O Brasil é mesmo surreal. A matéria abaixo, da Folha de S. Paulo, informa que o líder da tal frente parlamentar contra a corrupção contratou sua empregada doméstica pelo seu gabinete na Câmara Federal. Ou seja, da mesma maneira que Izolda, a empregada de Alberto Fraga (DEM-DF), Maria Helena recebia seus proventos com o seu, o meu o nosso... Mas o mais interessante é perceber que Arnaldo Jardim (PPS-SP), paladino da ética, só percebeu o "deslize" depois que o caso de Izolda apareceu na mídia: "pensei que ela pudesse não só ajudar aqui no gabinete como também no apartament". Pensou errado, o nobre parlamentar, e a justificativa é terrivelmente ruim. Este blog aposta que a prática está disseminada na Câmara Federal e o que vai ter de doméstica perdendo o emprego neste mês não está escrito... Aliás, a Folha bem que podia ter perguntado ao deputado se ele pelo menos vai recontratar sua doméstica e pagar a conta do próprio bolso...
Mais uma empregada de deputado é paga com verba da Câmara
Arnaldo Jardim (PPS-SP), da Frente Parlamentar Anticorrupção, paga a Maria Helena de Jesus salário de secretária parlamentar
Doméstica foi exonerada, diz congressista; "Pensei que ela pudesse não só ajudar aqui no gabinete como também no apartamento"
FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
No dia 3 de março, o deputado federal Arnaldo Jardim (PPS-SP) promoveu um jantar de lançamento da Frente Parlamentar Anticorrupção no seu apartamento em Brasília. Na organização do evento estava a empregada doméstica Maria Helena de Jesus, que teve seu salário pago como secretária parlamentar de Jardim nos últimos dois anos e meio.
Para fazer serviços no apartamento de Jardim no bloco A da quadra 311 sul, ela recebe salário bruto de R$ 1.608,10. Dinheiro da Câmara. "Lavo, passo, cozinho", disse à Folha.
No jantar para 30 deputados que buscavam o rótulo de grupo de éticos, não cozinhou, já que o anfitrião pediu comida em um bufê. "Foi de repente. Não deu tempo de fazer nada."
A frente surgiu em decorrência das acusações lançadas pelo senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) em entrevista à revista "Veja" e numa tentativa de o Congresso dar uma resposta às acusações de desvios éticos nos últimos meses.
Na semana passada, a Folha revelou que o deputado licenciado Alberto Fraga (DEM-DF) utilizava-se do mesmo expediente para pagar sua empregada -no caso, ela era contratada no gabinete do seu suplente, Osório Adriano (DEM-DF).
Como Fraga não está no exercício do mandato, foi logo descartada a abertura de procedimento no Conselho de Ética. Jardim, por outro lado, ex-vice-líder do PPS, está no pleno exercício de seu mandato.
Jardim afirmou que, ao ler a reportagem sobre Fraga, decidiu exonerar sua empregada. Mas, por um acordo com ela, decidiu que sua saída será oficializada só na próxima sexta.
"Pensei que ela pudesse não só ajudar esporadicamente no gabinete como também prestando serviço no apartamento. Quando eu soube que isso não era possível, eu a desliguei."
Jardim disse não ver conflito ético no fato de a empregada ser paga com dinheiro público. "Do ponto de vista ético, não [vejo problema], mas, do ponto de vista regimental, vejo", afirmou. "Entendi que o cargo podia ser usado como apoio ao mandato parlamentar." O deputado disse que ela presta esporadicamente serviços em seu gabinete, servindo café.
Maria Helena trabalha para deputados desde julho de 2004. Antes de Jardim, era secretária parlamentar fazendo serviços domésticos para o deputado José Chaves (PTB-PE).
Em janeiro de 2007, mudou para o gabinete do ex-deputado Charles Lucena (PTB-PE), onde ficou um mês. Desde fevereiro daquele ano, está com Jardim. Conhecida como Fofa entre as amigas empregadas da quadra 311, ela ontem procurava uma nova "colocação".
