maio, marcando a sexta alta seguida. Desde janeiro, o aumento acumulado é de 7,8%. Ainda assim, a atividade em junho ficou 10,9% abaixo do verificado no mesmo mês de 2008, época em que o setor estava em expansão acentuada.
Os dados trimestrais mostram com clareza que, neste ano, a indústria vem recuperando lentamente as perdas de 2008. No primeiro trimestre de 2009, a produção estava 14,6% abaixo do mesmo período do ano passado; no segundo, ficou 12,3% menor, comparando com o intervalo de abril a junho de 2008.
Nos últimos 12 meses, a queda acumulada é de 6,5%, frente aos 12 meses imediatamente anteriores. Em maio, esse tipo de comparação apontava queda de 5%.
Veículos em baixa
O resultado semestral, o pior desde 1975, foi marcado pela forte retração de 23,6% da fabricação de veículos automotores. Nos seis primeiros meses de 2008, o setor bateu recorde histórico de produção. Nos dois últimos meses de 2008, a produção despencou. Nos seis primeiros deste ano, o segmento mostrou recuperação, mas não o suficiente para voltar ao mesmo patamar de 2008.
A segunda maior contribuição negativa no semestre foi a do setor de máquinas e equipamentos, com queda de 29%. Apesar do recuo mais intenso do que dos veículos, o segmento de máquinas tem menos presença no índice geral da indústria.
Eletrônicos: queda de 40%
O ramo de materiais eletrônicos diminuiu em 40,1% sua produção no primeiro semestre de 2009, em relação a igual período de 2008. A metalurgia básica também sofreu com a crise, registrando queda de 27,8%.
Com isso, as quatro categorias em que o IBGE divide a indústria tiveram forte queda semestral: bens de capital (mercadorias usadas na produção fabril) caíram 23%; bens de consumo durávris, 19,1%; bens intermediários, 15,8%; bens de consumo semi e não-duráveis, 3,1%.
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