Manchete do portal UOL, do Grupo Folha:
Emprego formal tem pior trimestre desde 1999
O título em questão se refere aos dados comentados no post anterior, sobre a evolução do emprego formal, de acordo com os dados coletados no Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho. É evidente que a notícia mais relevante na série é a recuperação verificada em março (e também em fevereiro), mas o portal preferiu destacar a soma do trimestre, que junta uma notícia velha (o enorme desemprego de janeiro, quando os efeitos da crise mundial bateram mais forte) e transforma um fato - a recuperação do mercado formal de trabalho - em um factóide, o tal "pior trimestre desde 1999".
Este blog não se cansa de repetir: notícia é quando o homem morde o cachorro, e não o oposto. O fato do emprego formal ter tido o pior comportamento desde 99 neste trimestre era esperado e óbvio em consequência do número catastrófico de janeiro (100 mil vagas fechadas). Assim, a manchete do UOL reflete uma notícia velha, antiga de pelo menos dois meses. O saldo do trimestre ainda está negativo em pouco mais de 50 mil vagas, mas já é até provável que neste mês ou em maio o número esteja positivo de novo. Notícia mesmo, portanto, era a recuperação do mercado de trabalho formal, ainda lenta, é bem verdade, e não um quadro estanque com grande influência de um mês absolutamente atípico. O que o jornalismo econômico deve explicar são os movimentos em curso na economia real; o que o UOL fez foi procurar o pior dado para o governo e mandar brasa na manchete.
Emprego formal tem pior trimestre desde 1999
O título em questão se refere aos dados comentados no post anterior, sobre a evolução do emprego formal, de acordo com os dados coletados no Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho. É evidente que a notícia mais relevante na série é a recuperação verificada em março (e também em fevereiro), mas o portal preferiu destacar a soma do trimestre, que junta uma notícia velha (o enorme desemprego de janeiro, quando os efeitos da crise mundial bateram mais forte) e transforma um fato - a recuperação do mercado formal de trabalho - em um factóide, o tal "pior trimestre desde 1999".
Este blog não se cansa de repetir: notícia é quando o homem morde o cachorro, e não o oposto. O fato do emprego formal ter tido o pior comportamento desde 99 neste trimestre era esperado e óbvio em consequência do número catastrófico de janeiro (100 mil vagas fechadas). Assim, a manchete do UOL reflete uma notícia velha, antiga de pelo menos dois meses. O saldo do trimestre ainda está negativo em pouco mais de 50 mil vagas, mas já é até provável que neste mês ou em maio o número esteja positivo de novo. Notícia mesmo, portanto, era a recuperação do mercado de trabalho formal, ainda lenta, é bem verdade, e não um quadro estanque com grande influência de um mês absolutamente atípico. O que o jornalismo econômico deve explicar são os movimentos em curso na economia real; o que o UOL fez foi procurar o pior dado para o governo e mandar brasa na manchete.
Para quem achou pouco os 35.000 empregos formais criados no Brasil em março, nos EUA:
ResponderExcluirago -84.000
set -159.000
out -240.000
nov -533.000
dez -524.000
jan -741.000
fev -651.000
mar -663.000
obs:
todos negativos