A reportagem abaixo, da Agência Estado, revela que está mesmo em curso um acordo para preservar o líder tucano Arthur Virgílio (PSDB) em troca, provavelmente, da permanência de José Sarney (PMDB-AP) na presidência do Senado. Chamado de "coronel de merda" por Renan Calheiros (PMDB-AL), Tasso pediu desculpas por ter qualificado o colega de "cangaceiro de terceira categoria". Realmente, do jeito que estava era muito difícil continuar. Em momentos como este, alguém pisca primeiro, isto é, baixa a guarda e a luta termina. Neste caso, parece que a ação dos peemedebistas contra Virgílio foi incisiva o suficiente para que a negociação política voltasse a se dar no plano do que os parlamentares consideram um "debate civilizado". Tudo somado, entre mortos e feridos, salvam-se todos. E vida que segue...
Tasso pede desculpas e abre caminho para acordo
Senador tucano prega entendimento entre senadores para arrefecer a crise no Senado
Carol Pires - AE
BRASÍLIA - Em tom conciliador, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), discursou da tribuna no Senado nesta terça-feira, 11, pregando um entendimento entre os senadores para arrefecer a crise que assola a Casa na esteira das denúncias contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Tasso pediu desculpas por ter travado na semana passado, em plenário, um bate-boca com o líder do PMDB, senador Renan Calheiros (AL).
O discurso é parte do acordo que vem sendo costurado entre governo e oposição para dar fim à crise no Senado e salvar Arthur Virgílio (PSDB-AM), líder dos tucanos, e José Sarney (PMDB-AP), presidente do Senado. O 'acordão' começou a ser debatido na segunda-feira, 10, e líderes como Renan Calheiros (PMDB-AL), Aloízio Mercadante (PT-SP) e Sérgio Guerra (PSDB-PE) estão engajados para que ele seja fechado.
Jereissati disse que os senadores deveriam, antes de declarar guerra uns aos outros, ter-se unido "para tentar de vez dar um esclarecimento definitivo a isso, propor uma reforma de profundidade dentro do sistema de administração que faz nesta Casa, propor inclusive ao longo disso uma reforma política e uma reforma eleitoral".
Tasso Jereissati pediu desculpas pelo episódio da semana passada, quando chamou o senador Renan Calheiros (PMDB-AP) de "cangaceiro de terceira categoria", após ter sido chamado pelo senador alagoano de "coronel de merda".
"Vou fazer o possível para que não se repita o que aconteceu, porque não acho, de maneira nenhuma, dignificante o que aconteceu. Mas também vou continuar com uma firmeza muito maior do que antes a lutar contra essa indignidade de existência de tropas de choque, de posições menores", disse o senador tucano.
José Sarney presidiu a sessão e, ao ouvir do senador Almeida Lima (PMDB-SE) um pedido para que encurtasse o tempo concedido para pronunciamento de cada senador, pediu paciência. "Prorroguei o tempo porque o senador Tasso Jereissati está fazendo um discurso que se destina a encerrar um episódio nesta Casa que todos desejamos que seja encerrado. E, assim, justifica que a Mesa tenha uma certa tolerância nos prazos do seu discurso", disse Sarney.
Vários senadores da base aliada ao governo e da oposição fizeram apartes ao discurso de Tasso Jereissati para declarar apoio ao senador tucano. "Fico satisfeito de ouvir uma voz razoável aqui na tribuna, chamando a atenção do destino que nos reserva esse tipo de conflito que foi criado entre nós. (...) O que me preocupa é que diante da brutalidade, a paz é sinônimo de covardia", disse o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), primeiro senador a comentar o discurso de Jereissati.
Tasso pede desculpas e abre caminho para acordo
Senador tucano prega entendimento entre senadores para arrefecer a crise no Senado
Carol Pires - AE
BRASÍLIA - Em tom conciliador, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), discursou da tribuna no Senado nesta terça-feira, 11, pregando um entendimento entre os senadores para arrefecer a crise que assola a Casa na esteira das denúncias contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Tasso pediu desculpas por ter travado na semana passado, em plenário, um bate-boca com o líder do PMDB, senador Renan Calheiros (AL).
O discurso é parte do acordo que vem sendo costurado entre governo e oposição para dar fim à crise no Senado e salvar Arthur Virgílio (PSDB-AM), líder dos tucanos, e José Sarney (PMDB-AP), presidente do Senado. O 'acordão' começou a ser debatido na segunda-feira, 10, e líderes como Renan Calheiros (PMDB-AL), Aloízio Mercadante (PT-SP) e Sérgio Guerra (PSDB-PE) estão engajados para que ele seja fechado.
Jereissati disse que os senadores deveriam, antes de declarar guerra uns aos outros, ter-se unido "para tentar de vez dar um esclarecimento definitivo a isso, propor uma reforma de profundidade dentro do sistema de administração que faz nesta Casa, propor inclusive ao longo disso uma reforma política e uma reforma eleitoral".
Tasso Jereissati pediu desculpas pelo episódio da semana passada, quando chamou o senador Renan Calheiros (PMDB-AP) de "cangaceiro de terceira categoria", após ter sido chamado pelo senador alagoano de "coronel de merda".
"Vou fazer o possível para que não se repita o que aconteceu, porque não acho, de maneira nenhuma, dignificante o que aconteceu. Mas também vou continuar com uma firmeza muito maior do que antes a lutar contra essa indignidade de existência de tropas de choque, de posições menores", disse o senador tucano.
José Sarney presidiu a sessão e, ao ouvir do senador Almeida Lima (PMDB-SE) um pedido para que encurtasse o tempo concedido para pronunciamento de cada senador, pediu paciência. "Prorroguei o tempo porque o senador Tasso Jereissati está fazendo um discurso que se destina a encerrar um episódio nesta Casa que todos desejamos que seja encerrado. E, assim, justifica que a Mesa tenha uma certa tolerância nos prazos do seu discurso", disse Sarney.
Vários senadores da base aliada ao governo e da oposição fizeram apartes ao discurso de Tasso Jereissati para declarar apoio ao senador tucano. "Fico satisfeito de ouvir uma voz razoável aqui na tribuna, chamando a atenção do destino que nos reserva esse tipo de conflito que foi criado entre nós. (...) O que me preocupa é que diante da brutalidade, a paz é sinônimo de covardia", disse o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), primeiro senador a comentar o discurso de Jereissati.
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