Está no blog do jornalista Reinaldo Azevedo, colunista de Veja, a mais perfeita tradução da candidatura de Marina Silva à presidência, do ponto de vista da direita - que não é, claro, a deste blog. Mas vale a pena conhecer, digamos assim, as idéias desta gente sobre a possível candidata do PV em 2010.
Da alternativa histérica à alternativa esotérica
segunda-feira, 10 de agosto de 2009 | 18:57
Aqui e ali me pedem que escreva o que penso sobre a candidatura da senadora Marina Silva (PT-AC) à Presidência do Brasil caso ela migre para o PV. Ai, ai… Presidenta do Brasil? Para Marina, é pouco, é falta de ambição! Ela é minha candidata a santa.
Quando eu a vejo com aqueles seus xales, que imagino sempre de fios naturais, tecidos por mãos trabalhadoras que trazem os ecos ancestrais da mãe Terra, não sei se, bom cristão, caio de joelhos, ou, tocado pelo espírito de porco e anticlerical de Voltaire, imito-o quando lia uma obra de Rousseau e, em vez de ficar de joelhos, já começo logo a andar de quatro. Calma lá! Estou apenas me referindo a fases anteriores da evolução a que certo ecologismo parece remeter.
Ah, sei, Marina pode dividir o chamado “campo da esquerda”, tirando votos de Dilma etc e tal… Olhem só: Marina pode até ser boa pessoa e ter as melhores intenções. Mas, como diria Horácio, “est modus in rebus”. As coisas têm limites, medida. Lula precisou perder três eleições e ganhar a quarta para não fazer, digamos assim, besteiras essenciais — já basta as periféricas, as laterais, a que se dedica, que vão significar alguns anos de atraso para o país, coisa que veremos ao longo do tempo, quando baixar a poeira da mistificação.
Imaginem Marina presidente! Não tem jeito. Sentiria, como Voltaire ao ler Rousseau, palpitar em mim as tentações da ancestralidade. O Brasil tem hoje um setor vital para o seu desenvolvimento e para a economia do país, que responde diretamente pela comida barata a que o brasileiro tem acesso (sim, temos hoje uma das comidas mais baratas do mundo), que é satanizado em tudo quanto é rodinha dos progressistas do miolo mole: refiro-me, é óbvio, ao agronegócio. E a Marina da Floresta dos Santos dos Últimos Dias é uma das responsáveis por essa distorção.
Quer sair candidata? Que saia! Vejam só: eu não sou político. Não preciso ficar aqui com receio de tocar o xale da santa. Marina não me diz nada nem me comove. Mais ainda: o preservacionismo de matiz e matriz amazônicos não serve como parâmetro para o resto do Brasil.
“Ih, Reinaldo não está pensando estrategicamente. Marina divide os votos da esquerda, de Dilma…” É… Tio Rei já tem 47 anos e não cai mais em certas ciladas. Digamos que ela ajude a levar a disputa para o segundo turno. Entendo que os votos em Marina estão, ainda que com muitos matizes, à esquerda do eleitorado da própria Dilma. É de gente que acha que a ministra “endireitou” demais. Na hora “h”, boa parte migraria para a candidata do PT. Não acho que as oposições devam contar com essa esperança.
Pensemos ainda em outra hipótese: num eventual segundo turno, ela poria a sua plataforma verde na vitrine e esperaria para ver qual dos dois litigantes abraçaria a sua causa. Bem, muito realisticamente, eu espero que nenhum deles o faça. Marina tem todo o jeitão de ser a Heloisa Helena da vez, só que substituindo o discurso histérico pelo preservacionismo esotérico.
Perdão! Eu não tenho o que fazer com isso.
Da alternativa histérica à alternativa esotérica
segunda-feira, 10 de agosto de 2009 | 18:57
Aqui e ali me pedem que escreva o que penso sobre a candidatura da senadora Marina Silva (PT-AC) à Presidência do Brasil caso ela migre para o PV. Ai, ai… Presidenta do Brasil? Para Marina, é pouco, é falta de ambição! Ela é minha candidata a santa.
Quando eu a vejo com aqueles seus xales, que imagino sempre de fios naturais, tecidos por mãos trabalhadoras que trazem os ecos ancestrais da mãe Terra, não sei se, bom cristão, caio de joelhos, ou, tocado pelo espírito de porco e anticlerical de Voltaire, imito-o quando lia uma obra de Rousseau e, em vez de ficar de joelhos, já começo logo a andar de quatro. Calma lá! Estou apenas me referindo a fases anteriores da evolução a que certo ecologismo parece remeter.
