Lula vai impor ao PT a candidatura de Antonio Palocci ao governo de São Paulo e, ao mesmo tempo, tentará convencer Ciro Gomes a disputar também o Palácio dos Bandeirantes. Para quem acha a coisa meio estranha, a explicação é simples: a candidatura de Palocci não está sendo arquitetada para que ele vença as eleições - se vencer, tanto melhor, do ponto de vista do PT e de Lula, claro -, mas para que ele, Palocci, use a vitrine do horário eleitoral para refazer sua imagem pública. É uma jogada com olhos para o futuro, e não é nem 2014, é mais adiante. Com Ciro e Palocci na parada, porém, a coisa complicaria para o tucanato, dificilmente a eleição se decide no primeiro turno. É difícil bater o PSDB em terras paulistas? É sim, bastante, especialmente no interior - na capital e grandes cidades, outros partidos já dominaram e dominam a cena política. Mas não é impossível. Levar o pleito para o segundo turno, portanto, é pré-condição para tentar acabar com a dominação tucana em São Paulo. Lula, até agora, vai fazendo o seu jogo, tem ainda muita água para rolar debaixo da ponte, como diz o proibidíssimo chavão do jornalismo.
O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda
Boa análise. Palocci e Ciro levam realmente a coisa pro 2º turno. Mas discordo desse "mito" de forte favoritismo tucano em SP. Tem muito telhado de vidro aí. Uma campanha de marketing bem feita desmonta os frágeis argumentos e as pífias realizações tucanas, além do natural cansaço do eleitor com 16 anos de promessas tucanas. E é bom os caciques do PSB porem os pingos nos is se posicionando sem meio termos no campo de oposição a Serra, tratorando prefeitos e parlamentares cooptados a tempos pelo PSDB, a começar por São Bernardo. Mas acho q o Ciro não vai se arriscar se não tiver o apoio do PT desde o primeiro turno.
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