Pular para o conteúdo principal

O segundo caminho das borboletas

Mais um pequeno escândalo no Congresso, desta vez envolvendo a apresentadora Adriane Galisteu, que teria recebido passagens aéreas de seu namorado, hoje ex-namorado, o deputado Fabio Faria (PMN-RN). Este blogueiro não acompanha a revista Caras, então não pode afirmar com certeza se a ex de Ayrton Senna já foi mesmo "companheira" do nobre parlamentar. Talvez tenha sido, mas o fato apenas demonstra que a cara de pau independe da quantidade de dinheiro que a pessoa tenha no banco - Galisteu certamente não tem pouco. Um pouco de elegância não custa nada a ninguém, o deputado poderia perfeitamente ter presenteado a namoradinha com seus próprios recursos. O que não dá para aceitar é o sujeito usar o meu, o seu, o nosso para fazer galanteios, no que aparentemente foi bem sucedido. A seguir, a matéria da Folha Online sobre o assunto.

Deputado diz que Galisteu era sua "companheira" quando usou passagens da Câmara

MÁRCIO FALCÃO
da Folha Online, em Brasília

O deputado Fabio Faria (PMN-RN) confirmou que parte da sua cota de passagens aéreas da Câmara foi usada pela apresentadora Adriane Galisteu, sua ex-namorada. Por meio de sua assessoria, Faria disse que Adriane era sua "companheira" quando as passagens foram usadas.

Segundo a assessoria da apresentadora, Galisteu vai comentar o assunto após às 19h30.

Segundo reportagem do site "Congresso Em Foco", Faria pagou passagens para Adriane, para a mãe dela, Emma Galisteu, e para um amigo da apresentadora, Claudio Torelli, no período de 2007 a 2008. Somadas, as passagens custaram à Câmara cerca de R$ 11 mil.

Por entender que tinha um "vínculo" com Adriane, o deputado não ressarciu à Câmara o valor das passagens usadas pela apresentadora, sua mãe e amigo.

Faria disse, entretanto, que ressarciu à Câmara o valor das passagens usadas pelos atores Kayky Brito, Sthefany Brito e Samara Felippo, que participaram do carnaval fora de época em Natal, em dezembro de 2007. Eles foram convidados para o camarote que o deputado organizou para o evento..

O deputado divulgou nota nesta terça-feira afirmando que foram identificadas "falhas pontuais, mas que já corrigiu o erro devolvendo o dinheiro aos cofres do Legislativo".

Na nota, Faria afirmou que deixou sob os cuidados de seus assessores a responsabilidade na reserva dos bilhetes aéreos. "A questão relativa à emissão de passagens aéreas é uma atribuição administrativa com a qual nunca lidei pessoalmente, deixando os detalhes dessa tarefa burocrática a cargo do corpo técnico de meu gabinete. Sempre orientei o corpo técnico de meu gabinete para que atuasse em consonância com os documentos legais em vigor."

O deputado, que é conhecido pelo bom trânsito entre os artistas, teria ainda reservado passagens para a cantora Preta Gil, e as atrizes Priscila Fantin, sua ex-namorada, e Débora Secco --que acabaram canceladas.

Câmara

O presidente da Câmara, deputado Michel Temer (PMDB-SP), disse que cabe ao próprio parlamentar julgar se agiu corretamente, uma vez que a resolução da Casa que regulamenta a utilização das passagens não proibe que terceiros utilizem a cota.

Temer disse que cabe a Fabio Faria decidir se vai devolver os recursos ao Congresso ou apresentar suas justificativas formais pelo repasse das passagens aos artistas. "Não é o padrão normal. Mas ele tem que responder por isso. Se achar que deve, e esse é um juízo dele, devolve esses recursos para a Câmara. Se achar que não, apresenta as suas justificativas", afirmou Temer.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Rogério Andrade, o rei do bicho

No dia 23 de novembro do ano passado, o pai de Rodrigo Silva das Neves, cabo da Polícia Militar do Rio de Janeiro, foi ao batalhão da PM de Bangu, na Zona Oeste carioca, fazer um pedido. O homem, um subtenente bombeiro reformado, queria que os policiais do quartel parassem de bater na porta de sua casa à procura do filho — cuja prisão fora decretada na semana anterior, sob a acusação de ser um dos responsáveis pelo assassinato cinematográfico do bicheiro Fernando Iggnácio, executado com tiros de fuzil à luz do dia num heliporto da Barra da Tijuca. Quando soube que estava sendo procurado, o PM fugiu, virou desertor. Como morava numa das maiores favelas da região, a Vila Aliança, o pai de Neves estava preocupado com “ameaças e cobranças” de traficantes que dominam o local por causa da presença frequente de policiais. Antes de sair, no entanto, o bombeiro confidenciou aos agentes do Serviço Reservado do quartel que, “de fato, seu filho trabalhava como segurança do contraventor Rogério And...

No pior clube

O livro O Crepúsculo da Democracia, da escritora e jornalista norte-americana Anne Applebaum, começa numa festa de Réveillon. O local: Chobielin, na zona rural da Polônia. A data: a virada de 1999 para o ano 2000. O prato principal: ensopado de carne com beterrabas assadas, preparado por Applebaum e sua sogra. A escritora, que já recebeu o maior prêmio do jornalismo nos Estados Unidos, o Pulitzer, é casada com um político polonês, Radosław Sikorski – na época, ele ocupava o cargo de ministro do Interior em seu país. Os convidados: escritores, jornalistas, diplomatas e políticos. Segundo Applebaum, eles se definiam, em sua maioria, como “liberais” – “pró-Europa, pró-estado de direito, pró-mercado” – oscilando entre a centro-direita e a centro-esquerda. Como costuma ocorrer nas festas de Réveillon, todos estavam meio altos e muito otimistas em relação ao futuro. Todos, é claro, eram defensores da democracia – o regime que, no limiar do século XXI, parecia ser o destino inevitável de toda...

Dúvida atroz

A difícil situação em que se encontra hoje o presidente da República, com 51% de avaliação negativa do governo, 54% favoráveis ao impeachment e rejeição eleitoral batendo na casa dos 60%, anima e ao mesmo tempo impõe um dilema aos que articulam candidaturas ditas de centro: bater em quem desde já, Lula ou Bolsonaro?  Há quem já tenha a resposta, como Ciro Gomes (PDT). Há também os que concordam com ele e vejam o ex-presidente como alvo preferencial. Mas há quem prefira investir prioritariamente no derretimento do atual, a ponto de tornar a hipótese de uma desistência — hoje impensável, mas compatível com o apreço presidencial pelo teatro da conturbação — em algo factível. Ao que tudo indica, só o tempo será capaz de construir um consenso. Se for possível chegar a ele, claro. Por ora, cada qual vai seguindo a sua trilha. Os dois personagens posicionados na linha de tiro devido à condição de preferidos nas pesquisas não escondem o desejo de se enfrentar sem os empecilhos de terceira,...