Ah, sei, Marina pode dividir o chamado “campo da esquerda”, tirando votos de Dilma etc e tal… Olhem só: Marina pode até ser boa pessoa e ter as melhores intenções. Mas, como diria Horácio, “est modus in rebus”. As coisas têm limites, medida. Lula precisou perder três eleições e ganhar a quarta para não fazer, digamos assim, besteiras essenciais — já basta as periféricas, as laterais, a que se dedica, que vão significar alguns anos de atraso para o país, coisa que veremos ao longo do tempo, quando baixar a poeira da mistificação.
Imaginem Marina presidente! Não tem jeito. Sentiria, como Voltaire ao ler Rousseau, palpitar em mim as tentações da ancestralidade. O Brasil tem hoje um setor vital para o seu desenvolvimento e para a economia do país, que responde diretamente pela comida barata a que o brasileiro tem acesso (sim, temos hoje uma das comidas mais baratas do mundo), que é satanizado em tudo quanto é rodinha dos progressistas do miolo mole: refiro-me, é óbvio, ao agronegócio. E a Marina da Floresta dos Santos dos Últimos Dias é uma das responsáveis por essa distorção.
Quer sair candidata? Que saia! Vejam só: eu não sou político. Não preciso ficar aqui com receio de tocar o xale da santa. Marina não me diz nada nem me comove. Mais ainda: o preservacionismo de matiz e matriz amazônicos não serve como parâmetro para o resto do Brasil.
“Ih, Reinaldo não está pensando estrategicamente. Marina divide os votos da esquerda, de Dilma…” É… Tio Rei já tem 47 anos e não cai mais em certas ciladas. Digamos que ela ajude a levar a disputa para o segundo turno. Entendo que os votos em Marina estão, ainda que com muitos matizes, à esquerda do eleitorado da própria Dilma. É de gente que acha que a ministra “endireitou” demais. Na hora “h”, boa parte migraria para a candidata do PT. Não acho que as oposições devam contar com essa esperança.
Pensemos ainda em outra hipótese: num eventual segundo turno, ela poria a sua plataforma verde na vitrine e esperaria para ver qual dos dois litigantes abraçaria a sua causa. Bem, muito realisticamente, eu espero que nenhum deles o faça. Marina tem todo o jeitão de ser a Heloisa Helena da vez, só que substituindo o discurso histérico pelo preservacionismo esotérico.
Perdão! Eu não tenho o que fazer com isso.
É, meu caro, só assim mesmo pra eu ler alguma coisa desse senhor.
ResponderExcluirAgora, a contar que se trata de uma figura da direita, isto é, de uma estirpe mestre -- ou melhor, pós-doutorada -- em organização, em mandar, e em realpolitik desavergonhada (veja bem, "desavergonhada"; nada contra a realpolitik)... se ele diz que Marina não tem chance, eu topo acreditar.
Claro, não desejo o fracasso de Marina simplesmente por eventualmente se opor ao PT. Mas quando é o futuro do país que está em jogo, só posso torcer para que ela mantenha a briga no âmbito intrapartidário. Ela é "jovem", com seus hábitos sustentáveis viverá muito. Com certeza terá sua chance ainda. Precisa ser Governadora antes!
Um abraço!
Não sabia que esse sujeito era capaz de pensar. Está correto, o que ele não vê é a possibilidade do Serra ganhar no primeiro turno por causa de Marinas, HHs, Buarques e outros inomináveis. E tem também o The Soninha effect, que seria ela apoiar o Vampiro no segundo turno em troca sabe lá deus do que...
ResponderExcluirPuta que pariu, não dá pra ler esse cara não...
ResponderExcluirNossa, sem chance....
ResponderExcluirOs textos desse cara são o cúmulo da chatice!
Nessa vida, meu bom, ninguém gosta de coisa chata!
Blargh! para a Santa Marina e para chatíssimo direitão.
ResponderExcluirLuiz Antonio,
ResponderExcluirDá uma resumidinha!
Não dá prá ler o rei do esgoto sem beber uns tragos...
E tem analista politico que tem coragem de falar que o Serra é de esquerda.
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