A reportagem abaixo, do jornal Valor Econômico - que por sinal tem uma editoria de política muito mais antenada do que a dos três jornalões nacionais -, esclarece uma dúvida levantada no post anterior, de ontem à noite. Fernando Gabeira vai, sim, disputar o governo do Rio de Janeiro, ou pelo menos esta é a sua disposição, hoje. E conta com apoio tucano. Bem, neste caso, como fica a candidatura presidencial de Marina Silva no Rio, caso ela realmente migre para o PV e se lance na disputa em 2010? A resposta está na própria matéria do Valor: Gabeira apoiaria, a um só tempo, Marina e José Serra (PSDB). Antes que algum maldoso diga que o deputado verde está acostumado com esta condição de, digamos assim, duplicidade, este blog lembra que situações como esta são frequentes na política brasileira. Há casos até mais escalafobéticos, como a aliança regional entre partidos inimigos no plano federal. Poderia acontecer em Minas Gerais, por exemplo, se PSDB e PT se unirem ao PMDB na candidatura de Hélio Costa. Claro, este cenário hoje é pouco provável, mas nunca é demais lembrar que PSDB e PT estiveram juntos, embora não formalmente, na disputa pela prefeitura de Belo Horizonte.
No caso do Rio, a grande questão que permanece é a seguinte: Gabeira puxaria mais votos para Serra ou para Marina? Não é preciso ser nenhum gênio para concluir que Marina seria beneficiada, até pela identificação dos temas dos dois possíveis candidatos. A menos que Serra plante uma samambaia na sua lustrosa careca...
Gabeira acerta com PSDB candidatura no Rio
2010: Deputado, que pretende ter dois palanques presidenciais discute hoje cenário sucessório com Marina
Ana Paula Grabois, do Rio
Fenômeno nas eleições municipais no ano passado, neste momento a opção do deputado federal Fernando Gabeira (PV) é sair como candidato a governador do Estado do Rio em 2010 apoiado pelo PSDB. Na semana passada, Gabeira conversou com o governador de São Paulo, José Serra, e com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em São Paulo, dois entusiastas da candidatura do deputado ao governo do Estado do Rio no ano que vem.
Nas eleições de 2008, aliado ao PSDB, PPS e DEM, Gabeira perdeu por apenas 55,7 mil votos do atual prefeito, Eduardo Paes (PMDB). Na época, recebeu forte apoio financeiro dos tucanos, que tinha como representante na chapa o deputado estadual Luiz Paulo Corrêa da Rocha. O PSDB deu R$ 1 milhão à campanha de Gabeira a prefeito.
"Eles querem que a gente saia com candidatura ao governo", disse. A opção pelo Senado foi deixada para trás, diz. "A situação lá está muito complicada. Precisaria entrar para mudar e teria que ter pelo menos dez senadores", afirmou, sem esperanças de renovação na Casa em 2010.
Um dos desafios de sua candidatura será conjugar no primeiro turno a eventual candidatura da senadora Marina Silva pelo PV com a candidatura tucana à Presidência. "Não sei como será, mas gostaria de contar com o apoio do PSDB", disse o deputado do PV ao Valor. Uma das possibilidades é Gabeira subir no palanque dos dois candidatos presidenciais. Para Serra, Gabeira seria o palanque ideal no Estado para fazer frente ao apoio que Cabral (PMDB), pré-candidato à reeleição, dará à virtual candidata do PT, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. "Essa é a opção, ter dois palanques", diz o vereador Alfredo Sirkis (PV-RJ). Hoje Gabeira se reúne com Marina para tratar do assunto.
A pré-candidatura Gabeira deve complicar o quadro eleitoral para o governador Sérgio Cabral. Em pesquisa do Instituto Brasileiro de Pesquisa Social (IBPS) realizada entre 23 e 27 de julho com 2 mil eleitores no Estado, Cabral apareceu com 28% das intenções de voto, seguido por Gabeira, com 21%. O ex-governador do Rio Anthony Garotinho (PR) obteve 17%, enquanto o prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias (PT), tinha 9%. Cabral luta para ter menos concorrentes e tenta tirar da disputa Lindberg Farias, do PT.
Aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governador do Rio tem tentado convencer Dilma a tirar Lindberg da corrida ao governo estadual. Uma das alternativas para Lindberg seria concorrer ao Senado .
