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Efeito "filho do padre"

Não pegou nada bem a confissão do bispo Lugo, agora presidente do Paraguai. Filho fora do casamento parece ser mais bem aceito pela sociedade latino-americana do que filho do padre. O que não deixa de ter um certo sentido.

Popularidade de Lugo despenca com escândalo de paternidade

da Efe, em Assunção

A popularidade do presidente paraguaio, Fernando Lugo, despencou de 64,14% para 48,04%, após ele admitir que tem um filho de dois anos, concebido quando ele era bispo.

A queda de 16,1 pontos percentuais foi constatada por uma pesquisa de opinião publicada nesta quinta-feira pelo jornal "Última Hora".

Lugo reconheceu na segunda-feira passada (13) a paternidade de Guillermo Armindo Carrillo, nascido em 4 de maio de 2007, cinco meses após ele renunciar ao clero --em 21 de dezembro de 2006-- para se lançar na política.
Jorge Saenz-13abr.09/AP
Presidente do Paraguai, Fernando Lugo, faz entrevista coletiva para anunciar paternidade
Presidente do Paraguai, Fernando Lugo, faz entrevista coletiva para anunciar paternidade

Quando engravidou a mãe do menino, Viviana Carrillo, 26, Lugo era bispo emérito de San Pedro, um dos departamentos (Estados) mais pobres do Paraguai.

Segundo o jornal, o instituto de pesquisa Serviços Digitais S.A. perguntou, por telefone, a opinião dos paraguaios sobre Lugo e se votariam nele de novo, antes e depois de 13 de abril, dia em que o presidente admitiu publicamente a paternidade.

Antes disso, Carrillo já havia entrado com um processo reivindicando o reconhecimento da paternidade por Lugo.

Antes do escândalo, 64,14% dos consultados disseram considerar Lugo um governante honrado, proporção que caiu para 48,04% após ele reconhecer que teve relações com a jovem.

Outro segmento do estudo revela que 40,85% disseram que votariam novamente em Lugo para presidente antes de esse caso vir à tona, índice que caiu para 32,35% depois.

"O reconhecimento de Lugo de sua paternidade produziu forte impacto na sociedade paraguaia e afetou a percepção a respeito da credibilidade na honra do governante e nas intenções de voto ao mesmo", ressalta o relatório.

A pesquisa, com uma amostra de 665 entrevistados e tem nível de confiança de 95%.

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