O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) negou com veemência, mas parece óbvio que a pizza já entrou no forno. Os fatos vão se encarregar de mostrar se houve ou não um grande acordo para preservar o impoluto parlamentar tucano, réu confesso de pelo menos um ilícito citado na representação apresentada ao Conselho de Ética, e o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP). É possível até que haja mais algum teatrinho para a platéia não começar a jogar cascas de bananas e tomates nos atores - algo como o desarquivamento de algumas ações contra os dois e, mais à frente, o arquivamento ou votação e absolvição de suas excelências. Nada de novo. Afinal, Virgílio, Sarney, Tasso e Renan são tudo gente boa. Ou buona gente, como dizem os italianos.
O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda
Senatori, brava gente, qui e in Italia... com o regime berlusconiano senadores e deputados italianos poderiam fazer intercambio com os brasileiros. Talvez na Itália haja mais mulheres gostosas, pois o petit premier italiano gosta... Mas, quem sabe, poderia ser um incentivo para embelezar os bancos do congresso tupiniquim... seria cômico se não fosse trágico.
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