No PV do Rio, existem ainda diferenças com o DEM, especialmente com o ex-prefeito da capital, Cesar Maia, que tem declarado apoio a Gabeira. A avaliação de políticos do PV é de que a eventual aliança com o ex-prefeito, que deve concorrer ao Senado, vai contra o discurso de renovação de Gabeira. Em 2008, Maia fechou com Gabeira no segundo turno, após a derrota da deputada federal Solange Amaral (DEM).
No caso do Rio, a grande questão que permanece é a seguinte: Gabeira puxaria mais votos para Serra ou para Marina? Não é preciso ser nenhum gênio para concluir que Marina seria beneficiada, até pela identificação dos temas dos dois possíveis candidatos. A menos que Serra plante uma samambaia na sua lustrosa careca...
Gabeira acerta com PSDB candidatura no Rio
2010: Deputado, que pretende ter dois palanques presidenciais discute hoje cenário sucessório com Marina
Ana Paula Grabois, do Rio
Fenômeno nas eleições municipais no ano passado, neste momento a opção do deputado federal Fernando Gabeira (PV) é sair como candidato a governador do Estado do Rio em 2010 apoiado pelo PSDB. Na semana passada, Gabeira conversou com o governador de São Paulo, José Serra, e com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em São Paulo, dois entusiastas da candidatura do deputado ao governo do Estado do Rio no ano que vem.
Nas eleições de 2008, aliado ao PSDB, PPS e DEM, Gabeira perdeu por apenas 55,7 mil votos do atual prefeito, Eduardo Paes (PMDB). Na época, recebeu forte apoio financeiro dos tucanos, que tinha como representante na chapa o deputado estadual Luiz Paulo Corrêa da Rocha. O PSDB deu R$ 1 milhão à campanha de Gabeira a prefeito.
"Eles querem que a gente saia com candidatura ao governo", disse. A opção pelo Senado foi deixada para trás, diz. "A situação lá está muito complicada. Precisaria entrar para mudar e teria que ter pelo menos dez senadores", afirmou, sem esperanças de renovação na Casa em 2010.
Um dos desafios de sua candidatura será conjugar no primeiro turno a eventual candidatura da senadora Marina Silva pelo PV com a candidatura tucana à Presidência. "Não sei como será, mas gostaria de contar com o apoio do PSDB", disse o deputado do PV ao Valor. Uma das possibilidades é Gabeira subir no palanque dos dois candidatos presidenciais. Para Serra, Gabeira seria o palanque ideal no Estado para fazer frente ao apoio que Cabral (PMDB), pré-candidato à reeleição, dará à virtual candidata do PT, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. "Essa é a opção, ter dois palanques", diz o vereador Alfredo Sirkis (PV-RJ). Hoje Gabeira se reúne com Marina para tratar do assunto.
A pré-candidatura Gabeira deve complicar o quadro eleitoral para o governador Sérgio Cabral. Em pesquisa do Instituto Brasileiro de Pesquisa Social (IBPS) realizada entre 23 e 27 de julho com 2 mil eleitores no Estado, Cabral apareceu com 28% das intenções de voto, seguido por Gabeira, com 21%. O ex-governador do Rio Anthony Garotinho (PR) obteve 17%, enquanto o prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias (PT), tinha 9%. Cabral luta para ter menos concorrentes e tenta tirar da disputa Lindberg Farias, do PT.
Aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governador do Rio tem tentado convencer Dilma a tirar Lindberg da corrida ao governo estadual. Uma das alternativas para Lindberg seria concorrer ao Senado .
No PV do Rio, existem ainda diferenças com o DEM, especialmente com o ex-prefeito da capital, Cesar Maia, que tem declarado apoio a Gabeira. A avaliação de políticos do PV é de que a eventual aliança com o ex-prefeito, que deve concorrer ao Senado, vai contra o discurso de renovação de Gabeira. Em 2008, Maia fechou com Gabeira no segundo turno, após a derrota da deputada federal Solange Amaral (DEM).
Não se iludam petistas, Marina foi para a oposição. A mágoa com Lula foi maior que a justificável.
ResponderExcluirAonde o PV é mais ou menos é aliado dos tucanos. Inclusive no Tocantins com Kátia Abreu a tiracolo.
E vai com Cristóvão a tiracolo.
Esse Gabeira não é aquele que, pedindo uma pizza por telefone, quase entregou o local em que estava o embaixador americano?
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