Está nos jornais e revistas a informação de que o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) teria feito dois pagamentos de R$ 50 mil, em dinheiro vivo, para a jornalista Mônica Veloso, com quem o presidente do Senado tem uma filha, fruto de relação extraconjugal. Até aqui, tudo bem, o próprio senador já reconheceu os pagamentos, segundo ele para um fundo educacional da menina, e fez publicar os recibos de Mônica para os dois pagamentos. Ocorre que saiu em vários veículos também a informação de que esse dinheiro teria sido entregue em duas malas. A menos que Calheiros tenha mandado os cinquenta contos em notas de R$ 1, tal versão é realmente pouco crível. Se foram 500 notas de R$ 100, caberia em um envelope simples. Mesmo mil notas de R$ 50 não demandariam as tais malas. Tudo isso mostra que Renan tem razão em falar que vive um "calvário": quando a imprensa resolve pegar no pé de uma figura pública em razão de alguma denúncia ou desgraça, a lógica e o bom senso são mandados às favas. O pior é que tem leitor que não percebe.
No dia 23 de novembro do ano passado, o pai de Rodrigo Silva das Neves, cabo da Polícia Militar do Rio de Janeiro, foi ao batalhão da PM de Bangu, na Zona Oeste carioca, fazer um pedido. O homem, um subtenente bombeiro reformado, queria que os policiais do quartel parassem de bater na porta de sua casa à procura do filho — cuja prisão fora decretada na semana anterior, sob a acusação de ser um dos responsáveis pelo assassinato cinematográfico do bicheiro Fernando Iggnácio, executado com tiros de fuzil à luz do dia num heliporto da Barra da Tijuca. Quando soube que estava sendo procurado, o PM fugiu, virou desertor. Como morava numa das maiores favelas da região, a Vila Aliança, o pai de Neves estava preocupado com “ameaças e cobranças” de traficantes que dominam o local por causa da presença frequente de policiais. Antes de sair, no entanto, o bombeiro confidenciou aos agentes do Serviço Reservado do quartel que, “de fato, seu filho trabalhava como segurança do contraventor Rogério And...
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