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Reforma política começa mal

Muita gente reclama da falta de aprovação, no Congresso Nacional, das tais "reformas estruturais" que poderiam permitir um crescimento maior da economia brasileira. A reforma política não está entre as mais reclamadas pelos mercados, mas de certa forma faz parte das mudanças almejadas, porque poderia diminuir a taxa de corrupção do país, que no fundo acaba sendo um tributo a mais pago pelo setor privado.

Quem prega a aprovação das reformas deve achar que as coisas são feitas por passe de mágica ou gostaria de ver as coisas decididas pelo poder Executivo, como é comum em ditaduras. É só ver o que está ocorrendo na reforma política, nesta quarta-feira, na Câmara. O que deveria ser um processo relativamente de aprovação da matéria está se tornando uma verdadeira guerra, com a Câmara divida ao meio em torno da questão do voto em lista. Ora, se não há consenso para aprovar um tema que pouco mexe com a vida econômica das pessoas, certamente é muito mais difícil fazer passar as mudanças na legislação trabalhista, tributária e previdenciária...

O problema todo é que os consensos não são construídos de cima, a partir da vontade do presidente de plantão. É na sociedade que o debate público se dá, bem como o convencimento dos representantes eleitos para fazer as vontades dos eleitores no Congresso Nacional... Sem consenso, pouca coisa avança e este parece ser o verdadeiro impasse da vida nacional hoje.

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