Mais uma empregada de deputado é paga com verba da Câmara
Arnaldo Jardim (PPS-SP), da Frente Parlamentar Anticorrupção, paga a Maria Helena de Jesus salário de secretária parlamentar
Doméstica foi exonerada, diz congressista; "Pensei que ela pudesse não só ajudar aqui no gabinete como também no apartamento"
FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
No dia 3 de março, o deputado federal Arnaldo Jardim (PPS-SP) promoveu um jantar de lançamento da Frente Parlamentar Anticorrupção no seu apartamento em Brasília. Na organização do evento estava a empregada doméstica Maria Helena de Jesus, que teve seu salário pago como secretária parlamentar de Jardim nos últimos dois anos e meio.
Para fazer serviços no apartamento de Jardim no bloco A da quadra 311 sul, ela recebe salário bruto de R$ 1.608,10. Dinheiro da Câmara. "Lavo, passo, cozinho", disse à Folha.
No jantar para 30 deputados que buscavam o rótulo de grupo de éticos, não cozinhou, já que o anfitrião pediu comida em um bufê. "Foi de repente. Não deu tempo de fazer nada."
A frente surgiu em decorrência das acusações lançadas pelo senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) em entrevista à revista "Veja" e numa tentativa de o Congresso dar uma resposta às acusações de desvios éticos nos últimos meses.
Na semana passada, a Folha revelou que o deputado licenciado Alberto Fraga (DEM-DF) utilizava-se do mesmo expediente para pagar sua empregada -no caso, ela era contratada no gabinete do seu suplente, Osório Adriano (DEM-DF).
Como Fraga não está no exercício do mandato, foi logo descartada a abertura de procedimento no Conselho de Ética. Jardim, por outro lado, ex-vice-líder do PPS, está no pleno exercício de seu mandato.
Jardim afirmou que, ao ler a reportagem sobre Fraga, decidiu exonerar sua empregada. Mas, por um acordo com ela, decidiu que sua saída será oficializada só na próxima sexta.
"Pensei que ela pudesse não só ajudar esporadicamente no gabinete como também prestando serviço no apartamento. Quando eu soube que isso não era possível, eu a desliguei."
Jardim disse não ver conflito ético no fato de a empregada ser paga com dinheiro público. "Do ponto de vista ético, não [vejo problema], mas, do ponto de vista regimental, vejo", afirmou. "Entendi que o cargo podia ser usado como apoio ao mandato parlamentar." O deputado disse que ela presta esporadicamente serviços em seu gabinete, servindo café.
Maria Helena trabalha para deputados desde julho de 2004. Antes de Jardim, era secretária parlamentar fazendo serviços domésticos para o deputado José Chaves (PTB-PE).
Em janeiro de 2007, mudou para o gabinete do ex-deputado Charles Lucena (PTB-PE), onde ficou um mês. Desde fevereiro daquele ano, está com Jardim. Conhecida como Fofa entre as amigas empregadas da quadra 311, ela ontem procurava uma nova "colocação".
Esses paladinos da moralidade pública do bloco demo/psdb com o apêndice do pps estão ficando cada dia mais engraçadinhos, mas de bobinhos não tem nada. Apontam e acusam (nem provas precisam para agradar a grande imprensa) e se escondem atrás da degradante proteção de quem eles vivem acusando. Onde estavam os parlamentares petistas, inclusive o ex-presidente da câmara que não viram essas aberrações?
ResponderExcluirO incrível é que esses personagens aleguem: "Não sabia que não podia..."
ResponderExcluirAo menos na Itália hà uma Lei sobre as Leis que diz "A Lei não admite ignorancia"; assim ninguém tem a cara de pau de utilizar essa desculpa estapafurdia. Não basta, mas já é alguma coisa.