Uma matéria escondidinha no pé de página da Folha de S. Paulo informa: com a queda na Selic de hoje (qualquer que seja o montante), o Brasil já não terá o maior juro real do mundo - a liderança já é da China. Estará em terceiro lugar, mas a matéria, bastante confusa, não explica se a tal liderança já não fo perdida antes mesmo da eventual redução da taxa básica por aqui. Pelas contas do blog, se o juro real está em 6,6% na China, já é mais do que os 6,5% reais do Brasil verificados em março, conforme matéria do jornal O Globo publicada em 11/03 e reproduzida abaixo.
Brasil ainda tem o maior juro real do mundo
Luciana Rodrigues
RIO - Mesmo com a decisão do Banco Central de reduzir em 1,5 ponto percentual a taxa básica de juros Selic, o Brasil continua como o país de maior taxa de juro real (descontada a inflação) do mundo. Levantamento feito pela consultoria UpTrend mostra que, considerando a inflação projetada para os próximos 12 meses, o juro real brasileiro é de 6,5% ao ano. A Hungria aparece em segundo lugar, com 6,2% ao ano. Argentina e China vêm em seguida, com 4,3%.
Agora, a matéria da Folha de hoje:
Com redução da Selic hoje, Brasil perde a liderança do ranking dos juros reais
FABRICIO VIEIRA, DA REPORTAGEM LOCAL
Uma redução hoje na taxa básica Selic, de qualquer magnitude, irá tirar o Brasil da liderança do ranking dos países com maior juro real do planeta. Se a expectativa do mercado de corte de um ponto percentual na Selic for ratificada, os juros reais do país descerão a 5,8%.
A liderança será assumida pela China, com taxa real de 6,6%, seguida pela Hungria, com 6,4%. Desde 2003, o Brasil não ficava na terceira colocação do ranking, que considera 40 países e é elaborado pela UpTrend Consultoria Econômica.
"Essa posição não era alçada desde 2003. Isso mostra que a política de afrouxamento monetário ainda deixa o país entre os melhores pagadores de juros, principalmente se considerarmos os dois graus de investimento do Brasil", diz Jason Freitas Vieira, economista-chefe da UpTrend.
Os juros reais são calculados tendo por base a taxa básica da economia, descontando dela a inflação projetada para os 12 meses seguintes.
Mesmo com o ciclo de redução da taxa básica conduzido atualmente pelo BC, a distância das taxas reais praticadas por aqui e a da maioria dos países pesquisados é bastante elevada. A taxa média dos 40 países da pesquisa ficou em 0,2% ao ano.
As taxas reais de juros são uma importante referência para o setor privado na hora de planejar seus investimentos. Também são acompanhadas com atenção pelo capital especulativo, que busca os países que mais pagam oferendo os menores riscos.
Entre as economias mais importantes da América Latina, a distância dos juros em relação ao Brasil é ainda maior. O México, por exemplo, está com taxa real de 0%. No Chile, essa taxa está negativa em 3,1%.
Hoje o Copom anuncia como fica a taxa básica Selic. A maioria do mercado projeta que os juros sejam reduzidos em um ponto percentual -de 11,25% para 10,25% anuais.
"A percepção de indícios de reativação da demanda interna tem crescido. Isso se refletiu nas apostas do mercado em relação ao resultado do Copom, que passaram a se concentrar num corte de um ponto, desfecho que desde meados de março consideramos o mais provável e que agora reiteramos", avalia a LCA Consultores. Mas há quem ainda projete um corte maior, de 1,5 ponto, como a Gradual Investimentos. Até o fim do ano, os analistas esperam que a taxa básica desça para 9,25%.
Brasil ainda tem o maior juro real do mundo
Luciana Rodrigues
RIO - Mesmo com a decisão do Banco Central de reduzir em 1,5 ponto percentual a taxa básica de juros Selic, o Brasil continua como o país de maior taxa de juro real (descontada a inflação) do mundo. Levantamento feito pela consultoria UpTrend mostra que, considerando a inflação projetada para os próximos 12 meses, o juro real brasileiro é de 6,5% ao ano. A Hungria aparece em segundo lugar, com 6,2% ao ano. Argentina e China vêm em seguida, com 4,3%.
Agora, a matéria da Folha de hoje:
Com redução da Selic hoje, Brasil perde a liderança do ranking dos juros reais
FABRICIO VIEIRA, DA REPORTAGEM LOCAL
Uma redução hoje na taxa básica Selic, de qualquer magnitude, irá tirar o Brasil da liderança do ranking dos países com maior juro real do planeta. Se a expectativa do mercado de corte de um ponto percentual na Selic for ratificada, os juros reais do país descerão a 5,8%.
A liderança será assumida pela China, com taxa real de 6,6%, seguida pela Hungria, com 6,4%. Desde 2003, o Brasil não ficava na terceira colocação do ranking, que considera 40 países e é elaborado pela UpTrend Consultoria Econômica.
"Essa posição não era alçada desde 2003. Isso mostra que a política de afrouxamento monetário ainda deixa o país entre os melhores pagadores de juros, principalmente se considerarmos os dois graus de investimento do Brasil", diz Jason Freitas Vieira, economista-chefe da UpTrend.
Os juros reais são calculados tendo por base a taxa básica da economia, descontando dela a inflação projetada para os 12 meses seguintes.
Mesmo com o ciclo de redução da taxa básica conduzido atualmente pelo BC, a distância das taxas reais praticadas por aqui e a da maioria dos países pesquisados é bastante elevada. A taxa média dos 40 países da pesquisa ficou em 0,2% ao ano.
As taxas reais de juros são uma importante referência para o setor privado na hora de planejar seus investimentos. Também são acompanhadas com atenção pelo capital especulativo, que busca os países que mais pagam oferendo os menores riscos.
Entre as economias mais importantes da América Latina, a distância dos juros em relação ao Brasil é ainda maior. O México, por exemplo, está com taxa real de 0%. No Chile, essa taxa está negativa em 3,1%.
Hoje o Copom anuncia como fica a taxa básica Selic. A maioria do mercado projeta que os juros sejam reduzidos em um ponto percentual -de 11,25% para 10,25% anuais.
"A percepção de indícios de reativação da demanda interna tem crescido. Isso se refletiu nas apostas do mercado em relação ao resultado do Copom, que passaram a se concentrar num corte de um ponto, desfecho que desde meados de março consideramos o mais provável e que agora reiteramos", avalia a LCA Consultores. Mas há quem ainda projete um corte maior, de 1,5 ponto, como a Gradual Investimentos. Até o fim do ano, os analistas esperam que a taxa básica desça para 9,25%.
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