Pular para o conteúdo principal

Pausa para rir

Comentário do jornalista Sérgio Leo em seu Twitter:

Título na Folha: "Sob críticas, Brasil estreita elo com Peru". Tem de criticar mesmo. Essa coisa de estreitar elo com Peru é meio paradoxal.

Este blog foi lá conferir e a Folha sapecou mesmo este incacreditável título, a reprodução vai abaixo. É certo que boa parte dos brasileiros preferia ver o Itamaraty estreitando elos com a Chechênia, daí as críticas...

Sob críticas, Brasil estreita elo com Peru

Chanceler Celso Amorim tem reunião com colega peruano hoje em Lima, preparatória para visita de Lula em novembro

Associação indígena acusa Petrobras de não consultar comunidades da selva em comitê da ONU; chanceler peruano vê uso político

FLÁVIA MARREIRO
DA REPORTAGEM LOCAL

O chanceler Celso Amorim se reúne hoje em Lima com seu colega peruano, José Antonio García Belaunde, para assinar uma série de acordos de cooperação, especialmente para a zona de fronteira, e para preparar a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao país andino em novembro.
Na véspera da visita, a Agência de Cooperação Brasileira e a contraparte peruana fecharam convênio para melhorar a capacidade técnica da produção de látex na fronteira e também do processamento de castanha. Amorim deve fechar hoje acordo de cooperação de eletrificação rural, por exemplo.
Enquanto os países aprofundam a agenda de parceria em desenvolvimento social, a Aidesep, a principal associação indígena da Amazônia peruana, critica o que hoje é o principal eixo da relação bilateral: a ação conjunta em projetos de integração física, geração de energia e extração petrolífera.
A presidente interina da Aidesep, Daysi Zapata, discursou ontem na Comissão da ONU contra o Racismo, em Genebra, acusando o governo Alan García, em associação com empresas estrangeiras, de explorar a selva sem consultar as comunidades, como prevê convenção adotada pelo país.
Entre outras multinacionais, Zapata acusou a Petrobras, que detém o direito de exploração em cinco lotes no país, de atuar em seu bloco 117, na fronteira com a Colômbia, sem consultar as comunidades indígenas.
Questionado sobre o tema, o chanceler peruano respondeu: "Eu ficaria surpreso se as consultas não houvessem sido feitas. Com a Aidesep, é preciso cuidado, porque há um jogo político aí", disse à Folha.
A assessoria da Petrobras não havia respondido até o fechamento desta edição. Em junho, a empresa havia informado que não faria atividades com presença física ou mesmo sobrevoos na região até ser autorizada pelo governo peruano.
O presidente García trava arrastada queda de braço com a associação indígena, que se diz alijada dos projetos de desenvolvimento para a Amazônia.
Série de protestos de abril a junho deste ano -que envolveu confrontos que deixou 34 mortos- obrigou Lima a recuar de um pacote de decretos pró-investimentos na selva e abrir diálogo com a Aidesep.
Mas a associação sustenta que, enquanto a mesa de diálogo acontece, Lima dá por fechados acordos como o da brasileira Eletrobrás com o governo para construir hidrelétricas no Peru -investimento estimado em US$ 16 bilhões. O projeto da usina de Paquitzapango, que sofre resistência na selva central, foi incluído nas negociações com o governo.
O líder indígena Alberto Pizango, presidente da Aidesep até ser asilado na Nicarágua em junho, critica a hidrelétrica dizendo que ela faz parte do "pacote" brasileiro para o país.
Pizango segue influenciando a crise, com entrevistas à imprensa peruana. García Belaunde disse ontem ter reclamado formalmente com o governo esquerdista nicaraguense pela questão. "Lamentavelmente, as autoridades da Nicarágua parecem não entender quais as obrigações que têm os asilados e o país que os recebe", queixou-se.

Comentários

  1. KKKK,isso de estreitar elos com o Peru,com Checenia,é muito bom!!!

    ResponderExcluir
  2. Não entendi. Qual o problema do título?

    ResponderExcluir

Postar um comentário

O Entrelinhas não censura comentaristas, mas não publica ofensas pessoais e comentários com uso de expressões chulas. Os comentários serão moderados, mas são sempre muito bem vindos.

Postagens mais visitadas deste blog

No pior clube

O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda

Abaixo o cancelamento

A internet virou o novo tribunal da inquisição — e isso é péssimo Só se fala na rapper Karol Conká, que saiu do BBB, da Rede Globo, com a maior votação da história do programa. Rejeição de 99,17% não é pouca coisa. A questão de seu comportamento ter sido odioso aos olhos do público não é o principal para mim. Sou o primeiro a reconhecer que errei muitas vezes. Tive atitudes pavorosas com amigos e relacionamentos, das quais me arrependo até hoje. Se alguma das vezes em que derrapei como ser humano tivesse ido parar na internet, o que aconteceria? Talvez tivesse de aprender russo ou mandarim para recomeçar a carreira em paragens distantes. Todos nós já fizemos algo de que não nos orgulhamos, falamos bobagem, brincadeiras de mau gosto etc… Recentemente, o ator Armie Hammer, de Me Chame pelo Seu Nome, sofreu acusações de abuso contra mulheres. Finalmente, através do print de uma conversa, acabou sendo responsabilizado também por canibalismo. Pavoroso. Tudo isso foi parar na internet. Ergue

OCDE e o erro do governo na gestão das expectativas

O assunto do dia nas redes é a tal negativa dos Estados Unidos para a entrada do Brasil na OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Enquanto os oposicionistas aproveitam para tripudiar, os governistas tentam colocar panos quentes na questão, alegando que não houve propriamente um veto à presença do Brasil no clube dos grandes, a Série A das nações. Quem trabalha com comunicação corporativa frequentemente escuta a frase "é preciso gerenciar a expectativa dos clientes". O problema todo é que o governo do presidente Bolsonaro vendeu como grande vitória a entrada com apoio de Trump - que não era líquida e certa - do país na OCDE. Ou seja, gerenciou mal a expectativa do cliente, no caso, a opinião pública brasileira. Não deixa de ser irônico que a Argentina esteja entrando na frente, logo o país vizinho cujo próximo governo provavelmente não será dos mais alinhados a Trump. A questão toda é que o Brasil não "perdeu", como o pobre Fla-Flu que impe