A Folha de S. Paulo traz nesta segunda-feira uma boa reportagem de Fernando Barros de Mello, reproduzida abaixo, sobre os gastos com publicidade dos governos federal, de São Paulo e de Minas Gerais. Segundo a matéria, reproduzida abaixo para os leitores do Entrelinhas, o governo paulista deverá gastar neste ano R$ 227 milhões em propaganda contra R$ 155 milhões previstos pela Secretaria de Comunicação Social do governo federal. A matéria informa que nas despesas do governo federal não estão incluídos os gastos de ministérios e estatais, mas não informa se o mesmo vale para o governo de São Paulo (gastos de secretarias e estatais). Assim, no que é possível comparar, pode-se dizer que Serra vai gastar mais do que Lula em publicidade em 2009. Naturalmente, este título jamais seria publicado. Não na Folha... A seguir, a íntegra da matéria.
Pré-candidatos turbinam publicidade rumo a 2010
Previsão de gastos neste ano subiu nos governos federal, de São Paulo e Minas Serra, Dilma e Aécio são hoje cotados para sucessão de Lula; valores do orçamento de 2010 são afetados pela expectativa de gastos agora
FERNANDO BARROS DE MELLO
DA REPORTAGEM LOCAL
Os principais pré-candidatos à Presidência estão unidos em um aspecto: seus governos reforçaram o orçamento previsto para publicidade em 2009. É o caso da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), e dos governadores tucanos Aécio Neves (MG) e José Serra (SP).
As previsões de subida para este ano estão acima da inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que fechou 2008 em 5,9%. Mesmo com a crise econômica, ainda não há confirmação de cortes de verbas na área.
Em São Paulo, a expectativa de gastos (excluindo estatais) cresceu 43,6%. Em 2008, foram R$ 158 milhões. Para este ano, previu-se R$ 227 milhões.
"O valor compreende a divulgação de uma série de novos programas, que só têm razão de existir com a efetiva comunicação à população", afirma o governo paulista. "É o caso da Nota Fiscal Paulista: o projeto só funciona se a população souber de sua existência e pedir a nota ao fazer compras. Com um investimento de R$ 40 milhões em campanhas, a previsão de arrecadação é de R$ 4 bilhões."
No governo federal, o orçamento da Secom (Secretaria de Comunicação Social) saiu de R$ 123,2 milhões para R$ 155 milhões este ano, o que representa um acréscimo de 25,81%.
"O aumento ocorreu porque em 2009 serão realizados os serviços de relações públicas voltados para promover a imagem do país no exterior, os serviços de pesquisas de opinião [sobre programas como PAC e Bolsa Família] e também os serviços de reformulação dos portais de internet, que juntos somam R$ 31 milhões", diz a assessoria de imprensa.
O orçamento da Secom inclui propaganda de ações governamentais. Não estão incluídos publicidade de estatais ou de "utilidade pública" dos ministérios, cujas verbas também cresceram em 2008 para dotação de R$ 542 milhões. No ano passado, o total gasto pelo governo chegou a mais de R$ 1 bilhão (leia texto nesta página).
Em Minas Gerais, a previsão orçamentária é de crescimento de 35,7%, ou R$ 40,7 milhões contra R$ 30 milhões em 2008. Mas, nos últimos dois anos, o gasto foi maior que o previsto inicialmente, cerca de R$ 80 milhões. Segundo o governo, o total de contratos licitados neste ano é de R$ 70 milhões.
"Os valores constantes na abertura dos orçamentos não correspondem, necessariamente, à expectativa de investimento total na área. Em qualquer área da administração, o valor pode ser suplementado ou contingenciado", disse a assessoria de imprensa.
"O valor licitado para comunicação atende a 18 secretarias e 14 órgãos e, ao contrário de outras esferas da administração pública, inclui patrocínios de feiras, eventos esportivos e culturais, realizados pela iniciativa privada, comunicação interna, apoio a Rede Minas e Rádio Inconfidência (emissoras públicas), entre outros."
Rumo a 2010
O orçamento para publicidade de 2010, um ano eleitoral, é afetado pelos valores de 2009, já que não pode ser maior que a média dos três anos anteriores.
A campanha presidencial já virou tema este ano. Dilma intensificou agendas e viagens. No PSDB, o debate está em torno das prévias para definir a disputa entre Serra, atualmente o favorito por conta da liderança nas pesquisas, e Aécio.
Segundo a mais recente pesquisa Datafolha, o paulista tem 41%. No mesmo cenário, Dilma tem 11% (eram 3% há um ano). Aécio tem entre 12% e 22%, dependendo do quadro.
As peças veiculadas até o momento focam vitrines das administrações. O governo federal investe em propagandas do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Essas ações têm, segundo o governo, o "objetivo de mostrar que o Brasil está preparado para enfrentar a crise externa".
No ar até este mês, o custo das propagandas do PAC é estimado em R$ 30 milhões. Outros R$ 15 milhões foram para a campanha do programa Minha Casa, Minha Vida, que ainda está no papel, mas prevê a construção de 1 milhão de casas.
São Paulo aposta na divulgação do plano de expansão do metrô, das faculdades técnicas e do Rodoanel. O governo contratou em 2008 agências para comunicação do Metrô e CPTM (total de R$ 57 milhões).
Segundo a Secretaria de Transportes, são campanhas de "esclarecimento e informação sobre o transporte coletivo aos usuários e população em geral, assim como para a comunicação das medidas de modernização e ampliação da rede".
Pré-candidatos turbinam publicidade rumo a 2010
Previsão de gastos neste ano subiu nos governos federal, de São Paulo e Minas Serra, Dilma e Aécio são hoje cotados para sucessão de Lula; valores do orçamento de 2010 são afetados pela expectativa de gastos agora
FERNANDO BARROS DE MELLO
DA REPORTAGEM LOCAL
Os principais pré-candidatos à Presidência estão unidos em um aspecto: seus governos reforçaram o orçamento previsto para publicidade em 2009. É o caso da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), e dos governadores tucanos Aécio Neves (MG) e José Serra (SP).
As previsões de subida para este ano estão acima da inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que fechou 2008 em 5,9%. Mesmo com a crise econômica, ainda não há confirmação de cortes de verbas na área.
Em São Paulo, a expectativa de gastos (excluindo estatais) cresceu 43,6%. Em 2008, foram R$ 158 milhões. Para este ano, previu-se R$ 227 milhões.
"O valor compreende a divulgação de uma série de novos programas, que só têm razão de existir com a efetiva comunicação à população", afirma o governo paulista. "É o caso da Nota Fiscal Paulista: o projeto só funciona se a população souber de sua existência e pedir a nota ao fazer compras. Com um investimento de R$ 40 milhões em campanhas, a previsão de arrecadação é de R$ 4 bilhões."
No governo federal, o orçamento da Secom (Secretaria de Comunicação Social) saiu de R$ 123,2 milhões para R$ 155 milhões este ano, o que representa um acréscimo de 25,81%.
"O aumento ocorreu porque em 2009 serão realizados os serviços de relações públicas voltados para promover a imagem do país no exterior, os serviços de pesquisas de opinião [sobre programas como PAC e Bolsa Família] e também os serviços de reformulação dos portais de internet, que juntos somam R$ 31 milhões", diz a assessoria de imprensa.
O orçamento da Secom inclui propaganda de ações governamentais. Não estão incluídos publicidade de estatais ou de "utilidade pública" dos ministérios, cujas verbas também cresceram em 2008 para dotação de R$ 542 milhões. No ano passado, o total gasto pelo governo chegou a mais de R$ 1 bilhão (leia texto nesta página).
Em Minas Gerais, a previsão orçamentária é de crescimento de 35,7%, ou R$ 40,7 milhões contra R$ 30 milhões em 2008. Mas, nos últimos dois anos, o gasto foi maior que o previsto inicialmente, cerca de R$ 80 milhões. Segundo o governo, o total de contratos licitados neste ano é de R$ 70 milhões.
"Os valores constantes na abertura dos orçamentos não correspondem, necessariamente, à expectativa de investimento total na área. Em qualquer área da administração, o valor pode ser suplementado ou contingenciado", disse a assessoria de imprensa.
"O valor licitado para comunicação atende a 18 secretarias e 14 órgãos e, ao contrário de outras esferas da administração pública, inclui patrocínios de feiras, eventos esportivos e culturais, realizados pela iniciativa privada, comunicação interna, apoio a Rede Minas e Rádio Inconfidência (emissoras públicas), entre outros."
Rumo a 2010
O orçamento para publicidade de 2010, um ano eleitoral, é afetado pelos valores de 2009, já que não pode ser maior que a média dos três anos anteriores.
A campanha presidencial já virou tema este ano. Dilma intensificou agendas e viagens. No PSDB, o debate está em torno das prévias para definir a disputa entre Serra, atualmente o favorito por conta da liderança nas pesquisas, e Aécio.
Segundo a mais recente pesquisa Datafolha, o paulista tem 41%. No mesmo cenário, Dilma tem 11% (eram 3% há um ano). Aécio tem entre 12% e 22%, dependendo do quadro.
As peças veiculadas até o momento focam vitrines das administrações. O governo federal investe em propagandas do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Essas ações têm, segundo o governo, o "objetivo de mostrar que o Brasil está preparado para enfrentar a crise externa".
No ar até este mês, o custo das propagandas do PAC é estimado em R$ 30 milhões. Outros R$ 15 milhões foram para a campanha do programa Minha Casa, Minha Vida, que ainda está no papel, mas prevê a construção de 1 milhão de casas.
São Paulo aposta na divulgação do plano de expansão do metrô, das faculdades técnicas e do Rodoanel. O governo contratou em 2008 agências para comunicação do Metrô e CPTM (total de R$ 57 milhões).
Segundo a Secretaria de Transportes, são campanhas de "esclarecimento e informação sobre o transporte coletivo aos usuários e população em geral, assim como para a comunicação das medidas de modernização e ampliação da rede".
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